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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

18
Jan12

Crónicas Ocasionais - Malvados


 

 

“MALVADOS!”



Não só os mais novos, mas, especialmente, “os mais velhos”, aqueles que nasceram, cresceram e “passaram as passas do Algarve” antes do “25 de Abril”, estão assombrados com o estado a que chegou o nosso País e, fatalmente, cada um de nós.

“Os mais velhos”, quando novos, sonhavam e viviam na esperança da Liberdade.

Nesta, entre outras conquistas, procuravam a da Justiça.

Aprisionados na miséria salazarenta, “os mais velhos” sonhavam e lutavam por uma Liberdade com paz e pão.

Em “25 de Abril” abriram-se as portas dessas prisões.

Mas ao Povo Português aconteceu o mesmo que a Tales: de tanto olhar o céu, ao caminhar, caiu num precipício; tem descuidado demasiado o «número de estúpidos em circulação», especialmente nos claustros de conventos e convenções da politiquice nacional.

E, quando os tratantes desse número se combinam e conluiam, o impacto das suas asneiras e cretinices é monstruoso.

A história recente tem confirmado que o «aparelho do poder tende a colocar gente da pior espécie, os malvados, no topo da pirâmide». E estes, «Os Malvados», por sua vez, a «afastar o mais que podem a competência e a inteligência».

Para a cambada que nos tem governado, desde que os seus negócios, interesses e golpadas estejam salvaguardados, pouco ou nada lhes importam os protestos ou os direitos daqueles que vitimam.

Todavia, assiste-se a um comportamento, que até parece estranho, por parte dos Portugueses. – gritam “Liberdade” em S. Mamede, em 1128; em Aljubarrota, em 1385; em Lisboa, em 1640 e em 1910; por todo o Portugal, em 1974, mas logo se escondem dela.

A Liberdade traz consigo o peso da Responsabilidade. E esta é-lhes medonha.

Assim, logo se resignam e abandonam a astutos megalómanos e estupores o cuidado de pensar e decidir os seus anseios e destinos. Acomodam-se à condição de «partidários» ou sequazes.

Desta maneira, tudo fica maias fácil para que cretinos, impostores, aldrabões, vigaristas, hipócritas, fementidos, capadócios, farsolas, pirangueiros e traidores “levem a sua avante”.

Hoje, estamos perante um Governo que se regozija e pavoneia menos pelo que faz  e mais pelas maldades e sofrimento a que sujeitam os cidadãos.

MALVADOS?!

Sim!

E VELHACOS!!!

Governantes que se demitem da responsabilidade que assumiram perante os seus eleitores e todos os compatriotas e favoreçam obscuros interesses de estranhos e estrangeiros perdem todo o direito de serem respeitados.

Hoje, estamos perante um Governo que “ataca inocentes para salvar culpados”!

Portugal, em vez de estadistas, tem apenas políticos imorais.

 
 
Luís Fernandes


24
Jan11

Crónicas Ocasionais - " ... ou da Meca dos Chouribebes"


 

 

 

“…ou da Meca dos Chouribebes”

 


A NORMANDIA TAMEGANA (para os mais apressados nas leituras esclarecemos que este é o nome que criámos e preferimos para o “Alto Tâmega”) é rica e cheia de preciosidades   - no património Histórico-cultural, na multiplicidade de quadros da Natureza,  nas matizes multicoloridas dos seus céus, na “bendição” (bênção”) dos imensos frutos da sua terra, e na grandeza de alma das suas Gentes.

 

Ninguém  ama com tanta paixão, ninguém sofre com tanta saudade, como um TRANSMONTANO e, em especial, como um NORMANDO TAMEGANO.


…. “Porque és Tu A NOSSA TERRA”!

 

Assim  a cantamos e celebramos na corrente de uma lágrima, sempre teimosa em orvalhar-nos o olhar e a afogar-nos o coração.

 

Já o dissemos, porque o sentimos e o vivemos, que essa TORRE DE MENAGEM é o ponto cardeal de referência de todos esses Lugares, Aldeias, Vilas e Cidades que se albergam na NORAMANDIA TAMEGANA.

