Hoje fazemos o regresso à cidade com uma passagem pelas exposições de artes plásticas que estão patentes ao público na cidade de Chaves. Quatro exposições em três espaços diferentes.
Nadir Afonso e Pedro Calapez estão desde 11 de agosto no Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, Eurico Borges está na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal desde 4 de Setembro e Carneiro Rodrigues está nos Claustros do Forte de S. Francisco Hotel desde 8 de Setembro.
Quatro exposições, quatro artistas, três deles flavienses – Nadir Afonso, Eurico Borges e Carneiro Rodrigues. Quanto ao Pedro Calapez, nasceu em Lisboa.
Então vamos dar a nossa voltinha pelas quatro exposições, iniciando no MACNA – Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, precisamente com o artista que dá nome a este museu - Nadir Afonso.
Nadir Afonso
A exposição é intitulada “Os Lugares de Nadir”, abriu dia 11 de agosto e estará patente ao público até dia 12 de maio de 2024.
Ainda no MACNA podemos ver também Pedro Calapez.
Pedro Calapez
A exposição é intitulada ”Deste Espaço Luminoso e Obscuro”
Saídos do MACNA subimos até à Biblioteca Municipal onde está Eurico Borges desde dia 4 até 28 de setembro de 2023.
Eurico Borges
Depois da Biblioteca subimos mais um pouco até ao Fonte de São Francisco Hotel, onde nos seus claustros está Caneiro Rodrigues, desde dia 8 até 28 de setembro de 2023.
Mais uma exposição do Mestre Nadir Afonso. Pré-Inaugurou ontem e está patente ao público na Galeria AP’ARTE, na Rua Miguel Bombarda, 221 no Porto.
Hoje, em Vila Real
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É urgente sonhar!
Inaugura hoje às 21.30 horas na Sala de Exposições do Teatro de Vila Real, uma Exposição de Eurico Borges intitulada « É URGENTE SONHAR» e estará patente ao público até 31 de Março.
Depois, em Vidago
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Para as 15.30 hora do próximo dia 20 de Março, na Galeria Maria Priscila em Vidago, inaugura uma exposição comemorativa do Centenário da chegada do Comboio a Vidago. A exposição é de autoria de Júlio Silva, nosso colega da blogosfera flaviense autor do Meu Vidago .
Mais para ler
16
Fev09
Nada melhor que começar uma segunda-feira com arte, com a arte dos artistas.
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Eurico Borges
É o nosso artista plástico convidado de hoje. Um pouco da sua arte um pouco da sua vida, um pouco das suas pinturas e exposições. Um pouco de tudo para ficarmos a conhecer melhor este flaviense que tem dedicado quase toda a sua vida à arte.
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Eurico Borges nasceu em Chaves em 1950, de uma família humilde sem qualquer ligação à arte. Teve uma infância feliz entre a cidade e a, então, primitiva aldeia de sua mãe, experiência que o ajudou a formar uma relação de amor com os outros, e sobretudo com a natureza. Aos 13 anos, a pintura aparece no seu caminho como algo absolutamente natural, familiar e inevitável. A circunstância de ficar órfão aos 11 anos, marcará toda a sua vida. A fugaz passagem por um seminário, o trabalho desde muito jovem compaginado com os estudos, bem como o facto de viver numa ditadura, levam-no até França como estudante e trabalhador, vivendo ali o Maio de 68, marco incomparável para a sua consciência política e artística. Aos 22 anos, depois de vários anos às voltas com as cores e os pincéis, realiza a sua primeira exposição individual. Vive em Portugal até que, em 1965, retoma a sua vida de viajante.
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Primeiro Espanha, depois Holanda e Alemanha até que em meados dos 80, regressa de novo ao seu país. Entretanto, sucedem-se as exposições e as vivências-aprendizagem, com importantes criadores europeus. Alguns anos, poucos, em Portugal e, de novo, transfere o seu estúdio cinco anos para Espanha e finalmente durante quatro anos para Cuba. Acompanhou a sua carreira de pintor, com outras actividades, desde muito jovem. Deu aulas, foi jornalista, fez teatro, cinema e até fez parte de uma companhia de dança contemporânea. Foi apresentador de televisão, animador cultural e director de estações de rádio. Em Madrid criou, com outros seis pintores, o "Display Group", ilustrou livros, recebeu prémios, foi homenageado e realizou mais de uma centena de exposições individuais e inumeráveis exposições colectivas, em países da Europa e América Latina. Segundo a velha tradição, é um artista marginal, um "franco-atirador", que nunca se rendeu a valores menores. É para ele reconfortante que, depois de mais de 35 anos a pintar, os críticos de arte o continuem a ver como um Artista romântico.
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EXPOSIÇÕES
1969- Primeira exposição colectiva. 1972- Primeira exposição individual.
