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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

30
Mai24

Corpo de Deus

Em Vilar de Nantes - Chaves


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Hoje mais tarde que o habitual, mas cá estamos, com uma pequena “reportagem” sobre o Corpo de Deus e a tradição que lhe está associada, que lá se vai cumprindo, quer nos locais onde ela têm de acontecer, quer também aqui no blog, que sempre que podemos também nos associamos a ela, trazendo aqui algumas imagens.

 

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Como o Corpo de Deus é dia feriado religioso, a sua celebração vai acontecendo um pouco por todo o nosso Portugal, com muitas aldeias, vilas e cidades e celebrar com mais ou menos participação do povo, e com mais ou menos adornos, ou ar festivo, com os tradicionais tapetes floridos com flores naturais ao longo das ruas por onde irá passar a procissão. O concelho de Chaves não é exceção, e na cidade vai acontecendo com uma missa campal no Jardim Público, seguida de procissão ate ao largo de Camões, e este ano também assim foi. Há anos em que nós também lá vamos, mas este ano decidimos, mais uma vez, ficar pela celebração de Vilar de Nantes, que tem por tradição, cumprir a tradição, de enfeitar as ruas com os tais tapetes coloridos com flores naturais.

 

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Gostamos de assistir ao fazer do tapete, pelo menos o que vai acontecendo no dia do Corpo de Deus, pois antes de isso acontecer há todo um trabalho prévio a fazer, que é o de recolher as flores e verdes onde os há e em quantidade, pois as ruas são muitas, há que subir às montanhas para recolher pétalas de giestas que irão dar o amarelo intenso, heras para os verdes, rosas para outras cores, e outras flores, e isto pode demorar dias  a recolher, depois há que as manter com vivacidade para não chegarem murchas ou secas aos respetivos tapetes, embora haja sempre as flores do dia que são recolhidas nos jardins caseiros da aldeia, e depois sim, umas horas antes da procissão começam-se a tecer os tapetes ao longa das ruas, sempre com o cuidado de ir regando o que já está  colocado, isto por duas razões, uma para manter a vivacidade das pétalas e flores, e aprendi hoje que o regar tem uma segundo função,  a de “prender” ou “colar” o tapete quando o vento sopra com mais força.

 

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Tapete que quando o foguete estoura no ar a anunciar o fim da missa e o início da procissão, está pronto para ser percorrido a amaciar os passos de que o percorre, em geral composta de três partes, a primeira a da abertura com a parte religiosa que termina com a passagem do Pálio, seguida de uma banda de música e depois o povo a acompanhar, que vai engrossando com a passagem da procissão.

 

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A procissão tem início na igreja, aonde regressa após percorrer todo o seu itinerário nas ruas, ficando as ruas despovoadas com o que resta do tapete florido, já sem a compostura inicial, mas ainda mantendo o colorido e ar da sua graça.  

 

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São alguns destes momentos da procissão do Corpo de Deus de Vilar de Nantes que ficam aqui em 11 imagens.

 

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Até amanhã, que dado o adiantado da hora, vai ser já a seguir!

 

 

17
Abr23

De regresso à cidade - Pela Nossa Senhora das Brotas

Forte de São Neutel


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Neste regresso à cidade, obrigatoriamente, tinha de ser feita pela Forte de São Neutel e pela Nossa Sr.ª das Brotas, que hoje lá se celebra. É tradição.

 

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Também é tradição uns levarem a merenda e outros o garrafão, e também há os que vão por devoção, e nós também passamos sempre por lá, não pela merenda nem pelo garrafão, nem tão pouco pela devoção, digamos que é mais pela tradição, mesmo já não sendo aquilo que era, mas é o que temos.

 

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Para já fica o regresso à cidade com as imagens do ano passado, mas contamos passar por lá para os registos da edição da Nossa Senhora das Brotas 2023, e amanhã cá estaremos com algumas imagens do que aconteceu este ano.

