Alminhas e Cruzeiros

Cruzeiro das Eiras

Nesta rubrica das alminhas …. Hoje deixo-vos três cruzeiros, poderiam ser outros, mas são estes, apenas pelas suas características e singularidades. O cruzeiro das Eiras, pela sua singularidade e por ser apontado como um dos mais antigos, o de Castelões pelo seu colorido e toda a arte naif a sobressair e por último o de Oura, um dos mais elaborados do concelho de Chaves. Fica também um pouco da história dos Cruzeiros de Portugal.

Cruzeiro de Castelões
Os Cruzeiros surgem ligados à cruz dos cristãos. São símbolos da crença de um povo, marcos apontados à fé dos caminheiros e de todos aqueles que os veneram, marcando a fé dos que os erigiram como promessa.
São padrões da cristandade, e em terra cristã é símbolo de crença e respeito para as povoações. Estes reduzem-se à maior simplicidade, ou aprimoram a feição artística de granito rude, ao mármore fino, imagem de Cristo pintada ou esculpida, em alto-relevo ou em pleno corpo.

Cruzeiro de Castelões
Com a Contra Reforma religiosa valorizou-se ainda mais a existência do purgatório, assim como o uso de indulgências para redimir a pena por pecados cometidos. Isto originou a que fossem edificados muitos cruzeiros para obterem em vida alguns méritos para o momento da morte.

Cruzeiro de Castelões
Os cruzeiros têm aquela rara e única beleza que a alma lhes dá e os olhos não conseguem vislumbrar e que só a fé faz ver. Estão colocados nas bermas dos caminhos, nas praças, no alto dos montes, perto das povoações ou isoladas, no adro de igrejas, ou em encruzilhadas, praças, cemitérios.

Cruzeiro de Castelões
Os cruzeiros representam o espírito popular da devoção religiosa. Contudo, nem sempre esta causa foi determinante para a sua construção, pois muitos serviram para marcar acontecimentos de pendores variados e para proteger contra influências maléficas e feitiçarias, os caminhos, as encruzilhadas e os largos das aldeias, significando proteção para a população.

Cruzeiro de Oura
Por trás de cada cruzeiro existe uma história relacionada com uma situação triste ou dramática, assim como uma profunda devoção.
Os cruzeiros que se encontram nos adros das igrejas tinham e têm como fim santificar esses espaços. Para esta santificação são determinantes as procissões que percorrem o perímetro da igreja.

Cruzeiro de Oura
Os que se localizam nas encruzilhadas tinham como função cristianizar um local entendido como maléfico pelo povo, pois aí pensa-se que se realizavam rituais pagãos.
Os cruzeiros dominam e protegem os campos. Recordam epidemias, assinalam momentos históricos, pedem orações e sufrágios e servem de padrões paroquiais nos adros das igrejas e capelas.

Cruzeiro de Oura
Normalmente não têm grande valor histórico e artístico, contudo há alguns que são bons exemplares, bem desenhados e esculpidos. Há inscrições comemorativas que distinguem muitos deles.
Constituem ótimos elementos para o estudo das crenças, dos costumes, qualidades e tendências artísticas de um povo, nas várias épocas da sua história.

O cruzeiro é uma forma de oração, um convite à reflexão, como um catecismo de pedra que nos introduz nos permanentes mistérios que movem filósofos, artistas e poetas: o enigma da origem da vida, a morte e o mundo.
Cada cruzeiro tem uma história muito particular que, em muitos casos, deveria ser inserida nos conjuntos paroquiais, tão pouco estudados: igreja, adro, cemitério, ossário e casa paroquial.
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