CHAVES

CORONEL DAVID FERREIRA

Pereceu há pouco tempo.

Só tive conhecimento do decesso mais tarde e por isso não pude, como gostaria, estar presente no funeral. Já transmiti, no entanto, os pêsames sentidos aos familiares.

A minha avó, com quem cresci, morava defronte à casa de seus pais, o senhor David, conceituado comerciante e a D. Teresa, senhora estimada e extremamente simpática.

A minha avó chamava-lhe Bibi e eu vi-o inúmeras vezes subir as escadas da moradia paterna, sempre que vinha à nossa cidade.

Sei que o seu percurso de militar foi de tal sorte brilhante que mereceu o elogio dos superiores e o respeito e a estima dos subordinados.

Presidiu à Câmara de Chaves durante cerca de cinco anos e a sua obra notável à frente dos destinos da autarquia, ainda hoje se recorda com saudade.

Pelo desempenho de todas as funções que exerceu, foi medalhado e mereceu honras e louvores.

Com esta modesta homenagem à sua memória nas minhas despretensiosas crónicas pretendo sobretudo realçar a sua simplicidade, a sua humildade, o excecional bom trato que mantinha com todos, a sua discrição, a sua exemplar educação.

Amou Chaves, a sua cidade, cujos destinos dirigiu, como se disse, nada exuberante, nada vaidoso, nada parecido com os petulantes que o poder continua a deformar.

Homem de bem, íntegro, com quem algumas vezes tive o privilégio de contactar, deverá ser recordado por todos que o conheceram e muito especialmente por todos os flavienses que sentem a nossa cidade que ele serviu com dignidade e sucesso.

Que repouse em paz!

António Roque