 

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Como não podia deixar de ser, fica uma imagem da Santa, de uma réplica que em nada se parece ao original, mas é a que expõem por lá. Quem sabe se amanhã não deixaremos aqui a verdadeira, que também está lá.

Até amanhã!

 

 

 

21
Jan23

O dia de ontem, no S. Sebastião do Barroso

Vila Grande e Vilarinho Seco


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Um brinde da natureza

O prometido é devido e cá estamos a cumprir, com algumas imagens e palavras sobre as festas comunitárias do Barroso à volta do São Sebastião, que tal como todos os anos acontecem no dia 20 de janeiro, salvo exceções por motivos de força maior como foi o caso dos dois últimos anos devido à pandemia, e este ano, na aldeia das Alturas do Barroso, por motivo de a aldeia estar de luto.

 

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Pois muito resumidamente a nossa “promessa” deste ano ficou-se pelo São Sebastião da Vila Grande (Couto de Dornelas) onde chegámos mais tarde que habitualmente, mas ainda a tempo de comer a malga de caldo, de assistir à “procissão” entre a igreja e a cozinha da festa, de assistir a brindes da natureza, ao encher e esvaziar das ruas, a deliciarmo-nos com a oferta do comer, a estar com alguns amigos de sempre e amigos da fotografia que por lá encontramos sempre,  e depois, no regresso,  o parar nas capelinhas que encontramos pelo caminho, que não sendo muitas, pelo menos uma é de paragem obrigatória, a de Vilarinho Seco.

 

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Dois barrosões de gema, dignos representantes do Barroso, um do concelho de Montalegre e o outro de Boticas

Este ano como não íamos fazer a peregrinação até às Alturas do Barroso, resolvemos ficar pela Vila Grande e fazer o encerramento da festa, pelo menos até ao levantar da toalha de linho que este ano aconteceu por volta das duas da tarde, mas quase apenas nós ficámos para o encerramento, a não ser um punhado de retardatários que lá atrasaram a partida por alguma razão, ou porque, a festa à margem da festa, ainda não tinha terminado, como foi o caso de uma entre amigos minhotos e barrosões, onde,  por ter-mos lá alguma gente amiga e conhecida, também acabamos por parar e comungar.

 

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Só depois iniciámos o regresso a casa, com paragem em Vilarinho Seco e a visita obrigatória à casa do Pedro, que este ano teve de ser breve por força das circunstâncias, afazeres do Pedro que ia ter uma noite complicada pela frente, noite que por sinal já estava à porta, no anoitecer, com as vacas barrosãs e respetivo touro a abandonar a pastagem a caminho da corte e nós também pouco mais demorámos, mas já foi de noite que fizemos o regresso à cidade, com passagem pelas Alturas do Barroso, sem parar,  e depois a descida até Carvalhelhos, Boticas e finalmente Chaves. Mais uma promessa cumprida.

 

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Vilarinho Seco

E é tudo por hoje, para amanhã, se ainda tivermos tempo, continuaremos pelo Barroso com a primeira aldeia barrosã do concelho de Vieira do Minho.   

 

 

 

 

20
Jan23

O São Sebastião do Barroso

Nas Alturas do Barroso e na Vila Grande (Couto de Dornelas)


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Alturas do Barroso

Já é sabido que dia 20 de janeiro todos os caminhos nos levam até às festas comunitárias do São Sebastião no Barroso, principalmente no concelho de Boticas, mas também no concelho de Montalegre, e são todas iguais e todas diferentes. Iguais na tradição, na celebração do São Sebastião e no comunitarismo da festa. Diferentes na forma como são celebradas e também nos timings, não do dia, porque em todas se celebra no dia 20 de janeiro, mas nas horas e tempo de duração das mesmas.

 

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Alturas do Barroso

Pela nossa parte ainda não fomos a todas, mas já passámos pelo São Sebastião de Cerdedo e, mais habitualmente, pelo menos há uma dúzia de anos, com exceção dos dois anos anteriores devido à pandemia, em que não houve festa, nas festas de São Sebastião das Alturas do Barroso e da Vila Grande (Couto de Dornelas), todas do concelho de Boticas.

