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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

08
Mai13

Edgar Carneiro - Uma Lembrança com 100 anos


 

“Lembrança”

 

 

Faz hoje CEM anos que nasceu em CHAVES, na Rua Direita, nº 104, o poeta EDGAR CARNEIRO.

 

Nas ESCOLAS onde ensinou e nas Cidades onde viveu deixou saudades entre Alunos, Colegas e Amigos.

 

FAIÕES foi o seu berço.

 

A Região Flaviense, a NORMANDIA TAMEGANA, levava-a no coração, fosse para onde fosse, estivesse onde estivesse.

 

EDGAR CARNEIRO foi um Flaviense que ilustrou a NOSSA TERRA.

 

Em Espinho, onde leccionou e viveu muitos anos, a Autarquia reconheceu-lhe os seus méritos de poeta, de professor e de cidadão. Atribuiu-lhe as mais altas condecorações da Cidade.

 

Porque sou flaviense, nado e criado, e me orgulho de ter EDGAR CARNEIRO como conterrâneo e Amigo, lembro hoje a data do seu nascimento.

 

Deixai que vos “deixe”:

 

 

IDENTIDADE

 

 

Sou de longe além dos montes

 

Onde meu amor gerou

 

Alguém que há-de sonhar

 

O mesmo sonho que eu tive

 

Pois que lá também amou

 

E bebeu das mesmas fontes.

 

 

Sou de longe e não esqueço

 

O «Reino» maravilhoso»

 

Onde a urze tem conluio

 

Com a vinha que dá sangue

 

E o centeio que dá pão.

 

 

Sou de longe mas fiquei

 

Onde o mar é meu irmão.

 

 

- em “Mar Amar”-1992

 

 

 

Luís Fernandes



16
Jan11

Um Adeus ao Dr. Edgar Carneiro


Tento ter o meu computador arrumadinho. Nele, entre muitas pastas,  tenho uma que dá pelo nome de Chaves. Dentro desta tenho uma que se chama “Flavienses Ilustres” e dentro desta uma que se chama “Edgar Carneiro”. Ontem, mais uma vez, tive que abrir a pasta “Edgar Carneiro” para nela acrescentar a data de 15 de Janeiro de 2011, uma data que Edgar Carneiro terá na sua lápide como o dia da sua morte.

 

Foto de Albano Nascimento

 

.

 

O Momento

 

É do momento incerto

Que se fala

Não movido por horas

Ou por dias

Mas apenas e só

Do abrir e fechar

Das asas e das flores,

Do som, do tom, das cores

De tudo que se move

Neste mundo

E como um círio

Ou súbito relâmpago

Se ilumina e desfaz

Em menos dum segundo.

 

Edgar Carneiro “In Périplo”

 

E em segundos o seu novo caminho foi iluminado, não sei se chegou a dizer, ou não, adeus. Pela certa, desprevenido, o seu corpo partiu sem a chave do regresso, mas entre nós ficaram para toda a eternidade as palavras do poeta, que essas, tal como o sol ou as estrelas, nascem todos os dias e, do alto dos seus anos, pela certa que esta noite recolherá todas as pérolas soltas  da concha do dia.

 

Nunca digas adeus

Sem ver se tens contigo

A chave do regresso

 

 

Não creias na lua;

O céu acende estrelas

Para ti.

 

 

A noite recolhe

As pérolas soltas

Da concha do dia.

 

Edgar Carneiro, "Tríptico - In Périplo"

 

 

 

 

 

 

Edgar Carneiro

 

 

Nasceu em Chaves no dia 8 (12) de Maio de 1913, faleceu em V.Nova de Gaia em 15 de Janeiro de 2011

 

Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, foi professor dos ensinos secundários e técnico-profissional em Chaves, Lisboa, Porto, Vila Real, Fiães e Espinho, cidade onde vivia desde 1967 e pela qual foi agraciado com a medalha de mérito da edilidade e condecorado com a medalha de honra da cidade e o título de cidadão de Espinho. Fez parte do Orfeão Académico de Coimbra e foi um dos fundadores e sócio honorário do TEP - Teatro Experimental do Porto.

 

Pai do poeta, já falecido, Eduardo Guerra Carneiro. Foi um dos poetas mais assíduos na tertúlia Onda Poética do Casino de Espinho, coordenada pelo poeta Anthero Monteiro.

