Chaves - Feira dos Santos - Feira do Gado
Para já fica a primeira imagem de um dia de muitos registos. Da minha parte ficam para a posteridade cerca de oitocentos registos. O primeiro calhou por ser este do Forte de S.Neutel quando ia a caminho do concurso do gado. Nunca é demais fazermos um registo daquilo que temos de mais nobre da nossa arquitetura monumental da qual nos podemos orgulhar de chegar em bom estado até aos dias atuais.
Mas vamos lá àquele que para mim é o principal dia da festa da Feira dos Santos – o dia 31 de outubro, dia da feira do gado. Um resumo de um dia que é sempre intenso e que chegamos ao fim dele de rastos, pois a idade já começa a pesar para sair fora da rotina dos dias, mas fazemo-lo por gosto e como tal não nos queixamos, antes pelo contrário, cansadinhos mas damos graças por um dia diferente, sempre interessante e de muitos acontecimentos sem tempo para pasmar como acontece na grande parte dos dias cinzentos de inverno. Foi assim que ele se apresentou ontem pela manhã, nem sequer estava interessante para a fotografia, pois o dia escuro não nos permitia a luz que na fotografia pode fazer a diferença. Mas mesmo assim não nos rendemos e fomos lá cumprir. Claro que tínhamos o nosso início para o concurso do gado. Para a parte em que o gado entra nos camarins para o embelezamento final – limpeza, penteados, enfeites, etc.
Depois começa o desfile para o concurso., nem sempre de forma pacífica, pois tratando-se de gado ainda novo, com vontade própria, nem sempre seguem as vontades dos donos , o que faz com que a adrenalina desperte, quer nos animais quer nos humanos que estão sempre com um olho no animal e outro no caminho a seguir quando for para dar ao pedal para local seguro. Precaução apenas, pois os homens das varas quase sempre fazem valer a sua vontade.
E diga-se a verdade, pois não são só os homens das varas, também há mulheres das varas, de mão firme e de todas as idades, que isto do gado não é só coisa de homens. A prova fica nas três imagens seguintes.
Mas também com o olhar dos veteranos sempre atento com ar de apreciação e de sabedoria. Até o caminhar entre o gado era de quem há muito sabe com quem lida.
E o concurso do gado é isto mesmo – gado, pessoas, homens e mulheres, competição e o gosto de mostrar, de apreciar e alguma curiosidade para quem nunca viu. Depois de ver, se gostarem, fica-se fã destas coisas.
Depois há que consolar a barriguinha, pois o tempo dos relógios não perdoa. Como sabem o pulpo à galega faz parte da gastronomia do dia e nada tem a ver com a eurocidade Chaves-Verin, pois antes de terem inventado essa coisa que ainda não sei muito bem o que é (a eurocidade) já estas coisas existiam, mas adiante, com o pulpo ali ao lado nem há como passar por lá e saboreá-lo, porque ele é mesmo bô. Caro mas bô. Muito caro diria mesmo, mas bô na mesma e quando se sai de lá satisfeito dizemos — oh! É uma vez por ano.
Após o repasto fazemos o regresso à feira, agora das barracas onde se vende de tudo, mas de tudo mesmo. Cansados começamos a pensar no regresso à casinha para descansar um pouco, pois há noite há ainda algumas coisas que merecem a nossa visita. Isto do descansar um pouco é para nós, os de cá da terrinha, pois os de fora lá terão de aguentar ou inventar outras formas de descanso.
Mas pelo caminho há sempre tempo para fazer um ou outro registo, quer da cidade ou no caso, da magia das cores de outono.
Finalmente à noite a nossa opção foi a feira do vinho onde o fado marcava presença com o “Fado Violado” num concerto com Ana Pinhal e Francisco Almeida. Eu gostei do fado e dos vinhos que provei. Ficam três momentos do concerto.
Até mais logo, pois possivelmente ainda voltaremos por aqui.