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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

03
Fev22

Reino Maravilhoso - Verin e Eurocidade

Douro e Entre os Montes


VERÍN - EUROCIDADE CHAVES-VERÍN - GALIZA

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Já há algum tempo que não vínhamos aqui com esta rubrica do Reino Maravilhoso – Douro e Entre os Montes que tal como anunciámos desde o início visa ser uma proposta para um dia de passeio a partir da cidade de Chaves, num raio máximo de pouco mais de 100Km de modo a abranger terras a norte do Rio Douro e sua vizinhança, mas também a entrar na Galiza que nos é mais próxima.

 

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Assim, hoje vamos para um passeio aqui à mão de semear, e que embora já na Galiza nem precisamos de sair de casa, isto se em vez de considerarmos a nossa cidade de Chaves no seu conceito histórico, consideramos a nossa cidade ao nível europeu, ou seja a Eurocidade Chaves-Verín, ou seja, vamos até ao lado galego da nossa cidade, até Verín.

 

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Claro que este passeio nem precisa de ser recomendado aos flavienses, pois desde sempre que os flavienses frequentam com regularidade Verín, diria que com uma regularidade diária, mesmo no tempo em que Portugal e Espanha estavam dominados pelas respetivas ditaduras de Salazar e Franco, tal já acontecia, inclusive, havia duas vezes por ano em que a fronteira levantava as suas barreiras para a população, de um e outro lado, passar livremente sem qualquer controle. Tal acontecia por altura da Feira dos Santos em Chaves, e das festas do Lázaro em Verín.

 

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Festas do Lázaro, que penso que ainda se realizam, mas sem a importância de então, pelo menos no levar flavienses até lá. Aos poucos, a festa de Verín passou a ser a festa do Intróido (entrudo/carnaval) e dos cigarróns, que hoje são às centenas e que durante mais de 15 dias levam milhares de pessoas até Verín para desfrutarem e participarem nos vários dias e noites temáticas e respetivos desfiles (noite das comadres, dos compadres, domingo corredoiro, domingo e terça feira de carnaval, etc). Hoje em dia, se ainda existisse fronteira entre as duas localidades, teria de ser nesta altura que elas tinha de abrir livremente.

 

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E o que nos leva até Verín? Ora aquilo que sempre nos levou, ou seja vamos para as suas festas, às compras mas também pela gastronomia ou passeios gastronómicos, ou sejam, as mesmas razões que trazem os de Verín a Chaves.

 

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Continuo a afirmar que este post e passeio não se destina a flavienses, pois esse vão por lá quando precisam ou lhes da na gana. É antes para quem nos visita, para quem visita a cidade histórica de Chaves, saber que tem mais ofertas dentro da nossa Eurocidade Chaves-Verín, com o lado galego a apenas 20km de Chaves, com percurso em autoestrada ou estradas nacionais, bastando seguir a veiga de Chaves ou o rio Tâmega em direção a Norte e/ou nascente, respetivamente.

 

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Em Verín, para além das suas festas de Intróido, recomendamos fora destas, uma visita pelo seu centro histórico, que também o tem, uma visita ao castelo de Monterrei e já que está por lá, embarque numa de provar as suas tapas galegas sem esquecer o pulpo (polvo) à galega. Os vinhos das proximidades também se recomendam.

 

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Assim, se vier com tempo em passeio por Chaves, dedique uma manhã, ou uma tarde ou até o dia todo a um passeio até Verín, e no regresso, aproveite e ateste o depósito do seu popó, que sempre poupa uns euros. Ah! E problemas com a língua, não há, nem vale a pena tentar falar castelhano ou galego, fale-lhes em português corrente que eles entendem-nos perfeitamente.

 

 

Ligações recomendadas:

https://www.visitchavesverin.com/

02
Set21

Reino Maravilhoso - Alberguería (Galiza)

Douro e entre os montes


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Alberguería - Galiza

 

A nossa proposta de hoje para um passeio de um dia no Reino Maravilhoso, ou mesmo uma manhã/tarde, é até Alberguería, aqui ao lado, na vizinha Galiza, a 57 km de distância de Chaves.