 

 

 

 

Por isso, quando nos lembram, sempre que nos falam, de Tourém ou de Salto, da Venda Nova ou de Mourilhe; de Atilhó ou de Torneiros, de Pinho ou de Serraquinhos;   de Canedo e de Santo Aleixo,  de Agunchos,  de Alvadia ou de Penalonga; de Vilarandelo ou de Lebução, de Sonim ou de Águas Revés e de Carrazedo de Montenegro; do Peto de Lagarelhos ou do Cambedo, de Stª Cruz da Castanheira ou de Vilela do Tâmega; do Castelo de Monforte ou do Castelo de Montalegre; do Castro de Curalha ou do Castro de Carvalhelhos; da Srª da Livração, da Srª da Guia e da Srª da Saúde, de Valpaços, ou da Srª da Saúde de Agostém;  da Srª das Brotas, dentro da Fortaleza; do Sr. da Piedade (na Meca dos Chouribebes), ou do Senhor do Monte e do S. Caetano;  do Museu de Fornos do Pinhal, ou do Centro de Artes Nadir Afonso; da Pedra da Bolideira ou da Pedra de Pevide; dos penedos da Mijareta, ou dos lagares na pedra, nos cabeços de Santa Valha; da Srª da Azinheira ou a Capela do Anjo da Guarda (Lebução); das Trutas do Beça e do Mente, ou das Bogas do Rabaçal ou de Paradela; da Sêmea de Lebução e do trigo de 4 cantos, de Faiões, ou da bica de manteiga de Barroso e da costeleta de vitela, do mesmo sítio; do cabrito de Macieira ou da Padrela, ou do cordeiro de Castelões; da «pinga» de Sonim ou de Anelhe, ou de «Balcerdeira» e de Asnela;  do fumeiro de qualquer dessas ALDEIAS, dos grelos da Gaiteira, do Azeite de Valpaços, da aguardente de Merogos, de S. Lourenço; do mel de Boticas; das chegas de touros; d’“O Desportivo”, do Atlético ou do Flávia ; do padre Fontes e Mons. Alves da Cunha; dos «Pardais», dos «Canários» e do «Calypso»; das Verbenas, no Jardim Público; da Feira dos Santos; da bruxa de Escarei ou da bruxa de Amoinha; do Café e do Livro “Terra Fria”; do «Jardelino» e da «Soreta»; do «Pàraqueto», do «Jorge», do Central ou do Ibéria; por isso, quando nos lembram,  sempre que nos falam, dos signos e dos símbolos, dos mitos e dos deuses, dos santos e heróis da NOSSA TERRA, prestamos atenção, escutamos com interesse, e exultamos de emoção.

 

Terra de tesouros , é tempo de cessar de ser maltratada e posta «à margem»!

 

 

Tupamaro

 


22
Dez10

Crónicas Ocasionais - Pedincheiros & Putanhintes


 

 

.

 

“PEDINCHEIROS   &   PUTANHINTES”

 

 

Na época do Natal, que antigamente durava uma semana antes do NOITE DE CONSOADA e terminava   -   depois de cantadas umas boas “Janeiras” às portas (e Adegas) dos bons amigos!)   -   no dia seguinte à Noite do CANTAR DOS REIS, notava-se uma especial alegria entre todas as pessoas, da ALDEIA ou da CIDADE, pois a tradicional celebração do nascimento de (um tal) Menino Jesus era como um lufo de esperança de dias melhores, na saúde, no trabalho, nas colheitas e em todos os amores, no Ano Novo logo se seguia.

 

Ia-se a Feces buscar o Polvo e «o trigo (ou cacête» para as rabanadas.

 

E junto ao «Pinheirinho de Natal», a proteger o Presépio, feito com musgo arranjado em entusiasmadas e selectivas buscas pelos muros e chão dos pinhais, só a miudagem punha o sapatinho, a soca ou o soquinho (alguma, as alpergatas) para a recolha das prendinhas do Menino Jesus.

 

As Avós, as Mães, as Tias, as Primas, as Madrinhas, as Irmãs mais velhas lá davam uma filhó a provar, ou faziam que ralhavam deixando roubar um bolinho de bacalhau.

 

Ah! Nesse tempo era o verdadeiro tempo dos verdadeiros «bolinhos de bacalhau«!


Oh! Se eram!

 

E logo à saída da Missa do Galo - a da Meia-Noite   -   se começava a cumprimentar, APRESSADAMENTE, toda a gente, dizendo:

 

- “BOAS FESTAS, M’ HÁ -DES DARE OS REIS!”


Depois chegou «rápido e depressa», quase sem se dar por ela, a modernidade e as modernices.

