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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

10
Ago11

Hoje há feijoada


 

Hoje deveriam vir por aqui as palavras colhidas do vento de Mário Esteves, mas por motivos devidamente justificados, outros ventos soprarão e palavras também não faltarão. Lembro que antes das palavras colhidas do vento era habitual eu trazer aqui o dia de feijoada em Chaves, porque às quartas-feiras, dia de feira, a feijoada é quem mais ordena. Suponho que é hábito antigo de consolar os estômagos do pessoal da montanha que descia ao vale para feirar. Suponho apenas, pois eu que sou do vale, também não dispenso a feijoada das quartas-feiras. Então vamos a ela.

 

 

Estive fora da terrinha uns dias, pois também eu tenho necessidade de às vezes ver o mar, um mar a sério, longe deste mar de montanhas que me habita e habito durante o ano inteiro. Uns dias fora da terrinha que estou certo tão depressa não se repetirão… não por minha vontade, mas a isso são contas de outro rosário e da pena que, mesmo sem culpa, temos de cumprir mesmo sem ter participado no peditório.

 

 

Cá estou então de novo e bem vos queria deixar por aqui novidades fresquinhas, mas por cá continua tudo como dantes, pois à excepção dos nossos emigrantes que estão cá em férias e dão um ar agitado e excitado à cidade, pouco mais há a realçar ou de que falar, e se não fosse o concerto do Tony Carreira que vem aí no próximo dia 11 consolar corações e as obras da Ladeira da Brecha, poucos temas de conversa teríamos, o que lamentaríamos, pois nós flavienses gostamos de ter tema de conversa à hora do café ou até mesmo debatê-los profundamente na esplanada do Sport…

 

 

Pois por mim, e embora não console o meu coração, que venha o Tony Carreira, pois sempre dá um ar festivo à cidade e é um merecido doce para os nossos emigrantes (e não só), pois outra festa de verão em Chaves, não há. Quanto às obras da ladeira da Brecha, apenas lamento que só agora sejam feitas, pois há anos que aquela ladeira necessitava deste arranjo, mas foi necessário darem-se por lá uns trambolhões e partir umas pernas para se darem conta que aquela ladeira em vez de eliminar uma barreira arquitectónica, era uma ratoeira arquitectónica.

 

 

Há que louvar aquilo que é bem feito. Já o mesmo não digo de algumas localizações para os novos depósitos de lixo. Até parece que em Chaves se adora o lixo, pois só encontro essa razão para nos locais mais nobres da cidade e com visibilidade, se colocarem esses pequenos mamarachos mal cheirosos, a exemplo do que se passa junto ao Baluarte do Cavaleiro. Ainda bem que a tempo, alguma consciência cancelou o que estava previsto para o Jardim do Bacalhau, no preciso local onde antes existia a pérgula. Desta sim, temos saudades – Talvez fosse boa ideia trazê-la de volta e aplausos dos flavienses não faltariam.

 

 

 

Então já sabe, dia 11 temos cá o mesmo de sempre, o Tony Carreira. Para quem não gostar do género, no dia 14, as vozes flavienses do Coral de Chaves apresentam o seu Concerto de Verão. Se o seu gosto não atina mesmo com música, então sempre é melhor apreciar as obras da Ladeira da Brecha ou debater actualidades na esplanada do Sport…

 

Até amanhã, com o Homem Sem Memória de João Madureira.

29
Dez10

A ultima feijoada de 2010


 

 

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Dia 29 de Dezembro de 2010, dia de S.Tomás Becket e de feijoada em Chaves. Dia da última crónica de feijoadas do ano de 2010. Seria tempo de fazer por aqui a análise do ano que termina e de preparar a entrada para o ano que se aproxima, mas há pouca vontade de fazer análises a um ano que se quer esquecido e distante e muito menos vontade para prever os maus dias que aí vão vir, pois é com todo o pessimismo do mundo que adivinho ou prevejo o ano de 2011…mas, enfim, há sempre um restinho de esperança.

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Cada vez mais estou convencido que a verdadeira escola da nossa aprendizagem é a escola da vida e dos anos de vivência. Fui educado da maneira que os meus pais e os professores sabiam educar. Não foi a educação perfeita, mas mesmo sem o ser, foi uma educação à qual estou grato. Uma educação baseada nos valores, no valor da palavra, da verdade, do respeito, da disciplina. Não foi muita rigorosa em coisa de livros e dos seus conteúdos mas foi em valores e saberes e sabores da terra e da vida,  em que o pão que se comia à mesa tinha o especial sabor de lhe conhecermos o amanho da terra,  a sementeira, de assistirmos ao seu crescimento, de esperar pelo seu amadurecer, do árduo trabalho de colher e escolher as sementes, da sua moagem, da sua mistura e amassar à mão, do aquecer do forno, das rezas e bênçãos, do sabor da bica, do cheiro (aroma) do fumo e cozedura…todo um ritual e trabalho que fazia com que o pão à mesa merecesse a vénia de quem o merecia e saboreava como uma dádiva de Deus… São coisas difíceis de explicar aos putos de hoje ou a quem sofre de amnésia para quem o pão nasce nas padarias tal como a água nasce na torneira lá de casa…

