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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

02
Fev19

Feira dos Sabores 2019 - Chaves - Portugal


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Sabores_2019_cartza.jpg

 

Já começou ontem, sexta-feira, continuou hoje, sábado, e terminará amanhã, domingo, a Feira dos Sabores de Chaves, e claro, não poderia deixar de passar por lá para dar uma vista de olhos, o que acabei por fazer hoje ao fim da tarde.

 

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Fiz o exercício de ir ver e ler aquilo que tenho dito neste blog ao longo do tempo em que esta feira existe.  Regressei até ao ano de 2008, ano em que penso que a feira adotou o título de Sabores e Saberes de Chaves, onde dizia o seguinte:

E para aqueles que dizem que em Chaves nada acontece, temos a partir de amanhã e até Domingo a feira ou festival “Sabores & Saberes” de Chaves, com produtos locais e festival gastronómico. Depois de alguns ensaios de feiras e festivais, à moda do que está na moda em todas as terrinhas, Chaves ensaia agora os seus “Sabores” e “Saberes” e verdade se diga, sabores e bons não faltam por cá, saberes, também ainda vai havendo, assim se saibam saborear e dar a saborear e esperar também que pela qualidade e diversidade dos nossos produtos comece a atrair pessoal de fora e um dia se torne num grande festival.

 

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Por natureza sou inocente e acredito em tudo que (me) dizem e nas coisas tal qual mas pintam. Mas já fui mais inocente, e embora hoje em dia continue a acreditar, também aprendi a desconfiar, ou seja, dou sempre o lugar à dúvida e não crio grandes expetativas para não acabar desiludido.

 

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Em 2009, sobre a mesma feira dos Sabores e Saberes de Chaves, disse isto:

 

Ainda a feira “Sabores e Saberes” não se tinha realizado e já estava a ser um sucesso. Panfletos, cartazes e pendões de rua, notícias nos jornais nacionais e regionais, rádio e televisão, tendo mesmo honras da TSF com um programa em directo desde a feira e também da RTP no programa a Praça da Alegria, que segundo me contaram,  contou com a presença “da feira” em estúdio e transmissões em directo desde as Termas de Chaves.

Pode-se dizer que em termos de publicidade a organização já sabe como é que os sucessos se vão fazendo.

Mas também isto:

Que bem pregou Frei Tomás, sempre foi assim, uma coisa é aquilo que diz, outra é aquilo que faz.

 

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Como a ideia era boa, acreditei que esta feira de Sabores e Saberes de Chaves iria fazer a diferença, mas depressa mostrou que os sabores eram poucos e os saberes ainda menos, pelo menos (d)os nossos, e digo isto porque mais de metade da feira era feita com saberes e sabores de outras terras de Portugal. Certo que a feira ao longo dos tempos se foi alterando, pelo caminho perdeu os Saberes e hoje já só é feita de Sabores. Com o tempo tornei-me crítico desta feira, principalmente quando embriagados pela cegueira, inventavam sucessos e se mentia descaradamente, como aconteceu em 2010 em relação ao número de visitantes da feira (60.000), o que me deu para fazer alguma contas. Saliente-se que a feira nunca teve contador de visitas. Fora estas as minhas contas:

 

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Quem sou eu para duvidar do contador de visitas e de pessoas do Sabor e Saberes, ou por em causa aquilo que é desenvolvido na noticia do certame, mas em jeito de quem se entretém a fazer do sudoku , resolvi fazer umas contas e umas comparações com tal número de visitas, então cheguei à conclusão:

 

- Como a feira durou 3 dias, em média recebeu 20 000 visitantes por dia;

 

- Partindo do princípio que abria às 9 e fechava à meia-noite, portanto aberta ao público durante 15 horas, recebeu 1333.3 visitas por hora, ou seja, 22,22 visitas por minuto, ininterruptamente entre as 9 da manhã e a meia noite.

 

- Se fossem utilizados autocarros para fazer deslocar a totalidade dos visitantes, teriam que ser utilizados 1200 autocarros.

 

- Pode-se também chegar a conclusão que o número de pessoas que visitou, corresponde a toda a população do concelho, acrescida de mais 15 000 forasteiros.