 

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E vamos até Alberguería por várias razões e algumas até fortes, isto se tem interesse em saber a origem das coisas, como onde e como nasce um rio, que no caso, até é o também nosso rio Tâmega. Pois é mesmo ao lado desta pequena aldeia galega que nasce o rio Tâmega, lá no alto do monte Talariño, a 975m, onde curiosamente, a umas dezenas de metros da nascente do Tâmega, também a nascem de mais dois rios, o rio Lima e o Arnóia.

 

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Mesmo que, “aprisionado” logo à partida, pois sobre a nascente foi instalada uma captação de água para abastecer a aldeia de Alberguería, podemos também dizer que começa logo a servir as populações por onde passa, e Albergueria não lhe “rouba” assim tanta água, pois estas aldeias galegas,  que culturalmente são verdadeiras irmãs das aldeias transmontanas, também ela sofrem da mesma maleita do despovoamento… mesmo assim, logo à nascença, o rio Tâmega já é um bom rego de água e umas centenas de metros abaixo, já tem o seu primeiro “lago”, que só não é um charco, porque é um rio.

 

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Imagens da nascente do Tâmega, do primeiro troço e do primeiro “lago”

 

Mas Alberguería tem também História secular, tal como o testemunha um monumento colocado num dos largos da aldeia “El Rollo – Pena de Picota”, um símbolo de jurisdição, justiça e castigo, tal como os nossos pelourinhos. Repare-se na imagem (que fica a seguir) como também aqui as aldeias galegas são irmãs das portuguesas, refiro-me ao poste e iluminação pública que com tanto espaço à volta a “EDP” lá do sítio resolveu colocá-lo mesmo ao lado do monumento, tanto que nem sei como é que em vez do poste não colocaram um candeeiro mesmo em cima de “El Rollo”. Enfim, como já estamos habituados, já ninguém estranha… não é!?

 

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Outra razão que nos leva até lá, é a mesma que nos leva à descoberta das nossas aldeias, pois todas elas são interessantes, onde o granito à vista também é rei e senhor nas construções/habitações o que confere a estas aldeias um interesse acrescido.

 

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Por último Alberguería faz parte de um dos Caminhos de Santiago   onde existe um albergue de peregrinos que recolhe e acomoda diariamente nas sua caminhada para Santiago de Compostela. Albergue que tem a curiosidade de a tradição “mandar” a cada peregrino que deixe uma concha de Santiago, inscrita com o nome do peregrino, e assim, por entre milhares de conchas já quase não há espaço nas pareces e teto para mais uma, mas há sempre lugar para mais uma e para todas.

 

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E fico-me por aqui, em razões para ir até Alberguería, num passeio simpático, quase todo feito por estrada num pequeno vale por onde o Rio Tâmega desce até nós e vai recebendo os seus afluentes, alguns bem caudalosos, algumas vezes maiores que o próprio Tâmega. Ainda a caminho, em Tamicelas, dois afluentes entram em simultâneo no Tâmega. Uma viagem cheia de curiosidades para se fazer nas calmas e neste tempo ainda de verão, até pode parar numa das suas praias fluviais.

 

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O caminho para lá chegar, não tem nada que enganar, é partir de Chaves em direção aVerin, depois Verin até Laza  onde, à entrada, encontrará uma série de placas indicativas (que ficaram registadas na fotografia anterior), onde, se repararem, lá está a placa de Albergueria, a indicar para a esquerda, a 13Km. A partir de aqui é só seguir essa estrada que não há mais desvios. ao todo são 57km, 1 hora de viagem. Vai ficar impressionado com o que estrada sobre nos últimos quilómetros antes de chegar a Alberguería, agora pense nos peregrinos que a sobem. Dizem, os que já a subiram, que é um dos troços mais difíceis de fazer em todos os cainhos de Santiago.

 

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E por hoje é tudo neste Reino Maravilhoso que nos rodeia, onde o complicado é só escolher quais os caminhos a trilhar, pois todos eles são interessantes e todos eles aqui à mão de semear.

