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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

15
Out18

De regresso à cidade em dois andamentos...


1600-santos 17 - (96)

Imagem de 2017

 

De regresso à cidade em dois andamentos, o primeiro, popular, de feiras, romarias e tradições, anunciando a Feira dos Santos em Chaves, edição 2018, para já,  ainda e só,  com a componente de diversões dos carrosséis e farturas, no mesmo local dos anos anteriores. O resto, a feira propriamente dita só ocorrerá nos dias 30 de outubro a 1 de novembro, que segundo o programa já anunciado, mais coisa, menos coisa, é igual ao dos anos anteriores.

 

1600-santos-17 (263)

 Imagem de 2017

 

O segundo andamento é social e cultural e vai para um congresso internacional a acontecer em Alijó, nesta semana, nos dias 17, 18 e 19, subordinado ao tema “ A Animação Sociocultural e a Educação Intergeracional no contexto do envelhecimento no meio rural e urbano: atividades, técnicas, métodos e estratégias para uma vida ativa”, organizado pela INTERVENÇÃO – Associação para o desenvolvimento e promoção cultural.

 

1600-cartaz-2.jpg

 

E dirão vocês, flavienses — o que temos nós a ver com este congresso de Animação Sociocultural que vai acontecer em Alijó!?

 

Pois, nada e tudo. Quanto ao nada, nada vou referir, quanto ao tudo, tenho alguns argumentos. O primeiro pelo tema que penso ser do interesse de todos nós. Segundo por se tratar de uma Associação que já conta no seu curriculum com 17 congressos internacionais realizados e 21 livros publicados. Terceiro por ser promovido por uma Associação flaviense que nasceu no contexto da Licenciatura de Animação Sociocultural ser (então) ministrada na cidade de Chaves, aquando da existência do Polo da Universidade de Trás-os-Montes em Chaves, hoje, ao que parece ou é, Universidade de Vila Real!.

 

1600-triptico-2.jpg

1600-triptico1.jpg

 

Poderá ainda prevalecer uma outra questão – Se a Associação é flaviense, o porquê de o Congresso ser em Alijó!?

 

- Pois a resposta é simples, além das temáticas dos congressos serem de interesse transversal e universal e daí poderem  ser realizados em qualquer localidade, tem, obrigatoriamente, de contar com o interesse e apoio dos Municípios, daí, já se terem realizado em municípios como o da Golegã, Barcelos, Amarante (2 vezes), Viana do Castelo, Ponte de Lima (3 vezes), Ponte da Barca, Paredes de Coura,  Vila Nova de Cerveira e Amadora, mas também em terras mais próximas como Murça (2015), Boticas (2013) e também em Chaves, nos anos de 2009, 2010 e 2012.

 

Se está interessado em participar ou tem curiosidade sobre o congresso, ainda vai a tempo, passe pelo site da Intervenção, em https://associacaointervencao.pt/  e lá,  terá,  informações sobre a Associação, sobre congresso, programa, etc. Eu vou!

 

 

 

 

 

22
Out16

Congresso Internacional - Animação Sociocultural


imagem do congresso-peq.jpg

 

Congresso Internacional - Animação Sociocultural, Globalização, Multiculturalidade, Educação Intercultural e Intervenção Comunitária

 

Para conhecimento de eventuais interessados ficam informações se programa do Congresso Internacional: Animação Sociocultural, Globalização, Multiculturalidade, Educação Intercultural e Intervenção Comunitária, a ter lugar na cidade da Amadora, no cine teatro D. João V, nos dias 4, 5 e 6 de novembro de 2016.

 

Participam neste evento 40 especialistas/conferencistas nacionais e estrangeiros, vindos de universidades portuguesas, brasileiras, espanholas e italianas, que irão dissecar vários temas, dos quais se destacam: Interculturalidade, Cidadania, Participação, Gerontologia Comunitária, Educação Intercultural e Intergeracional, Animação Sociocultural, Associativismo, Voluntariado, Intervenção Comunitária,  artes, O Local e o Global, A Animação Artística , Turismo, Ócio e Tempo Livre…

 

Destacamos a conferência inaugural a ser proferida pelo Senhor Prof. Doutor Adriano Moreira e a conferencia de encerramento a ser dita pelo Senhor Prof. Doutor António Sampaio da Nóvoa.

 

O Congresso Internacional A Animação Sociocultural, Globalização, Multiculturalidade, Educação Intercultural e Intervenção comunitária é Acreditado pelo Conselho Científico e Pedagógico da Formação Contínua / Casa do Professor com   1 crédito para professores e educadores.