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Pensamentos e valores da vida caídos em desuso, principalmente o do valor da palavra (dita ou dada) e o da verdade, valores que os políticos actuais desconhecem ou que conhecendo, (porque são da mesma geração que a minha) fazem tábua rasa sobre eles e recorrem à mentira para ser eleitos, sendo a mentira um mal necessário que nunca deve ser posta em causa e antes deve ser ignorada e perdoada, que se vitimizam com a verdade e realidade,  orquestrando-lhes engenharias de contra-poder, ingratidão e ignorância onde o justo é pecador, é abusador, é culpado…

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Enfim, se a minha educação o permitisse, mandava à merda toda esta cambada de políticos, mentirosos e crápulas sem valores, mas como fui bem educado e respeito os valores que me incutiram, não os posso mandar à merda, mas também não vou com eles à missa…

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Enfim, não há análise possível a um ano de 2010 que se quer esquecido e muito menos previsões para um ano de 2011 que se quer que passe bem depressa. Mas, tal como disse no início, há sempre um restinho de esperança. Esperança na memória das pessoas de bem, esperança em que as pessoas deixem de vez as palas que os acompanham e deixem de seguir o carreiro dos maus pastores, esperança que a verdade seja valorizada, esperança por um futuro que nem sequer desejo melhor, apenas esperança por um futuro. E que fique aqui registado para memória futura, para os meus netos e outros netos (se é que os meus e nossos filhos vão ter condições de ter filhos) que nem todos ajoelham ao passar da procissão da geração rasca dos actuais políticos e dos seus seguidores que comungam com o punho no peito e dizem ámen! Que fique registado que eu não vou por aí, não quero ir por aí, que prefiro seguir só que mal acompanhado.

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Mesmo assim, um bom ano de 2011 e prometo-vos continuar com as feijoadas das quartas-feiras, mesmo que sem carnes e tripas, mesmo que apenas feita de feijão, prometo guardar os temperos da horta para que nunca lhe faltem.

 

 

 

 

 

08
Dez10

Hoje há feijoada - Custa a engolir...mas vou no 20 do autocarro


 

 

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Ando meio desconsolado com as feijoadas das quartas-feiras. Não porque deixassem de ser o que eram, mas têm-se tornado indigestas por outros motivos, pois para estarmos de bem com uma boa mesa, também nós temos de estar bem e, nem sequer é por questões de saúde, mas questões de espírito e questões de valor (também este espiritual ou não físico). Custam-me a engolir os feijões, aliás nos últimos tempos tudo me custa a engolir. Lamento-me, penalizo-me penitencio-me por ter acreditado, sobretudo nos outros e, traição, após traição (porque em questões de valores quando não se cumprem, são traições) mas… está bem, fiquemo-nos pela desilusão e então (continuando), desilusão após desilusão, deixei de acreditar. Hoje já não acredito em nada, em ninguém e , isso , leva-nos a um estado de alma digno daqueles sofrimentos que têm de se atingir para alcançar o céu, não que eu acredite nisso, mas acredito em quem acredita que assim é – foi assim que a minha mãe me ensinou e, respeito muito todos os seus ensinamentos, porque sei (quer acredite neles ou não) que vinham carregados de valores.

 

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Pois deixei de acreditar e por isso, agora custa-me engolir feijões e no entanto, o deixar de acreditar até nem é mau de todo, pois ficamos libertos, em liberdade total sem ter de seguir rebanhos e os seus caminhos poeirentos – isso acabou. Agora todos os caminhos são possíveis. Claro que se corre o risco de andarmos sós, mas sejamos sinceros, ou a companhia é muito boa ou então também é perfeitamente dispensável…

 

Pois é assim, só me custa mesmo é engolir os feijões, mas isto com o tempo também passa, pois lá diz a sabedoria do povo (e essa está cheia de valores) – não há mal que o tempo não cure.

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Para começar estou a pensar em deixar andar de carro, pois os novos autocarros cá do burgo são tão atraentes que nem lhe resisto. Quando os vejo passar por mim apetece-me mandar-me abaixo do carro o tomar o autocarro e, se ainda não o fiz, é por que tenho receio de chegar lá e o nº20 estar ocupado e depois, claro, outra desilusão e com a sorte que tenho, ainda me tocava o lugar junto ao chulé dos pés, embora até pareçam lavadinhos, mas não vão muito com os meus fetiches, pois para mim pés apenas servem para caminhar, a não ser que sejam de porco, que esses ficam sempre bem na feijoada das quartas-feiras. Engraçado que este raciocínio e pensamento não tem lá muita lógica apresentado assim, mas se formos ao fundo da questão, tudo que vai à boca é peixe… e,  a bem ou a mal, ou,  de uma ou outra forma, lá acaba por sair.