 

 

05
Ago21

Reino Maravilhoso - Azibo

Douro e Entre os Montes


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AZIBO

Neste Reino Maravilhoso – Douro e Entre os Montes de hoje, porque é verão, a nossa proposta vai para uma praia fluvial transmontana, vamos até a barragem do Azibo, uma opção às nossas barragens aqui mais próximas, como as do Barroso ou as flavienses (Rego do Milho – Vilela Seca, Mairos, Curalha/Valdanta e Nogueirinhas.

 

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As imagens que aqui ficam são de inverno, por sinal recordo que de um dia frio, pouco convidativo para banhos. Pode faltar-lhe a luz de verão e os banhistas, mas dão para ter uma noção do que o Azibo oferece.

 

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Embora haja mais que um caminho para lá chegar, a nossa escolha é a mesma que recomendam os mapas da Google, ou seja via Valpaços e Mirandela, depois em direção a Macedo de Cavaleiros, mas sem entrar nesta localidade, loro a seguir é o Azibo. Pode ter como referência Podence, pois a barragem fica mesmo em frente a Podence, do outro lado da estrada.

 

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Ao todo, para este dia fora de Chaves, e com direito a praia fluvial, são 83 km de estrada (parte em autoestrada A4) para fazer em 1H20, em cada sentido (Chaves-Azibo e vice-versa).

 

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Fica as imagens e os mapas, espero que gostem e uma vez lá, se houver tempo e disposição, podem dar uma vista de olhos a Podence e ao museu do Careto, pois ao vivo, é mais no carnaval.

 

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22
Jul21

Reino Maravilhoso - Celanova - Galiza

Douro e entre os montes


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Quem acompanha o blog já sabe que esta rubrica do Reino Maravilhoso – Douro e Entre os Montes, não se fica só pelo rio Douro e Trás-os-Montes, ou pelo Reino Maravilhoso de Miguel Torga. Desde início que a ideia é a de mostrar algumas localidades de interesse para um dia de passeio ou de férias na proximidade da cidade de Chaves. Claro que dada a nossa proximidade, mas também identidade com a Galiza, desde logo a incluímos nesta rubrica. Até hoje já trouxemos aqui 24 localidades (incluindo a de hoje), das quais 6 eram galegas.

 

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A partir de hoje vamos ter um mapa onde estão assinaladas todas as localidades que já passaram por esta rubrica, incluindo a nossa cidade de Chaves, que serviu de ponto de partida na primeira rubrica e desde onde se iniciam sempre estes percursos para visitas de um dia. E como tudo tem limites, limitamos também, com uma circunferência de 100Km de raio as localidades que poderão passar neste Reino Maravilhoso-Douro e Entre os Montes, com duas exceções, perfeitamente justificáveis porque simbólicas por estarem ligadas ao Rio Douro, ou sejam, Miranda do Douro e a cidade do Porto, a primeira por ser aí que o Douro entre em Portugal e a segunda por ser a sua foz, mas também por ser a grande cidade do Norte.

 

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Posto isto, vamos então até Celanova e nem que fosse e só pelo Mosteiro de San Salvador já valia a pena lá ir. Mosteiro de Sec. XVI-XVIII, fundado por São Rosendo (S.X.), agrupa na sua construção o estilo Renascentista, Barroso e Romântico. Ex-mosteiro Beneditino, Monumento Nacional de Espanha e foi premiado com o Prémio Europa Nostra em 1984.

 

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O mosteiro localiza-se na Plaza Mayor de Celanova, que é sempre a praça principal e central das localidades galegas e espanholas. Localidade esta de Celanova que se desenvolve à volta do mosteiro. Com pouco mais de cinco mil habitantes é também conhecida por ser terras de poetas,  como Manuel Curros Enriquez (1851-1908)  e Celso Emilio Ferreiro Míguez (1912-1979), este com uma estátua (cabeça) colocada junto ao mosteiro.

