Ocasionais - O Museu de FAIÕES
“O Museu de FAIÕES”
*Vivemos todos sob o mesmo céu,
mas nem todos temos o mesmo horizonte….*
K. Adenauer
Não consigo esconder o apreço e o respeito que sinto pelos testemunhos históricos, sejam eles pequenos ou grandes monumentos ou simples vestígios.
Disseram-nos que «a vida dos mortos está na memória dos vivos».
Num pedaço de ânfora, numa ara, numa anta, numas «alminhas», nos restos de uma casa castreja, num templo, pequeno ou monumental; numa muralha ou num castelo; num moinho, de água ou de vento; num «baldão» ou num c(a)ravelho da porta de um «quinteiro» (ou de uma adega!) vejo e sinto sempre a grandeza e a nobreza de gente que construiu o meu Passado.
Quem mandou fazer o castro ou o muro; a calçada, a ponte ou o castelo; a capela ou a catedral; um asilo ou uma escola; o açude ou a represa; a levada ou o canal ou a azenha; a bilha ou o punhal poderá até ter sido um malvado, um tirano. Mas aqueles que aí deixaram o seu suor, a sua arte, os seus sonhos, as suas esperanças e, até a sua vida deixaram-nos lições de dignidade humana.
E a todos eles sinto que devo expressar o meu reconhecimento e o meu respeito.
E creio que o merecem por parte de todos os que vieram depois deles.
A Escola de FAIÕES é das coisas modernas mais lindas de CHAVES!
Está abandonada, disseram-me!
Nem posso acreditar!
E depois, os pindéricos intrometidos na política, armados em entendidos da mesma, montados na montanha das suas mediocridades, bem mais alta que a Serra do Brunheiro e até da do Larouco, admiram-se que caia «o Carmo e a Trindade» nos comentários e Post(ai)s que «residentes» e «ausentes» escrevem acerca da sua bronca competência política e do seu paupérrimo e ridículo desempenho autárquico ou parlamentar!
Coitaditos! Sabem bem armarem-se ao pingarelho, explorar a boa-fé, as crendices e o desejo mais frágil e mais fraco, a esperança, dessa gente!
Os que se dizem políticos locais, e os autarcas, em particular, verdadeira ralé política, social e cultural, não tendo o mínimo respeito pelos antepassados, mesmo por aqueles que foram seus contemporâneos, como podem ter respeito pelos seus coetâneos?!
Por aí (tal como por aqui e por todo e qualquer lado) a camarilha político-partidária define a política pela quantidade de comes-e-bebes com que outros lhe enchem a pança, pela quantidade de fotografias nas quais podem revelar as mudas de roupa e os estilos de penteado que as mordomias politiconeiras lhes prrorcionam e pelas vezes em que lhe pôem um microfone à frente.
Convencem-se ser imaginativos, criativos e inovadores desfazendo o que antes foi bem feito; e ousados e valentes dando ao desprezo as obras e os monumentos que gente briosa, respeitadora da História e da sua terra natal construiram e que testemunham uma grandeza de sentimentos que essa trupe incompetente, imbecil e insignificante inveja.
Aí por CHAVES, inútes, verdadeira e definitivamente inútéis, têm sido os medíocres ascendidos a pindéricos politico(neiro)s para quem uma coluna de cimento armado tem tido mais valor do que uma Capela Visigótica, «um martelo vale mais que uma sinfonia», e um arroto de soberba ignorância, mais do que uma Escola Primária desactivada!
E a Escola de FAIÕES é das coisas modernas mais lindas de CHAVES!
A JUNTA de FREGUESIA tem a obrigação de «apertar o papo» à Câmara Municipal, para que esse monumento seja respeitado como merece: manutenção e conservação atempada e periódica, e aproveitamento para fins culturais (p.ex., uma Biblioteca, Sala de Exposições, Clube de Leitura e Tertúlia Poética, etc., etc.,).
.... Ou Museu do celebérrimo «Trigo de QUATRO CANTOS”, de FAIÕES!!!
M., seis de Abril de 2018
Luís Henrique Fernandes