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Mudando de assunto. A neve brindou-nos durante uns curtos dias, foi uma alegria e isso demonstra bem a nossa simplicidade e o nosso contentamento com coisa pouca. Foi bonito mas acabou. Agora é chuva, muita chuva de temporal, às vezes vento, torna-se chata, aborrecida, molha os pés, o corpo e a cabeça…uma chatice, mas como se a chuva não bastasse, derreteu as neves das serras e montanhas e vai daí, o Tâmega está cheio pelas costuras e nas zonas mais baixas, já se começou a espraiar. Tudo isto para ir de encontro à entidade que inventaram há anos e que se chama  “Protecção Civil”. Pois não é, que segundo me contaram, foram logo a correr a avisar as pessoas que vivem à margem do rio que o rio estava a encher e que se previa cheia. Eficiência é o que isto é. Nem sei como é que durante tantos anos em que vivemos sem a protecção civil, sem alertas amarelos e laranjas,  conseguimos sobreviver. Só ainda não compreendi muito bem é o significado das cores nem o que devemos fazer com elas…mas eles sabem, e isso é o que interessa e depois, todo aquele aparato do pessoal vestido com roupa reflectora, bons carros e jipes, dá-lhes um ar de coisa séria e importante. Só ainda não entendi porquê é que as pessoas quando acontece uma tragédia chamam logo os bombeiros e depois, é que vem o aparato da protecção civil para as entrevistas à TV e às rádios. Nem há como estar atento e seguir o conselho do patrão do Governo Civil cá do distrito, pois ainda recentemente no caso das neves, ele veio à rádio dizer e alertar “Se não tiver que sair de casa, não saia, e se sair meta um aparato nas rodas” – Boa! Estava a ouvir isto na rádio e a imaginar as palavras a sair por entre aquele bigode farfalhudo que o homem tem e, eram palavras sábias para levar a sério, pois, afinal, ele é que é o predizente ou comandante da Protecção Civil (comandante a modos de quem manda – penso eu). Pelo sim pelo não, como eu não tinha nenhum aparato disponível para as rodas, resolvi não me aventurar e fiquei em casa. É nisto que dá o custar a engolir feijões, e que me desculpe o “sócinho”, mas esta de ser só o povo a pagar as crises ou de não ter aparatos para por nas rodas ou, até saber o que isso é…,  tem de acabar, e o Zezinho (este é o de Lisboa ou mais um que foi para lá e esqueceu o engaço)  deveria era começar pelas peças de adorno, aqueles que ele e sua cambada nomeiam, antes de descer aos pobres, mas, tal como respondia o outro à questão (desculpem mas não me lembra quem foi):


- Porquê é que aplica impostos aos pobres se eles não têm dinheiro?


E a resposta foi simples:


- Pois não, mas são muitos…

 

 

Com esforço e a custo, lá vou comer a feijoada de hoje, mas que conste em acta que me vai custar a engolir… mas enfim, o que eu quero mesmo é andar no nº 20 do autocarro…

 

 

 

10
Nov10

Hoje há feijoada, mas não me apetece!


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Hoje não me apetece a habitual feijoada das quartas-feiras, embora a feira se cumpra e a feijoada continue a ser o prato forte do dia, mas hoje, já disse, não me apetece.

 

Também poderia anunciar a chegada do nevoeiro, o nosso nevoeiro, o nevoeiro da “cidade da névoa” (sic), aquele que corre no sangue de qualquer flaviense, mas também não quero ir por aí. Conversas de compadres, também não me apetecem…embora eles queiram “troco”, arre, que são teimosos… também não vou por aí e portanto, em dias destes, o melhor mesmo é ver o que vai acontecendo à nossa volta.

 

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Vamos então para uma página na Net que acabou de chegar. Uma página de informação regional do Alto-Tâmega e Barroso, associada aos Jornais “Voz de Chaves”, ao “Ecos de Boticas” e à “Rádio Fórum Boticas”. Uma página de actualização diária onde vão ficando as notícias fresquinhas da região e portanto, uma página a ter debaixo de olho.   Chama-se Diário @tual e poderá visitá-la em:

 

http://diarioatual.com/ - fica com link na barra lateral, para consulta diária.


 

Mas há mais.


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Também recentemente a Casa de Santa Marta de Chaves lançou a sua página na NET, onde se dá a conhecer e vai deixando algumas das actividades que se desenvolvem no seu seio. Uma página que poderá visitar em:

 

http://www.csantamarta-irmazinhas.com.pt/

 

A ter sempre debaixo de olho é o blog da Associação de Fotografia e Gravura – Lumbudus, pois nela vão passando algumas informações dos eventos que levam a efeito e Chaves e na região, exposições patentes ao público e algumas informações e dicas no tratamento de fotografia.

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É um blog de quem gosta de fotografia feito para quem gosta de fotografia, seja ou não fotógrafo.

Poderá vê-lo aqui:

 

http://lumbudus.blogs.sapo.pt

 

Acabadinha de inaugurar no Arquivo Municipal de Chaves, está patente ao público até ao final do mês uma exposição intitulada “Um percurso pela história da fotografia”, onde poderão ver algumas máquinas fotográficas antigas, protótipos e toda uma gama de material associado à fotografia. Uma exposição curiosa também para quem tem curiosidades sobre as coisas da fotografia. Uma boa oportunidade também para visitar as ruínas romanas e parte da muralha medieval que se encontra dentro das instalações do Arquivo Municipal.

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E para terminar, apenas mais uma imagem de Chaves, pois estas sabem sempre bem, principalmente se forem do nosso centro histórico, daquele que por se apresentar ainda em bom estado, é sempre de recomendar e sempre agradável de mostrar.

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Principalmente este, que vai mostrando as nossas ruas mais típicas mas também um pouco das nossas praças monumentais, que a ser tudo assim, bem poderíamos fazer parte do clube dos patrimónios da humanidade.

 

 

E por hoje é tudo.

