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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

22
Out08

Termas Romanas - Chaves - Portugal


 

 

Já é sabido que aqui pela terrinha quando se abre um buraco no chão tropeçamos logo com um pedaço de história. Centenas de anos, no mínimo, mas se o buraco afundar mais um bocadinho, então esbarramos de caras com quase 2000 anos de história, pois é conhecido de todos, que por baixo dos nossos pés, existem as ruínas de uma antiga e grande cidade romana, Aquae Flaviae. Cidade essa, que tanto quanto se crê e cada vez mais se acredita, seguiria o protótipo  das cidade romanas de então, onde não faltaria um teatro, um fórum, um anfiteatro, termas, um templo e toda uma série de infra-estruturas, vias, aquedutos, rede de saneamento, além do casario e até as suas villas de periferia (Ganjinha, por exemplo). 

 


Em 2004 a Câmara Municipal de Chaves projectou para o Largo do Arrabalde um parque de estacionamento. Enquanto que os privados lá se vão esquivando de fazer sondagens arqueológicas nas reconstruções do casario do centro histórico, pois descobriram que não abrindo buracos as sondagens não são obrigatórias, a Câmara Municipal nas suas obras lá as vai realizando e todas elas acabam quase sempre em escavações arqueológicas. Umas mais importantes, como foi o caso da Rua Bispo Idácio onde se está a construir o Arquivo Municipal, outras que não deram em nada, como foi o caso das Freiras. Mas aqui e ali, quase sempre, encontram-se vestígios da cidade romana. Pelo menos do Arrabalde até ao Anjo, há provas disso mesmo.

 

 

Pois  há 4 anos e para levar a efeito o tal parque de estacionamento subterrâneo no Arrabalde,  a Câmara Municipal contratou Armando Coelho da Silva para que procedesse à abertura de três sondagens arqueológicas. Na segunda das sondagens previstas foi encontrado um pavimento em lajeado granítico de aparelho muito perfeito e datação romana, que indiciava a presença no local de estruturas monumentais bem conservadas desta época. Dado que nascia água quente no canto da sondagem, pôs-se desde logo a hipótese de se tratarem das termas romanas da cidade.

 


As escavações iniciaram-se então a um ritmo que parte da população não compreende muito bem, mas que foram decorrendo ao ritmo certo e delicado que este tipo de trabalhos exigem, pois  todos os trabalhos arqueológicos foi seguido o método de Barker-Harris com a remoção manual de todas as camadas pela ordem inversa à da sua deposição, e com a descrição, registo gráfico e fotográfico de todas as unidades estratigráficas detectadas. Convenhamos que escavara manualmente e com os cuidados precisos até cerca de 7m de profundidade em toda a área da escavação, além de não ser fácil, é trabalho demorado. Talvez um pouco de informação tivesse ajudado a compreender aquela escavação para não vir a ser, por muitos, apelidada com ironia e desprezo como o buraco da Câmara, e logo ali no Arrabalde onde pára grande parte da massa crítica desta cidade.

 

 

Projecção sobre fotografia aérea das termas romanas (apenas o que foi descoberto em escavações),

pois o complexo termal seria de maiores dimensões - ainda por descobrir)


Logo desde cedo, primeiro com o renascimento de um troço das muralhas seiscentistas que foi soterrada em 1870 para construção do mercado que aí existiu até meados do século passado. Na base começaram os primeiros indícios das tais termas romanas que viriam a confirmar as suspeitas das sondagens, ficou inviabilizada a construção do parque de estacionamento previsto e, antevendo-se um grande interesse museológico para a autarquia, o executivo abandonou de vez a ideia de um parque de estacionamento no local. Uma boa opção, sem dúvida alguma.

 

 

A monumentalidade das estruturas descobertas; a sua proximidade à ponte romana; o facto de, das numerosas intervenções arqueológicas até agora realizadas na cidade, quer de iniciativa pública quer privada, poucas terem resultado na musealização do património exumado; e, finalmente, o grande interesse científico que os achados poderiam vir a ter, quer por serem os primeiros vestígios de um edifício público encontrados na cidade em contexto de escavação, quer pelo aparente bom estado de conservação do registo arqueológico, levou a Câmara Municipal, e muito bem, a requer o estatuto de Monumento Nacional para o local, além da  musealização dos vestígios encontrados no local, onde serão colocados todos os achados (milhares e em bom estado de conservação) encontrados no local. Ao que sei, o projecto para o local já está em elaboração e congratula-me saber que desta vez, toca a uma equipa de flavienses (arquitectura e engenharia) fazer o projecto. Congratulo-me, porque está demonstrado que nestas coisas dos projectos, o sentimento e conhecer-se bem a terrinha, são condições muito importantes. Neste aspecto, o projecto, está bem entregue.