 

As cores e as luzes de fora e lá de fora, num repente, ensombraram as cores e as luzes de dentro e de cá de dentro.

 

O Natal, a Feira do Natal, começa logo mal acaba a Feira dos Santos.

 

Jornais, Revistas, Rádios, Televisões, Panfletos, Montras e Espectáculos deram um pontapé no cu do Menino e promoveram a “Rei da Festa” um palhaço vestido de vermelho e com um carapuço à tralaró, a meter-se pelos olhos dentro a torto e a direito, sem pedir licença a ninguém, e com toda a habilidade, mezinha e falcatrua do mais refinado «mãos-leves» fazendo «buracos financeiros» na bebedeira consumista do Zé Pagode e «enchendo a mula» aos «agentes económicos», aos virtuosos do «empreend’dorismo», e aos sagazes subversores da”Hierarquia das Necessidades .

 

 

 

Na época dos «Bens coloridos: laranja, amarelo e vermelho», com moda copiada para os «avisos» de Altas Autoridades Da Meteorologia e Afins, crescem, de ano para ano, as hordas de PEDINCHEIROS a atravancarem as Entradas dos mini, super e hipermercados; as portas dos Hospitais Centrais, das UBS’s, UFB’s  -   Salvam-se as U P S’S    -     pudera!; as portas de Centros de Óptica, das Estações dos Correios, de Capelas e Igrejas; atrapalhando o trânsito regulado por semáforos, «chateando» condutores, passageiros e peões; entrando de enxurrada nos «Cafés» a pôr em cima das mesas, malcriadamente, uns papeluchos, com imagens de «santinhos» ou duas tretas dactilografadas, à chegada, e ditando o custo, insultuoso, à partida.

 

Todos os Balcões de «Pão-Quente» exibem uma caixinha com ranhura a sublinhar uns gatafunhos a quererem dizer : “…rinhónho, …Boas Festas”

E a última novidade que nos foi revelada aconteceu com mais espanto do que um milagre de Santa Isabel:

 

- Entrámos numa Loja de Télélés para fazer um carregamento.

 

Entregue a nota, a «menina» passa-nos o recibo e ordena:

 

- «Já agora, “faxavor» de meter VINTE (20) cêntimos aqui na caixinha, que é para nós”!

 

Despertámos!

 

Para além do cinismo do Presidente da República e do Primeiro Ministro, ao virem manifestar a sua preocupação com a Pobreza, desde pequeninos (claro que «Parvos (latinos)» como são, tratam «A piolheira» como micróbios!), deparámos    - com licença dos verdadeiros, autênticos e reais putanheiros e pedintes    -   com o novo reino dos PEDINCHEIROS E PUTANHINTES!

 

“Homesta porra”!!!



Luís Fernandes

 

 


 

17
Dez10

Crónicas Ocasionais - Angola é nossa!


 

 

.

 

ANGOLA  É  NOSSA!”


 

17 de Dezembro de 1(.)96………!


Ainda a noite mal anunciava a madrugada, o navio Vera Cruz ia-se enchendo de almas penadas, para serem levadas aos infernos do «Ultramar Português».


O Comando Supremo das Forças Armadas, levado pelo seu elevado sentido estratégico, montou no cais de Alcântara um arquipélago de gulag” para alguns familiares, poucos amigos e imensas apaixonadas daqueles que iam partir.


Levantadas as escadas, a chaminé do navio soltou uma grossa e imponente golfada de fumo negro que se apagou só quando o silvo do sinal de partida bateu no céu.


O nevoeiro cerrava-se cada vez mais. E a lentidão com que a nau se afastava do cais pareceu ser empurrada com a força da pesada nuvem.


Da amurada, pareceu-nos ficar a ver fantasmas, medonhos, a gritar e a bracejar, a afogarem-se.


Ao nosso lado, uns cobardolas cretinos ameaçavam atirar-se borda fora prometendo cair nos braços das putas que ali vieram gritar o contentamento de se verem livres deles.


Vencida a barra, os chorões e os desesperados depressa esqueceram a saudade ou a tristeza, e instalaram-se nas mesas dos salões «a batê-las».


Ao almoço já parecia estar-se na Srª da Saúde,  na Srª da Livração ou no S. Caetano.


E o «caralho» era o deus omnipresente em toda e qualquer oportunidade de abrirem a boca!