 


20
Out10

Quarta-feira sem feijoada


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Era para vos trazer aqui o programa da festa maior de Chaves – a Feira dos Santos, mas fica para a próxima semana, pois ainda não tive acesso a tal, embora já ande por aí, pois já vi uma miniatura do cartaz na página oficial da Câmara Municipal. Claro que é só por curiosidade, pois adivinha-se o conteúdo, ou seja, deve ser mais do mesmo, do habitual de todos os anos, rapazes das concertinas da Venda Nova, cabeçudos, etc. Mas pode ser que me engane. Para a semana prometo deixar aqui o programa.

 

Como estava a contar com o programa, fiquei desprevenido, despido de palavras para o post de hoje e, com a inspiração palavreia não anda lá grande coisa, vamos até à poesia, pois é ela que me salva sempre nos momentos complicados, e não só, pois poesia é sempre poesia, nem que seja e só para poetas, mas é poesia.

 

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Mas, hoje, também não estou virado para a poesia em palavras, prefiro antes trazer aqui a poesia dos gestos. Coisa complicada, também. Pois o gesto para além de ter de ser visto, tem o seu ambiente, ou seja, o mesmo gesto pode ter significado diferente consoante o lugar, ambiente e até momento que acontece, assim, também não posso ir por aí, pela poesia do gesto, do gosto, do cheiro, pois são das tais coisas que só têm poesia se forem mesmo vividos e saboreados, tal como um beijo de amor, ou melhor ainda – apaixonado, pois só beijando é que se sabe como é. Bem podem carregar camiões e camiões de palavras, entregá-las ao melhor poeta para as compor e distribuir no poema, que nunca conseguirá dar-lhe o gosto do gosto de um beijo apaixonado.

 

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Assim sendo, rendo-me mais uma vez à poesia da imagem e da fotografia, dos pormenores e dos cantinhos da nossa cidade, sim, da nossa cidade, porque a nossa cidade tem também muita poesia e poetas. Às vezes mais poetas que poesia – é certo – mas há muita poesia por aí, só é necessário afinar o olhar para a descobrir e, também, ter a sensibilidade de poeta para a conseguir ver e sentir, pois já se sabe que as coisas da poesia, os poemas, são mesmo e quase só para poetas. Nos ou além dos “quase só” estão incluídos os intelectuais de esquerda, pois esses, até numa feijoada das quartas-feiras (que hoje infelizmente não há) conseguem sentir poesia, principalmente se for apuradinha e regada com um bom tinto encorpado. Tanto, mas mesmo tanto a sentem, que além de vivê-la, comem-na, e depois recitam-na durante o dia inteiro.

 

E prontos, penso que o palavreado já chega para encaixar três poemas de Chaves, hoje em imagem.

 

Até amanhã, ou até logo, pois cheira-me que hoje vai cair por aí uma crónica ocasional.

13
Out10

Hoje não há feijoada, mas há Ponte Romana


 

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Todo aquele que disser que não é influenciado por nada ou por ninguém, está a mentir. Quando eu era poeta, por exemplo, só conseguia escrever poesia, depois de ler poesia. A seco, ninguém me sacava nada, mas isso foram outros tempos. Hoje, confesso, continuo a ser influenciado por aquilo que vejo, oiço ou leio durante o dia e, chegado a esta hora de botar aqui faladura, os dedos começam a teclar quase por instinto, como se eles fossem os detentores dos meus pensamentos, actos e palavras, das coisas do dia (as tais influências) embora muitas vezes, também confesso, após os seus devaneios (dos dedos) tenho que usar do poder da tecla da censura, aquela que diz “delete”, porque os rapazes (os dedos) às vezes não medem bem as consequências daquilo que teclam, não por alguma vez faltarem à verdade, mesmo porque a espontaneidade não lho permitiria, mas porque há verdades que não se podem dizer, e embora não sejam segredo para ninguém, são tabu e desde pequenino que detesto o horrível cheiro do tabu.

 

Tudo isto porque ao ler a última crónica ocasional aqui publicada “Uma oração sofridamente fodida” o meus rapazes (os dedos) no inicio do seu teclar de hoje começaram por escrever: “fodido-fodido, é eu vir aqui todos os dias, mesmo quando não há pachorra para cá vir” – Claro que o discurso não passou na censura e neste caso sem razão de maior, apenas para não me acusarem de me armar em vítima de uma coisa que faço porque quero. Ou seja, aqui foi mesmo a consciência da consciência quem deletou o teclado [não o teclado, mas o que foi teclado – vós percebestes-me bem! (fodido-fodido, é também o português {não o homem, mas a língua})].

 

Em suma, hoje, além da habitual falta de tempo, não estou mesmo com pachorra para estas coisas, por isso, como sempre faço nestas ocasiões, deixo aqui uma foto da ponte romana e “prontos”, assunto resolvido. Mas desta vez lembrei-me de lhe anexar o Curriculum Vitae, numa de me influenciar a mim próprio, pois o texto não é original, ou melhor – é original, mas não é original porque já há anos que o escrevi e aqui publiquei. Ainda pensei em publicá-lo outra vez sem dizer nada, pois já ninguém (pela certa) se lembraria dele, mas nestas coisas, há sempre um ou outro picuinhas, purista, mete nojo, que se importa com essas coisas e eu não quero que ninguém se incomode por minha causa.

 

Já agora, como afinal até me estiquei no texto, deixo outra imagem da Romana (ponte e não aquela que tem "arganeis" nas orelhas), para variar, esta fica a P&B.

 

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Curriculum Vitae (aumentado e corrigido)


 

Nome completo: Ponte de Trajano,  popularmente conhecida por Ponte Romana e delicadamente por Top Model.