Individuais
Portugal - Chaves, Caldas da Rainha, Guimarães, Leiria, Maia, Pombal, Porto, Porto de Mós, Póvoa de Varzim, Régua, Vidago. Espanha - Benidorm, Cáceres, Cádiz, Getafe, Granada, Leganés, Madrid, Motril, Ourense, Salamanca, Valencia, Valladolid, Zamora. Holanda - Amsterdam e Utrecht. França - Orléans. Alemanha - Dortmund, Duisburg, Düsseldorf, Krefeld, Osnabrück. Cuba - La Habana.
Colectivas
Portugal - Braga, Chaves, Estoril, Guimarães, Lagos, Lisboa, Porto, Viana do Castelo, Vila Nova de Gaia, Vila Nova de Cerveira. Espanha - Getafe, Leganés, Madrid, Ourense, Valencia, Verín, Vigo. Holanda - Amsterdam e Utrecht. França - Orleáns e Paris. Suiça - Genebra. Cuba - La Habana
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PRÉMIOS E SELECCIONES
- Artista seleccionado para el Salón de Otoño - Valencia, 1976. - Medalla al Mérito Artístico. Ministerio de Información y Turismo, 1977. - Seleccionado para la Bienal de Vila Nova de Cerveira - Portugal, 1980 y 1986. - Seleccionado para la Bienal de Diseño de la Cooperativa Árvore-Oporto (Portugal) 1985. - Seleccionado para la Bienal de Lagos - Portugal, 1986. - Artista Homenajeado en la III Bienal Joven - Chaves (Portugal), 1987. - Seleccionado para Palexpo - Ginebra (Suiza), 1992. - Seleccionado para las exposiciones de Eixo Atlántico (Galicia y Portugal), 1997. - Seleccionado para la Bienal de Avante - Portugal, 2003.
Eurico Borges tem também o seu sítio na NET, cuja visita se recomenda para ficar a conhecer mais um pouco da sua obra:
Há fins-de-semana em que Chaves é invadida pelo marasmo, no entanto o último foi rico em acontecimentos que começaram logo no Sábado.
Vamos resumir então:
- Desfile medieval e feira medieval;
- Inauguração da Galeria Tamagani;
- Inauguração do mural da Madalena executado pela escola de Mário Lino;
- Actividades da Semana Europeia da Mobilidade;
- Tradicional festa da Nossa Senhora das Graças;
Á excepção da procissão da Nossa Senhora das Graças à qual não assisti por motivos mais nobres, marquei presença em todas as actividades de Sábado.
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Comecemos pelo desfile e Feira Medieval. A minha filha, 9 anos, ficou curiosa com os “medievais” que iam invadir a cidade. Durante a semana consultou enciclopédias, pesquisou na NET e constantemente me fazia perguntas se na época medieval isto, na época medieval aquilo… por aí fora. Fez muitas ilusões com esta feira, o problema foi durante o desfile e a feira, à qual assistiu comigo, responder-lhe às perguntas que me ia fazendo. Deixo-vos com algumas perguntas curiosas seguidas da observação que a levou a tal, ficando de fora o meu “Porquê filha?:
- Ó pai na época medieval já havia lojas dos chineses? … é que o senhor que lança lume leva umas chinelas de senhora calçadas iguais às que vendem nas lojas dos chineses!
- Ó pai na época medieval já havia escuteiros?... Já, pai!?
- Ó pai, eles por baixo destas roupas já usavam roupas iguais às nossas?...
Entre outras perguntas, fui respondendo como pude e a algumas deixei a resposta para mais tarde.
Digamos que numa cidade como a nossa que tem um passado medieval tão rico, é merecedora de uma feira medieval, mas feita com pés e cabeça, com algum rigor histórico e, onde se possa fazer um bocadinho da história medieval, ensinar a história da nossa cidade medieval, principalmente aos putos, que são sempre os mais interessados. Ao contrário disso o que se faz debaixo de um nome com Feira Medieval é um perfeito disparate que mais parece um desfile de carnaval e mais grave ainda com muitas falhas de organização e selecção. Só a título de exemplo, durante o desfile na Rua Direita até uma limusine apareceu pelo meio, fora uma boa dezena de carros que aqui e ali ia interrompendo o desfile. Acontece que no mesmo momento em que os “medievais” iniciaram a sua marcha rua abaixo, a cerimónia de um casamento iniciou a sua marcha rua acima. A confusão instalou-se porque alguém se esqueceu de cortar o trânsito numa rua que até é de trânsito proibido e, ao que parece, não foi o único incidente, mas aos outros não assisti.
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Quanto à feira em si (as barracas) já cheiravam a Santos, havia um pouco de tudo, uma mistura de feira das bruxas (à moda de Vilar de Perdizes) com consultas in locu até loja de produtos indianos, só faltaram mesmo os marroquinos e os chineses… tudo muito medieval que terminava numa corte de burros.