 

 

Maqueta das termas romanas de Bath (Aquae Sulis) em Inglaterra - Semelhantes às que agora estão a descoberto no Arrabalde,

à excepção do conjunto da parte esquerda da maqueta (templo), que se crê também existir em Chaves, mas que ainda não foi descoberto.


Mas vamos a um pouco daquilo que por lá se encontrou, que tal é a quantidade e qualidade, que este blog é pequeno para deixar aqui pormenores:

 

 - Logo na muralha, uma conduta de escoamento de águas coetânea que descarregava no fosso exterior a esta e que era composta em grande parte por silhares medievais, muitos deles com siglas de canteiro, reaproveitados, muito provavelmente, do desmonte do torreão que, de acordo com a planta de Duarte d'Armas, se situava ao fim da Rua Direita guardando a porta principal da vila;


- As fundações de uma casa do arrabalde anterior à construção da muralha da restauração incluída no interior de um muro tosco de pedras graníticas irregulares, que delimitava também uma área agrícola (hortas). Encostado ao lado exterior do muro da casa que dava para o interior da área vedada, encontrava-se um canteiro constituído por lajes graníticas fincadas na vertical delimitando uma pequena área. O resto do terreno vedado apresentava ainda marcas de arado. Este conjunto estava construído sobre um outro de cronologia medieval composto também por um muro, mas com pedras maiores e por uma casa, também de maiores dimensões e com um forno adossado. Estratigraficamente associados a este conjunto, mas do lado de fora do muro, encontrou-se:


-Uma grande quantidade de escórias de fundição e numerosas ferraduras e canelos e restos de cota de malha, que indiciam a localização nas imediações de um ferreiro. De notar que ainda hoje se chama Rua dos Ferradores à artéria que corre paralela à ponte do lado montante e que desemboca no Largo do Arrabalde.

 

Ilustração de Alma-Tadema do que seriam as termas romanas no seu interior -

Também idênticas às de Chaves


Sob este conjunto de unidades estratigráficas encontrava-se uma série de depósitos aluviais de areias e limos, correspondentes a um momento de abandono do local, sob os quais se detectou:

 

- as valas de violação do balneário termal romano, abertas nas camadas de derrube da cobertura deste. Pelo menos algumas destas valas devem ter sido abertas imediatamente após a derrocada do edifício, uma vez que se encontrou uma sepultura romana em tégulas formando uma caixa que continha um esqueleto em conexão anatómica, escavada nos derrubes da cobertura. A maior parte das valas estavam abertas ao longo das paredes da estrutura, de modo a recuperar, com o mínimo esforço os silhares bem aparelhados que as compunham.

 

Era notório o derrube organizado da abóbada de canhão que cobria originalmente a área de uma das piscinas  e do acesso a esta, prolongando-se até as estruturas do balneário romano.

 

 

Projecção das piscinas termais (sem cobertura) sobre fotografia aérea. As duas piscinas da parte inferior da imagem

já estão a descoberto, a piscina na parte superior da imagem, está apenas parcialmente a descoberto nas

escavações. Pensa-se que parte da piscina com dimensões idênticas à projectada neste esquema,

está por baixo da actual praça de táxis.


Após a escavação da área intra muralha até ao interface de destruição das estruturas romanas, procedeu-se à abertura de uma sondagem de controlo estratigráfico no enchimento do fosso, presumivelmente aterrado aquando da terraplanagem de 1870. Verificou-se, assim, que os construtores da muralha, ao abrirem a enorme vala para implantação da camisa e construção do fosso, destruíram todos os níveis medievais e removeram uma fiada de pedras das termas romanas, algumas das quais reutilizaram no embasamento da muralha, mas deixaram intactos os níveis de derrube da cobertura e o pavimento de uma sala em opus signinum, bem como as fundações dos muros e a cloaca de escoamento para o rio das águas excedentes do balneário.

 

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Parte de Pirgo ou Turricula ( à esquerda tal como foi exumado) - à Direita um exmplar

do Landsmuseum de Bona, também em opus interassile.

De salientar que o pirgo encontrado em Chaves é o que se encontra em

melhor estado dos três únicos existentes e encontrados até hoje

e com desenho bem mais interessante que os outros dois existentes.

Trata-se de um lançador de dados para jogo.


