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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

15
Nov21

De regresso à cidade...

Outono no Jardim Púbico - Chaves


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Às vezes de tão ocupados e/ou distraídos que andamos com a vida, que as coisas acontecem ou passam por nós sem dar por elas, como este outono, em que pouco faltou que a magia das cores de outono me passassem ao lado. No outro ano ainda tive a pandemia como desculpa, para este ano não tenho, ou tinha, quem culpar, mas ainda fui a tempo de registar alguns momentos nos nossos jardins.

 

Uma boa semana!

 

 

 

13
Dez18

O Silêncio dos Coretos


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Lindos q.b., geralmente localizados em jardins e praças públicas a condizer, foram durante anos o poiso das atuações das Bandas Filarmónicas civis e militares. Em Chaves, encontram-se com frequência em escritos do início a meados do século passado, alusões a grandes concertos das Bandas Militares. Mais recentemente, último quartel do século XX, todos temos memória das nossas bandas do concelho a abrilhantar as saudosas verbenas do Jardim Público. Contudo, nos anos mais recentes, as únicas músicas e melodias que se ouvem nos coretos são os da natureza da passarada ou grandes concertos de silêncio, o que até nem é mau de todo, mas às vezes sabe bem variar.

 

Antes deste post eu ia jurar que os coretos eram mais um dos traços da cultura portuguesa, que eram nossos. Rara é a vila ou cidade de Portugal onde não exista um coreto, ou mesmo em aldeias. Em Lisboa, ao que apurei, são mais de 50, no nosso concelho, nunca os contei, mas também são umas dezenas, só em Outeiro Seco, por exemplo, são dois (para o despique das bandas, uma preciosidade também a cair em desuso), nem todos com a nobreza arquitetónica do nosso do Jardim Público ou mesmo o do parque do Hotel Palace em Vidago, mas o suficiente para receber as bandas em dias festivos. Pois, mas ia dizendo que ia jurar que eram nossos, mas não, quer se dizer, são mas não são. Traço da cultura portuguesa talvez, mas não nasceram em Portugal.

 

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Na net há várias referências à origem dos coretos, e até teses, artigos jornalísticos e estudos sobre o assunto, por exemplo um trabalho intitulado “O jardim, o coreto e a banda de música: diálogos entre cultura e natureza” de  Elisa Lessa, da Universidade do Minho, onde se pode ler:

 

Espaço de descentralização e democratização cultural, o coreto do jardim, enquanto ornamento e sinal da presença de música, remonta a meados do século XVIII. Lugar de festa e de lazer, de desenvolvimento social e cultural, de contemplação e fruição estética, o jardim e o seu coreto revelam aspectos relevantes de significado histórico-cultural. Ao longo dos tempos os jardins foram palco de manifestações políticas e testemunhas de transformações sociais. Espalhados pelo mundo os jardins e os seus coretos revelam a importância do valor do jardim para a qualidade de vida da cidade e a importância da banda no coreto para a vida cultural das populações (Bispo, 2000). Em Portugal o coreto, geralmente colocado em lugar de destaque no jardim das pequenas localidades, acolhia os discursos inflamados da 1ª República e enchia-se de músicos da filarmónica logo depois da procissão. Recorrendo ao campo da pesquisa etnográfica, a presente comunicação aborda, no âmbito das tradições culturais e da memória social, as ligações do jardim, do seu coreto e da banda ao pulsar cultural das comunidades locais em Portugal.

Em Portugal, existem centenas de coretos espalhados por todo o território. Associados à festa, (…). São poucos os que são considerados património classificado e alguns deles foram destruídos ou deslocados das praças e jardins onde se encontravam. Outros ainda encontram-se degradados e abandonados. Genuínos, ricamente ornamentados ou mais simples, redondos, octogonais ou com outras formas, rodeados de grandes árvores ou pequenos jardins cuidadosamente desenhados, colocados junto a fontes ou lagos, os coretos de Portugal continuam a ser símbolos de nacionalidade.

 

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Quanto à origem dos coretos, num artigo da visão.sapo, podemos ler o seguinte:

De inspiração francesa
Em Portugal, como na maioria dos países da Europa, o coreto surge com as revoluções liberais, e sobretudo no chamado período da Regeneração (ou da Monarquia Constitucional), importando o modelo de França que já tinha adaptado a si o de Inglaterra e dos seus jardins românticos que, por sua vez, tinham trazido elementos orientais. Entre eles o palanque em forma mais ou menos circular, com uma cúpula -- abrigo de chuva ou sol para oradores ou músicos --, assumia a forma de um palco de espectáculo gratuito ao serviço dos ideais liberais. Para ter acesso à música já não era necessário pagar para entrar numa sala de espectáculos; os espectáculos estavam na rua, gratuitos, e o coreto era o palco.

Coreto, sinónimo de pequeno coro, que terá vindo da palavra italiana coretto, evoca termos como tribuna, palanque, quiosque – embora com funções distintas, de venda de jornais, tabaco ou bebidas. Chama-sebandstand, em inglês, kiosque a musique em francês e em espanhol é quiosco de musica. Em todas as designações está clara a função deste palco que antes do século XVIII começou por ser ambulante ou desmontável, em festas e arraiais populares, para ocupar um lugar fixo no centro de praças ou jardins públicos.

 

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Quanto ao nosso coreto, no sítio da internet vortexmag.net, aparece um artigo intitulado:

 

Já não se faz nada assim: 12 dos coretos mais bonitos de Portugal

 

Onde o nosso coreto aparece logo em primeiro lugar. Nem que fosse apenas por isso, até lhes perdoo o roubo da minha fotografia e o corte cirúrgico da habitual assinatura que costumo colocar nelas. Não custa nada dar crédito ao autores, mas… tá bem, as fotografias  existem para ser vistas, e esta até fica bem em primeiro lugar a abrir os 12 coretos mais bonitos de Portugal.

Pode ver os restantes aqui: https://www.vortexmag.net/ja-nao-se-faz-nada-assim-12-dos-coretos-mais-bonitos-de-portugal/

 

E é tudo por hoje. Quanto aos coretos, resta-nos a esperança de um dia os ver (com frequência) povoados por músicos, ou até outras artes, porque não!?

 

 

 

 

 

As nossas consultas:

http://visao.sapo.pt/vive-mais-portugal/historias/2015-10-13-A-origem-dos-coretos-Niemeyer-chamava-lhes-Ronaldinho-Calazans , consultado em 13/12/2018

https://www.vortexmag.net/ja-nao-se-faz-nada-assim-12-dos-coretos-mais-bonitos-de-portugal/ consultado em 13/12/2018

https://www.vortexmag.net/ja-nao-se-faz-nada-assim-12-dos-coretos-mais-bonitos-de-portugal/ consultado em 13/12/2018

 

 

07
Jul17

Sem banda no coreto não há música


1600-(33364)

 

Bem podem esperar sentados que aquilo foi chão, perdão, coreto que já deu música, mas claro, isso foi no tempo em que havia bandas filarmónicas… ou se calha é por outra coisa qualquer. Coitados, chego a ter pena deles. Não haverá por aí uma alma generosa que vá lá dizer aos senhores que a banda não vai aparecer!?

 

 

 

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