 

- Os visitantes encheriam 5 vezes, com lotação esgotada, o estádio municipal.

 

- Comparativamente com a Feira dos Santos (“100 000” visitantes), os Saberes e Sabores tiveram mais de metade dos visitantes.

 

-  Sabendo que este ano cresceram 30 000 visitantes aos Sabores e Saberes, a manter-se a tendência  na edição do próximo ano, as visitas dos Sabores e Saberes será igual ao número de visitantes da Feira dos Santos.

 

- Mas há mais números, pois se contabilizarmos o fumeiro vendido, cada visitante, em média, comprou 2 alheiras e uma linguiça além de ter comido um pastel. Como eu fui lá 3 vezes e não comprei nada,  houve alguém que levou para casa 8 alheiras, 4 linguiças e comeu 4 pasteis .

 

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E como o pior cego é aquele que não quer ver, para quê andar a gastar o meu tempo com estas coisas?  a desgastar-me e mesmo a ter de pagar pelas minhas ousadias. Pois a  partir de certa altura deixei de criticar este tipo de eventos, simplesmente passei a ignorá-los aqui no blog, embora a esperança de que as coisas mudassem me continuassem a levar por elas numa visita…

 

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Entalada entre duas grandes feiras de fumeiro, mais antigas e com tradição (Vinhais e Montalegre) a cidade de Chaves não consegue competir com elas na componente do fumeiro. A ideia dos Sabores e Saberes, alargaria o leque de produtos para uma feira deste género, mas teríamos de ter algo mais para além do fumeiro para fazer a diferença. Agora a questão, as questões, grandes questões que eu levanto, são:

     Qual o objetivo da nossa feira?

     Os objetivos são atingidos?

     Será esta a melhor forma de atingir esse objetivo?

 

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Se nos libertarmos de preconceitos, estas questões são de fácil resposta, ninharias, insignificâncias  para a grande questão que nos devemos colocar – Que futuros e qual queremos para a cidades de Chaves? Esta sim, é a verdadeira questão que todos os flavienses nos devemos colocar. Claro que os sabores são de extrema importância para a felicidade das nossas barriguinhas, mas penso que para responder a esta grande questão, precisamos mais de saberes do que de sabores. Esta fica para reflexão.

 

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Quanto aos sabores de Chaves já sabemos que são bons, há é que saboreá-los. Em imagem deixo-vos alguns dos ingredientes para uma boa tainada, um bom almoço ou jantar mais ligeiro,  talvez apenas faltem as verduras, umas couves, grelos ou nabiças e umas batatas.

 

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Aparentemente há duas imagens (estas últimas) que parecem estar fora do baralho, pois vê-se logo que os retratados não são gente da nossa, não são de cá. De facto assim é, estão na Feira dos Sabores, mas são letões (da Letónia) que chegaram à feira por mãos da ADRAT – Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega.  

 

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Trata-se de um projeto de cooperação LEADER “Local Craft Up” com a presença do GAL da Letónia “Zied Zeme” e vários dos seus promotores locais. O projeto participa na feira “Sabores de Chaves” através de uma mostra de produtos gastronómicos da localidade de Lielvarde, Letónia. Gente simpática que também têm bons sabores para degustar.

 

 

07
Fev15

Em política é preciso ter memória


ocasionais

 

“ «Em política é preciso ter memória» ”

 

-Tem piada! –

-ou-

(comentário a uma parangona num jornalzinho caseirote)

 

Até parece que é o “Tonho Cabeleira” quem faz

as linguiças, os chouriços, as alheiras e os salpicões,

o mel o vinho,

os Patéis e o Folar

 que se vendem no mini-mercadinho

com o Nome de "FEIRA DOS SABORES"

(afinal os SABERES estão perdidos!)!

Tupamaro

 

 

O som das concertinas e o estrondo do foguetório viciou o anterior e o actual presidentes da Câmara Municipal de CHAVES em alucinações e «inchares-de-papo» balofos, cheios de bazófia atrevida, descarada, que mais não são do que tempestades de areia com que teimam em cegar, confundir e engrampar os Flavienses.