 

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Alturas do Barroso

Pois hoje em imagem fica o São Sebastião das Alturas do Barroso, as três primeiras fotos,  e da Vila Grande, as fotos seguintes. No entanto a nossa presença nestas duas aldeias não se faz obrigatoriamente por esta ordem, embora assim possa acontecer, desde que seja da parte da manhã, isto porque o grosso da festa com a presença de forasteiros (milhares) vindos de todo o lado, principalmente do Minho e do restante Barroso, na Vila grande, povoam as ruas no período da manhã, logo a partir do nascer do sol e até por volta das 2 da tarde. Já nas Alturas do Barroso, a festa acontece durante todo  o dia e prolonga-se pela noite adentro. Isto a nível de festa popular, de rua, pois nas casas dos residentes, aí a coisa é diferente, mas essas só são para familiares, amigos e convidados, aliás como acontece em todas as festas populares.

 

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Vila Grande - Couto de Dornelas

As imagens que hoje ficam são dos anos anteriores à pandemia, de vários anos, com vários momentos que pretendem demonstrar (para quem não conhece as festas e tradição) um pouco dos que elas são. Tal como já dissemos atrás ambas iguais, ambas diferentes e já agora, ambas e as duas bem interessantes, embora, na minha opinião, aquela que dá mais nas vistas e é mais frequentada em número de pessoas em simultâneo, é a da Vila Grande, mas também é a mais breve, só acontece de manhã. A festa das Alturas do Barroso aproxima-se mais das festas tradicionais, à exceção da parte comunitária em que recebem e oferecem a todos que passam por lá e queiram, a comida e bebida, enquanto que na Vila Grande, também oferecem comida, mas não a bebida, nem tem talheres, por isso, se quiser ir por lá, não se esqueça de levar o garfo e a faca, pois vão ser necessários, a não ser que queria fazer como os chineses e comer com dois pauzinhos.

 

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Vila Grande - Couto de Dornelas

Outra diferença entre as duas festas aqui abordadas, nas Alturas do Barroso o comer e oferecido debaixo de telha, no local onde cozinham os alimento, já na Vila Grande, o comer é servido num longa mesa, contínua, com umas centenas de metros (penso que à volta dos setecentos metros) que se prolonga pela rua principal desde a entrada até ao centro da aldeia, a terminar no largo do cruzeiro, junto à igreja.

 

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Vila Grande - Couto de Dornelas

E não digo mais, se quiserem vão lá ver como é, pois uma coisa são palavras e imagens, e outra é viver a festa in loco, e neste caso faz toda a diferença. Se for por lá não se esqueça também, de além dos talheres, levar roupinha no corpo, bem quente, pois por lá quando faz frio, é mesmo frio, tanto que se fosse em Lisboa disparava logo o alerta vermelho, no Barroso, como já estão habituados, basta uma capa de burel, pelo menos dizem, embora saibamos que não é bem assim, pois o frio, quando aparece, é como o sol, é para todos. A de estarem habituados, ou estarmos, pois, as minhas três terras também são frias e, embora o estarmos habituados seja verdade, também é uma treta, pois o frio sente-se na mesma… o hábito não aquece. E com esta me bou, já a caminho do São Sebastião… Até mais logo ao fim do dia, isto se chegar a tempo da edição da noite, senão, as imagens do São Sebastião 2023 ficam para amanhã. Logo se verá. Agora é que me bou mesmo!

