Incêndios
Todos os anos eles aí estão – os incêndios – até têm direito a época.
Todos sabemos quais as causas dos nossos incêndios, quer as naturais devidas aos nossos verões de inferno, com muito calor, pouca humidade, algum vento , tipo de floresta e muito mato que criam todas as condições favoráveis para a sua ocorrência, embora por si só não reúnam as condições suficientes, pois embora combustível não falte é necessário uma fonte de ignição para que um incêndio se inicie, e aqui entra a mão humana, desleixo, crime, interesses económicos, pessoais e segundo alguns estudos até o desrespeito e inveja em relação a outros proprietários, conflitos com vizinhos, por convicção que é bom que as matas ardam ou por impulsos pessoais e embriaguez, a perturbações mentais e de imaturidade dos piromaníacos, diminuídos mentais e crianças. Basta fazer uma pesquisa na NET e não faltam PDF’s e estudos completos que analisam até a exaustão esta coisa dos incêndios.
Todos os anos os incêndios estão na ordem de trabalhos dos políticos e das suas entidades. Embora pouco ou nada resolvam, pelo menos que se veja, vão tentando tapar o sol com uma peneira, parecendo preocupados enquanto vão gerindo o negócio do combate aos incêndios.
E todos os anos é a mesma história, chega o verão, chega a época dos incêndios e de pouco ou nada valem as reuniões dos políticos, os núcleos de investigação, as novas leis, os gabinetes de estudo, protecção civil, etc., etc., etc., e enquanto os incêndios apenas forem tratados nos gabinetes e não se passar a trabalhar na sua prevenção no terreno, os verões vão continuar naturalmente a sucederem-se, e com eles, os incêndios aí estarão a marcar a sua época.
Há dois dias atrás arderam cerca de 1500 hectares de mato e alguma floresta num incêndio que começou no concelho de Boticas, passou para o de Chaves e acabou no de Montalegre. Em Chaves esteve próximo das povoações de Seara Velha, Castelões e Soutelinho, entrou quase no santuário da Nossa Senhora da Aparecida e chegou mesmo a entrar no Santuário da Nossa Senhora das Necessidades (Srª do Engaranho) em Castelões e o mal não foi maior porque poupou as povoações e a maioria que ardeu era mato que nasceu após incêndios de anos anteriores. Dias antes aconteceu o mesmo na zona de Vilela Seca. Hoje ainda ardiam montanhas que vistas do vale me parecem ser pertencentes ao mar de montanhas de terras de S.Vicente da Raia ou talvez já da Galiza.
Mais grave ainda é que após os incêndios das nossas florestas não tem havido reflorestação e as montanhas ficam despidas à mercê da erosão e (aqui sim) da desertificação ou então são tomadas pelos matos.
Penso que alguma coisa se tem feito em termos de vigia e de combate a incêndios, mas enquanto o combustível existir nas florestas, os incêndios aí estarão a marcar a sua época, quer seja por causas naturais ou por mãos criminosas.