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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

13
Jun10

Heráldica - Couto de Ervededo


 

(Foto de Arquivo)

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Já não sei precisar, pois este blog já não é um jovem, mas há coisa de dois anos (ou mais) andava eu já na contagem decrescente das minhas passagens e posts das aldeias. Dizia eu então que faltavam 5 ou 6 aldeias para completar a minha ronda por elas. Com a passagem do tempo as  5 ou 6 aldeias em falta multiplicaram-se e passaram a ser uma dezena larga delas, não que o número de aldeias do concelho tivesse crescido, mas porque passei da abordagem simples e superficial das aldeias para uma abordagem mais alargada, com mais fotos, com um pouco da sua história e estórias, ou seja, passei para os posts alargados. Chegou agora o tempo de fazer novas contas, e curiosamente continua-me a faltar cumprir meia dúzia de aldeias e luagres, 1 vila e ainda muitas freguesias (mosaicos).


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(Foto de Arquivo)

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Portanto aos de Outeiro Seco, Vilar de Nantes e Vidago também chegará a sua hora de passar por aqui, mas também uma ou outra aldeia que merecem nova passagem, porque nas anteriores, fiquei (principalmente em imagem) aquém daquilo que elas merecem, por exemplo Vilela Seca. Mas há ainda a freguesia rural da Madalena, ou seja os seu lugares ou aldeias rurais, como o Seixal, o Prado, Casa Azul/Sr. da Boa Morte, mesmo que estes lugares já tivessem sido engolidos pela cidade, ainda mantêm muito da sua ruralidade ou pelo menos, o cultivo da terra. Também a nova freguesia de Stª Cruz/Trindade terá aqui o seu espaço. Portanto entre aldeias, lugares e freguesias em falta, ainda vai haver matéria para alguns fins-de-semana, mas, sabendo que o tema um dia se esgotará, já vou arranjando outros pretextos para dar mais umas voltas pelo nosso concelho rural, como o que hoje aqui inicio, com as Pedras de Armas ou Brasões existentes no concelho, respectivas casas e famílias.

 

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(Foto de Arquivo)

 

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Mais uma matéria e trabalhos em que me vou meter e, também eu, descobrir. Matéria na qual, confesso,  até nem estou muito à-vontade mas que, com a ajuda de escritos existentes e mestres na matéria como J.G.Calvão Borges e algumas famílias e amigos entendidos, poderemos todos partir à descoberta da nossa heráldica.

 

Será uma nova rubrica que irá aparecendo por aqui aos fins-de-semana conforme eu for tendo documentação, quer escrita quer fotográfica, assim, não será regular, mas vou tentar trazer aqui todas as pedras de armas ainda existentes no nosso concelho.

 

Sem qualquer critério previamente definido, por alguma teria que começar. Inicio assim com uma pedra de armas existente numa quinta em Couto de Ervededo.

 

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Nesta primeira, sigo a metodologia e transcrevo os escritos de J.G.Calvão Borges, da sua obra «Tombo Heráldico do Nordeste Transmontano», Volume Primeiro, Concelhos de Chaves e Valpaços, pág.s  141 e 142.

 

1. Classificação: Heráldica de família.


2. Localização: Couto (Freguesia de S.Martinho de Ervededo). Ervededo foi Vila de que era Senhor o Arcebispo de Braga.


3. Datação: Século XVII (1ª metade).


4. Descrição heráldica:


- escudo: português, elmo de grades voltado a ¾ para a dextra, paquife, correias e timbre; o conjunto, transferido da sua localização original, foi enquadrado em moldura rectangular dupla, muito irregular, com o timbre encaixado forçadamente e saindo da moldura.

 

- composição: esquartelado.

 

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- leitura:


I – partido; no 1º, uma torre com uma bandeira e, em campanha, um rio; no 2º, uma árvore.

II – cinco chaves com os palhetões para cima.

III – cinco estacas.

IV – seis arruelas ou besantes , alinhados em duas palas, 3 e 3.


- identificação: são as armas das famílias:


I – MORAES (modernas) – Partido: o 1º de vermelho, torre de prata com portas, frestas e lavrado de negro, coberto de oiro, com uma bandeira de prata no remate; a torre firmada num pé de água  de prata e azul. O 2º de prata, amoreira arrancada de verde.


II – CHAVES – de vermelho, cinco chaves de oiros postas em pala , com os palhetões para cima e voltados à dextra.


III – QUEIROGA – de verde, cinco estacas aguçadas e alçadas de prata, postas em pala e dispostas em faixa.


IV – CASTRO – de prata, seis arruelas de azul, alinhadas em duas palas, 3 e 3.


Timbre: O dos Moraes – a torre do escudo

 

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5. Comentário:


Esta pedra de armas é muito parecida com a que se encontra no Museu de Chaves  (…). As famílias representadas são as mesmas (…).