 

É verdade que os «tais do PS» que estiveram na Câmara não aprenderam com Montalegre como organizar uma FEIRA DE FUMERIO.

 

Tomado o poder pelo PSD “chavinense”, «cinco anos depois» lá conseguiram que «o espírito santo soprasse uma pequerruchita ideia ao ouvido do padre falso e um raio de sol iluminasse a cabecinha do «pavão de Castelões»: CHAVES passou a ter uma “FEIRA DOS SABERES E SABORES DE CHAVES”!

 

E daí para a frente, todos os anos o padre falso e o «pavão de Castelões» desfilaram a sua embriagada alegria com a proeza de tal evento. Dando expressão à historieta do «rei vai nu», inauguraram durante estes últimos DEZ (10) anos uma FEIRA minorca, com uma dúzia mal contada de produtores Flavienses (Fumeiro, Pastéis e Vinho).

 

Claro que os poucos «barraqueiros» têm sido MUITO BONS. Só que durante DEZ anos  — a de 2015 foi a 10ª edição - a Feira dos SABERES E SABORES,   mudada agora para FEIRA DOS SABORES, provavelmente com a vergonha dos “SABERES”) teima em ser uma insignificante amostra para um Concelho com cerca de 600 km2, mais de 40 mil habitantes, e mais ou menos 150 ALDEIAS.

 

O que é legítimo deduzir destes números é que os «feirantes» com balcão no pavilhão – minhoca em que o evento é realizado são os afectos e convidados pelo iluminado Partido PPD de CHAVES!

 

Ou seja, a FEIRA DOS SABORES”, de CHAVES, é um comício-ensaio para os comissariozinhos - políticos - locais do Partido Laranja, oportunamente aproveitado para angariar mais umas ajudas de custo a «inconseguidas» figuras do Partido.

 

Também sabemos que os cabos e soldados da companhia municipal comandada pelo Cabeleira se esfalfam para levantar a FEIRA, e sabe Deus ou o diabo, o que amargam para que ela aconteça com algum decoro, embora a arquitectura e a pintura sejam de ano para ano as mesmas - estes sabem bem ao que me refiro!

 

A cega ambição de se mostrar em bicos de pés (não anda porque o trambolhão seria certinho e sabe que teria de ir parar a um Hospital de Lisboa para ser assistido) do caciquezito do galinheiro (o tal «pavão de Castelões) é «transferida» para a incorrecta e perturbadora (de quem vai à FEIRA para vender e comprar os tais “SABORES”) instalação do estrado onde os Grupos ditos Folclóricos tocam, cantam, dançam, num afã desmesurado como se estivessem a concorrer com os «barraqueiros».

 

Na verdade, os familiares e amigos dos tocadores, cantores e dançarinos chegam para encher o espaço em frente ao «palque». Meia dúzia de basbaques, de barriga cheia e de cabeça e de vida vazias, juntam-se-lhes e acabam por entupir a passagem de quem vai às compras.

 

Seria interessante ser revelado pelos «estatísticos» «lalões» municipais quantas pessoas vieram de fora (pode até incluir os Galegos-domingueiros) para desfrutar da FEIRA dos SABORES, DE CHAVES!

 

Como têm tido «a lata» de, nos outros anos, falarem de «enchentes, e de dezenas de milhares de visitantes», espero que este ano sejam mais precisos.

 

O tal «pavão» anda a pular constantemente para os galhos da imprensa, um autêntico doidivanas feito, ridiculamente convencido que toda a gente tem de estar a toda a hora e momento a aturar a sua gordurosa vaidade e a considerar uma bênção as suas venenosas intrigas e maldades.

 

Vem com o paleio das «estratégias», quando não percebe o significado da palavra, quanto mais do conceito.

 

Só mesmo um idiota é que, ao fim de dez anos de uma FEIRA «Municipal» envergonhada, minorca, é que se atreve a vangloriar-se do evento como se fosse a conquista de Tróia …ou a chegada do «primeiro pavão de Castelões» ….. à “Europa” (calma, “lua de Galileu”!

