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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

31
Jul19

Ei-los que chegam a Chaves - Portugal


1600-(43419)

 

 

Ei-los que chegam
novos e velhos 
de buscar a sorte 
noutras paragens 
noutras aragens 
entre outros povos 
ei-los que chegam 
velhos e novos

 

Já sei que a letra da canção de Manuel Freire não é bem assim, mas pela certa que ele me perdoa que lhe altere a letra, pelo menos durante este mês de agosto em que esta versão alterada se torna bem mais real, pelo menos enquanto o último verso da canção*,  não for uma realidade absoluta, que esperemos nunca o seja.

 

Virão um dia 
ricos ou não 
contando histórias 
de lá de longe 
onde o suor 
se fez em pão 
virão um dia 
ou não*

 

Pela minha parte, sejam bem-vindos à terrinha, em agosto ou quando quiserem, não só (d)os 4,5 milhões da diáspora de nacionais e luso-descendentes espalhados pelos cinco continentes, mas também (d)os que vivem na condição de diáspora dentro de Portugal.

 

 

 

 

11
Jun16

Gérald Bloncourt - Comendador da Ordem do Infante D. Henrique


Gerald Bloncourt fotografo.jpg

 

Ontem foi o Dia de Portugal que este ano, ineditamente, foi comemorado em duas frentes, primeiro no Terreiro do Paço, em Portugal, e depois em Paris, França, também com a presença do Presidente da República e do Primeiro Ministro. É também neste dia de Portugal que o Presidente da República condecora portugueses e estrangeiros com as várias ordens honorificas que se  destinam-se a galardoar ou a distinguir, em vida ou a título póstumo, os cidadãos nacionais que se notabilizem por méritos pessoais, por feitos militares ou cívicos, por actos excecionais ou por serviços relevantes prestados ao País, podendo também ser atribuídas a cidadãos estrangeiros, como membros honorários de qualquer grau, tal como aconteceu ontem em Paris.

 

Gerald Bloncourt-2.jpg

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E eis-me chegado àquilo que hoje queria aqui destacar que é precisamente a condecoração com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique do fotógrafo francês de origem haitiana Gérald Bloncourt. Pessoalmente congratulo-me com esta condecoração, não só  por ser merecida mas com ela também condecorar a fotografia e a sua importância, neste caso a fotografia de Gérald Bloncourt o fotógrafo que mais retratou a situação difícil vivida pelos portugueses nos bairros de lata periféricos da cidade de Paris, entre os anos cinquenta e setenta do século passado, mas também as suas origens, com passagem também pela cidade de Chaves e da região, contribuindo dessa forma para dar visibilidade à situação miserável em que se encontravam e contribuir para a sua mudança e melhoria das condições de vida no país de acolhimento. Sem dúvida alguma um dos maiores contributos para a história da emigração portuguesa e da própria História de Portugal do século passado.

 

Gerald Bloncourt-3.JPG

 

Ficam algumas imagens de Gérald Bloncourt, algumas já repetentes no aqui no blog.

 

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Capturar7.JPG

Embora a legenda desta última imagem atribua a fot a Lisboa, na realidade ela é em Chaves, no Jardim das Freiras, com o quartel dos Bombeiros (actual Biblioteca Municipal) de fundo.

 

Gerald Bloncourt-9.jpg

 

Gerald Bloncourt-10.jpg

 

 

 

01
Out15

Discursos (emigrantes) sobre a cidade


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Crónica do reencontro

 

A nossa terra é sempre um ponto de encontro para partilhar momentos felizes ou tristes. É aqui que os grandes momentos, os acontecimentos que nos marcam verdadeiramente nesta vida vão sempre dar. As raízes! Sempre voltamos a elas.

 

E é tão bom podermos partilhar esses momentos, tanto os felizes como os tristes, com as pessoas que melhor nos conhecem, saber que, nestes momentos, temos alguém que se alegra connosco ou nos limpa as lágrimas com reconforto. Tão bom sentirmos a necessidade de regressar quando estamos longe para partilhar esses momentos com as pessoas e os lugares que sempre fizeram parte da nossa vida. Podermos aí sermos realmente quem somos e sentir-nos completos.

 

O emigrante que regressa num relâmpago à terra, regressa inteiro e de coração. Dá e recebe uma alegria genuína. Transforma o momento e o sentimento do reencontro em algo grande, belo, extraordinário e inesquecível. Saboreia cada momento, cada minuto, cada lugar, pois sabe que tem partida marcada, sabe que será um momento único e irrepetível durante muito tempo. A saudade – e a “matança” da mesma – é uma das coisas mais bonitas do mundo. Intensifica a vida e os sentimentos.