 

Filiação: Filha de Marco Úlpio Nerva Trajano de Roma e das mãos e lombo dos aquiflavienses.

 

Naturalidade: Aquae Flaviae

 

Residência: De Santa Maria Maior à Madalena (o contrário também é verdadeiro).

 

Estado Civil: Solteira (embora muitos já tivessem abusado dela, não há registos de algum dia ter casado), mas, em toda a sua vida lhe foi conhecido um, e só um verdadeiro amante – o Rio Tâmega.

 

Data de Nascimento: Por volta do ano 100 depois de Cristo é que ela se deu conhecer por inteiro, embora concebida sem pecado, pois tudo indica que o acto aconteceu aí uns 73 anos antes de Cristo. A gravidez é que foi longa e o parto ainda mais demorado.

 

Altura: A suficiente para toda a água lhe passasse por  baixo, mesmo quando o Tâmega se excitava e crescia, ela dáva conta do recado.

 

Comprimento:  Nasceu, mais metro menos metro,  com 140m de comprimento e 18 arcos, ou 19, ou 22, já ninguém se lembra ao certo e há defensores para todos os gostos. Eu vou pelos 18, ou 19. Certo é que hoje tem apenas 9 arcos sobre o rio e 3 descobertos sobre terra. Os restantes foram como que comidos e/ou violados (e sem leviandade por parte da Top Model) por homens de dinheiro e sem escrúpulos, que até as suas casas lhes plantaram em cima. Segundo consta e a Lenda atesta, há uma Moura Encantada presa no terceiro arco da ponte, num daqueles que ainda se vê, mas que está tapado. Dizem que a Moura na noite de S.João faz uma gritaria desgraçada para que a tirem de lá…devaneios!

 

Prazo de validade: Desconhecido. Poderá ser até vitalícia se souberem cuidar dela, mas tenha o prazo que tiver de validade, o mais certo é que o nosso acabe e o dela continue.

 

Indicações eventuais: Desde cedo que se lhe conheceram os seus dotes na arte da passagem, que ainda hoje mantém. De tanto ser passerellada passou também ela a Top Model, que de tanta fama e beleza ter alcançado foi condecorada com o título de Ex-líbris de Aquae Flaviae, hoje (ainda) cidade de Chaves.

 

Desde cedo amante do Rio Tâmega, de quem lhe são conhecidas muitas filhas, algumas delas flavienses.

 

Claro que para manter a fama e a beleza e não acusar no seu corpo a idade, já foi submetida a algumas intervenções cirúrgicas, algumas simples como quando nos finais do século 19 lhe fizeram alguns implantes capilares, substituindo-lhes as velhas pedras por gradeamentos em ferro no penteado, e algumas mais profundas e sérias, com risco da própria vida, como a que sofreu no século 16, após uma excitação excessiva que o Tâmega teve, e que de tão violento e demorado que foi o acto, lhe desfez alguns arcos, mas que acabariam de lhe serem repostos com sucesso. Fora essas intervenções, são-lhe conhecidas algumas lipoaspirações de arcos, mas à revelia. Pelo menos dois arcos completos já foram lipoaspirados, e parcialmente meia dúzia deles. Mas de uma coisa estou certo, passou por várias intervenções, foi maltratada e tratada, violaram-na, taparam-lhe os arcos mas nunca recorreu ao silicone nem implantes artificiais e ainda hoje se mantém rija como um pêro e faz inveja às filhas, que muito mais novas, presumem de jovens, modernas e trigueiras… principalmente a catraia de ferro. Que presumam à vontade, pois não troco as  suas três filhas flavienses mais próximas (a Nova, a de S.Roque e a Pedonal de ferro) nem todas as filhas do Tâmega juntas por um só arco que seja desta “jovem” e madura Ponte de Trajano, mesmo com os seus 2000 anos de idade, mas que veio para ficar. Se dúvidas houver, perguntem ao Tâmega como ela é ou quem ela é?

 

Pois é, fodidinho de todo, mas a coisa até se compôs.

 

 

 

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06
Out10

Em jeito de feijoada das quartas-feiras


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Em Janeiro deste ano deixava aqui o anúncio de um evento para todos os flavienses nascidos em 1960. Hoje, porque a data do evento se aproxima, repito o anúncio, tal e qual como foi feito em Janeiro:


Há números e datas que têm um significado especial. No decorrer deste ano de 2010, todos os nascidos em 1960 fazem 50 anos, meio século, uma data que é costume festejar com alguma pompa e circunstância e, também,  uma óptima oportunidade ou pretexto  para toda(o)s a(o)s flavienses da colheita de 1960 se reunirem à mesa e festejarem esta data comum, revendo velhos amigos de brincadeira, de escola, de trabalho, mas também o regresso (por um dia que seja) à terra que nos viu nascer.


Estão assim convocados todos os flavienses nascidos em 1960 para um jantar convívio a realizar em Chaves no dia 30 de Outubro.


E quem são os flavienses de 1960!? – Claro que são todos aqueles que nasceram em Chaves (cidade e concelho) no ano de 1960. Mas não somos mesquinhos ou puristas ao ponto de excluir muitos outros flavienses que embora não tenham Chaves como terra de nascimento, viveram ou vivem em Chaves, partilharam as nossas brincadeiras de putos e jovens, dividiram connosco a carteira da escola, em suma, os flavienses de alma, muitas vezes mais puros que os flavienses de gema. Assim, também esses flavienses nascidos nos concelhos de Boticas, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar, Montalegre, etc, que por uma ou outra razão debitaram os seus passos por esta cidade, aqui estudaram ou trabalharam, estão convocados como flavienses de 1960 para o jantar de 30 de Outubro.