 

 

 

 

 

21
Ago22

Eles andam aí

Festa dos Povos - Aquae Flaviae


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É, eles andam aí, desde sexta-feira, romanos e outros povos, incluindo flavienses e forasteiros, mas como nós sexta-feira não estivemos por cá, e ontem (sábado) só tivemos tempo para ir espreitar, não temos imagens dos romanos e dos outros, assim, para deixar aqui qualquer coisa enquanto não temos mais uma aldeia barrosã,  fomos ao nosso arquivo e lá encontrámos dois (romanos), que aqui ficam. Amanhã pode ser que haja tempo para chegarmos lá e recolher algumas imagens, mas também não é garantido, pois outros interesses inadiáveis se sobrepõem, mas isso, para aqui, até nem interessa, se formos vamos, se não formos, não vamos, paciência!

 

Mas fica o programa para amanhã:

 

DOMINGO 21 AGOSTO. MMXXII

15h00 às 23h00 MACELLUM Mercado Galaico-Romano e POPINAE ET CAUPONAE

praça de alimentação.

15h00 às 22h00 Áreas temáticas, Música, Bailados, Animação, Falcoaria, Serpentes,

Jogos Romanos, Recreações, Gladiadores, Artífices a trabalhar ao vivo…

21h00 CORTEJO TRIUMFHALIS, por Aquae Flaviae

22h00 ESPETÁCULO DE FOGO – O ROMANO ENAMORADO –

ENCERRAMENTO

 

Até mais logo!

 

 

 

25
Abr22

25 de Abril e N.Srª das Brotas

sempre


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25 de Abril, sempre!

 e também como sempre, neste blog, cá estamos com a nossa contribuição para a celebração deste dia, dos nossos dias em Liberdade, nem que seja, e só, para que nunca seja esquecido.

 

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Em Chaves, para além das celebrações oficiais e corrida da liberdade a acontecer durante manhã, e o concerto filarmónico na tarde (15H00 na alameda do Tabolado) de hoje, destacamos, à noite, uma atuação do Grupo Matabicho no auditório do Centro Cultural de Chaves, às 21H30, com poemas e canções de abril.

 

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Quis o destino que este 25 de Abril coincidisse também com a festa da Nossa Senhora das Brotas, que nos últimos anos tem sido também a festa do Bairro dos Fortes, mantendo-se a celebração do dia da Padroeira (sempre na 2ª segunda-feira após a Páscoa) dentro do Forte de São Neutel.

 

 

22
Jan18

O Barroso aqui tão perto - S.Sebastião na Vila Grande - Dornelas


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Tal como prometemos ontem, vamos até uma das festas comunitárias do Barroso, uma das mais populares, talvez pelas suas características. Trata-se da Mezinha de S.Sebastião ou a Festa das Papas, como inicialmente se denominava, que todos os anos se realiza em 20 de janeiro na Vila Grande, da freguesia de Dornelas, concelho de Boticas.

 

Por cá também é conhecida como a festa do Couto de Dornelas. Mas isto do Couto de Dornelas é história que em tempo oportuno será aqui abordado no blog, fica para quando a nossa rubrica de “O Barroso aqui tão perto” entra nas aldeias do concelho de Boticas. O oficial é que esta aldeia tem como topónimo “Vila Grande”.

 

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Andei mais de trinta anos para ir a esta festa, no entanto, testemunha-o o meu arquivo fotográfico, só lá fui pela primeira vez em 2011, e fiquei fã, ou como costumo dizer, fiz promessa de a partir de aí, lá ir todos os anos, e assim tem sido, e este ano não foi exceção.

 

Nos anos anteriores fui deixando por aqui as imagens, a história da festa com as suas lendas, alguns números ligados ao que vai para a Mezinha do S.Sebastião e um pouco da festa popular que se vai fazendo enquanto se aguarda que a mezinha seja coberta com a toalha de linho e comece a receber os alimentos a todos os convivas.

 

Como já começo a ser um veterano nesta festa, embora numa festa secular oito anos de festa não sejam nada, talvez fosse melhor dizer que tenho sido mais um dos figurantes na permanência da continuidade da tradição da Mezinha de S.Sebastião, onde como tal, já vou conhecendo os cantos da casa e os tempos (timings) em que as coisas acontecem, e para não estar a repetir aquilo que disse nos anos anteriores, vou deixar por aqui um resumo do que acontece durante uma das minhas manhãs de 20 de janeiro na Vila Grande.