 

 

Publicou mais de uma dezena de títulos, que mereceram da crítica referências muito elogiosas. João Gaspar Simões declara que o autor «atinge alturas consideráveis no nosso lirismo». Luís Miranda Rocha encontra na sua poesia duas características fundamentais: «o rigor da escrita» e «a dependência no referencial em relação à realidade social, regional». Ernesto Rodrigues reputa-o como «o nosso melhor artista em verso curto». Anthero Monteiro acha a sua poesia «eminentemente solar, diurna, luminar, simultaneamente telúrica, quase vulcânica», característica que remete para o Amor, para a Liberdade e para o Sonho, sempre presentes nos seus versos, a par de uma linguagem concisa e rigorosa, mas enriquecida, não raramente, por uma temática sensitiva e plena de erotismo.

 

Nunca tive o prazer de conhecer pessoalmente o Dr. Edgar Carneiro, não conheci a grandeza do homem que todos me dizem que era, apenas lhe conheço as palavras publicadas e conheci alguma da sua vida por amigos comuns,  que viveram próximo dele nestes últimos anos, e que todos me garantem também, que era Chaves a cidade que tinha no coração e na qual teve tempo ainda de fazer o lançamento do seu último livro, o «PÉRIPLO», no dia em que fazia 97 anos de idade, cidade que tantas vezes também cantou na sua poesia.

 

 

 

 

 

Dr. Edgar Carneiro, irmão do saudoso Dr. Mário Carneiro (Dr. Carneirinho) que dedicou parte da sua vida às caldas de Chaves e avô do Arqueólogo Sérgio Carneiro que tanto tem contribuído para a redescoberta de Chaves romana ou Aquae Flaviae.

Partiu o Homem Edgar Carneiro mas dele, para toda a eternidade, ficam as palavras da sua poesia e as suas obras:

 

1978 - Poemas Transmontanos

1980 - Tempo de Guerra

1981 - A faca no Pão

1983 - Jogos de Amar

1986 - Rosa Pedra

1989 - O Signo e a Sina

1991 - Vida Plena

1992 - Mar Amar

1998 - Antologia Poética

1999 – A Boba na Fonte

2000 - Lúdica

2003 - Depois de Amanhã

2009 - "Périplo"

 

Existe a promessa de que por aqui, aos fins-de-semana são as aldeias que têm lugar. Hoje compreenderão que este dia seja dedicado a esse ilustre flaviense e poeta que acaba de nos deixar, mas para não faltar à promessa de trazer aqui uma aldeia, deixo-vos também uma referência a Faiões, com as palavras que um amigo comum, Tupamaro, deixou neste blog por altura do seu 96º aniversário:

 

 

“Chaves, 8 de Maio de 1913.

 

Um casal, abastado, morava em FAIÕES, aquela Aldeia lá na Veiga, já a encostar-se ao Brunheiro e onde o pão continua a ser sempre bem cozido e bem saboroso.

 

Chegada a altura de ser mãe, a esposa «fez questão» que os seus filhos «tinham de nascer» na Vila.

 

O marido fez-lhe a vontade.

 

Havia uma casa devoluta, que ainda era de família, ali para a Rua Direita.

 

O futuro pai comprou-a. Arranjou-a a preceito. E, chegada a hora, foi lá, no Nº 104 da Rua Direita, que nasceram os filhos desse casal de FAIÕES.

 

 

Faiões

 

 

 

E todos saíram ilustres.

 

Desse «ranchito» temos a sorte de ainda estar entre nós o EDGAR.

 

Professor e Poeta, o Dr. EDGAR CARNEIRO foi um Mestre que deixou reconhecimento e saudades aos seus alunos. E ainda hoje continua a fazer amigos.

 

A Cidade de Espinho, onde leccionou e onde reside desde há muitos anos, adoptou-o como seu cidadão e celebrou-o condecorando-o.

 

Mas o Dr. EDGAR CARNEIRO continua apegado ao torrão que o viu nascer e crescer.

Sabemo-lo e testemunhamo-lo.

 

Sempre que chegamos ao «Mon Chèri», para tomar o nosso «pingo» e fazer-lhe companhia ao lanche, solta-se-lhe logo:

 

- “Então que novidades nos traz da “NOSSA TERRA”?!

