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As festas da terrinha, além de serem boas para a alma e agradáveis para a barriguinha, trazem com elas outras coisas boas. Uma delas e, das que mais me agrada, é a de trazer a Chaves alguns amigos do tempo de Liceu, ou seja, do tempo em que éramos putos. O Natal, a Páscoa e a Feira dos Santos traz à terrinha muita dessa rapaziada, agora mais gordos, alguns já com cabelos brancos, outros mais para o careca… enfim, menos jovens. Aproveito sempre para tomar um cafezinho com um ou outro amigo desse tempo, recordar alguns dos muitos bons momentos, rever alguns dos nossos sonhos e até projectos que trazíamos na algibeira, alguns até interessantes.
Pois nesta última Páscoa lá fui tomar um cafezinho com um desses amigos e quando já estávamos em maré de despedida, enquanto subíamos a Rua Direita em apreciação também dos muitos pormenores com que o casario da Rua nos brinda, veio-lhe à lembrança um antigo projecto meu, de há uns bons vinte e tal anos atrás, o das clarabóias de Chaves.
O projecto era simples, pois apenas constava em recolher em fotografia todas as clarabóias de Chaves para mais tarde as reproduzir em desenho pintado. A primeira fase (recolha fotográfica) quase ficou completa na totalidade. Na altura ainda não me dedicava às lides da fotografia, como tal, tive que recorrer a um amigo para essa recolha, um amigo que tivesse máquina fotográfica, percebesse de fotografia e sobretudo tivesse paciência para aturar um dos meus devaneios. Recorri ao Dinis Ponteira que já então tinha a paixão da fotografia. Por uma ou outra razão, a recolha não foi concluída e o projecto das clarabóias ficou em banho-maria durante uns anos. Mais tarde (uns dez anitos depois), em mais um dos meus devaneios, retomei a ideia do desenho, mas com as gravuras do centro histórico. Penso que nunca agradeci ao Dinis a sua paciência por me ter aturado, mas não foi por falta de gratidão, mas apenas porque o projecto se foi adiando e depois acabou no esquecimento. Obrigado Dinis por esse momentos, dos quais ainda conservo as provas fotográfica em P&B. Dinis Ponteira que é um dos meus companheiros de viagem de bloguear Chaves, com link ao lado, na barra lateral.
Sem retomar o antigo projecto das clarabóias em desenho, retomo-o em fotografia, agora com as minhas fotografias, cuja aprendizagem, alguma técnica e truques também o devo ao Dinis.
Sem maçar muito, de vez em quando, vão passar por aqui algumas clarabóias e seus pormenores, às segundas-feiras, que tal como confidenciei com o meu amigo que me trouxe à recordação as clarabóias, é o meu dia de falta de inspiração, de falta de vontade, um dia sempre assinalado a texto branco com fundo negro nos meus calendários. Vá-se lá saber porquê! Mas antes dar-me para clarabóias e pormenores de Chaves do que para lamentos, pois esses, talvez por serem sinceros e sentidos, nem sempre agradam a toda a gente.
Até amanhã, de novo em Chaves, com o olhar sobre a cidade de alguém!