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De regresso à cidade a fazer de conta que regresso às aulas*, àquela que foi a minha verdadeira escola, mais conhecida por liceu e ao meu jardim das freiras que hoje é largo. Um regresso à cidade como se fosse um regresso ao passado, ao tempo em que regressava às aulas, num dos dois momentos mais felizes da vida de estudante, que o eram sempre, um primeiro momento no primeiro dia de aulas, talvez por não haver aulas e ser mais rever os colegas dos anos passados, saber quem tínhamos por professores, conhecer novos colegas, tomar conhecimento dos novos horários, e por ser o dia em que o nosso o grupo de amigos de reunia todo, de novo. Quanto ao segundo momento mais feliz da vida de estudante, pelo menos para mim, era o das férias grandes. Claro que durante todo o período de aulas também eramos felizes, mesmo sem então o sabermos. Quanto ao aprender, mesmo parecendo que não, também aprendíamos, às vezes nas aulas outras vezes fora delas. Se o professor fosse bom, aprendíamos sempre, quase bastava estar com atenção nas aulas. Se fosse mau professor, de nada valia a atenção, às vezes mais valia não estar atento e aproveitar a aula para ver o que o livro da disciplina dizia, pois era bem mais proveitoso. Contudo, mesmo sem o sabermos, era nesta escola (liceu) que o nosso futuro estava a ser desenhado, embora influenciado pelo interesse ou não que os professores incutiam a cada disciplina, mas mesmo assim, houve disciplinas, que mesmo não nos servindo para a nossa futura vida laboral, despertaram em nós outros interesses que nos foram acompanhando na vida não profissional, proporcionando-nos alguns hobbies e momentos de ócio e lazer. Lamentar desse tempo, só lamento mesmo nunca ter tido um bom professor em filosofia e física, contudo, agradeço o interesse de algumas disciplinas e outras atividades extra curriculares, que acabaram por servir de base para as profissões que tive e tenho na minha vida laboral, apoiadas, claro, pelas formações específicas e formação contínua (em geral) que vamos tendo ao longo da vida, mesmo aquelas às quais nos aplicamos como autodidatas, pois é bem verdade que o saber não ocupa lugar e por mais inútil que pareça aprender certas coisas, às vezes dá-nos jeito sabê-las, e os canudos também. Assim, remato este regresso à cidade a fazer de conta que é um regresso às aulas para aprender mais qualquer coisinha... que seja.
Uma boa semana.
(*) Por cá, oralmente, dizemos de regresso às "jaulas", ao contrário dos de Lisboa e outros que falam bem e dizem, regresso às "zaulas".