 

E não houvesse aqui a mão (direita!) do padre falso, a FEIRA dos SABORES”, acontece milagrosamente QUATRO (4) vezes no ano: - se repararem, nas quatro vezes, os produtos expostos são (quase) os mesmos   - folar, pastéis, vinho (do de sempre). Nem quero falar do «PRESUNTO», porque deste até dá arrepios falar dele e duma FEIRA, em CHAVES!

 

O presidente da Câmara Municipal de CHAVES, o tal «pavão de Castelões» atira-se como gato a bofes a um “NUNO VAZ” e a um “FRANCISCO MELO”.

 

Segundo diz, estes DOIS Rapazes, foram “Chefe de Gabinete” e “Secretário” do Presidente de Câmara que antecedeu a sombria presidência do «Lalão – mor» e falso padre Baptista e a triste e sinistra presidência do «lalão-menor», cognominado «pavão de Castelões».

 

Em política é preciso ter memória”!

 

É, sim, senhor!

 

E que memória tem o «pavão de Castelões» das tarefas políticas que lhe cabiam, a ele, ao «lalão-mor» e à corja dos «lalões», desse tempo, como «ocupantes» da Vereação e da Assembleia Municipal?

 

Imaginem só que, para o «pavão», Um «chefe de gabinete» e um «secretário» têm umas incomparáveis, quão pesadas, responsabilidades com as de um rasteiro e videirinho vereador-vice-presidente de Câmara e deputado!

 

Claro que o demagogozinho do actual presidente de Câmara só tem memória enviesada para lembrar as enormíssimas responsabilidades políticas e as imperdoáveis culpas de um «Chefe de Gabinete» e de um «Secretário» na não realização de uma imitação vergonhosa e vergonhosamente pobre de uma Feira de Fumeiro (ou de “Sabores e Saberes), em CHAVES! E não tem memória para a indecente e má figura que andou a fazer como vereador –vice-presidente de Câmara e deputado!

 

É preciso ter mesmo MUITA lata!

 

AH! Aqui entra a desculpa de ter uma memória de galinha, perdão de «pavão»!

 

- Ouça, seu Moco de pavo», este texto não é uma defesa de “Nuno Vaz” e “Chaves Melo”.

 

São pessoas, que julgo serem ainda jovens, que saberão dar-lhe o troco que merece.

 

O que lhe quero dizer com isto é que, embora «ausente» sou flaviense, nado e criado, e não lhe admito que confunda todos os flavienses como militantes ou comprometidos com os «pê-pê-dês» que o aturam, nem com os «Pê-esses» que o incomodam (só porque você nem sequer lhes chega aos calcanhares, até!).

 

Basta de faltar ao respeito aos militantes e simpatizantes de outros Partidos políticos ou do recém-criado Movimento MAI – de CHAVES (ou de qualquer outro lugar)! Neste continente há gente mais distinta, competente e empenha do que o «pavão de Castelões» e a sua comandita!

 

Basta de faltar ao respeito de Flavienses que não têm militância partidária: e, para sua informação, o autor destas linhas não deve nada a Partidos ou Grupos, entendeu?!

 

CHAVES não é propriedade da «cara – ou - cruz» do PPD - PS!

 

Deixe-se de pantominas e de fanfarronices.

 

A política, mesmo autárquica, é muito mais do que o folclore estúpido e ridículo que o actual (em imitação do anterior) presidente da Câmara de CHAVES anda a interpretar!

 

Tenha a coragem de encarar de frente e com valentia os maiores problemas do Concelho - .

 

Sei que é recomendar uma atitude nobre em vão: o actual presidente da Câmara Municipal de CHAVES (à semelhança do seu mentor, o tal padre falso) não deixa de ser um covarde político: amoucha logo ao primeiro pio de um qualquer galarispo-chefe do Partido!

 

O «pavão de Castelões» não merece que se gastem duas letras com ele. Porém, empoleirado numa cadeira da Administração Municipal põe em risco a saúde, a segurança, o progresso e o bem – estar do Presente e do Futuro dos Flavienses. Assim, há que lembrar-lhe que nem todos os flavienses estão disposto a entrar como sócios da cooperativa dos trânsfugas «lalões» a que ele preside.

 

“Em política é preciso ter memória”   -   é, sim, senhor!

