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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

01
Mar19

Alminhas e Cruzeiros


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Cruzeiro das Eiras

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Nesta rubrica das alminhas …. Hoje deixo-vos três cruzeiros, poderiam ser outros, mas são estes, apenas pelas suas características e singularidades. O cruzeiro das Eiras, pela sua singularidade e por ser apontado como um dos mais antigos, o de Castelões pelo seu colorido e toda a arte naif a sobressair e por último o de Oura, um dos mais elaborados do concelho de Chaves. Fica também um pouco da história dos Cruzeiros de Portugal.

 

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Cruzeiro de Castelões

Os Cruzeiros surgem ligados à cruz dos cristãos. São símbolos da crença de um povo, marcos apontados à fé dos caminheiros e de todos aqueles que os veneram, marcando a fé dos que os erigiram como promessa.

 

São padrões da cristandade, e em terra cristã é símbolo de crença e respeito para as povoações. Estes reduzem-se à maior simplicidade, ou  aprimoram a feição artística de granito rude, ao mármore fino, imagem de Cristo pintada ou esculpida, em alto-relevo ou em pleno corpo.

 

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Cruzeiro de Castelões

Com a Contra Reforma religiosa valorizou-se ainda mais a existência do purgatório, assim como o uso de indulgências para redimir a pena por pecados cometidos. Isto originou a que fossem edificados muitos cruzeiros para obterem em vida alguns méritos para o momento da morte.

 

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Cruzeiro de Castelões

Os cruzeiros têm aquela rara e única beleza que a alma lhes dá e os olhos não conseguem vislumbrar e que só a fé faz ver. Estão colocados nas bermas dos caminhos, nas praças, no alto dos montes, perto das povoações ou isoladas, no adro de igrejas, ou em encruzilhadas, praças, cemitérios.

 

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Cruzeiro de Castelões

Os cruzeiros representam o espírito popular da devoção religiosa. Contudo, nem sempre esta causa foi determinante para a sua construção, pois muitos serviram para marcar acontecimentos de pendores variados e para proteger contra influências maléficas e feitiçarias, os caminhos, as encruzilhadas e os largos das aldeias, significando proteção para a população.

 

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Cruzeiro de Oura

Por trás de cada cruzeiro existe uma história relacionada com uma situação triste ou dramática, assim como uma profunda devoção.

 

Os cruzeiros que se encontram nos adros das igrejas tinham e têm como fim santificar esses espaços. Para esta santificação são determinantes as procissões que percorrem o perímetro da igreja.

 

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Cruzeiro de Oura

Os que se localizam nas encruzilhadas tinham como função cristianizar um local entendido como maléfico pelo povo, pois aí pensa-se que se realizavam rituais pagãos.

Os cruzeiros dominam e protegem os campos. Recordam epidemias, assinalam momentos históricos, pedem orações e sufrágios e servem de padrões paroquiais nos adros das igrejas e capelas.

 

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Cruzeiro de Oura

Normalmente não têm grande valor histórico e artístico, contudo há alguns que são bons exemplares, bem desenhados e esculpidos. Há inscrições comemorativas que distinguem muitos deles.

 

Constituem ótimos elementos para o estudo das crenças, dos costumes, qualidades e tendências artísticas de um povo, nas várias épocas da sua história.

 

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O cruzeiro é uma forma de oração, um convite à reflexão, como um catecismo de pedra que nos introduz nos permanentes mistérios que movem filósofos, artistas e poetas: o enigma da origem da vida, a morte e o mundo.

 

Cada cruzeiro tem uma história muito particular que, em muitos casos, deveria ser inserida nos conjuntos paroquiais, tão pouco estudados: igreja, adro, cemitério, ossário e casa paroquial.

 

 

 

Webgrafia

http://museuvirtual.activa-manteigas.com/index.php/places/cruzeiros-3/cruzeiros-historia-e-sua-origem/

 

 

 

15
Fev19

Alminhas e Cruzeiros


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Pormenor das alminhas em Seara Velha - Chaves

 

Tal como prometido, cá estamos com mais alminhas, e hoje também cruzeiros.

 

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Cruzeiro e alminhas em Sanfins da Castanheira - Chaves

 

Alminhas e cruzeiros que às vezes aparecem no mesmo cruzamento de caminhos, tal como acontece num cruzamento da aldeia de Sanfins da Castanheira, em Chaves.