Após a escavação, também deste lado, até ao interface de destruição do balneário romano, procedeu-se ao registo minucioso do derrube organizado da abóbada de canhão em opus laetericium que apresentava grandes tramos ainda em conexão e parte do revestimento em opus signinum, denunciando, uma derrocada súbita num movimento único e abrupto. Esta interpretação viria a ser confirmada pela presença de esqueletos humanos sob o derrube, provavelmente vítimas do colapso do edifício, que embora quase impossível de determinar, sabe-se que foi resultante de causas naturais.

 

Removidos os derrubes da cobertura e as camadas de argamassas e areias de construção que lhe estavam associadas, verificámos que as lamas subjacentes tinham conservado em ambiente húmido anaeróbico todos os metais e matéria orgânica em condições de conservação excepcionais, proporcionando um espólio de peças únicas de grande valor cientifico. De entre estas peças destaca-se um pirgo (torre para lançar dados de jogar) em opus interassile de bronze que constitui um dos três únicos exemplares deste tipo de objecto existentes no mundo (os outros dois encontram-se no Landsmuseum de Bona, na Alemanha e no Museu do Cairo, no Egipto), um fragmento de cestaria forrada de cortiça que envolvia originalmente uma garrafa, de forma a conservar a temperatura da água no seu interior, vários pentes em madeira, uma turquês em ferro perfeitamente conservada, uma ampulla (garrafa achatada e larga com duas asas) em madeira com uma inscrição no exterior, uma taça baixa em madeira, diversos objectos de adorno em madeira, metal e osso, como anéis, braceletes e pulseiras, contas em madeira osso vidro e cornalina, etc. Um autêntico tesouro.


 

Punhos em madeira em forma de mano fico fálica alada


O EDIFÍCIO TERMAL

 

Tal como as restantes cidades romanas com o elemento Aquae no seu nome, cerca de uma centena em todo o Império e oito conhecidas na Hispania (VELASCO 2004), Aquae Flaviae era uma verdadeira estância termal no período romano, o balneário, que constituiria o núcleo definidor do aglomerado urbano, deveria ocupar uma grande parte da área total da cidade.

 

Tratavam-se de termas de tipo terapêutico, muito diferentes tanto em forma como em função das termas higiénicas comuns a todas as cidades romanas. Eram vocacionadas para o tratamento de doenças e este facto, junto com o de estarem, seguramente, associadas a um centro de culto dedicado à divindade que se julgava propiciar os efeitos benéficos das suas águas, atraíam gente de diversos lugares, por vezes bem distantes.

 

Tendo em conta as informações de que, durante as obras de construção do Cine Teatro de Chaves, em 1964, distante cerca de 200 m. do local das presentes escavações, apareceram tanques e canalizações em tudo semelhantes às agora descobertas, bem como o número e capacidade das condutas de escoamento das águas, o complexo termal ocuparia cerca de um terço da área urbana da cidade romana, e teria uma volumetria só comparável, em contextos provinciais, à de Aquae Sulis, na Britania, (actual Bath, Inglaterra), classificada como Património da Humanidade pela UNESCO em 1987.

 

 

Aneis, pulseiras, colares, ferragens, contas, centenas de moedas, loiça,

alicates, etc, etc, ect, milhares de obrjectos encontrados no decorrer

da escavação em materiais que vão desde o ouro, ao bronze,

cobre, ferro, madeira, porcelana, mármore, e até cestaria se

encontrou nas escavações, entre outros - um autêntico tesouro.


Na área agora escavada (28 x 30 m.) foi descoberta uma piscina de grandes dimensões (13,22 x 7,98 m.) com cinco degraus no seu topo Norte,  uma outra apenas parcialmente escavada mas da qual um dos lados deverá ter cerca de 8 m., com seis degraus a toda a volta; um tanque pequeno, possivelmente para banhos individuais, cujo acesso se fazia através da berma da piscina de maiores dimensões por degraus que numa segunda fase terão sido tapados e cuja cobertura teria sido originalmente uma pequena abóbada de canhão, posteriormente substituida por um telhado de tegulae e imbrex; uma sala com pavimento em opus signinum e ralo para escoamento de águas e um complexo sistema de condutas de entrada e saída das águas que ainda correm com uma elevada temperatura e um caudal considerável. A cobertura da área central, incluíndo a piscina A e a área de acesso a esta, era composta por uma grande abóbada de canhão em opus laetericium revestida a opus signinum. Algumas das condutas seriam também cobertas por telhados em tegulae e imbrex. O sistema de condutas de escoamento das águas sofreu alterações ao longo da utilização do balneário, tendo algumas condutas sido tapadas e novas derivações construídas.