 

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Despertar bem cedinho para chegar a tempo e horas de ver a mezinha ainda despida de adornos e gente. Coisa complicada pois não somos só nós a fazer o mesmo, mas dá sempre para sermos dos primeiros. O popó fica no sítio do costume, pois desde que o descobrimos não queremos outro e permite-nos iniciar o final da mezinha e vê-la a descer pela rua abaixo até à curva da meta final. Esta é quase sempre a primeira foto que tomamos no local.

 

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Pelo caminho, ao longo da mesinha, o habitual vai-se repetindo para contribuir para a tradição.  Uns marcam logo o seu sítio de pouso, a banca das chouriças e restantes pertences do reco, agora em fumeiro, lá está no sítio do costume, e nós rua abaixo vamos lançando olhares e a objetiva até onde o motivo chama a sua atenção. Um deste olhares que também é habitual é o que lançamos sempre até à aldeia vizinha de Antigo, que serve sempre para nos indicar as condições meteorológicas do dia.

 

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Ao todo a mesa da Mezinha do S.Sebastião da Vila Grande tem cinco centenas de metros onde por volta do meio dia, após a missa a bênção do pão estará ocupada por milhares de convivas, mas lá iremos, para já continuamos a nossa descida até à “Casa do Santo”, é lá o ponto de encontro com outros amigos habituais e onde os fotógrafos e televisões se juntam para os principais registos, pois é lá que estão os potes ao lume, o pão depositado e os mordomos na azáfama final de fazer comida para milhares de pessoas. Também é por lá que parámos.

 

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Assim, aqui no largo da “Casa do Santo” é de paragem obrigatória. Cumprimentam-se e trocam-se umas palavras com fotógrafos amigos que vamos encontrando nestas andanças, mas sempre com um olho na janela/montra da “Casa do Santo” onde vão servindo umas malgas de sopa feita no pote. Um pequeno almoço à moda antiga das aldeias que além de um sabor único, aquecem até à alma, o que em dias frios, como sempre acontece nesta altura do ano, caem como ginjas.

 

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Nos potes a carne de porco fumada que irá acompanhar o arroz que mais tarde entrará nos mesmos potes e seguirão para a grande mesa acompanhada do pão que repousa em depósito. Potes ao todo, este ano eram 24. Mais pote ou menos pote, é esta a quantidade de todos os anos. Quanto às quantidades de carne, arroz e pão, já a contabilizamos num dos anos anteriores. Presentemente já não recordo as quantidades, mas é sempre a suficiente para chegar até ao fim da mesa e sobrar. Este ano talvez tivesse sido mais um pouco, pois com o dia 20 a coincidir com um sábado, a enchente de pessoal é sempre maior.

 

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Depois do ritual de comer a sopa do pote, de visitar a sala dos potes e o depósito do pão é aguardar pela chegada do pessoal, e umas voltas ao longo da mesa onde os lugares vão sendo ocupados aos poucos até encherem, o que acontece num abrir e fechar de olhos. Tomados os lugares há mesa, só lhes resta aguardar. Há no entanto quem prefira um lugar mais sossegado, a sós, em momentos de apreciação ou até de introspeção, sei lá, nunca sei o que vai na cabeça de cada um…

 

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Quanto a nós, aproveitamos sempre esses momentos de espera para uma visita obrigatória à parte antiga da aldeia, onde o cruzeiro, igreja e pelourinho são pontos obrigatório de visita, mas também para fotografar os nossos habituais modelos e um ou outro pormenor que não acontece todos os dias.

 

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E volta para aqui, volta para ali, o tempo vai passando, a missa acaba e em jeito de procissão o padre da paróquia, o Presidente da Câmara de Boticas e este ano também acompanhados pelo padre Lourenço Fontes, dirigem-se à Casa do Santo, onde o padre benze o pão, para  logo de seguida começar a labuta de dar de comer a quem espera ao longos das cinco centenas de mesa.