 

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Pra ir até Celanova, a maioria do percurso é por autoestrada, até Xinzo de Limia, onde se deve sair da autoestrada e apanhar a estrada nacional que liga Xinzo a Celanova. No total, entre Chaves e Celanova são 84,8km, mais ou menos 1 hora de viagem, que até pode ficar em caminho de Ourense, pois logo a seguir a Celanova pode apanhar de novo a autoestrada, a menos de 10km.  Vá até Celanova, que não se arrependerá.

 

 

10
Jun21

REINO MARAVILHOSO e o DIA DE PORTUGAL

Douro e Entre os Montes


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Como sabem, em geral, às quintas-feiras trazemos aqui esta rubrica do Douro e entre os montes, e hoje calhou bem, pois é dia 10 de junho, Dia de Portugal, e foi precisamente nestas terras do Douro e entre montes acima do Douro que Portugal nasceu e onde a língua portuguesa teve a sua origem.

 

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Ora então, para comemorar este dia não vamos até à Madeira, nem até nenhuma das nossas comunidades, nem sequer precisamos do Camões, nem de sacar o trunfo da manga dos descobrimentos, das especiarias e das pedras preciosas, ou seja, de fazer batota com a história,  e apenas aqui trazemos aquilo que é inegável e a nossa realidade de ser como somos, um Portugal pequeno e pobre mas do qual nos podemos orgulhar,  sem esquecer o nosso berço e a grandeza da nossa língua e de muitos portugueses dos quais também nos podemos orgulhar, pelo seu trabalho, pela sua inteligência e até pela sua esperteza, para além dos seus grandes feitos, sendo alguns reconhecidos e até consagrados, mas também, outros, muita boa gente,  que foi grande em toda a sua vida e morre com o espírito de missão cumprida mas que por uma ou outra razão, ou até por nenhuma razão, morrer no anonimato.

 

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Mas surpresa ou até mesmo espanto, seria este dia ser um dia de festa, a festa de Portugal e dos portugueses, mas a sério,  assim do tipo de quando Portugal foi campeão de futebol da europa, mas com as encenações do Scolari, aquela da bandeira de Portugal em todas as casas, popós, etc….mas não, é apenas um dia feriado que se escreve a vermelho no calendário português…

 

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 Seja como for nós (o blog) vamos até Guimarães, a cidade berço de Portugal, hoje sem itinerários nem mapas, pois penso que todos os flavienses sabem onde fica, principalmente aqueles já mais cotas recordarão que nas antigas viagens com o Porto por destino, tínhamos de obrigatoriamente passar por lá, e que por sinal é uma cidade bem interessante que merece ser visitada devagarinho em maré de apreciação, e assim, com tanto mar…ficamos em terra.

 

 

13
Mai21

REINO MARAVILHOSO - Srª da GRAÇA

Douro e entre os montes


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Srª DA GRAÇA - MONDIM DE BASTO

 

Hoje, dia 13 de maio, dia grande no Santuário de Fátima, vamos até um dos nossos santuários transmontano, bem conhecido graças à Volta a Portugal em Bicicleta, onde é tradição haver um final de etapa de montanha conhecido como o alto da Srª da Graça.

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Monte Farinha e Srª da Graça, vista desde Fisgas de Ermelo

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O Santuário foi construído bem na croa do monte Farinha, a 947 metros de altitude, tendo a vila de Mondim de Basto no seu sopé, daí, para além de santuário e de um final de etapa da “volta” é também um miradouro por excelência, em todas as direções (360º), pois lá em cima, a não ser o edifício do santuário, não há qualquer barreira, assim, basta dar a volta ao santuário para ver tudo que há para ver, principalmente o mar de montanhas transmontano, onde as mais próximas parecem fazer parte de um mar agitado com ondas gigantes, tipo as do canhão da Nazaré, onde nem sequer faltam os rastos das descidas surfadas por McNamara.

 

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Quanto ao culto, a devoção a Nossa Senhora da Graça atrai ao santuário milhares de peregrinos todos os anos, principalmente nas suas três festas oficias:

          - A Ascensão, no último domingo de Maio, coincidindo com o encerramento do mês de Maria.