 

E, acompanhados pela flaviense de provecta idade, D. ARMANDINA SERRA RAMOS, lá falamos de algumas «novidades de CHAVES» e de muitas recordações de todos.”

 

Chaves, Rua Direita

 

 

Foi também pelas mãos deste amigo comum que no último Natal foi publicado neste blog um poema inédito de Edgar Carneiro e que tanto abrilhantou a noite de consoada:

 

 

N A T A L

 

Todos os dias nascem

Neste mundo

Meninos e meninas

Que passados os tempos

Nunca serão lembrados

Salvo rara excepção

De génio humano.

Mas no santo Natal

É outra a natureza,

Pois trata-se de Alguém

Que morre em cada ano

E renasce mais próximo

Em Belém.

 

Edgar Carneiro – Dezembro de 2010

 

Da nossa parte, dizemos adeus a este Homem, ilustre flaviense poeta, mas, não vamos esquecer as chaves do regresso, pois Edgar Carneiro vai continuar neste blog sempre que as suas palavras sirvam para abrilhantar a prosa e poesia da cidade de Chaves.

 

 

 

 

 

 

Adeus, com pena e já com saudades mas também com a honra de dizer adeus a quem cumpriu a sua vida durante tão longos anos e parte com a bonita idade de 98 anos. Adeus, já tenho as chaves no bolso.

 

Foto de Albano Nascimento

 

 

Sobre Edgar Carneiro, alguns posts neste blog:

 

http://chaves.blogs.sapo.pt/445461.html

http://chaves.blogs.sapo.pt/499096.html

http://chaves.blogs.sapo.pt/576685.html

http://chaves.blogs.sapo.pt/385654.html

http://chaves.blogs.sapo.pt/572701.html

http://chaves.blogs.sapo.pt/429696.html

http://chaves.blogs.sapo.pt/398303.html

 

 

12
Mai10

Parabéns Dr. Edgar Carneiro - O Périplo em Chaves


 

.

 

.

Tive imensa pena de não poder estar presente no lançamento, em Chaves, do último livro do Dr. Edgar Carneiro, o «PÉRIPLO», tanto mais pelo significado e data deste lançamento na terra natal do Autor quando fazia 97 anos de idade, embora, oficialmente, só hoje dia 12 de Maio os cumpra.

.

 

Lançamento do «PÉRIPLO» em Chaves - Foto de Albano Nascimento

.


Perdi a oportunidade e a honra de poder assistir a esse momento, mas não poderia deixar de o trazer aqui ao blog e servir de pretexto para mais uma vez trazer aqui também um dos nossos Ilustres Flavienses vivos, precisamente no dia de hoje em que cumpre os seus 97 anos de idade.

.

 

Lançamento do «PÉRIPLO» em Chaves - Foto de Albano Nascimento

.

 

Quanto ao «PÉRIPLO» já tivemos oportunidade de em tempo, aquando do seu lançamento nacional, falar aqui dele, hoje já não se tratra de um novo livro de poemas, pois é mais que isso, além da poesia de mesinha de cabeceira, há todo o pensamento poético deixado em “tríptico”, pensamentos profundos e maduros de quem já sabe de tudo na vida  e que, aparente na simplicidade do tríptico, nos deixa toda a complexidade de um fruto maduro e nos obriga repetidamente partir à descoberta de todos os significados e momentos de poesia nele vertidos.

 

.


Lançamento do «PÉRIPLO» em Chaves - Foto de Albano Nascimento

.

 

Momento agora para alguns momentos ao acaso desse “tríptico” vestidos no «PÉRIPLO» sem esquecer a “bengala” que esperamos o tragam mais vezes a Chaves:


 

Aceito o mistério

só por ser da ilusão

o vínculo mais sério.

 

 

A noite recolhe

as pérolas soltas

da concha do dia.

 

 

 


 

Libertos nos sentimos

quando comemos juntos

a maça.

 

.

 

Lançamento do «PÉRIPLO» em Chaves - Foto de Albano Nascimento

 

.

 

Nunca digas adeus

sem ver se tens contigo

a chave do regresso.

 

Deixa crescer as asas

Sem pensar no voo:

O céu pode esperar.

 

 


 

 

BENGALA

 

Encosto-me no leito

E vejo à minha volta

Os móveis, a janela,

Um quadro na parede

E ao canto uma bengala.