 

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De seguida o pessoal de serviço começa por colocar a toalha de linho ao longo da mesa, seguido do pedido de esmola acompanhado do beijar do S.Sebastião, o homem da vara com a medida onde se coloca um pão, uma caçarola de arroz e outra de carne. E assim de vara em vara lá vai ficando o pão, arroz e carne. Os convivas apenas terão de por os talheres e a bebida.

 

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Mas o comer vai além daquele que o Santo proporciona, pois muitos dos convivas trazem o farnel de casa que acrescentam à mesa,  e que,  seguindo o comunitarismo de momento tão comunitário, vão pondo à disposição dos seus vizinhos de mesa.

 

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E enquanto uns comem, e outros esperam, a rapaziada de Ventuzelos (Chaves) vai alegrando a festa com os seus desfiles e a sua música de concertinas e bombos.

 

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Tal como o povo costuma dizer “merenda comida, companhia desfeita”. Na Mezinha do S.Sebastião, na Vila Grande de Dornelas,  também não é exceção. Ainda os últimos da mesa não estão servidos, já os primeiros estão de partida. A festa para os convivas dura uma manhã, para o pessoal da aldeia penso que durará todo o dia.

 

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Para quem não conhece, este abandono tão cedo da festa pode parecer estranho, mas estamos em dia de S.Sebastião e não é só na Vila Grande que se comemora e há festa, daí que, o pessoal que parece estar de regresso a casa, está antes a caminho de uma festa próxima, a maioria com destino a Alturas de Barroso, a meia dúzia de quilómetros, onde a todos é servido um prato de feijoadas, um pão e um copo de vinho. E viva a Festa.

 

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Também o nosso destino passou por Alturas do Barroso, com passagem obrigatória em Vilarinho Seco, mas em termos de festa ficámo-nos pela Vila Grande, pois nas Alturas foi só mesmo de passagem. O dia ia longo e algum o cansaço já pedia o regresso a casa. Para o próximo ano há mais.   

 

 

 

 

 

 

26
Mai15

Nossa Senhora da Saúde - S.Pedro de Agostém


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Depois de três dias intensos dedicados às coisas da animação sociocultural, reservei a segunda-feira para um dia de descanso. Como a tarde estava agradável decidi dar uma voltinha à caça de imagens para alimentar este blog. Tinha duas aldeias na mira – Redial e Vilela do Tâmega – e como sempre privilegio as estradas mais interiores, mais calmas e onde o contacto com a natureza é mais próximo e, se no itinerário posso meter o alto de Stª Bárbara, então é certo que faço por lá uma passagem, mesmo que seja por breves instantes.

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Pois posta de parte que estava a Nacional 2, resolvi fazer o mesmo com a Nacional 314 e meti pela estrada municipal mais interior em direção a Ventuzelos, com passagem por S.Pedro de Agostém. Estranhei inicialmente o movimento da estrada que geralmente costuma ser mais calmo mas logo de seguida dei-me conta de que algo se passava e fez-se luz. Despiste meu, mas não só, tanto movimento numa segunda –feira de maio para aquelas bandas só poderia ser a Festa da Nª SRª da Saúde, e era.

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Despiste meu por não me ter lembrado antes, mas não só, pois a par do S.Caetano, a Nª Srª da Saúde é das festas religiosas mais importantes do concelho, a que atrai mais peregrinos, mas parece-me que esta coisa das festas e romarias já não são o que eram e se há uns anos atrás uma passagem pela Srª da Saúde era obrigatória para a maioria dos flavienses, e a visita até era facilitada com autocarros a transportar pessoal e dispensa de trabalho para quem lá ia em peregrinação, mas os tempos mudaram-se e estas tradições que fazem parte do nosso património cultural imaterial, por muito que se apregoe que é preciso salvaguardá-lo e valorizá-lo, tudo se tem feito para acabar com ele, não de forma intencional, mas por outras formas indiretas e por outros interesses.