 

Para ver o programa na integra, e para mais informações e inscrições é favor aceder ao site:

 

www.geralintervencao.com.pt

 

ou contactar a INTERVENÇÃO – ASSOCIAÇÃO PARA A PROMOÇÃO E DIVULGAÇÃO CULTURAL, Apartado 609.  5400-908 CHAVES, através dos Emails: intervencaodirecao@gmail.com;

 

congressoascintercultural@gmail.com

 

ou ainda pelos telemóveis 933015689/ 915136191 ou 969069969.

 

A coordenação do congresso

Dr. José Dantas Lima Pereira;

Prof. Doutor Marcelino de Sousa Lopes;

Doutoranda Maria Cabral.

 

A Direção da Intervenção

Prof. Doutor Marcelino de Sousa Lopes (Presidente);

Dr. José Dantas Lima Pereira (vice – Presidente);

Dr.ª Cátia Gaspar Cebolo Secretária);

Mestre Tânia Rodrigues (Tesoureira);

José Machado (Vogal).

 

informação do local e preços .jpg

 

 

 

25
Mai13

Emcerramento do I Congresso Internacional de Animação Sociocultural - Gerontologia e Geriatria


Conferência de Encerramento do Padre Lourenço Fontes

 

Capa do livro do Congresso

 

Encerrou hoje em Boticas o I Congresso Internacional de Animação Sociocultural – Gerontologia e Geriatria. Claro que quando estes assuntos são tratados em congresso por especialistas, as conclusões são sempre positivas e novos horizontes são abertos na resolução dos problemas e temas debatidos. Seria impossível trazer aqui todas as intervenções e mesmo as conclusões, e depois elas estão todas reunidas em livro, mas há uma intervenção que quero deixar aqui na íntegra, não só pelo seu autor ser uma autoridade aqui na região, a nível nacional e internacional, mas também por ser feito de toda uma cultura vivencial  no terreno junto e entre a nossa gente. Refiro-me ao Padre António Lourenço Fontes e à sua conferência de encerramento deste Congresso Internacional intitulada “O Envelhecer nas Terras do Barroso” que, com a devida vénia e autorização do autor de seguida reproduzo[1] :


Padre Lourenço Fontes


Envelhecer em Barroso  


Há uma arte de envelhecer, viver com regras ditadas pela tradição, da sabedoria popular barrosã. Vamos dar uma olhadela aos ditos e provérbios que andam de boca em boca e marcam a conduta geral de novos e velhos. Já que ditos velhos são evangelhos.


São muitos e valiosos os valores positivos,  apreciados pelas famílias dos nossos idosos e pela sociedade que os rodeia.


Velhos são os trapos, para dizer que ainda tem muito para dar. Quem de novo baila bem, de velho jeito lhe tem. Bailar cantar faz bem: quem canta seu mal espanta. Gostam de contar, cantar, rezar, ser ouvidos, orgulham-se até do sofrimento passado. Dizia uma idosa desgostosa da vida de emigrante: en France rien chante, au Portugal, tout le monde chante.


É triste ser velho, dizem em desabafo. Um velho triste é um triste velho. Para muitos é a única idade que não se recorda, nem deixa saudades. Bocage escrevia: já Bocage não sou, à cova escura, meu estro vai parar desfeito em vento…


São o equilíbrio e estabilidade da família, pelo saber de experiencia feito. Os avôs são pais duas vezes, além da genética, passam a tradição, a cultura barrosã, os contos, as lendas, as artes e ofícios, as rezas e mezinhas, a medicina ervanária, o cancioneiro e jogos infantis, a religiosidade popular, aos netos. Sentem-se válidos, com gosto e ilusão pela vida. Quem corre por gosto não cansa.




Têm o seu lugar de destaque na família, na mesa, e na comunidade da aldeia e é cabeça de casal, representa a família, conforme as posses ocupa o seu tempo, na agricultura, vai coas vacas, apoiado no cajato, com a rês, leva o burro a comer, vai à erva para os porcos de ceva, torna a água aos lameiros, vai à feira e as festas da sua devoção, cumpre promessas aos santos, vai aos velórios e funerais, cuida das campas dos seus.


 O velho tinha razão. Atrás de mim virá, quem bom de mim fará. Serve de consolação para os mais velhos quando,  reconhecidos. O velho e o menino vão para onde lhe fizerem carinho.


Envelhecer e viver no mundo rural Barrosão, na casinha pobre, mas cheia de memórias e vivências, com o seu pé-de-meia, a reforma poupada, para o fim da vida, ou para amimar filhos e netos, com nova ou velha profissão, prolonga a vida e dá-lhe sabor.


Hoje o telefone, substituiu as cartas, muitos não sabem ler.  O Ipad com o skype, facebook aproxima os avós dos netos e filhos distantes mantendo a proximidade e companhia, se iniciados e ensinados a descobrir esta nova tecnologia.


 Gosta de regressar vivo ou morto ao seu torrão natal, onde é estimado, chorado e sufragado, onde repousam os antepassados. Ruim é o pássaro que não volta à sua ribeira.  


