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Como todas as semanas, às terças-feiras, dou uma vista de olhos pela net à cata de fotos de Chaves. Rara é a semana em que, apenas no flickr, não encontro fotos cá da terrinha, de gente não flaviense que por cá passou e a registou em imagem.
Há dias, numa dessas buscas, encontrei algumas fotos de Chaves com autoria assinada por Eloy Rodríguez, em cujo perfil constava “Madrid – España”. Como no mesmo perfil as suas fotos não estavam disponíveis para download, entrei em contacto com o autor para lhe solicitar algumas fotos, bem como, a devida autorização de publicação, pois cá pelo blog ainda se respeitam os direitos de autor.
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Pois surpresa, hoje mesmo recebi um mail com o aceitar do convite e o envio das fotos onde o Eloy Rodríguez me diz que Madrid é a sua cidade de residência, no entanto é Euro-flaviense de nascimento e, desde há muito, que conhece a cidade de Chaves, onde há poucos anos tocou fazer o “xantar” anual de família, que como sempre vai registando com algumas fotos, das quais, hoje ficam, por aqui algumas.
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Eloy Rodríguez euro-flaviense, é assim mesmo, ou esmiuçando esta euro-flavien(c)idade, é um flaviense natural da Eurocidade Chaves-Verin, mais propriamente do lado galego de Verin.
Embora o mail que me enviou seja do foro privado, penso que o Eloy Rodríguez me desculpará por tornar público algumas das suas passagens e palavras, pela sua importância e também para (de certa maneira) poder justificar o seu ser Euro-flaviense:
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“Desde siempre tengo un sentimiento de gran simpatía por tu país, Portugal y por su gente. Supongo que algo tiene que ver el haber nacido precisamente “perto de Chaves”, en Verín. Así que en realidad, desde la infancia para mí Portugal era… Chaves.
Siempre ha habido mucha relación entre las gentes de ambos lados de la “raya”. Recuerdo todavía las fiestas de “San Lázaro” de los años cincuenta y sesenta en Verín donde había más portugueses que “españois”, con participación siempre de equipos portugueses en torneos de fútbol, etc. Para mi familia y otras muchas, era tradicional el viaje a Chaves con motivo de la celebración de “Todos los Santos” el primero de noviembre, con visitas al cementerio como verdadera “atracción turística” por la ornamentación de las tumbas llenas de flores…y por supuesto, de textiles de todas clases y otros muchos productos. Eran los tiempos del “contrabando”, lingotes de cobre, café, piezas de automóvil, ¡piedras de mechero¡, y otros productos de los que España -en la dictadura de Franco- carecía.”
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Para além do contrabando das "pedras de isqueiro" é curiosa a atracção despertada pela ornamentação do cemitério que, também eu, há muito comungo e atinge o seu auge no espectáculo de luz que as velas à noite proporcionam e que, por bem e com todo o respeito, também honram e alargam a festa da Feira dos Santos aos flavienses que já partiram.
É neste intercâmbio das festas do Lázaro e da Feira dos Santos e nos intercâmbios comerciais que sempre houve ao qual, por força da lei, se chamava contrabando, além de um mesmo povo de um e outro lado da raia, que vejo com agrado a Euro-Cidade de Chaves-Verin que penso ser um projecto que tem pernas para andar e alargar, se sério, tal como veria com agrado que este conceito de Euro-Cidade fosse alargado a uma pequena Euro-Região, começando pela aproximação real (em termos culturais, turísticos, comerciais e boas vias de ligação) com os nossos concelhos vizinhos, principalmente Montalegre, Valpaços e Boticas. Todos ficaríamos a ganhar, principalmente se para o futuro fossem projectados projectos inter-municipais sustentáveis. Mas isto já é política e hoje o que interessa mesmo, são as imagens que o nosso irmão galego Eloy Rodríguez deixa para partilhar.
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Diz o Eloy que a fotografia é apenas um pequeno entretenimento com que vai registando os sítios das suas viagens para a família recordar, mas a esse entretenimento o Eloy sabe juntar a arte de bem captar momentos e, afinal a fotografia de amador é isso mesmo, grandes captações para lembrar grandes momentos e daí as grandes fotografias e os instantâneos que só a arte de um amador sabe captar. Que se lixe a técnica e o “cliché” profissional. O amador faz fotografia com amor e isso, não há dinheiro que o pague.
Obrigado Eloy Rodríguez pelas tuas fotos de Chaves e já agora recordo-te que o dia de “Todos los Santos” estão à porta, talvez te abra o apetite para mais uma visita a Chaves, mas traz a máquina fotográfica. Pela nossa parte, cumpriremos a tradição de ir à feira comer o “pulpo” à galega.
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Como sempre deixo o link para a galeria no flickr do nosso convidado que poderá e deverá ver aqui:
http://www.flickr.com/photos/eloyrodri/
Mas também ficam dois sítios na NET onde poderá ver mais fotos suas, aqui:
“Photobucket”:
http://s707.photobucket.com/albums/ww79/ELOYRODRIGUEZ_photo/PATAGONIA%202006/?albumview=grid
e aqui:
“fotocommunity”:
http://www.fotocommunity.es/pc/account/myprofile/1350994/profile/
Até amanhã, em dia de feijoada em Chaves.