Manuel Graça Dias 1953-2019
Manuel Graça Dias 1953-2019
Surpreendido pelas notícias de ontem com a morte do Arq. Manuel Graças Dias, este blog não poderia ficar indiferente à sua partida, não só pela obra que Graça Dias deixa na cidade de Chaves, mas também por ser um amigo com o qual aprendi muito nos primeiros anos da minha vida laboral, com quem tive a honra, mas sobretudo o prazer de ter trabalhado, aqui em Chaves, em que o atelier para além de ser um local de trabalho, era também um local de bem estar com a sua alegria e sorriso contagiantes. Fica esta pequena homenagem ao Arquitecto e ao Homem, Manuel Graça Dias, com uma enorme gratidão, amizade e admiração.
Manuel Graça Dias com o Ministro da Cultura na inauguração oficial do MACNA em Chaves
Embora sendo já considerado um dos grandes arquitetos portugueses, que já faz parte da História dos arquetetos portugueses, não fosse a sua morte prematura e o Arquiteto Manuel Graça Dias teria deixado muita mais e importante obra entre as grandes obras de arquitetura de Portugal e do estrageiro.
Manuel Graça Dias com o Arq. Nuno Grande na inauguração oficial do MACNA em Chaves
Ao longo destes anos de blog já fui deixando por aqui algumas imagens, sobretudo pormenores, de algumas das muitas obras de arquitetura que deixou em Chaves. Deixo-as aqui hoje, novamente, numa simples e humilde homenagem à sua obra e ao Arquiteto, bem como algumas imagens suas que fui captando nas suas frequentes visitas à cidade de Chaves. Ficam também algumas palavras que transcrevi do Jornal Público ( Cultura Ípsilon), de autoria de Isabel Salema.
Morreu Manuel Graça Dias, o arquitecto arquitectonicamente incorrecto
Graça Dias era um dos grandes comunicadores da arquitectura portuguesa. Com uma obra heterodoxa, interrogou como poucos a nossa paisagem urbana, não só com os seus edifícios, mas também com uma vida dedicada à divulgação da arquitectura.
Manuel Graça Dias, um dos mais eclécticos e coloridos arquitectos portugueses da sua geração, morreu este domingo à noite no hospital da CUF, em Lisboa, de um cancro no pâncreas, disse ao PÚBLICO Egas José Vieira, o seu sócio no atelier Contemporânea. Tinha 65 anos.
Nos anos 80 e 90 do século passado, Graça Dias ajudou a construir uma Lisboa cosmopolita, criando alguns dos espaços de que precisava uma geração com novos hábitos de consumo, do restaurante italiano Casanostra, no Bairro Alto, à Loja Ana Salazar, na Rua do Carmo.
Trabalhou grande parte da sua vida profissional com Egas José Vieira, formando uma dupla de arquitectos, quando muitos da sua geração preferiram ter um atelier em nome próprio. O gosto pelo trabalho em equipa e a generosidade, que fez dele um professor que muitos estudantes universitários recordam, era uma das características da sua personalidade. Era actualmente professor na Faculdade de Arquitectura do Porto e na Universidade Autónoma de Lisboa.
Foi em 1990 que Graça Dias e Egas José Vieira abriram o atelier Contemporânea em Lisboa, actualmente situado na Rua Borges Carneiro, de onde saíram obras como a sede da Associação dos Arquitectos Portugueses (1991), em Lisboa, o Teatro Municipal de Almada (2005), a Escola de Música, Artes e Ofícios de Chaves (2004-2008) e, mais recentemente, a requalificação do Teatro Lu.Ca(2018), também em Lisboa.