Larouco.JPG

 Serra do Larouco

Quando não vive na terra, ele sente-a tanto como quem lá vive. Lá fora, o emigrante fala dela e dá-a a conhecer a todos os que não a conhecem. Trata-a com tanto valor, admiração, amor e respeito, que todos sentem vontade de conhecer esse “Portugal” para além da típica visita turística de postal a Lisboa. E, a determinado momento, eles trazem à terra pessoas de terras longínquas e culturas bem diferentes, com novos olhares, que de outro modo, se nunca se tivessem cruzado com eles, nunca viriam por si sós. Chegados ao “verdadeiro” Portugal, os estrangeiros espantam-se, vivem e saboreiam as pequenas coisas e prazeres, aqueles que os que aí vivem todo o ano nem notam.

 

E aí a magia do reencontro torna-se ainda mais especial, pois o apreço dos visitantes ocasionais enche-nos a todos de orgulho, tanto aos que habitam a terra como aos que ela habita nos corações.

Sandra Pereira

 

16
Ago11

Pedra de Toque - Os Emigrantes


 

 

OS EMIGRANTES

 

         Estão por cá.


         Vieram muitos, mas já não são os mesmos que por cá gozaram férias nas décadas de sessenta e setenta.


         Já não ambicionam a moradia construída na aldeia, já não compram os prédios (terrenos), na terra que os viu partir.


         Na vila ou na cidade só compram muito pouco ouro ou nenhum e gastam menos nos estabelecimentos comerciais. A crise está em toda a Europa, em todo o mundo.


         Chegam com filhos e netos, alguns deles estudados, que em boa parte, infelizmente, só falam francês.


         Muitos já vão gozar uns dias de praia antes de virem abraçar os familiares que os esperam.

 



        Com a sua presença, neste Agosto acalorado, enchem os restaurantes, cafés e supermercados da cidade, e perturbam (no bom sentido, claro) a pacatez e sossego das aldeias onde são recebidos com alegria pelas populações.


         Não perdem o arraial da terra que animam e para o qual contribuem, não deixando de enriquecer os andores da procissão ornamentados com cetim colorido e com esmolas para a padroeira.


         Nos países onde labutam são estimados e considerados gente de trabalho.


         Os mais velhos ainda mantêm muitas saudades deste nosso velho rincão.

 


 

         Saíram numa aventura difícil em busca de vida digna mas dos países onde se encontram procuram ajudar a Pátria mãe que não esquecem, e que já foi madrasta, não deixando nunca de vibrar com o nó na garganta e lágrima no olho, quando o Hino soa.

 


         São também a diáspora no velho continente.

        

         Porque são nossos compatriotas, porque trabalham duramente mas com dignidade, pelas economias que vão enviando para o país e pelo seu amor a Portugal, merecem que os recebamos de braços abertos.

 

António Roque

12
Ago09

Hoje não há feijoada


.

 

As notícias de ontem da LUSA até davam ingredientes para uma boa feijoada à transmontana, senão leia-se:

 

O presidente da câmara, João Batista, apresentou hoje, em conferência de imprensa, o último projecto aprovado no âmbito do Programa Operacional do Norte (ON.2 - o Novo Norte), que representa um investimento total de 4,8 milhões de euros, com 2,8 de comparticipação do programa FEDER.

 

No âmbito do projecto "Chaves Monumental", o autarca destacou a construção do Museu das Termas Romanas sob as ruínas do balneário termal, possibilitando a visita das mesmas e de outras peças descobertas naquela zona como moedas ou peças de adorno.”

 

Não sei se os 4,8 milhões de euros chegarão para por baixo das “ruínas” do balneário termal romano se fazer um museu, nem sei se o IGESPAR consentirá que se proceda ao desmonte (suponho) do balneário romano para o tal museu ser levado a efeito. De qualquer das maneiras é uma obra ousada de engenharia à qual quero assistir….eheheh!

 

Calinadas à parte, hoje até nem há feijoada, pois o calor não convida a tal, mas continua a ser dia de feira em Chaves, e as feiras de Agosto, já toda a gente sabe, são bem animadas, com muito movimento e muita gente na rua e,  com a vinda dos emigrantes, Chaves está em festa.

 

Claro que com as férias dos nossos emigrantes, os nossos problemas também são agravados, principalmente naquilo em que Chaves já apresenta carências durante todo o ano, fazendo-se notar mais no trânsito e principalmente nos estacionamentos.

 

Contentinhos de todo, andam os restaurantes e alguns comerciantes, pois embora a crise esteja instalada em casa ou à porta de cada um, férias são férias e há sempre lugar para uns devaneios económicos bem compreensíveis, pois,  só se conhece o verdadeiro sabor da terrinha quando se está lá fora e a ela se regressa, principalmente de férias e por curtos dias, pois os resistentes, os que por cá ficam todo o ano, não dizem o mesmo. Acomodados à pasmaceira, estranham o mês de Agosto e até protestam por neste mês terem aquilo por que anseiam o ano todo, chegam mesmo a stressar de tão marasmados que andam o ano inteiro… a dar milho às pombas.

 

.

.