É ela que retém o meu olhar,

Guia fiel dos passos

Que me levam

Aonde os que eu mais der

Também vai dar.

 


 

Pois que o guie e o traga até nós mais vezes e que, ainda antes do seu Século, a cidade saiba prestar-lhe a devida homenagem.


 

Parabéns Dr. Edgar Carneiro.

02
Dez09

O Périplo do Dr. Edgar Carneiro


AS TRÊS PONTES
 
 
No começo longínquo dos meus dias,
a sentir-me inseguro
sem rumo e sem guias,
de três pontes havia que escolher.
 
Era uma de pedras preciosas,
tapetada de rosas,
para onde iam os donos do poder.
 
Era outra dos arcos de triunfo,
tapetada de junco,
por onde iam as almas de eleição.
 
Era outra de sonhos e suspiros.
Com luar a mantê-la
é ainda por ela
que vai meu coração.

O coração é de Edgar Carneiro, poeta, flaviense.

.

.

Não escolheu as pontes mais fáceis da vida, nem se deixou deslumbrar  com pedras preciosas e arcos do triunfo, mas escolheu a ponte mais penosa e incompreendida, aquela que é feita com a arte das palavras na sua maior nobreza de ser conjugada em poesia. Coisa de eleitos, de poucos eleitos, quase tantos como os que as compreendem e se deleitam na sua música e nas suas cores. Chamam-lhe poesia e é, sim senhor, coisa de sonhos e suspiros, mantidos por luares. É neles, sonhos, suspiros, luares e musas, que os poetas embarcam com o peso ou leveza de cada palavra, as mesmas que o coração dita e, palavra a palavra,  constroem os versos do poema.

 

Edgar Carneiro nasceu em Chaves em 12 de Maio de 1913. Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, exerceu funções docentes em várias Escolas tanto do Ensino Técnico como do Secundário. Tem onze livros de poesia editados que mereceram a atenção de abalizados críticos literários.

 

A sua obra literária é largamente apreciada no livro «Verso e Prosa» do Professor Ernesto Rodrigues.

Foi agraciado com a medalha de mérito da Edilidade espinhense e é sócio honorário do TEP, de que foi um dos fundadores. Em 16 de Junho de 2009, feriado municipal de Espinho, foi condecorado com a medalha de honra da cidade e o título de cidadão de Espinho.

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Da nossa parte, é sempre com gosto que vamos dando aqui conta das publicações dos nossos poetas e, é essa a razão de hoje trazer aqui o Dr. Edgar Carneiro, pois do alto dos seus 96 anos, brinda-nos com mais um livro de poesia, o “ PÉRIPLO”, que será amanhã (3 de Dezembro), às 15 horas,  apresentado em Espinho, no auditório da Junta de Freguesia.  A apresentação estará a cargo do Dr. Anthero Monteiro, poeta e escritor espinhense.

.

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Mas não é tudo, pois se no interior do livro temos a mestria da palavra dada em poesia, na capa, temos a mestria da arte de Nadir Afonso, que mais uma vez faz a imagem das palavras de poetas e escritores flavienses.

.

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Congratulamo-nos com mais este périplo do Dr. Edgar Carneiro e desejamos que continue as suas navegações à volta da poesia e que, obrigatoriamente passem pela ponte dos sonhos e suspiros que tão bem o luar sabe manter.

09
Out09

Um poeta, um poema, seis quadras, sete imagens de Chaves - Portugal


 

.

 

Rio Tâmega

 

Rio Tâmega, teu nome

Não é só de perfeição;

Tens beleza e fealdade,

Humana contradição.

 

.

.

 

 

És belo se te insinuas

Entre oliveira e choupal;

Lento, largo, vigoroso,

Orla de praia estival.


.

.

 

És belo se não afogas;

Se não levas na corrente,

Varado de sete bala,

O corpo resistente.


.

.

 

És belo se não enredas

Quem do mundo se amofina;

Se não cobres de vergonha

O teu rosto de neblina.


.

.

 

És belo se natural

Aos olhos do curioso;

Se não inundas a terra

Com tua baba de lodo.


.

.

 

És belo nos teus segredos,

De povo em povo a correr.

És alegria e tristeza,

Conforme a onda quiser…

 

In “Poemas Transmontanos” – 1978 – Edgar Carneiro

 

.