 

 

fragmento de um elemento arquitectónico em mármore com uma moldura de folhas de acanto


Quanto à cronologia do edifício, apenas se poderá referir, de momento, que o seu abandono se terá dado, como indicam os materiais selados pelos derrubes associados ao colapso da abóbada de cobertura, no último quartel do Séc. IV d.C. Não tendo ainda sido escavados os níveis correspondentes ao enchimento das valas de fundação de nenhuma das estruturas do complexo termal, não dispondo de elementos que permitam avançar para a datação da construção ou remodelações que este terá sofrido.

 

Da minha parte, pessoalmente e como flaviense, congratulo-me com as decisões que a Câmara Municipal tem tomado no decorrer destas escavações, agora concluídas numa primeira fase. Congratulo-me pelas escavações em si, mas também pela decisão de requerer o estatuto de monumento nacional e da musealização onde se poderão expor todos os achados no local. Congratulo-me também com a equipa de projectivas flavienses e deixo como única senão desta escavação a falta de informação pública que deveria existir no local desde inicio (agora colmatada com um pequeno painel colocado há semanas atrás – que peca por pequeno), além da delimitação da área de escavação que poderia ter um aspecto bem mais agradável, em vez das actuais vedações correntes de uma obra qualquer, porque aquilo não é uma obra qualquer, mas antes um tesouro que a cidade encontrou e que tanto nos pode a vir a dignificar com a sua importância.


Sem dúvida alguma que por baixo dos nossos pés existe um autêntico tesouro por descobrir.

 

Por último resta agradecer ao Director Científico das Escavações e Arqueólogo da Câmara Municipal, Dr. Sérgio Carneiro, a cedência de imagens dos achados bem como todas as informações sobre as mesmas escavações, sem as quais este post não seria possível.

 

29
Set08

Arrabalde, Escavações arqueológicas e o Eusébio.


 

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Há dias em que os ventos não nos correm mesmo de feição. O digitalizador avaria, o You Tube não aceita o filme, o Flickr anda com problemas, a Internet falha e o tempo é escasso. Tudo se vira contra nós e, mesmo insistindo, o resultado fica muito aquém daquilo que pretendíamos. Para cúmulo, a máquina fotográfica também está doente e entre outros problemas, também não pude ir ver a passagem de modelos tamagani aconchegada pela nossa Top Model maior, a Ponte Romana. Fim-de-semana para esquecer, mesmo assim, vamos ao post possível, conseguido sabe-se lá como!

 

Pois hoje pretendia apresentar o filme das escavações dos balneários romanos do arrabalde e elogiar aquilo que foi feito ou se pretendia fazer neste fim-de-semana pelas escavações. Também queria deixar por aqui a passagem de modelos Tamagani na nossa ponte, mas fica o que é possível deixar por aqui.

 

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Há quem me acuse de por aqui (em palavras) só deixar o que de mau vejo na cidade e é um pouco verdade, por duas razões: - A primeira porque todos temos tendência a aceitar as coisas que acontecem por bem como coisas naturais, que apenas poderiam acontecer por ser o mais correcto e desejado ou seja, é como a água ou a electricidade, só nos lembramos do importante que é quando nos falta; A segunda razão é precisamente a razão contrária da anterior, ou seja, que só dá nas vistas e só na chama à atenção aquilo que não está correcto ou aquilo que nos desilude.

 

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Pois neste fim de semana o pouco que aconteceu cá pela terra foi positivo, principalmente no que diz respeito às escavações arqueológicas e à informação vertida sobre os balneários romanos, porque as pessoas, a população em geral, merece e deve ser informada do que lá se passa, nem que seja pela simples razão de se explicar o que lá se passa e que aquilo afinal não é um buraco (como alguns dizem) mas algo de muito importante para a história, principalmente a da cidade de Chaves e do nosso passado romano.

 

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Um bem haja para o município por finalmente explicar e fazer daquela escavação um museu ao ar livre, só peca mesmo é por defeito, pois as anunciadas visitas às escavações não aconteceram durante o fim-de-semana (como estava anunciado em cartaz) e o painel explicativo, no meio de tão grandes escavações e largo envolvente, não passa de uma agulha num palheiro, que ninguém vê, a não ser que tropece com ele, aliás o mais visível mesmo no largo são as placas da obra e o Sr. Eusébio da Silva Ferreira. Valha-nos ao menos isso, o Eusébio, que no largo faz boa figura.