          - A secular romaria de Santiago, que se perde na memória dos tempos, a 25 de Julho; (Já referenciada por volta de 1500)

          - A grande Peregrinação Anual do 1.º domingo de Setembro, presidida pelo bispo de Vila Real.

 

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Quanto a milagres ou aparições, não sei se há registo de algum, mas que por lá acontecem coisas diferentes, lá isso acontecem, eu por exemplo, vi um cavalo a voar…

 

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Segundo consta na Wikipédia “ No topo do monte poderá ter existido em tempos a cidade de Cinínia, onde pontificava a tribo dos Tamecanos, antes das legiões romanas sob o comando do cônsul Décimo Júnio Bruto invadirem e conquistarem todas estas terras no século II a.C., forçando as tribos da montanha a mudarem-se para as terras baixas.”

 

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E será que a origem do nome  destes Tamecanos tem origem no rio Tâmega, tal como os Tamaganos que constam no nosso padrão dos povos. Pois pode ser que sim, basta dizer que o rio Tâmega passa a pouco mais de um quilómetro do monte Faringa/Srª da Graça.

 

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Para finalizar, fica em mapa a localização da Srª da Graça e o melhor itinerário para chegar lá a partir da cidade de Chaves, mas numa ida ao Porto, à vinda, se vier com algum tempo, basta fazer uma pequena saída da autoestrada para visitar o santuário. Aliás o monte Farinha é bem visível desde a autoestrada e parece estar lá a fazer-nos um convite para o visitar. O regresso desde a Srª da Graça pode ser pelas fisgas de Ermelo (também de visita obrigatória), que em linha reta ficam a apenas 6Km. Se fizer este itinerário, com passagem pelas fisgas e regresso por Vila Real, ao todo são 200Km (ida e volta) que vale a pena percorrer.

 

 

25
Mar21

Reino Maravilhoso - Alto Douro

Douro e entre os montes


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O DOIRO

 

Começa em Miranda e acaba na Foz, este calvário. Começa em pedra e água, e acaba em pedra e água. Como nos pesadelos, não há nenhum intervalo para descansar. Entra-se e sai-se do transe em plena angústia.

 

No Portugal telúrico e fluvial não conheço outro drama assim, feito de carne e sangue. Drama cruciante e ciclópico, que é o embate de duas forças brutas no primeiro acto, um corpo-a-corpo de vida ou de morte no segundo, e uma espécie de triunfo da fatalidade no terceiro, como pano do mar a cair.

 

As coisas grandes têm uma arquitectura grande e uma significação maior ainda. Assim acontece com esta moralidade grega, onde os Sísifos e os tonéis das Danaides são ao natural, que, mercê da sua configuração íntima e fisionómica, de simples acidente corográfico ascende à transcendência dum purgatório, com almas condenadas às galés dos barcos rabelos e às penas dos saibramentos.

 

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Doiro, rio e região, é certamente a realidade mais séria que temos. Nenhum outro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente em todo o caminho; nenhuma outra nesga de terra nossa possui mortórios tão vastos, tão estéreis e tão malditos. Basta sentir no corpo, uma só vez, a dentada daquelas fragas que devolvem ao céu, agressivamente, a luz recebida, ou molhar os pés na levada barrenta que o garrote dos espinhaços tenta estrangular, para se ver que não há desgraça maior dentro da pátria, nem semelhante via-sacra de meditação. De ponta a ponta do ano nenhuma bênção possível mitiga a crucificação do sofrimento. No Verão, um calor de forja caldeia o xisto e transforma a corrente numa alucinação de lava a mover-se; no Inverno, até os olhos das videiras choram de frio. Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe. Mas a própria beleza deve ser entendida. Não é subir aos restolhos de Lagoaça, contemplar o abismo, e quedar-se em êxtase. Não é espreitar de S. Salvador do Mundo o Cachão da Valeira, e sentir calafrios. Não é descer de Sabrosa para o Pinhão, estacar em S. Cristóvão, e abrir a boca de espanto. Não é ir a S. Leonardo de Galafura ou ao miradoiro de S. Brás, olhar o caleidoscópio, e ficar maravilhado. É compreender toda a significação da tragédia, desde a tentação do cenário, à condenação de Prometeu, ao clamor do coro.