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Mas pode ser que seja só impressão minha, despiste meu, embora não acredite em nada disto que afirmo, pois além daquilo que dizia no parágrafo anterior, o despovoamento rural contribui diretamente para a perda destas tradições, por mais que se fale e digam que se promovem os sabores e saberes do nosso mundo rural…mas claro que sem mundo rural não podem haver sabores e saberes rurais.

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Mas mesmo assim o ambiente da N.Srª da Saúde ainda é de festa, com bandas nos coretos ao despique, ontem a de Rebordondo e Loivos), as barracas dos comes e bebes, as farturas, pipocas, balões… isto no que respeita à festa que se faz a par da religião e da devoção à Nª Srª da Saúde.

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E assim lá acabei por fazer uma pequena reportagem à festa da Nª Srª da Saúde que era obrigatório vir aqui ao blog. Falta também a do S.Caetano que vamos tentar ir por lá este ano.

 

E como hoje é dia das Intermitências da Sandra Pereira, elas também cá estarão, mas mais tarde. Ficam prometidas para o meio-dia em ponto.

 

 

 

25
Jan15

O S.Sebastião do Couto de Dornelas e Alturas do Barroso - 2


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Apresentamos em duas partes o S.Sebastião do Barroso porque de facto é assim que acontece por lá, ou seja, a primeira parte em Couto de Dornelas e a segunda em Alturas do Barroso, mas entre as duas aldeias há ainda a paragem obrigatória em Vilarinho Seco onde sem festa, a festa continua.

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Do Couto de Dornelas às Alturas do Barroso pouco mais são de 10 quilómetros e Vilarinho Seco fica sensivelmente a meio do trajeto, assim a paragem obrigatória nesta aldeia não se deve à distância, mas antes pela necessária hidratação ou mesmo um simples café, mas também pela festa que sempre acontece e pela beleza da aldeia.

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Toda esta região do Barroso tem uma beleza singular devido a ainda ir mantendo a sua integridade de um núcleo de construções que mantém as características das construções típicas do Barroso. A não ser um ou outro caso isolado as coberturas de colmo já fazem parte da história, apenas a estrutura dos beirais testemunham que um dia existiram. Penso que poderia e ainda pode haver uma solução interessante uma sobrecoberta, mas isso ao S.Sebastião até pouco interessa. Resumindo, queria eu dizer que é sempre interessante parar em Vilarinho Seco nem que seja para tomar meia-dúzia de imagens que são sempre interessantes.

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Mas o nosso destino é mesmo Alturas do Barroso. A saída de Couto de Dornelas acaba por acontecer quase sempre depois das duas da tarde, pelo caminho além da paragem obrigatória em Vilarinho Seco há sempre outras paragens ocasionais. Ora aqui porque há que tomar umas fotos às vacas a pastar, ora ali porque há neve, ora acoli por outra coisa qualquer, às vezes até por um chichi dum mais apertado é preciso parar e assim, quando se chega a Alturas do Barroso já a tarde está mais pra lá do que pra cá, então se o céu está encoberto com nuvens a tarde chega mesmo a cheirar a anoitecer.

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Claro que nós vamos lá pela festa da festa, pela festa da fotografia , mas também pela feijoada do S.Sebastião. às vezes é complicado conciliar tudo mas descomplica-se, pois a missão tem de ser cumprida e cumpre-se.

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Claro está que com tantos afazeres o regresso à terrinha já é feito noite escura, via Montalegre. Éh! É aquela tal noia de nunca regressar pelo mesmo caminho ou então apenas o pretexto para passar por Montalegre, para ver se o castelo está no sítio e se a Vila e a Portela continuam no seu lugar.

 

E assim vai sendo o cumprir da promessa do 20 de janeiro.

Até pró ano.

 

 

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