A posição do timbre e o facto de, por cima do paquife, nos aprecerem duas plumas, obriga-nos ainda a admitir que o timbre actual seja uma alteração introduzida posteriormente na pedra de armas original. Note-se que nesse  timbre, aparentemente, se quis representar, não a torre encimada por uma bandeira, que é o timbre dos Moraes, mas a mesma torre encimada pela árvore das armas, o que constitui uma anomalia.. Porém o facto mais significativo é o de a pedra onde foram gravadas  as armas ser diferente daquela onde se gravou o timbre, saindo este da esquadria daquela.

 

O desenho, se não fora a irregularidade atrás referida, poderia ser considerado de qualidade notável, particularmente no que respeita ao elmo e paquife. O mesmo pode afirmar-se do trabalho de canteiro.

 

6. Identificação da família:


(…)

Segundo algumas das geneologias setecentistas, o Sargento Mor da Batalha e Governador das Armas de Traz-os-Montes, Gregório de Castro Moraes, um dos morgados de S.Catarina e de N.Srª do Pópulo, teve um filho que viveu no couto de Ervededo. Este filho, que usava o mesmo nome de seu pai, foi casado com D. Sebastiana Veloso, filha de Belchior Luís Pinto Cardoso, morgado de S. Tiago da Praça em Mirandela e bisneto de Diogo de Queiroga, um dos filhos legitimados de Álvaro de Queiroga. Esta poderá ser a explicação para as armas gravadas nesta pedra; falta-nos, porém, a documentação para o poder assegurar.

 

 

 

E por hoje é tudo. Amanhã temos as Crónicas Segundárias de António Chaves.

 


 

14
Mar10

Hoje rendo-me ao nosso VERDE


Hoje rendo-me ao nosso verde.

 

Nunca faço uma viagem, por pequena que seja, sem uma máquina fotográfica, não só pelo gosto de fazer o registo por onde se vai passando e conhecendo, mas também com a esperança de encontrar bons motivos fotográficos que me permitam momentos de apreciação futuros. Às vezes, até encontro motivos interessantes ou, pelo menos, diferentes daqueles que habitualmente encontro por cá.  Quanto mais conheço e viajo, mais me dou conta de que afinal, para fotografias interessantes, não preciso de sair de Chaves, do concelho, da região ou de Portugal, pois dentro do nosso pequeno território temos de tudo que há de interesse e de interessante para fotografar e, com uma diversidade quase inesgotável. Mar, vales, Rios e montanhas, rural e urbano, história e modernidades, riqueza e pobreza, folclore, glamour  e luzes da ribalta…talvez nos falte um bocadinho de selva, mas se a procurar-mos, também a encontramos, quer no seu ambiente quer mesmo nas cidades…

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Couto de Ervededo

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Infelizmente vai sendo uma riqueza que temos e que pouco sabemos explorar, principalmente hoje em dia, na era digital, em que cada pessoa é um fotógrafo em potência e digo infelizmente, porque pouco cuidamos e sabemos cuidar daquilo que temos de bom, do melhor.

 

Ardem-nos as florestas e não há políticas eficazes e sustentáveis para a reflorestação, tal como não há políticas interessadas, acertadas e sustentadas para o repovoamento, para combater a desertificação, para proteger o património histórico, arquitectónico arquitetónico e tradicional, para  poupar o nosso verde e azul, para preservar o nosso folclore, usos, costumes e até a gastronomia feita com produtos genuínos e de qualidade. Esquecemos o que temos de melhor, o passado com que poderíamos fazer o futuro e cedemos irresponsavelmente ao fácil e ao breve de políticas irresponsáveis e subsidiadas, pois hoje em vez de se atacar o cerne do problema, subsidia-se, ou seja, prolongam-se letargicamente os problemas sem os resolver.

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Vila Verde de Oura

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Hoje deixo-vos imagens do nosso verde que cada vez abunda menos e, temos pena. Pena por os responsáveis (leia-se politicas e políticos que as fazem) andarem entretidos com modernidades, negócios e outros devaneios e, no nosso caso em particular, deixarem esquecido aquilo que temos de melhor, ou seja, as coisas nobres da nossa ruralidade e simplicidade com tudo que a elas tem associada, sem esquecer todo um património natural, histórico, arquitectónico arquitetónico e urbano que está à beira da agonia final e de se perder para sempre.

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Santiago do Monte

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Para salvar a nossa ruralidade e o nosso património, é necessário descer a ela(e), ter orgulho dela(e) e sem vergonha, deixar a gravata de lado, arregaçar as mangas e transpirar um bocadinho por quem um dia transpirou por eles…enfim, assumir as faces rosadas das origens que só nos ficam bem, isto, se quisermos  preservar aquilo que temos de melhor – o nosso património e identidade.

 

Eu voto no verde dos campos, no azul das montanhas e do mar, na transparência dos rios, nas faces rosadas, queimadas do sol e quero que a modernidade subsidiada, irresponsável e iluminada se …

 

Até amanhã!

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