 

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Cruzeiro e alminhas, numa única peça, em Seara Velha - Chaves

 

Ou então, mais raro, na mesma construção, ou seja, cruzeiro e alminhas juntos, como é o caso desta última imagem num cruzamento de Seara Velha, também no concelho de Chaves.

 

 

05
Fev19

Alminhas, nichos, cruzeiros e afins!


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Alminhas, Nichos, Cruzeiros e Afins

 

O professor de História e investigador António Matias Coelho, afirma que  "As alminhas são uma criação genuinamente portuguesa e não há sinais de haver este tipo de representação das almas do Purgatório, pedindo para os vivos se lembrarem delas para poderem purificar e "subir" até ao Céu, em mais lado nenhum do mundo a não ser em Portugal". Daí, a par do bacalhau ou da sardinha, da Nossa Senhora de Fátima, do fado, do vinho do Porto, da saudade, do galo de Barcelos, do Zé Povinho, entre mais algumas coisas, as alminhas também serem consideradas um traço da cultura portuguesa, isto é, que tem a marca Portugal e que contribui para a definição do ser português, são coisas só nossas, genuinamente portuguesas.

 

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Já há muito que sou um apaixonado pelas alminhas, primeiro, em criança, por uma certa dose de curiosidade, mistério, medo e respeito, talvez por aparecerem em locais onde menos se esperam, alguns mesmo insólitos.

 

Mas também as mensagens que por vezes aparecem ligadas às alminhas e o temor a Deus que nós era incutido desde criança, o ter de se sofrer na vida terrena para merecer o céu, coisas que mesmo não deixando marca, deixam mossa, avivaram ainda mais o meu interesse e curiosidade pelas alminhas, mesmo antes de saber o seu significado.

 

Ó VÓS QUE IDES PASSANDO, LEMBRAI-VOS DE NÓS, QUE ESTAMOS PENANDO.

 

As imagens das alminhas, representam almas de defuntos no purgatório a suplicarem a quem por elas passa, rezas e esmolas para as suas almas poderem chegar ao céu. Com todo o respeito, isto aliado a alguma imaginação e falta de cultura, arrepia e faz pensar quem passa por elas, principalmente quando às vezes, ainda inscrevem nas alminhas:

 

Ó tu mortal que me vês

Repara bem como estou

Eu já fui o que tu és

 E tu serás o que eu sou.

 

Estes pequenos monumentos começaram a ser construídos em Portugal na idade média, na sequência do Consílio de Trento (1545-1563).

 

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Segundo António Matias Coelho:

"No cristianismo primitivo só havia Céu e Inferno, a ideia do Purgatório só surgiu na Idade Média, quando a Igreja, na sequência do Concílio de Trento de 1563, o impõe como dogma, numa lógica de resposta católica à Reforma levada a cabo pelos protestantes. Passava assim a haver um estado intermédio para as almas das pessoas que faleciam. E em vez do dualismo do Céu, para os bons, e do Inferno, para os impuros, criou-se um estado intermédio, um local onde durante algum tempo as almas ficariam a purificar.

 

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"É na sequência do Concílio de Trento que são criadas as Confrarias das Almas, como forma de institucionalizar a crença no Purgatório e impor a convicção de que as almas dos mortos sairiam tanto mais cedo do Purgatório quanto mais orações e esmolas fossem feitas pelos vivos. Aliás, tudo dependia dos vivos, unicamente a eles competia sufragar as almas que esperavam pela purificação"

 

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O povo português que até à primeira república viveu maioritariamente na ignorância, onde 76,1% da população era analfabeta sem saber ler ou escrever, orientados pela fé na Igreja Católica, penso eu que interpretou o resultante do Concílio de Trento à sua maneira, e na ânsia de ajudar os seus mortos a sair do purgatório, botou-se a construir estes pequenos monumentos junto aos caminhos rurais, nas encruzilhadas e por onde as pessoas tinham de passar, para as lembrar das almas penantes no purgatório.