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Estas, eram as nossas Freiras

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Uma festa em grande com a grandiosidade da colheita de 1960.


Está na hora de passar a palavra e começarem a fazer as inscrições, existindo para o efeito um mail, onde além de qualquer esclarecimento, poderão desde já fazer a vossa inscrição. Aqui fica o mail:


Flaviensesde1960@sapo.pt


Para inscrição, deverão indicar:


 

Nome


Dia e mês de nascimento


Telemóvel ou telefone de contacto


Endereço de correio electrónico (mail)


 

Os Flavienses de 1960 também têm rosto no Facebook, em flavienses de Sessenta


 

Nota: As inscrições estão abertas só até dia 15 de Outubro.

 

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Vamos então ao post de hoje, feijoada das quartas-feiras, como convém.

 

- Gostaram da festa dos 100 anos da República?

 

Eu adorei, nunca vi tanta festa por este nosso Portugal fora. Foguetes no ar, bandas no coreto, bailaricos, enfim, uma festa em grande e então bandeiras de Portugal? – Eram milhões, cada português trazia uma na mão. Grande festa, sim senhor! Viva a República!

 

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Talvez, não haja motivos para festa, e não há mesmo e, a culpa, é precisamente dos republicanos que nos vão desgovernando, com os portugueses a começam a ficar fartos de estar a dar sempre para o mesmo peditório, obrigatório por sinal e, mais fartos ainda, quando vêem os Republicanos que nos governam a desperdiçar o nosso dinheiro e a apresentar soluções sem futuro e sem sustentabilidade para que Portugal possa sair do tal pântano no qual, parece, estar enterrado já e só com o nariz e os olhos de fora.

 

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Talvez em vez de obrigar todos os portugueses a pagar as desgraças das suas incompetências, deveriam começar por uma reforma séria, começando por prescindir da teimosia dos luxos, como a construção de TGV’s, auto-estradas em duplicado ou em paralelo que distam umas das outras apenas uma ou duas dezenas de quilómetros, reduzir os deputados da Assembleia da República à primeira fila da bancada. Já sei que aqui me vêm com a história de que o número actual de deputados é necessário para permitir o assento aos partidos mais pequenos, além dos dois grandes (PS e PSD), mas seria bem melhor reduzir a Assembleia da República à primeira fila e davam aos partidos pequenos tempo de antena diário na televisão pública em horário nobre, para poderem mandar as suas bocas e fazerem o espectáculo, pois na assembleia da república pouco mais conseguem. Poderiam ter também tomates para fazer uma reforma administrativa séria de Portugal, acabando com muitos concelhos, os mais pequenos que nem população tem para encher uma bancada de um campo de futebol (disse uma bancada, e das pequenas) e também acabar com a maioria das freguesias que nem

 

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população tem para encher uma igreja. Acabar com a maioria das regalias dos políticos, despesas de representação, hotéis de luxo, carros topo de gama, jantaradas, condutores – que conduzam eles, que nós também conduzimos para ir trabalhar e para as nossas deslocações. Acabar com as reformas anuais no ensino e na saúde e de uma vez por todas, fazer reformas sérias com técnicos competentes e não com políticos. Eu sei lá, tanta reforma que se poderia fazer ao nível dos agentes políticos, que no momento só lhes ficava bem e davam o exemplo, e contribuíam verdadeiramente para melhorar um pouco a situação, mas o pior, até nem são as

 

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medidas de austeridade, mas o futuro, pois poupar à nossa custa, à custa de todos e de alguns mesmo com muito custo deixando-os até em plena pobreza, apenas adiam um problema sem o resolver, pois neste caso não é na poupança que está o ganho, nem a fechar fábricas e empresas, nem a aumentar o desemprego. Faz falta trabalho e produção, de coisas nossas, para podermos vender e ganhar dinheiro. Ganhar dinheiro com aquilo que temos e podemos produzir, toda a gente sabe que é assim que se sai das crises financeiras, nem é preciso ter sentado o cu (o rabo – desculpem!) nas universidades para o saber, pois em nossas casas, é isso que se vai fazendo para se poder sobreviver. Mas também aqui os políticos falham, em todos os campos e áreas, não sabendo como fomentar políticas de produção.

 

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Bem, mas fico-me por aqui com os meus desabafos, revolta e devaneios, mas tinha que o dizer, pois também sinto a crise na pele e, nem tanto por mim, mas por dois filhos que tenho para criar e para os quais gostaria que este Portugal lhe proporcionasse uma vida melhor que a minha, mas infelizmente, não lhes adivinho um futuro sorridente, e sem futuro…

 

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Mas este blog é dedicado a Chaves e é por aí que vamos, senão ainda me vem por aí o António Chaves dizer que sou como igual aos do transmontano e aos que escrevem crónicas sobre Angola....

