Devaneios com um contributo para a História de Camões e D. Sebastião
Nos últimos anos do Liceu, para fugir às físicas e matemáticas, que davam muito trabalho, decidi-me pela história, que embora até a achasse chata e desinteressante, sempre se podia aviar com alguma atenção nas aulas e umas poucas noite de marranço. E assim seria se, já na altura, eu não gostasse da noite e as aulas fossem interessantes, mas não, as aulas davam sonolência e eram mesmo chatas, claro que, os resultados foram aquilo que foram o que até nem interessa para aqui, no entanto, sempre fui aprendendo alguma coisita, aliás, penso que só foi mesmo uma coisa que registei para todo o sempre, a de que a história tem sempre várias versões, o que é verdade, pois ao longa da vida tenho vindo a descobrir que muito daquilo que nos primeiros anos de estudo e de liceu nos ensinaram da nossa história, não passavam de mentiras, mas, embora isso, há muitos mitos que perduram e mentiras que, por mais desmontadas que elas sejam, continuam a ser impingidas e às quais os do costume lançam mão sempre que é conveniente, uma delas tem a ver com o Camões e a sua origem, e local de nascença, que por conveniência se vai mantendo em local incerto. Ora por cá todos sabemos que o Camões é de Vilar de Nantes, terra de seu avô, de seu pai e dele também, pois todos sabemos que em geral há sempre três gerações que nascem sempre na mesma terra, aliás até há pouco tempo, antes dos lares de terceira idade virarem a negócio, era habitual essas três gerações viverem debaixo do mesmo teto. É certo que Camões era conhecido em Lisboa e por lá passava umas temporadas, mas isso era por causa das amizades, uma delas, a que tinha com o D. Sebastião e dos trocos que este último lhe ia dando para ele viver e escrever umas coisas, aliás D. Sebastião acabaria por morrer também em Vilar de Nantes, vitima de uma trama que os Filipas espanholas lhe montaram após Alcácer-Quibir , e é daí que vem a história de o D. Sebastião se ter perdido no nevoeiro, como todos sabemos, mas não foi no nevoeiro de Marrocos que ele se perdeu, foi, isso sim, no nevoeiro de Chaves , e não se perdeu, mas antes, escondeu-se da perseguição que as Filipas espanholas lhe montaram, que desde que souberam que ele (o D. Sebastião) estava em Vilar de Nantes, onde costumava vir passar um dias com o seu amigo Camões, as Filipas montaram arraiais no Castelo de Monterrey, ali perto de Verin, desde onde se avistava Vilar de Nantes e assim tinham sempre debaixo de olho o D. Sebastião, isto desde que não houvesse nevoeiro. Ora o que não está bem contado na história é como as Filipas espanholas conseguiram eliminar o D. Sebastião, que segundo se comentou na época, teria aparecido morto junto ao castelo de S. Estêvão, onde às vezes costumava pernoitar com o Camões quando à noite vinham de tratar de negócios dali a seguir a Feces de Abajo. Ora o que se sabe é que D. Sebastião morreu em 1578. Pensa-se que Camões teria assistido tudo e fugiu para Lisboa, onde um ano depois, 1579, acabaria também por morrer de forma estranha e um ano depois, 1580, viria também a morrer em Almeirim o Cardeal D. Henrique que tinha sucedido a D. Sebastião. Três mortes estranhas em três anos consecutivos antes das Filipas espanholas tomarem Portugal. Estranho não é!? Ou isto é mentira até me provarem o contrário, ou é verdade e estranho, ou então são os devaneios que costumo ter às quintas-feiras, ou então é da merda dos comprimidos que ando tomar que me deixam fora de mim. Seja como for, faz favor de pensarem no assunto e até amanhã!