São os idosos os mais resistentes povoadores, animadores e defensores enraizados, heróis vencedores, combatentes na agricultura, defesa do ambiente, educadores, moradores, conservadores de cultura popular, jogos, medicina, religiosidade popular, que merecem carinho, dedicação, atenção, na esperança de um futuro promissor de bem-estar com a natureza, a família. Em aldeias desertas restam eles guias turísticos, de rostos e mãos enrugadas, alvos de fotógrafos e cineastas, jornalistas. São enciclopédia aberta, inédita, neste Barroso  antigo, velho, paraíso a descobrir.


Cada idoso que morre é uma biblioteca que se enterra, e perde, se não for registada. Mais velho que a sé de Braga, diz-se para valorizar o saber do idoso. O diabo sabe muito, porque é velho



ASPETOS NEGATIVOS


A ameaça de maus tratos, a doença, a solidão, o abandono, a pressão para fazer testamento, escritura, doação, ou venda de bens, o perigo da braseira, de caírem ao lume de morrerem sem amparo, são muitas vezes pressões que aceleram o fim, o desgosto de viver, lágrimas de desconforto. Chegam a pedir a Deus que os leve, desabafam dizendo que são um estorvo, que já não servem para nada.


O que o berço dá a tumba o leva. Acabadas as obras da casa diz-se: ninho feito, pássaro morto. Velho mudado é velho enterrado. Alguns mudam cada mês, andam à roda pelos filhos, ou estranhos, muitas vezes no estrangeiro desgostosos, fechados, onde não conhecem nada e ninguém. Pedra mudada não cria musgo. Nem sempre se adaptam ao novo ambiente, às noras, ou sogras.   Filhos criados, trabalhos dobrados . São muitas vezes os únicos moradores na aldeia, no bairro.


Lembramos a lenda do filho que leva o velho ao monte e ao deixá-lo lhe dá a capa, o velho lhe diz: leva metade da capa, para quando fores velho te trouxerem para o monte.  Filho és pai serás como fizeres assim toparás. Casa de pais, escola de filhos. Cada um sair aos seus não é pecado.


Quem faz testamento, antes que morra, merece com uma cachaporra. Os novíssimos do velho são 4: Muita tosse, pouca posse, pingar-lhe o nariz, não saber o que diz. Cabra manca não tem sesta, e se a tem pouco lhe presta. Burro velho, erva tenra. Burro velho não aprende línguas. Burro velho não toma andadura e se a tem pouco lhe dura. Velhos ao canto.  Homem velho, mulher nova, filhos até à cova. Casamento e mortalha no céu se talham.


Em toda a Europa na terceira quarta da quaresma serrava-se a velha, avó. Em Vilar de Perdizes mantemos o ritual que consiste num cantar um responso em latim de noite à porta das avós, terminando com ruídos de latas, serras, gritos. Em Tourém é de dia que os rapazes da escola vão atormentar cada velha ate lhe darem uma pouca de palha que simboliza a velha e vão queimá-la com barulho de muitos chocalhos que abanam com gritos e choros: minha velhinha... Em S. António de Monforte os homens fazem sair de casa as avós, que vão todas juntas pela manhã passar o dia fora da aldeia, no monte Pitorca, só regressando à noite.


Muitos são vítimas do abandono dos filhos, emigrados ou não. É melhor ser cão na vila, que velho em muitas aldeias, criticam algumas famílias. Outros ficam-lhes com as magras reformas, em troca ou promessa de cuidados, usando as economias dos pensionistas para combater a crise atual e o desemprego de filhos e netos.


O cancioneiro Barrosão está cheio de romances, cantigas referindo-se aos defeitos e valores do idoso.

 

Hei-de amar-te até à morte

Até depois de morrer,

Até debaixo da terra,

Meu amor podendo ser.

 

Do tempo que já passou

Do tempo que já  lá vai.

Minha mãe já se não lembra,

Quando namorou meu pai.

 

Eu  casei-me com um velho

Hei-de me fartar de rir

Fiz-lhe a cama alta

Onde não possa subir.

 

Casei-me com uma velha

Por causa da filharada.

Pega o diabo da velha

Traz-me dez duma ninhada

 

Minha sogra morreu ontem,

O diabo vá com ela.

Deixou-me a chave da adega

O vinho bebeu-o ela…

 

Eu hei-de morrer cantando,

Já que chorando nasci

Não tenho porque chorar

Chore o diabo por ti.

 

Bocage poeta de sonetos brilhantes, confessou:


“Já Bocage não sou, à cova escura, meu estro vai parar desfeito em vento… eu me arrependo…. Oh se me creste gente impia, rasga meus versos crê na eternidade.


Citando Camões, grande Camões…só terei paz na sepultura.

 

Padre António Lourenço Fontes



[1] As imagens de ilustração são da responsabilidade do blog

 

 

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