 

Pois por Chaves, tudo na mesma, voltou à sua pacatez habitual depois do agitado mês de Agosto em que os emigrantes ainda se fazem ver, enchem ruas e restaurantes e deixam os comerciantes com os olhos brilhantes a contabilizar os euros que lhes conseguem sacar. Alterações na vida diária, penso que só e mesmo o novo centro escolar que veio agravar em termos rodoviários o trânsito numa rua que serve de acesso para a maioria das grandes superfícies comerciais, uma escola profissional e um loteamento industrial. Tudo concentrado numa rua que foi projectada para servir um bairro periférico há coisa de 30 anos atrás, e, em coisas de projectar, já se sabe o que a cidade gasta, por isso, nada a dizer ou melhor, ligando esta conversa à conversa anterior do estado da nação, também se poderiam poupar uns milhões de euros se no projectar das cidades, em vez de políticos estivesse técnicos competentes, isentos e sem outros interesses para além dos de projectar, mas há coisas, sobre as quais é melhor não falar. Assim, para compensar o post de hoje, que é de feijoada, espero que (pelo menos) vos agradem as imagens.

 

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E termino com mais um apelo aos flavienses de 1960 – Inscrevam-se para o nosso jantar, senão em vez de andar por aqui a elogiar essa grande colheita, ainda vou acreditar que a colheita se rendeu aos amores da política e as borras do tempo, turvou-vos.

 

Até amanhã com mais um “Homem sem memória”.

 

 

 


29
Set10

Hoje não há (tempo para) feijoada!


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Pois é, às vezes somos atraiçoados pelo tempo, o dos relógios, feliz ou infelizmente ele falta-nos, foge-nos, some-se sem darmos conta.

 

Infelizmente porque não nos permite fazer tudo o que queremos, por exemplo, hoje que é quarta-feira, era dia para se confeccionar por aqui uma boa feijoada, bem temperada, para ser regada, como convém, com um bom tinto encorpado q.b. para combater e desfazer (matar)  aquelas coisas  que dizem vir misturadas com a feijoada (gorduras e outros pormenores). Ou seja, uma dieta saudável, como convém nos dias de feira.

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Felizmente, esse mesmo tempo, falta-me e livra-me de insónias ou depressões, de aturar conversas chatas a ouvir falar dos outros, dos futebóis e politiquices das partidarices e da crise da crise, como se não bastasse ela já por si. Felizmente também o mesmo tempo não me permite ver televisão, a qual já nem ligo desde que acabou o único programa que ainda ia sendo saudável (o 5 para a meia noite)… enfim, o tempo, o tempo!

 

Assim, hoje em vez de uma boas feijoada ficam apenas três imagens daquilo que vamos tendo de melhor, a p&b ou sépia para a cor não distrair ou atrair. A duas cores apenas, aquilo que vai sendo um verdadeiro património da humanidade, de uma cidade que sonha (ou há quem se atreva a sonhar) que pode ser património da humanidade, o mesmo que só é possível, se o olhar for selectivo e enganador como o é nas fotos, onde as misérias ficam escondidas, ou com um bocadinho de Photoshop até podem ser removidas. Mas sonhar é bom, sempre nos vai trazendo iludidos, enganados e ensina-nos a acreditar, é assim como o euromilhões, em que segundos os matemáticos, há mais probabilidades de nos cair um meteorito na cabeça do que nos sair o euromilhões, mas nós apostamos sempre, porque acreditamos, no impossível.

 

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Chaves património da humanidade! Era bom, então não era!? E até seria possível (em tempos) se o b€tão não mandasse tanto na cidade ( e este b€tão, não é o Betão do 5 para a meia noite).

 

Até amanhã, com um homem que perdeu a memória, ou pelo menos, é um homem sem memória.

 

 

 


15
Set10

Hoje há feijoada (só falta ser à barrosã)!


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Penso que para todos nós, a nossa terra é sempre a nossa terra, ou seja, é a nossa, e pela certa, penso que acontece com todos, a nossa é sempre a melhor do mundo, é sempre do alto que a vemos e é sempre lá no alto que a pomos… mas a realidade!?

 

Claro que como flaviense, Chaves, é também para mim a melhor terra do mundo. É aquela onde sempre regresso, é a minha casa em tamanho grande, mas, embora digam que o amor é cego, não o é. Talvez a paixão o seja, mas o amor não o é. Aliás, o amor eterno, os eternos amantes, amam eternamente porque reconhecem os defeitos naquilo que amam. Reconhecem e lá os vão aceitando, porque o amor , as coisas boas do amor, se sobrepõem aos defeitos que possam existir nessa relação amorosa. Não quer isto dizer que os defeitos do amor se aceitem, antes, suportam-se mas, se amamos verdadeiramente e aceitamos,  também tentamos por todos os meios limar os defeitos que molestam o amor.

 

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Não costumo por aqui comentar ou referir-me àquilo que os colaboradores deste blog trazem por cá nos seus textos, mas hoje quero fazê-lo em relação ao texto de ontem de António Roque.

 

Quem conhece o António Roque, independentemente da sua profissão e ideologia política, sabe que ele é um verdadeiro filho e fervoroso amante de Chaves e como tal, também como eu, e penso que todos os verdadeiros flavienses, querem uma cidade de Chaves melhor, contudo, o António Roque não é cego, eu também não e os tais verdadeiros flavienses também não o são e, sabemos comparar, elogiar mas também lamentar a cidade ou o que acontece ou não acontece nela.