 

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Ser nesse chão árido e hostil um novo criador de vida, dar aí uma resposta quotidiana à morte, transformar cada ravina em parapeito de esperança e cada bagada de suor em gota de doçura – eis o que o Titã ensinou aos homens, e o que Zeus lhe não perdoou. Por isso o seu perfil rebelde é o próprio perfil dos montes, do seu coração mordido corre o sangue da perpétua agonia, e da boca das suas criaturas agradecidas se levanta um protesto indignado. Mas o céu é surdo. E enquanto a águia do destino continua a devorar o gigante, de croças e tesouras na mão, ou arregaçados nos lagares, ou de vindimeiro às costas, os discípulos do grande revoltado vão-no vingando, seguindo-lhe a lição.

 

Patético, o estreito território de angústia, cingido à sua artéria de irrigação, atravessa o País de lado a lado. E é, no mapa da pequenez que nos coube, a única evidência incomensurável com que podemos assombrar o mundo.

 

Miguel Torga, in Portugal (1950) – O Doiro

 

 

 

 

11
Mar21

Reino Maravilhoso - Lindoso

Douro e entre os Montes


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LINDOSO - PONTE DA BARCA

 

A Serra do Gerês tem estado presente em muitos dos nossos posts do “Barroso aqui tão perto”, aliás, embora nunca tivesse contado quantas, são umas dezenas de aldeias barrosãs que escolheram a sua proximidade, faldas ou mesmo plena serra para se implantarem, só até uma certa altitude, pois no Gerês mais alto, é o reino do pedregulho, quase inacessível, pois só alguns ousam aventurarem-se nesse reino e quase parece que para lá no alto, onde a croa da serra toca no céu, tudo se acaba e não há mais vida, do lado de cá até parece que o Gerês não tem o lado de lá, mas ele existe.

 

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Embora grande parte do outro lado da Serra do Gerês já pertença à Galiza, ainda há muita serra portuguesa e povoações/populações igualmente interessantes e não muito diferentes das barrosãs, aliás se a serra não existisse, essas povoações estariam a 10 ou 15 km das aldeias barrosãs, mas como o reino do pedregulho não se deixa atravessar, para conhecermos essas povoações, temos de contornar a serra. Pois a nossa proposta de hoje é mesmo para a contornar-mos, ali mesmo no Barroso onde a serra termina para começar outra, ou seja, a partir de Tourém, Montalegre o que nos obriga também a passar pelo antigo Couto Misto (Mixto) e algumas povoações Galegas, isto para chegarmos ao nosso destino que é o Lindoso, a terras dos canastros, mas não só. Será um passeio que fica a 2 horas de nós (112Km)  que vale a pena percorrer para conhecer.

 

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Lindoso, também ela localizada em pleno Parque Nacional da Peneda do Gerês, no concelho de Ponte da Barca.

 

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À entrada, a barragem e o outro lado do Gerês chamam a nossa atenção, mas daí, estamos longe de imaginar aquilo que a aldeia oferece, na sua grande sala de visitas composta por mais de meia centena de canastros, ou se preferirem – espigueiros, e as velhas muralhas do castelo, prendem toda a nossa atenção.   Não que fosse só pela sua sala de visitas que ao chegarmos lá se transforma também em sala de estar, já valia a pena lá ir. Tanto canastro junto, impressiona mesmo mas a sua beleza/arquitetura também, principalmente os canastros construídos na totalidade em granito, que sai um pouco fora daqueles que são mais comuns entre nós, embora aqui e ali, também no Barroso, existam alguns (poucos) idênticos.

 

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Contudo, não depois de se deliciar com os canastros e o castelo, não deixe de deitar um olho à aldeia, onde a sua Igreja Matriz e os antigos lavadouros, também merecem a nossa atenção e apreciação.