 

 

 

.

 

 

08
Mai09

Parabéns, Dr. Edgar Carneiro - Poeta Flaviense


 

Chaves, 8 de Maio de 1913.
 
Um casal, abastado, morava em FAIÕES, aquela Aldeia lá na Veiga, já a encostar-se ao Brunheiro e onde o pão continua a ser sempre bem cozido e bem saboroso.
 
Chegada a altura de ser mãe, a esposa «fez questão» que os seus filhos «tinham de nascer» na Vila.
 
O marido fez-lhe a vontade.
 
Havia uma casa devoluta, que ainda era de família, ali para a Rua Direita.
 
O futuro pai comprou-a. Arranjou-a a preceito. E, chegada a hora, foi lá, no Nº 104 da Rua Direita, que nasceram os filhos desse casal de FAIÕES.
 
E todos saíram ilustres.
 
Desse «ranchito» temos a sorte de ainda estar entre nós o EDGAR.
 
Professor e Poeta, o Dr. EDGAR CARNEIRO foi um Mestre que deixou reconhecimento e saudades aos seus alunos. E ainda hoje continua a fazer amigos.
 
A Cidade de Espinho, onde leccionou e onde reside desde há muitos anos, adoptou-o como seu cidadão e celebrou-o condecorando-o.
 
Mas o Dr. EDGAR CARNEIRO continua apegado ao torrão que o viu nascer e crescer.
Sabemo-lo e testemunhamo-lo.
 
Sempre que chegamos ao «Mon Chèri», para tomar o nosso «pingo» e fazer-lhe companhia ao lanche, solta-se-lhe logo:
 
- “Então que novidades nos traz da “NOSSA TERRA”?!
 
E, acompanhados pela flaviense de provecta idade, D. ARMANDINA SERRA RAMOS, lá falamos de algumas «novidades de CHAVES» e de muitas recordações de todos.
 
.
 
.
 
 
Espinho, 8 de Maio de 2009.
 
Hoje vamos celebrar o ANIVERSÁRIO do nascimento de um distinto POETA PORTUGUÊS e FLAVIENSE.
 
Sabemos que alguns dos seus Livros foram remetidos para a Biblioteca Municipal de Chaves. Provavelmente ficaram afogados em algum dos poços de ruindade que por aí há de sobra, ou destinados às labaredas da malcriadice do bibliotecário que os recebeu.
 
Porém, no REAL GAGINETE PORTUGUÊS DE LEITURA DO RIO DE JANEIRO estão «ÀS VOSSAS ORDENS»!
 
Bem gostaríamos de lhe oferecer, hoje, um “Pastelzinho de Chaves”, um carolinho de FOLAR da Normandia Tamegana (fosse de Montalegre, de Boticas, de Valpaços ou de CHAVES!), uma rodela de «salpicão da língua», um «pastelão de linguiça» de Montalegre, um “trigo de três cantos” de Faiões, ou uma fatia da «Sêmea de Lebução», coisas boas, faladas sempre durante as nossas conversas no «Mon Chèri». Mas a distância não no-lo consente.
 
Valha-nos ao menos que descobrimos, por aqui, algures, uma garrafita do «Encostas do Rabaçal», tinto, que o Dr. EDGAR muito aprecia.
 
 
D E P O I S de A M A N H Ã
 
Não canto ontem nem hoje
canto depois de amanhã
não mais cantarei a fonte
só a gaivota na foz
não canto o grito de agora
só o silêncio depois
quando no meio da noite
despido de glória vã
erguer a voz que sobrou
para cantar amanhã
 
 
.
 
.
 
JOANINHA, VOA, VOA
 
Joaninha, voa, voa,
Leva as cartas a Lisboa.
Leva o desgosto da gente
Que não quer ódios nem balas.
Nem rodeios nem cabalas
De quem promete e lhe mente.
 
Joaninha, voa, voa.
Leva as cartas a Lisboa.
Leva esta mágoa sentida
De quem quer comer o pão
Sem ter de estender a mão
A quem lho dá por medida.
 
Joaninha, voa, voa.
Leva as cartas a Lisboa.
Correio de quem é pobre,
Vai dizer a quem é tolo
Que quanto mais cresce o bolo
Mais o povo passa fome.
 
 
Do Livro "A FACA no PÃO" (1981)
 
 Tupamaro

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