 

Embora este blog seja visitado regular e diariamente por um número considerável de pessoas, poucas são as que se atrevem a vir por aqui deixar um comentário e a sua opinião. Não as critico por isso, aliás eu que acompanho diariamente alguns blogs, faço precisamente o mesmo, raramente comento, mas quando o faço, além de deixar a minha opinião, deixo o meu nome, mesmo sabendo o risco que corro em ser conotado com isto ou com aquilo, por mais isentos que sejamos.

 

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Ontem previa que aparecessem comentários (anónimos como convém) a conotar o texto do António Roque com a política partidária. E tal aconteceu, tal como acontece diariamente com todas as opiniões diferentes que se possam ter e, então trazer Montalegre e os feitos de Montalegre, ou de Boticas ou de Valpaços a este blog e comparar com aquilo que se faz em Chaves, é logo política e nunca o lamento sincero daqueles que verdadeiramente lamentam que em Chaves não aconteçam coisas.

 

Pois pessoalmente penso que o António Roque na sua crónica de ontem até foi muito brando nos seus lamentos, porque de facto em Chaves nada acontece e se às vezes até se fazem coisas, ninguém dá por elas e este verão foi um bom exemplo disso e só mesmo o conformismo dos flavienses e a falta de visão e falta de sensibilidade de quem tem os domínios de Chaves na mão (para não lhe chamar outras coisas) é que não se apercebe que para além do movimento natural das pessoas e das ruas, em Chaves nada acontece digno de realce,  ou que ponha Chaves no mapa dos acontecimentos.

 

É inevitável comparar Chaves como os nossos concelhos vizinhos e custa aceitar que uma vila como Montalegre, marque pontos nos acontecimentos que são notícia a nível nacional e com muito menos recursos (mas mesmo muito menos) que a cidade de Chaves tem. Sem recursos, mas com ideias, trabalho e persistência em construir tradições que nunca antes por lá tinha existido. A bruxaria e as sextas-feiras 13 são um bom exemplo disso, mas também a feira do fumeiro, o parapente e a promoção constante da gastronomia, onde até o presunto de Chaves conseguiram certificar com o nome de presunto do barroso.

 

Claro que por cá, falta-nos um Padre Fontes, ou talvez até nem falte e, o que falta mesmo  é apenas quem apoie boas ideias e gente capaz para as aceitar e levar por diante…

 

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E agora pergunto eu aos anónimos e a outros seguidores politiqueiros – O que aconteceu (digno de realce ou de notícia) neste verão em Chaves!? A não ser o fogo de artificio das festas da cidade (ao qual este ano não pude assistir porque não estava cidade), não me lembro de nada, talvez excepção para a Bienal, que até é um acontecimento de realce, mas que, talvez (não duvido)  nem uma centena de pessoas passaram por lá… e porquê!? - Que pense quem tem de pensar e que não me venham como de costume, dizer que foi um sucesso.

 

Reconhecer o marasmo flaviense e reconhecer que os nossos vizinhos fazem melhor que nós será não ter amor por Chaves!?

 

Fica a questão. Eu não tenho dúvidas quanto à resposta… ou como diz o ditado “dá Deus nozes a quem não tem dentes” e, creiam, que em Chaves há muitas nozes…

 

Desculpas para o António Roque por me aproveitar da sua crónica para trazer (também)  aqui os meus lamentos.

 

 

 


18
Ago10

Hoje é Quarta-Feira, mas não há feijoada


 

Hoje é dia de feijoada, mas não me apetece, não por falta de ingredientes ou condimentos, pois até os tenho de sobra, principalmente condimentos para uma feijoada bem picante e apurada, mas, há estômagos muito sensíveis, que, com o calor se revoltam até com um feijão mal cozido.

 

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Recomendo então umas saladas e a uma pescadinha cozida sem muito sal, ou um peixinho grelhado com uma batatinha cozida e, pelo sim pelo não, uma visitinha à fonte da água quente das digestões difíceis também se recomenda, mas sobretudo, nada de álcool, pois dá sono e baralha as ideias. Ide pelo que eu digo.

 

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E quanto a recomendações é melhor ficar por aqui, senão ainda acabo por vos recomendar o chá das 5,  seguido da missa das 6.

 

Hoje vou ficar apenas pelas fotografias e, com tanto cinzentismo de ideias ou aberturas, estive para me decidir pelas fotos a preto e branco, mas pensei melhor, pois para o p&b é necessária alguma sensibilidade de artista, não só para as fazer, mas sobretudo para ter a sensibilidade de as apreciar e entender.

 

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Assim, como hoje quero ser plural, fico-me pelo contorno das silhuetas, onde a luz se faz e o colorido acontece mas, sempre com a alternativa democrática da escuridão onde tudo é igual, tudo se confunde e tudo se mistura sem ninguém dar por isso.

 

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Claro que uma imagem do nosso orgulho republicano, em plenos 100 anos de República, cai sempre bem e, em simultâneo, faz-se também a história à nossa in(?)terioridade e dos que ousaram sair de Chaves ou foram convidados a sair pelo seu valor para gerir os destinos de Portugal. Curioso que a um, os de Lisboa, mataram-no. Ao outro, os de Chaves, cuspiram-lhe na cara…

 

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O melhor é mesmo ficar por aqui, fiquem com a última imagem da grandeza das matemáticas, das físicas e de como a engenharia de um também flaviense desafia o céu sem o ferir e muito menos,  alcançar. Seja um apelo aos Deuses!

 

 

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