Enquanto o navio cortava a linha do Equador, a amurada ia-se enchendo de gargantudos guerreiros a lançarem golfadas de bravuras estomacais pela borda fora.


S. Gregório nunca fora tão festejado!


O Natal foi passado no mar alto.


Na noite de Consoada, «O Conjunto» do navio - nada que se comparasse com o «Calypso» das Verbenas do Jardim Público (quando este era Jardim e tinha público!) de CHAVES - tocou umas modas e repetiu as «QUEZARDAS de MONTI» … porque um «maçarico» da Trafaria quis-se dar ares de «lisvoeta».


Um, ou outro, demorou-se no convés, a contemplar o portão de entrada em África - a Baía de Luanda!


Do barco ao Grafanil nem se soube como lá se chegou.


Pouco importava.


As visitas solenes à catedral da CUCA e da NOCAL mataram a sede às saudades dos saudosos e fizeram nascer gigantes entusiasmos para se cumprir «a missão» - todos iam em «comissão»!


E, depois de apanhado o travo da Cuca ou da Nocal, lá seguiram, uns e outros, para «o destino», algures naquela imensa Angola.


Poucas semanas passaram para que toda aquela maralha fosse posta a «olhar para o passarinho», com aprumo e asseio encomendados, o «brilhozinho nos olhos», a dentuça abrilhantada na hora, e a dizer:

 

-“…….rinhónhó, rinhónhó”, e “Adeus até ao meu regresso”     - sem vírgula no adeus.


 

Um, ou outro, não se prestou à cena.


Mas que outras cenas se deram por lá!


E por cá!


Alguns deixaram lá o corpo e a alma.


Outros trouxeram só o corpo defunto.


Alguns chegaram decepados.


Muitos de vós, com medalhas ao peito.


Um, ou outro, passa, ou passou, a vida com medalhas no coração e cicatrizes na mente.


Depois, acabou o «Ultramar Português»!


Mas todos LÁ deixaram um pedaço, maior ou não tão grande, do coração!


De um, ou outro, - ou de (quase) todos - ANGOLA será sempre NOSSA!

 

 

Tupamaro


 

13
Out10

Crónicas Ocasionais


 

.

 

Uma oração sofridamente fodida…


 

Texto de João Madureira

Blog terçOLHO

 

 

Foda-se, está tudo incompleto. Está tudo incompleto. Foda-se. A vida está irremediavelmente incompleta. Dizem que a vida se completa na morte. Ora foda-se, a vida é o contrário da morte. E a morte é o contrário da vida. E o contrário do contrário é a origem da vida. Não há dicotomia mais absurda. Para além de tudo, Deus fez da morte a sua vingança. Deixemos a ergonomia de Deus em paz. Deixemos a insolvência da eternidade em paz. Deixemos a economia das almas em paz. Deixemos o desespero da paz em paz. Deixemos todas as desilusões em paz. Deixemos a santíssima trindade em paz. Deixemos a guerra em paz. Deixemos a guerra em paz. Deixemos a guerra em paz. Deixemos em paz a brutalidade inusual de um coito severo. Deixemos em paz a virtude de um orgasmo múltiplo e de uma ejaculação precoce. Deixemos em paz as raras ejaculações tardias e os orgasmos funcionais. Deixemos definitivamente em paz a fertilização em vítreo. Deus, dizem os profetas, quis a vontade dominada pela crença. Deus, dizem os teólogos encartados, quis os homens dominados e santos e responsáveis e obedientes e respeitadores e simples e inteligentemente obsessivos pelos gestos simbólicos da abdicação. Deus quer existir na dissidência humana da vacuidade. Deus é um momento eterno. Deus deixou de ser verdadeiro a partir do momento em que me fez mortal. Deus teve o descaramento de se travestir de serpente. Foda-se, Deus teve de se disfarçar de animal rastejante para nos condenar à condição humana. Deus não desiste da paz em favor da guerra nem da guerra a favor da paz. Deus não desiste da necessidade urgente de ser uma desilusão cada vez mais urgente e insurgente e insolvente e incipiente. Deus fodeu-nos definitivamente a vida eterna afirmando com língua de fogo que era isso que nos oferecia em troca de lhe sermos fiéis. E se há coisa que seja verdadeiramente humana é que os homens são féis a Deus. Muito mais fiéis que Deus o é em relação aos homens e à sua nua humanidade. O Deus de todas as coisas é cada vez mais um Deus de coisa nenhuma.

 

 

 

 

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