 

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E assim fica mais uma  localidade para um dia de passeio, e já que estamos do outro lado da serra, não deixe de apreciar a gastronomia local, que embora a seja de terras próximas da nossa, já não estamos em Trás-os-Montes e os seus pratos mais tradicionais são a prova disso, entre os quais estão o Sarrabulho, as Papas de Sarrabulho, o Cabrito à Serra Amarela, isto no que toca a carnes, no peixe, o Rio Lima  proporciona a Lampreia, o Sável e a Truta. Na doçaria, os de lá dizem que sofreu influência do célebre mosteiro de Vila Nova de Muía, por onde passaram os Cónegos Regrantes de St. Agostinho e onde esteve recolhido D. Afonso Henriques, durante duas semanas, para preparar o Recontro de Valdevez. Doces à base de pão de ló e ovos, como é o caso do bolo branco, o leite creme (queimado) e as rabanadas de mel são algumas das iguarias doces que pode encontrar nos seus restaurantes.

 

 

04
Mar21

Reino Maravilhoso - São Leonardo de Galafura

DOURO E ENTRE OS MONTES


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Apenas umas palavrinhas de abertura, pois as restantes serão do grande Poeta do Douro, do Reino Maravilhoso e de Portugal - Miguel Torga. As palavrinhas vão para esta proposta de um passeio a um dos mais belos miradouros sobre o Rio Douro – São Leonardo de Galafura. Com partida como sempre desde Chaves, a proposta é para uma manhã, ou uma tarde, chegam bem para esta visita, mas, uma vez que está no Douro, aproveite mesmo o dia todo, pois nas proximidades de São Leonardo de Galafura não falta que ver, sempre com o Douro por companhia.

 

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Até amanhã!

 

 

 

 

 

 

25
Fev21

Reino Maravilhoso - Castelo de Monterrei - Galiza

Douro e Entre os Montes


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Em duas pequenas colinas que nascem no mesmo vale ergueram-se dois castelos, o de Chaves no então Reino de Portugal e o de Monterrei, mesmo ao lado de Verin, no Reino de Espanha, ambos com vistas privilegiadas para o mesmo ponto do vale onde ele estreita, precisamente onde se encontra a raia entre Portugal e a Galiza.

 

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Do nosso castelo flaviense apenas resta a Torre de Menagem e parte das muralhas que o protegiam, por seu lado, o de Monterrei mantém-se na íntegra com a sua Torre de Menagem, o Paço dos Condes (hoje convertido em museu), a Torre das Damas e a Igreja de Santa Maria Gracia.

 

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Destacado deste conjunto temos ainda o Hospital do Peregrinos e a Atalaia, no estremo oeste, esta em ruinas e tinha como objetivo defender a acrópole das investidas vindas de oeste.

 

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Pois a nossa proposta desta semana é uma visita a todo este conjunto, mas para ver exterior e interior, sem perder a belíssima igreja de Santa Maria Gracia, erguida na primeira metade do século XIV, e toda a arte sacra nela existente, também digna de ser apreciada.

 

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E desta vez não deixamos o roteiro para lá chegar, pois basta atravessar a raia de VilaVerde da Raia/Feces de Abajo para o Castelo de Monterrei se mostrar, depois basta segui-lo com o olhar até lá chegar, ou seja, terá de ir até Verin e na avenida principal que atravessa Verin, vira à esquerda em direção a Orense e no sentido contrário a Madrid e logo a seguir a Verin tem o desvio para o Castelo. Também pode ir a pé a partir de Verin. Se gosta de caminhadas, deixe o popó em Verin, atravesse o Tâmega e junto à Casa do Escudo há um caminho pedonal que nos leva direitinhos ao Castelo, que fica a apenas 600m de distância (mas sempre a subir).   

 

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Para ficar a saber mais sobre este castelo e conjunto, dê uma vista de olhos ao que está na wikipédia, pois lá conta-se quase toda a história deste conjunto. Ah!, falta referir apenas, que a partir da cidade de Chaves, basta uma manhã ou tarde para conhecer todo o conjunto, ainda fica com o resto do dia para as tapas e copas…

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Monterrei

 

 

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