 

E do tempo (já demasiado) que António Cabeleira leva como cromo político, que gratas e, ou, ilustres memórias tem ele para nos recordar?

 

“VADE RETRO, SATAN(ás)!”

Mozelos, 2 de Fevereiro de 2015

Luís Henrique Fernandes

 

 

09
Fev11

Os sabores e saberes das feijoadas das quartas-feiras


 

 

Estive seriamente a pensar se valeria a pena e se deveria ou não escrever o post de hoje, mas decidi-me por escrevê-lo, pois como costumo dizer, calar é consentir, é deixar andar, é excluímo-nos da vida da nossa cidade é abdicarmos do nosso direito e dever de cidadania. Claro que há quem pense que estas coisas de discutir as cidades é apenas da competência dos políticos e que a discussão deve ser no seu seio ou encaminhada para os partidos políticos. Pois eu não penso assim e acho que a grande maioria do povo português também assim não pensa, basta ver os resultados eleitorais e o número de abstenções cada vez maior,  onde já se inclui a maioria dos eleitores. Ou seja, a maioria da nossa gentinha já não quer nada ou já não acredita em políticos mas, por uma ou outra razão, por medo até, erradamente e infelizmente, em vez de lutarem pelos seus direitos, pela sua terra e por um Portugal melhor, demitem-se da política e demitem-se como cidadãos, deixando-se ir ao sabor dos ventos como se este país já não tivesse tino ou destino possível. Pois da minha parte também já não vou com os políticos, mas (também) não me demito.

.

.

Ora é precisamente pelos partidos políticos e os seus eleitos que atingem o poder, por aparentemente terem o poder que outros lhes deixam ter, por se julgarem os donos da verdade absoluta sendo esta a única, verdadeira e possível, por não ouvirem nem representarem quem os elege, que isto está como está e os culpados, ainda por cima, somos nós, o povo, ou nós é que temos a obrigação de pagar as suas asneiras. Mas o que mais me irrita nos políticos, é a mentira constante em que vivem e debitam para quem governam, o pensarem que têm direito a ela e a serem desculpados por tal, mas o verdadeiro problema está quando os políticos começam a acreditar nas suas próprias mentiras…

.

.

Depois de Domingo passado ter abordado a feira dos Sabores e Saberes de Chaves, com a ironia qb que nesse dia me invadiu, hoje quero fazê-lo seriamente, nesse acto de não me demitir como cidadão.

 

Não sei por onde começar, pois quase tudo nesta feira está errado. Primeiro a própria feira e o insistir querer fazer os sabores e saberes de Chaves quando eles não existem, ou a existirem, não chegam para as encomendas e a prova está nas barracas da própria feira com ginjinhas de Óbidos, ourives de Matosinhos, artesanato de Bragança, Penafiel ou da Lousã, rendas de Barcelos, calçado de Sever do Vouga,  loiças de Aveiro e por aí fora…Cá da terra, já nem os barros de Vilar de Nantes lá entram (pois também já não os há,  embora fossem anunciados) e apenas três ou quatro casas que apresentaram os nossos pasteis, 4 ou 5 que apresentaram fumeiro e presunto (este pouco), um cesteiro de Vilar, os vinhos da Quinta e Arcossó e pouco ou nada mais que seja digno de realce.

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.

 

E não temos sabores e saberes porquê?


- Resposta muito simples, pois porque já não temos aldeias com gente dentro. A gente que sabia e fazia os sabores de Chaves já há muito que foi obrigada ou convidada a partir e os resistentes, já não têm forças, ou meios, ou saberes e, se o têm, é para consumo próprio, é a pouca coisa que lhes resta. Se eu sei isto como cidadão comum, os organizadores do evento também o sabem, e muito melhor que eu…mas o povo “exige” que se faça alguma coisa, pois (e a referência é inevitável) não compreendem como Montalegre e Vinhais têm uma feira de sucesso e Chaves não tem nada, então vai daí e inventa-se “os produtos da terra”, os “sabores e saberes de Chaves”. Nomes que até têm impacto, mas que não têm conteúdo.

