Jardim do Bacalhau - Postal ilustrado dos anos 80 do Séc. XX
Neste Chaves de ontem, Chaves de hoje, trazemos três momentos do Jardim do Bacalhau, uma que ainda era possível de ver até finais dos anos 70 do século passado, outra do pós anos 80 até há coisa de um ano atrás e uma imagem recente. Não ficam por esta ordem, mas as datas são perfeitamente identificáveis.
Imagem atual do Jardim do Bacalhau
Pessoalmente penso que o grande pecado cometido nesta praça, foi a demolição do edifício militar que existiu até finais dos anos setenta. A desculpa da sua demolição até poderia ser aceitável, pois tanto quanto me contaram, a ideia (desculpa) era que a largura da praça após demolição do edifício militar seria prolongada em jardim/praça até ao monumento dos mortos da I grande guerra, que na altura seria bem possível, pois nesse enquadramento apena existia uma vivenda (que ainda hoje existe) junto ao monumento. Mas logo se deu conta que a ideia era outra, bem menos nobre, embora para disfarçar, se tivesse começado pela construção do edifício do GATAT, mas não demorou muito que o espaço publico/militar do antigo picadeiro troço da muralha ainda aí existente, passa-se para a mão de privados e no espaço fosse construído um edifício de habitação e comércio, não sei como, pois tanto quanto sei os espaços públicos não são alienáveis, mas já não era a primeira vez que tal acontecia em Chaves, pois o antigo mercado municipal também passou para mãos de privados, mesmo com pareceres negativos das entidades envolvidas, no entanto, quem mandava era o “Homem da Regisconta”…
Jardim do Bacalhau (ainda em forma de bacalhau) até finais dos anos 70 do Sec. XX
Mas do mal o menos, e não fossem os dois mamarrachos da praça (um pelo seu volume, outro pelo seu volume/altura e arquitetura, e recorde-se que estamos a falar do Centro Histórico), e ainda, mesmo o jardim perdendo a sua figura de um bacalhau, que sempre deu e prevaleceu como topónimo popular de Jardim do Bacalhau, em detrimento do topónimo oficial de Terreiro de Cavalaria, ficou o jardim onde se podia estar, e que, este sim, foi reconstruído recentemente, com um ar e abertura bem mais interessante que a versão anterior, salientando-se a demolição do antigo posto de turismo que desfigurava o anterior jardim, e recuperou-se a antiga pérgula, na forma e localização, com novos materiais, assumindo-se como uma nova pérgula. Seja como for, após a demolição do edifício militar, do bacalhau só existe a memória, tal como aconteceu com a rua dos Dragões, embora esta tivesse mantido o seu casario num dos lados da rua, que esse, a par do casario do outro lado do jardim, ainda são agradáveis de ser vistos e até apreciados.