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Quanto ao local das barracas e das actividades, na minha humilde opinião, o local acertado seria o Jardim Público ou até o Forte de S.Neutel e o seu fosso. Quanto à feira medieval, que de medieval só tem quase o nome, mais valia fazerem uma feira das freguesias associada à procissão das freguesias da Nossa Senhora das Graças, e aí sim, poderiam convidar o homem do lume, os cavalos, os gaiteiros e a menina da dança do ventre para animar a festa das freguesias.
E de feira medieval estamos (por aqui) conversados, pois em casa, ainda tenho algumas explicações para dar à minha pequena.
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Continuei o meu Sábado à tarde com as visitas que tinha prometido. Primeiro à exposição colectiva dos Tamaganis a inaugurar a sua galeria, onde (claro) o Eurico Borges estava de porteiro, não fosse ele o Presidente dos Tamaganis. O local da galeria, embora improvisado, é um dos mais nobres da cidade, pois trata-se da antiga entrada e foyer do antigo Cine-teatro. Visitei a exposição, gostei do que vi, principalmente da nova fase do Mário Lino. No livro de visitas deixem os meus parabéns sinceros à Tamagani, mas também o meu lamento, por aquela galeria não estar dentro do espaço de um cine-teatro tal como esteve projectado no programa polis, mas que por outras opções, não foi avante. Aí sim, seria ouro sobre azul.
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Depois de ver o Mário Lino nos Tamaganis, lembrei-me do convite para ir assistir à inauguração do mural da Madalena, que o Mário Lino mais os miúdos da sua escola levaram a efeito. Cheguei atrasado o que até foi bom, pois deu para apreciar descansadamente o mural. Estilo Mário Lino (claro, nem poderia deixar de ser) embelezou aquilo que são as traseiras de uns anexos. Gostei do que vi, do aproveitamento e integração dos próprios anexos no desenho do mural e de como aquele exemplo poderia ser seguido noutros locais da cidade. Só lamento não ter chegado à inauguração, mas estive lá.
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Ao lado, no rio, desenvolvia-se uma das actividades da Semana Europeia da Mobilidade, a canoagem. Só dois apontamentos a este respeito. Primeiro a organização esqueceu-se que para fazer canoagem é preciso haver água no rio, mas mesmo assim ainda encontraram por lá uns charcos para lançar as canoas. Gostava mais de as ver a passar por baixo da ponte Romana e da nova Ponte Pedonal, mas já que tal não foi possível, aguardamos pelo próximo ano em que a nova ponte já esteja concluída e as comportas do espelho de água fechadas para o rio encher.
O segundo apontamento é a hipocrisia desta semana europeia da mobilidade. Primeiro os políticos (locais, nacionais, europeus e internacionais) com as suas politicas estão pura e simplesmente a marimbar-se para o ambiente e para a mobilidade, depois, porque fica bem e nos faz a todos pensar e sentir culpados, vêm com as tretas das semanas da mobilidade, para após a sua passagem, continuar tudo na mesma.
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Chaves é um bom exemplo disso, basta olhar para a mobilidade do centro histórico e para a “guerra” que foi conseguir uma Ponte Romana sem Trânsito automóvel. Já sei-já sei, que vêm aí as ciclo-vias… e o problema fica resolvido.
Pensava eu estar o Sábado terminado e como estava ali à mão de semear, fui até ao jardim público com a minha filhota, que me encarregou de um pedido que passo a transcrever:
- Ó pai, podias pedir lá na Câmara que trouxessem metade do parque infantil do Tabolado “praqui” e assim ficavam os dois bons.
O pedido não foi inventado para encher o post, foi mesmo feito. Afinal as crianças também se dão conta de alguns defeitos das obras, principalmente naquilo que lhes toca.
Ao lado, na antiga “Casa portuguesa” decorria afinal (deslocada) a inauguração do mural. Como fui convidado, ainda estive tentado a passar por lá, mas como não e apetecia lanchar e estava lá alguma gente de fato e gravata, resolvi (em honra da mobilidade e da minha roupa não apropriada para o acto), debitar alguns passos num passeio pelo jardim.
Domingo, como já expliquei, causas mais nobres tiraram-me da vida da cidade.
Até amanhã, mas ainda hoje e dentro do programa da Semana Europeia da Mobilidade, teremos das 8 às 18 horas o encerramento das ruas ao trânsito automóvel no Centro Histórico em (artérias a definir) !? e das 9 às 11 horas, Actividades Lúdico-desportivas infantis no Largo General Silveira.
Continua-se a insistir nas Freiras para fazer actividades quando na cidade há pelo menos meia dúzia de locais com mais e melhores condições, até parece que com tais actividades se tenta justificar qualquer coisa ou arranjar tema de conversa para o Café Sport, mas penso eu, na minha modesta opinião, que em termos de “mobilidades” o engraçado seria mesmo desenvolver estas actividades nas ruas que vão fechar ao trânsito.
Lamento não deixar imagens da procissão da senhora das Graças, mas tal como disse ontem não estive de serviço ao click.