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Mas vejamos o que os responsáveis pela feira dizem a respeito dela e das suas intenções:

 

“Fumeiro, couve e batata vão ser os “reis” da 6ª mostra “Sabores e Saberes” de Chaves”; “uma vitrina dos produtos de qualidade locais e regionais”; “preferência foi para os produtores locais e artesãos certificados e que executem trabalhos ao vivo”; “Festival Gastronómico com milhos e aletria” –  Notícias do Diário @tual aqui: (http://chaves.blogs.sapo.pt/584905.html ) - mas há mais: “Não falta presunto, não falta fumeiro, não faltam os pastéis de carne, nem o folar, e muito menos o artesanato”; “Temos orgulho na mostra Sabores e Saberes. Apesar de estarmos no início de um percurso, temo-lo feito com distinção”; “seja uma montra de produtos de excelência da gastronomia, do artesanato e do património de Chaves”; “tudo com a devida promoção do bom nome do concelho”; - Notícias do Diário @tual aqui http://chaves.blogs.sapo.pt/592285.html . E ainda há mais:

 

“O presunto, os pastéis de carne, o folar e a couve penca – sem esquecer a louça do barro preto de Nantes – são os produtos que garantem a autenticidade tradicional da mostra “Sabores e Saberes” de Chaves”; “o sucesso da mostra flaviense está garantido”; “a couve penca e a batata, também vão estar em grande destaque nesta edição”; Numa mostra cujo carácter distintivo é o “saber fazer”, ou seja, o artesanato local”; “já está em curso o processo de certificação da couve penca”. - Notícias do Diário @tual aqui http://chaves.blogs.sapo.pt/590729.html .

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Engraçado que corri a feira toda e para além dos pasteis, não consegui ver os restantes “Reis” anunciados, como o barro preto de Nantes, os artesãos locais (para além de um cesteiro) a tão badalada couve penca em vias de certificação… Certificação da Couve penca!?  - esta não lembra ao diabo, e então o afamado presunto de Chaves porquê não é certificado!? Pois…!

 

Na minha abordagem irónica de Domingo, alguma verdade havia e era a de Chaves ter e merecer uma feira nacional, que nem sequer precisa de ser inventada, pois já a temos e só é preciso engrandecê-la – A Feira dos Santos. Estas de produtos da terra, sabores e saberes ou outro nome que lhe inventem, sem produtos da terra, não vão a lado nenhum, e pela (a)mostra, mais parecem as barracas da quermesse para a paróquia do bairro… e não uma a(mostra) digna da milenar Chaves, com tanta história e tradição no comércio regional -  mas parece que o povo gosta  assim, dizem e, é sempre um sucesso!

.

.

Falta-nos uma festa e feira de verão, isso sim, que até em tempos já se começou a esboçar e já tinha algum sucesso – refiro-me (se bem se lembram) à feira de artesanato que a ADRAT realizava no Jardim Público, mas, ainda hoje estou para saber porquê se resolveu acabar com ela… até parece que tudo que por aqui é bom e medra, chega ao inverno e uma geada leva-a pró… mas adiante.

 

Enfim, como há quem garanta que o povo gosta e o sucesso está sempre garantido – bota lá com os sabores e saberes para a frente, venha a 7ª edição onde pode ser anunciada a certificação do grelo da veiga, porque não!, pois é bem bô!

 

Uma única palavra de apreço da minha parte – a animação ter sido feita com prata da casa.

 

 


 

Milhos e aletria! Pois eu prefiro estas feijoadas das quartas-feiras regadas com um bom tinto ou um naco de presunto cortado em cima de uma fatia de pão centeio – o tinto pode ser o mesmo da feijoada, desde que seja bô.

 

Até à próxima feijoada!

 

Ainda hoje, vamos ter por aqui a habitual crónica das quartas-feiras – “Palavras Colhidas do vento…”  de autoria de Mário Esteves, mas só lá para o meio-dia.

 

Até lá!

 

 

 

 

28
Jan09

Os Sabores e Saberes de Chaves em feira - Chaves - Portugal


.

