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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

14
Dez10

Pedra de Toque - Coimbra


 

 

 


Coimbra



Os anos que vivi em Coimbra, cursando a Faculdade de Direito da velha Universidade, foram anos que recordo com frequência e com imensa saudade.

 

Tive o privilégio de viver a Coimbra académica na década de sessenta, período áureo e agitado da vida estudantil.

 

Empenhei-me, como a maioria, nas lutas dos estudantes com vista à democratização do ensino universitário.

 

Foram grandes as movimentações de massas, foi enorme o empenhamento cultural dos estudantes na busca da desejada e, em boa parte conseguida, consciencialização para as questões académicas, para os problemas do país.

 

O posicionamento digno, a rebeldia assumida contra a repressão, a conspiração constante, tinham então elevados custos.

 

Os esbirros, ao serviço do poder, invadiam as casas e residências dos alunos, rebuscando na mira da descoberta do livro proibido, do panfleto clandestino.

 

Acontecia por vezes a detenção arbitrária, com grande repulsa dos colegas solidários.

 

Apareciam depois os grandes poemas, os animados colóquios, os oportunos comunicados, os inesquecíveis espectáculos teatrais, o bom cinema que apontava para a mensagem social que tanto nos absorvia.

 

Na velha alta, nos seus becos mais sombrios, já não só o luar iluminava, quando as guitarras trinavam.


 

.

 


 

.

 

Eram também agora as vozes límpidas e preocupadas de Adriano e Bernardino, entre outros, e tantas vezes de Zeca Afonso que vinha do Algarve com a sua viola e as suas baladas.

 

As Republicas eram casas onde se aprendia a solidariedade, onde se cultivava amizade indestrutível, onde se fermentava a vida em colectivo.

 

A boémia sucedia, agora com outro sabor, com outro sentido, mas sempre com irreverência e magia.

 

Era o período da mudança, era a hora da transição.

 

Respirava-se a certeza de que se formavam homens para dias melhores, para dias mais livres!

 

COIMBRA, tinha que projectar-se no futuro, sem cortar drasticamente com o passado.

 

E Fê-lo! E Fê-lo, graças a uma plêiade de estudantes de elevada craveira intelectual, hoje nomes consagrados nas letras, nas ciências, nas artes e na política.

 

Foram tempos fecundos que ficarão na história da vetusta Universidade Coimbrã.

 

Vale a pena recordá-los, porque para além do relevante significado que sempre lhes atribuí, foram tempos dos meus vinte anos, tempos que não voltam mais!

 

 

 

António Roque

 

 

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