 

 

Eu pessoalmente gosto da festa do mês de Agosto, ver caras novas e até, coisas bem interessantes. Claro que também me incomoda ter de andar às voltas ao quarteirão para encontrar um estacionamento, mas até já é um incómodo ao qual estou habituado, apenas é mais agravado, mas vale pela festa, pela quebra da rotina, por acontecerem coisas em Chaves, por vermos caras novas e só lamento mesmo, que as entidades responsáveis não entendam este regresso como uma verdadeira festa em Chaves, uma festa que requer festa e que neste mês deveria ser diária… mas nesse aspecto (da festa), ninguém se pode queixar  de stress, pois o marasmo, é aquele que habitualmente acontece durante todo o ano. Antigamente ainda havia as verbenas, agora nem isso. Restam as esplanadas dos bares e o grande acontecimento de Agosto, que parece resumir-se ao festimage das freiras…quando lá está.

 

.

.

 

De tão ocupado que tenho andado, nem me sobra tempo para atender aos pedidos do Repórter de Serviço, mas ao que parece já esvaziaram o rio para finalmente repararem o muro do Tabolado. Mesmo em frente, a destruição do espaço verde polis continua, primeiro com a praia artificial para o futebol e agora com uma pista para radicais. Mas ainda há espaço para outras destruições… ATENÇÃO, nada tenho contra a bola na praia e as pistas dos radicais, até acho que são salutares e interessantes, já não compreendo é como se destrói aquilo que está bem feito para implantar estes espaços, quando por aí há tanto espaço a meter dó, bem localizados e que pede intervenções urgentes, onde estes espaços desportivos caiam que nem ouro sobre azul. Mas pela certa que são espaços que estão reservados ao b€tão, onde os interesses da “modernidade” mandam e falam mais alto que os interesses públicos. Fico-me por aqui.

 

Até amanhã, com coleccionismo de temática flaviense.

04
Ago08

De volta à terrinha - Bem vindos!


..

 

 

Pois é, estamos em Agosto, mês em que todos os flavienses ausentes aproveitam para vir matar saudades à terrinha e encher as nossas aldeias com a alegria que lhes falta durante todo o ano. No Sábado, foi assim durante todo o dia na fronteira de Vila Verde da Raia (vídeo). Carro após carro, uns bons milhares durante todo o dia, adivinhava-se que no seu interior, ao verem a placa a anunciar a entrada em Portugal , acordava-se do sono de longas horas de viagem e a pele de galinha invadia todo o corpo. Se é assim que me fica a pele quando regresso dos meus 15 dias de férias anuais, imagino que aos nossos emigrantes a pele lhes deve picar todo o corpo.

 

É sem dúvida alguma a festa do regresso a casa, que merecia uma recepção digna para quem andou lá fora a lutar pela vida durante um ano inteiro sempre com a terrinha e Portugal no coração. São estes os que conhecem verdadeiramente o significado da palavra saudade e são estes que Portugal recebe com a indiferença de um viajante qualquer.

 

Temos o bom hábito de bem receber quem não é de cá. Derretemo-nos todos para receber um qualquer turista ou falante de língua estrangeira que nem sequer se esforçam por perceber ou falar a nossa língua, e que muitas vezes, mesmo gratos pela hospitalidade, olham para ela como um acto terceiromundista. Fazemos isto para quem não conhecemos, mas não temos nenhum acto de carinho para com os nossos. É a verdade pura, simples e também cruel para quem regressa, embora a alegria de regressar, não dê para se aperceberem disso.

 

Todos os anos se repete este fim-de-semana em que os nossos emigrantes regressam à terra e na nossa fronteira não há qualquer manifestação de recepção ou boas vindas, de um ponto de apoio a tão longa viagem, um gesto de carinho que seja, nem que fosse de oferta de uma água fresca a quem vem sedento de beber da nossa boa água, mas, antes pelo contrário, são recebidos com o nervosismo dos residentes em que se enervam só por verem uma matrícula de carro com cor amarela e que até mudam de comportamento ao as avistarem. É uma realidade da/na qual todos deveriam reflectir ao receber aqueles que um dia ousaram ou foram obrigados a partir e que regressam à terrinha por nós, pela terrinha e por Portugal.

 

Somos da terra do fado e da saudade, é certo, terra de poetas também, saibamos com sentimentos tão profundos e tão nobres receber aqueles que também com sentimentos profundos transportam Portugal no coração durante todo um ano e que apenas têm uns dias para matar saudades onde cabe também uma boa dose de tolerância para desculpar alguns excessos de alegria por estarem na terrinha.

 

Da minha parte também estranho este agitar dos dias, do excesso de trânsito, dos problemas de estacionamento, dos restaurantes cheios, das bichas no supermercado e do movimento anormal, mas que raio, não é disso que ansiamos durante um ano inteiro quando dizemos e nos queixamos da pacatez de Chaves em que nela nada acontece!?

 

Sejam bem vindos os que regressam de férias à terrinha.

 

Até amanhã, com Chaves!

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