 

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Hoje em dia as antigas alminhas vão continuando nos sítios onde as construíram, já raras são, pelo menos as mais isoladas,  as que recebem uma vela acesa, uma lamparina de azeite, umas jarras de flores ou simplesmente flores, um Pai Nosso e uma Ave Maria, o parar, o curvar-se perante elas, o tirar o chapéu, boina ou barrete quando se passa junto a elas, o benzer-se. Este tipo de alminhas, tal como os antigos cruzeiros nas encruzilhadas dos caminhos, há muito que deixaram  de se  construir, no entanto, continuam a erguer-se outro tipo de alminhas ou sinais religiosos, junto às estradas, caminhos ou onde ocorreram mortes vítimas de acidentes de viação, de mortes (homicídios)  por ajustes de contas, por ciúme ou amores mal resolvidos, por desaparecimentos. A par destes sinais, cada vez mais vão sendo mais populares pequenos “santuários” erguidos a Nossa Senhora de Fátima ou outras Santas e Santos da fé de cada um. São as novas alminhas de Portugal, agora não para rezar pelas almas penadas do purgatório, mas por cada um, pelos seus, às vezes pelos outros e por todos. É a fé, o que me traz mais uma vez uma passagem do Diário de Torga:

 

“Que povo este! Fazem-lhe tudo, tiram-lhe tudo, negam-lhe tudo, e continua a ajoelhar-se quando passa a procissão”.

 

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Pois por esta nova rubrica que nasce hoje aqui e que irá ter dia certo todas as sextas-feiras, irão passar os registos que vou fazendo de alminhas, cruzeiros, nichos e afins. Alguns mais interessantes que outros, alguns autênticas obras de arte, mas o contrário também a acontecer, alguns bem curiosos, outros nem tanto, mas apenas em imagem, ou com poucas palavras, será mais uma mostra do que vou encontrando por onde passo para a minha coleção de alminhas. Hoje ficam já alguns exemplos, pois oficialmente esta rúbrica só começará na próxima sexta-feira, talvez a par de um blog com o mesmo nome, só dedicado a alminhas, cruzeiros, nichos e afins.

 

 

01
Fev09

Pelourinhos, fios azuis, ventos, chuvas, neves e trovoadas


Entre freguesias rurais e aldeias e o post de segunda-feira, há tempo ainda para vir por aqui deixar algumas novidades da blogosfera flaviense, com mais dois blogs temáticos e um terceiro que bem se pode considerar de utilidade pública.

 

Depois do  nosso conhecido  blog pioneiro dos temáticos  o “Cancelas”, apareceu o “ Vinhas de Chaves”, seguiu-se o  “Chaminés” , o “Capas & Companhia”, o “ Mapas de Chaves”  todos made in Chaves ou com autores flavienses.  Desde Alfândega da Fé, uma amiga da blogosfera flaviense traz à NET as “Fontes e Fontanários” e muitos mais haverá por aí que a falta de tempo não me deixa descobrir.

Blogs  tão saudáveis como interessantes  estes de aliar a fotografia, ou imagem,  a um tema que nos é querido e que promete cada vez mais ganhar adeptos,. Pois acabam de surgir mais dois blogs temáticos  made in Chaves.

O primeiro dá pelo nome de “Cruzeiros e Pelourinhos”  é de autoria de Albano do Nascimento e promete trazer à NET tudo que é cruzeiros  e pelourinhos, de Chaves e outros locais.

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O segundo é o  “Fio Azul”, mais um  filho cá da casa, talvez uma nóia pelo fio azul que insiste em ficar em tudo que é fotografia do nosso mundo rural. É o emplastro dos fios, é azul, multi-funções e é o melhor.

 

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Mas como dois são poucos, fica mais um que há muito deveria ter anunciado aqui, não só por ser de autoria de mais um flaviense de Paradela de Monforte, o Márcio Santos, mas também pela utilidade que dele podemos tirar com as previsões meteorológicas do tempo para Chaves e para o Norte. Previsões que se tornam reais ou que costumam andar muito próximas da realidade e que fazem com que o link na barra lateral nos Blogs de utilidade Pública.

Meteo Norte, é este o blog das previsões do tempo para Chaves, de Márcio Santos, nome já nosso conhecido por ser também co-autor do blog Paradela de Monforte.

Pois enquanto por aqui não aparece mais uma aldeia de Chaves, deixo-lhe estas dicas de novos espaços na NET para visitar.

 

 

 

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