 

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Mas este assunto é sério demais para ser tratado com leviandade e, da minha parte, fica prometido deixar aqui pelo blog toda a informação possível sobre as escavações assim que me for possível, entretanto, se olharem com atenção, no meio do largo há um pequeno cartaz, minúsculo mesmo para a importância que tem,  com algumas informações sobre o que por lá se passa. Pode ser que para o próximo ano se dispense uma das fotos de grandes dimensões do festimage, para deixar nestas escavações uma informação atraente e visível.

 

Eu bem tento os elogios, mas, nem sempre são possíveis, porque nem sempre vale a intenção. Há vezes em que mais vale nada fazer do que fazer mal. Gostei das senhoras a distribuir informação, mas de tão mal habituado que o pessoal está, toda a gente lhes fugia, pois pensavam que eram testemunhas de Jeová, publicidade indesejável, ou coisa parecida.

 

 

Só resta mesmo explicar as primeiras imagens do post, pois a primeira tenta retratar aquilo que seriam os baneários romanos no seu interior e a segunda os mesmos vistos do exterior. Seria mais ou menos isso que existiu há cerca de 2000 anos no arrabalde. Imagens bem mais simpáticas que as actuais.

 

Até amanhã, com outros olhares.

 

06
Mar08

Do Romano à Chaves de hoje!




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Já há uma temporada que não parava pelas escavações arqueológicas do Arrabalde. Embora aparentemente continue tudo na mesma como há meses atrás, na realidade os trabalhos tem prosseguido com o ritmo que é característico neste tipo de trabalhos e também dia a dia tem aumentado a importância daquilo que se vai descobrindo. Pois dos iniciais restos de muralha seiscentista logo se chegou àquilo que se julgava ser uns balneários termais romanos, o que se veio a confirmar, tal como a sua importância e grandeza que se estende muito para além daquilo que está à vista. Pena é que as escavações se limitem ao actual espaço em escavações e não possam por a descoberto tudo que ainda resta e existe do balneário romano que se prolonga para o resto do Largo do Arrabalde e Rua do Olival (por baixo da actual praça de táxis). Pena é também que não haja um placar informativo no local ou um boletim informativo quinzenal ou mensal que vá dando conta do que por lá se faz e por lá se vai descobrindo, pois assim em vez de a população flaviense em geral e a população que nos visita se por a adivinhar e a mandar palpites sobre o “buraco”, ficava a saber que o “buraco” afinal tem mais importância do que aquela que aparenta ter.

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Mas em termos de andar a “mexer” naquilo que é Romano, temos também as obras na Ponte Romana, que se iniciaram há uns dias. Também aqui aparentemente as obras não irão ter grande significado ou importância. Pode parecer, mas também aqui as obras são importantes, pois tudo que se possa fazer para a preservação e manutenção da Ponte, é para o seu bem e é de acarinhar e louvar. Os seus quase 2000 anos de existência merecem-nos muito respeito. É um monumento nacional, é o nosso ex-libris, é o orgulho de qualquer flaviense. Só espero que impere o bom senso e que se dê o dinheiro que agora se vai lá aplicar como dinheiro bem gasto e, que para além do embelezamento do pavimento, seja proibido de vez o trânsito automóvel sobre a ponte. Estou em crer que é isso que vai acontecer, porque a não ser assim, as actuais obras não têm qualquer justificação.

 

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Onde não há novidades é no nosso antigo e velho Centro Histórico, de casario, ruas e ruelas. Lá se vai reconstruindo aqui e ali, mas coisa muito pouca para aquilo que a maioria do casario está a pedir ou até mesmo a implorar. Faltam as tais políticas e os incentivos, e depois a porcaria da crise actual também nada ajuda e nada encoraja. Resta-nos a sua beleza e muitos lamentos.

 

Toda a gente se lamenta, ainda ontem à tarde foi um mar de lamentações por parte dos professores flavienses. Mas ao que parece, também esta crise é aparente, pois segundo dizem os nossos governantes (os tais de Lisboa), tudo está no bom caminho e tudo está melhor que há 4 ou 5 anos atrás e,  a magreza aparente da minha carteira, afinal deve-se ao valor do euro, ou seja, como vale mais, são precisos menos. Claro que sim e,  tal como defendia ontem o Bruno Nogueira, o nosso derrotismo e pessimismo apenas se deve à mania de nos comparar-mos com o resto da Europa, pois se nos comparássemos com a maioria dos países africanos, somos os maiores! Aparentemente o Bruno tem razão!

 

Até amanhã, com mais um discurso sobre a cidade de autoria de José Carlos Barros. 

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