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Localizado quase no centro da foto, no centro da rotunda, está um marco de estrada onde está inscrito N2 – 0, por sinal o mesmo marco que de que este blog se serviu para seu símbolo. Para quem não sabe o significado da inscrição, quer simplesmente dizer que é o quilómetro zero da Estrada Nacional 2, a mais longa de Portugal e que liga a cidade de Chaves à cidade de Faro e que hoje em dia é vista como a nossa “Route 66” em imitação romântica da mítica Route 66 dos Estados Unidos, que liga as Cidades de Chicago, Illinois a Santa Mónica, numa extensaõ de 3939 quilómetros e que atravessa seis estados Norte Americanos, tal como a nossa EN 2 atravessa quase a totalidade das províncias portuguesas. Route 66 que se tornou mítica graças ao movimento hippie, às Harley Davidson nas décadas de 50 a 70 e ao cinema quando foi utilizada como cenário dos filmes Easy Rider, Bagdad Café e Carros (da Disney).
Pois este largo/rotunda tem servido nos últimos anos como ponto de partida de “aventuras” ao percorrer a EN 2 na sua totalidade com os mais diferentes objetivos e resultados, como por exemplo o de terminar em livro com textos e desenhos aguarelados de João Catarino, numa série de programas da TSF com os jornalistas Fernando Alves e Pedro Pinheiro, ou documentários para a TV, entre outras iniciativas e que romanticamente se acaba precisamente por reviver os anos 50 a 70 em que a EN 2 esteve no seu auge como uma das principais ligações de todo o Portugal Continental a Lisboa.
Sem qualquer saudosismo mas com saudades, também são os anos 60 e 70 que muitas vezes me levam até este local, então intensamente povoado com de vida humana e atividade(s), com o Posto da Polícia de Viação no local onde hoje está a rotunda, com o posto da Guarda Fiscal no edifício onde também existiam as bombas de gasolina Mobil e a garagem e oficinas da Volkswagen e loja de venda da marca, mas também o Palacete do Sotto Mayor com Freiras onde funcionava um lar de meninas estudantes, com o latoeiro e respetiva loja, com as verbenas do Jardim Público. Um entroncamento de estradas, onde se iniciava (tal como hoje) a EN 2 com muita vida, sentindo-se logo aí o início do pulsar da cidade de Chaves, ao contrário dos tempos atuais onde já nada do descrito existe e apenas existe uma rotunda para os popós circularem, sem parar. É dessa vida que tenho saudades.