Pecados e picardias
Ex mo senhor Ministro da saúde
Cumprimento-o ainda expectante face às suas escolhas que espero privilegiem a hidratação com o reforço hídrico e de sais minerais do nosso Sistema Nacional de saúde, em desidratação severa, face aos rácios profissional de saúde utentes modulado por necessidades prementes em promoção da saúde e prevenção primordial da doença.
Embora lhe reconheça idoneidade tenho as minhas reservas face à sua prática restrita como profissional de saúde corroborada por uma ausência constatada de contacto com o utente nas 23h e 30m das 24h que do dia, o que o limitará na tomada de decisão per si sujeita a uma perceção e à sua consequente subjetiva mas sustentada falta de sustentabilidade…
Acredito que seria bem melhor coadjuvado na autonomia e capacidade de decisão se a sua categoria profissional fosse de Enfermeiro chefe especializado em cuidados globais e respetivo conhecimento presente da integralidade da Pessoa, com um nível de conhecimento apoiado num grau académico compatível com o que vossa excelência detém.
Ainda e necessariamente seria uma mais-valia a experiência dos enfermeiros de 24h junto do doente e a diversidade de conhecimentos implícita na disciplina de enfermagem que permite ter um visão completa das necessidades do utente/doente.
Não se pode ter tudo, e… O Sr. É No entanto agora a minha / Nossa esperança
Começo por lembrar as injustiças gritantes face à disparidade remuneratória dos profissionais
De saúde tendo em conta o mesmo nível de habilitação e a exigência por inerência de formação continua que é exigida concretamente aos Enfermeiros que têm que mobilizar conhecimentos multi /pluri e interdisciplinares atualizados, desde a Enfermagem passando pela administração de recursos humanos materiais financeiros e de consumos clínicos tendo subjacente sempre a relação custo beneficio e ou custo eficácia.
Relembro a restrição de cuidados prestados, cingindo-os aos básicos e elementares em função das dotações escassas e inseguras de profissionais nos serviços de saúde, não há profissionais a mais há é cuidados a menos.
Alerto para a legislação não cumprida face à promoção de medidas que conduzam:
À acessibilidade proclamada aos cuidados de saúde dado que quem tem insuficiência económica pode aguardar cerca de 26 meses para poder ter uma consulta de especialidade;
À centralidade do utente nos cuidados, que continua a ser preterida e o utente é quem espera sempre nas instituições de saúde…
À humanização entre todos os elementos da equipa de saúde sem endeusamentos não só mas também através do cálculo adequado de profissionais, formação em serviço e reflexão periódica das práticas como fator para humanizar os cuidados e rever os ganhos efetivos em saúde.
Às consultas de enfermagem que se fazem na prática clinica mas ainda não estão em vigor administrativamente na maioria das instituições, inibindo o conhecimento da sua existência consequente procura e o acesso a cuidados de enfermagem especializada no domínio das esferas científicas de enfermagem Médico-cirúrgica, reabilitação, saúde mental e psiquiatria, saúde infantil e pediatria, enfermagem em saúde materna e obstétrica e às respetivas subespecialidades e áreas de intervenção.
À ousadia e comportamento indevido de profissionais que continuam a exercer o dom da ubiquidade sem qualquer decoro em explorar a instituição publica onde exercem funções e os cidadãos que lhes pagam as remunerações de trabalho não realizado, com sacrifício através dos impostos…Que optem pelos seus consultórios e ou as suas clinicas.
Às equipas de trabalho que para seu equilíbrio deverão incluir profissionais de todos os escalões etários para haver renovação com partilha de heranças de conhecimento e prática baseada na evidência, talvez o saber mais seguro.
Ouvir as emoções da população, recetor dos cuidados, em plenários onde possam expor os seus problemas e necessidades além de emitir sugestões em primeira voz.
Fazer cumprir os direitos do doente criando condições que facilitem o seu cumprimento.
Avaliar os gestores em função do seu desempenho atendendo a indicadores de qualidade.
Ficamos por aqui, por agora e por enquanto…
Isabel Seixas