Tudo que tinha a dizer sobre a feira dos Sabores e Saberes já o disse no ano passado. Tudo que tinha a dizer sobre este tipo de feiras também já o fui dizendo ao longo dos tempos neste blog, mas uma vez que este ano fui convidado para a feira, o certame, o evento ou os sabores e saberes de Chaves, mal ficaria não me referir a ele.

 

Pois além dos sabores e saberes que irão estar distribuídos pelos stands do Pavilhão Gimnodesportivo (para tão grande evento o espaço tinha de ser grande), temos em paralelo a animação musical, do qual vos deixo aqui o programa:

.

 

.

O destaque do programa vai para o Quim Barreiros, pelo menos é aquele que aparece com letras gordas e maiúsculas no programa, mas a minha curiosidade recai sobre os músicos e a música que nos vão dar os convidados do primeiro ponto do programa da animação musical, aquele grupo que dá pelo nome de “Cerimónia de Abertura” e que apresenta o seu espectáculo às 15h00 do dia 30. Pena não poder assistir, pois embora esteja convidado, coincide com horário de trabalho, mas pode ser que envie por lá o “Repórter de Serviço” e depois, a música é só para entreter, pois o importante mesmo é a feira e o programa oficial dos Sabores e Saberes, com os eventos paralelos, como os colóquios e outros afins, onde se traga à baila discussões importantes, como a do presunto de Chaves e a sua fama, as machadadas da ASAE e da Lei nos produtos de feitura tradicional e a perda dos verdadeiros sabores e saberes que se estão a perder ou em vias de extinção com o despovoamento das aldeias. São estes os assuntos que a mim mais me interessam e que quero ver debatidos nas actividades paralelas à feira, mas infelizmente até ao fecho da edição deste post, não tive acesso ao programa oficial da feira dos Sabores e Saberes onde constam estes eventos e os temas, pois pela certa que este certame irá para além das barracas do pavilhão e da animação musical da feira, onde vejo com agrado que os Rapazões da Venda Nova estão outra vez por cá.

 

Pena também que não haja uma sessão de fogo-de-artifício no ar, mas pela certa será pelas condições meteorológicas e de segurança que não permitirão o espectáculo, como tenho pena as Bandas Musicais do concelho não façam parte do programa musical dos Saberes da Feira, pelo menos a Banda dos Pardais da cidade.

.

 

.

 

Mas tenho esperanças que na feira apareça a primeira loja do confrade da Confraria de Chaves, pois o tema Sabores e Saberes de Chaves é-lhe grato, não fosse sua intenção a promoção dos produtos gastronómicos regionais, com especial destaque para o presunto, o folar e o pastel… que bem necessário é, principalmente no que respeita ao presunto, para finalmente termos em Chaves, presunto de Chaves à venda nas lojas  e servido nos restaurantes, snacks e tasquinhas ou em sandes nos cafés, pelo menos em Chaves, pois para os senhores de Lisboa  é-lhes bem feito comer presunto de Feces de Abaixo enquanto pensam que estão a mamar presunto de Chaves. É-lhes bem feito, embora para nós nem seja muito abonatório, mas fiquem descansados, pois a Confraria de Chaves não tardará muito e estará a distribuir Presuntos da terrinha por todo o país e acredito que este certame dos Sabores e Saberes traga a Chaves,  no próximo fim-de-semana,  milhares de forasteiros onde terão oportunidade de, na feira, apreciarem o verdadeiro presunto de Chaves e, até lhes desculpamos os problemas de trânsito e estacionamento que vão causar na cidade.

.

 

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E para os forasteiros que nos visitem no próximo fim-de-semana, e flavienses ausentes que há muito não vêm à terrinha, recomendo um passeio pelas margens do Tâmega, nos novos espaços POLIS de Chaves, onde até se poderão ver reproduzidos em miniatura algumas das raças autóctones da região, em pleno pasto, onde até o pormenor da água em pequenos lagos naturais não falta, só é pena que sequem no Verão.

E para terminar, não esqueça, que no próximo fim-de-semana todos os caminhos vêm dar a Chaves, à tradicional Feira dos Sabores e Saberes, a qual, tal como nos anos anteriores, vai ser um sucesso.

Até amanhã, com o coleccionismo de temática flaviense.

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