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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

11
Abr21

O Barroso aqui tão perto - Fiães do Tâmega

Aldeias do Barroso - Concelho de Boticas


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Fiães do Tâmega - Boticas

 

Continuamos na união de freguesias de Codeçoso, Curros e Fiães do Tâmega, precisamente nesta última aldeia, Fiães do Tâmega  que, como se poderá deduzir pelo seu topónimo, é uma aldeia das proximidades do Rio Tâmega e daí, no limite do concelho de Boticas.

 

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Vamos então até Fiães do Tâmega, como sempre a partida da cidade de Chaves e quase pelo caminho do costume, à exceção da Carreira da Lebre, que desta vez não temos necessidade de passar por lá, pois a partir de Boticas temos uma estrada municipal que nos leva até Fiães se necessidade de utilizar a R311.

 

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Estrada municipal que deveremos apanhar na segunda rotunda da vila de Boticas, na mesma rotunda que recebe a R311 vinda de Vidago, ou seja, apena atravessamos aR314 para apanhar a municipal que serve também as aldeias de Mosteirão e Veral, depois com saída para a R312 que liga a Ribeira de Pena.

 

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Mais uma aldeia que nos surpreendeu pela positiva, com muita vida nas ruas e a paisagem um pouco diferente daquilo que é habitual no Barroso, e assim tem de ser, pois Fiães não só está no limite do concelho mas também no limite do Barroso, sendo o Rio Tâmega o limite natural das terras barrosãs.

 

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E como no caderno da “Preservação dos Hábitos Comunitários nas Aldeias do Concelho de Boticas” está quase tudo que queríamos dizer sobre Fiães, passemos já à transcrição de algumas partes desse caderno. Desde já se avisa que a realidade atual pode não coincidir com aquela que é descrita no caderno, pois o mesmo foi publicado em maio de 2006, e desde aí, algumas coisas se alteraram.

 

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Vamos então ao que consta no caderno da  “Preservação dos Hábitos Comunitários nas Aldeias do Concelho de Boticas”

 

A freguesia de Fiães do Tâmega situa-se na extremidade mais a sul do concelho de Boticas, zona mais quente com temperaturas amenas, mais parecidas com as de Ribeira de Pena do que com as de Barroso. Confronta a Norte com a freguesia de Curros, a Este com Bragado, do concelho de Vila Pouca de Aguiar, a Sul com Parada de Monteiros, do concelho de Vila Pouca de Aguiar, e a Oeste com Canedo, do concelho de Ribeira de Pena.

 

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Distando da sede do concelho aproximadamente 13 km, o acesso viário faz-se seguindo pelo CM 1050 ate Fiães do Tâmega, ou, em alternativa, segue­ se pela ER 311, apanha-se a EM 312, vira-se na indicação Veral e segue-se pelo CM 1050.

 

Esta freguesia e constituída par duas aldeias: Fiães do Tâmega, sede de freguesia, e Veral, localizadas na encosta da Serra de Santa Comba. Ocupa, em termos territoriais, 14,5 km2.

O desenvolvimento da população desta freguesia de Fiães do Tâmega acompanha o movimento demográfico que caracteriza toda a região de montanha no Norte de Portugal, tipificada por uma diminuição progressiva da população, com uma pirâmide etária invertida, onde os grupos etários mais baixos são diminutos e a população envelhecida aumenta.

 

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E, desde sempre, uma das menos povoadas freguesias do concelho, sendo que actualmente tem aproximadamente 167 residentes. Se até aos anos 70 a sua população registou um pequeno crescimento, a partir dessa década a tendência passou a ser inversa e a semelhança do que se verifica na generalidade das freguesias do concelho, perdeu muita da sua população residente nos ultimas 30 anos, mais de 47%. Este fenómeno e em parte explicado pela intensificação dos fluxos migratórios que se registaram a partir da década de 70, nomeadamente para Franca e Estados Unidos da América.

 

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A este fenómeno alia-se o gradual envelhecimento da  população, apresentando uma grande tendência para o envelhecimento, sendo que 67% dos 167 residentes têm idade superior a 25 anos. Os níveis de alfabetização desta população residente são baixos, acompanhando o seu nível de envelhecimento, destacando-se o numero elevado de pessoas sem nenhuma qualificação académica. Esta situação excepcional e suportada pelo elevado numero de idosos, alguns deles regressados da emigração em situação de aposentados.

 

Relativamente à àrea de actividade económica, a maior parte da população dedica-se à agricultura e à pecuária, seguindo as caminhos ancestrais da freguesia, visando apenas a subsistência.

 

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Assim, algumas famílias continuam a actividade tradicional de criação de gado e produção de batata e milho. São os produtos que melhor se desenvolvem e produzem nesta região de Barroso, com elevados níveis de qualidade e sabor. Por se encontrar numa zona localizada a médias altitudes, mais quente e com menores amplitudes térmicas do que as que se registram nas zonas mais altas do concelho, nas aldeias desta freguesia também se colhe vinho. Também a produção artesanal de mel esta hoje em vias de desenvolvimento, funcionando como complementaridade no rendimento das famílias. Parte da população trabalha na construção civil e na área da industria e em empresas do concelho (Aguas de Carvalhelhos, Euronete, etc).

 

No que se refere a sociedade esta comunidade caracteriza-se pela existência de famílias de lavradores e pequenos proprietários de terras onde se desenvolve a actividade agrícola e pecuária. É uma sociedade homogénea com alguns quadros médios que se dedicam a actividade comercial e desenvolvem actividade no ensino e na vida administrativa nas terras vizinhas designadamente na sede do concelho.

 

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Em Fiães do Tâmega existe um café, com mercearia, e em Veral uma taberna, também com uma pequena mercearia. Nas horas de ócio e sempre que o tempo o permite, as pessoas ainda têm a hábito de se reunirem a conversar nas principais ruas das aldeias ou sentadas nas escadarias das casas dos vizinhos.

 

MARCAS DO SEU PASSADO

Embora o desejo de todos os habitantes de uma terra seja saber como e quando ela nasceu, a resposta não é fácil de esclarecer. Excluindo uma ou outra que vem identificada nos documentos antigos, a maioria das aldeias têm origem desconhecida no tempo e por razões variadas. Umas com história mais antiga, outras de origem mais re­cente, sabe-se que a maioria destas aldeias foram formadas a partir do agrupamento de famílias unidas par laços de parentesco ou afinidades económicas e profissionais que se organizaram em comunidade.

 

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Os inúmeros vestígios histórico-arqueológicos informam-nos da passagem e até actividade e fixação de povos antigos designadamente os povos árabes, visigodos, suévicos e romanos.

 

Muitas das aldeias de Barroso têm a sua origem histórica no movimento de reconquista e povoamento do território iniciado com a formação do Reino de Portugal, em 1143, e posterior fixarão de uma ou mais famílias de povoadores Teve particular desenvolvimento a partir dos finais do seculo XIII. Estes povoadores eram atraídos por contratos de aforamento cujos termos eram favoráveis a sua fixação, traduzidos em pagamentos de foros de valor acessível. Estes contratos são conhecidos como o processo de enfiteuse ou aforamento e eram promovidos indistintamente pela Coroa e/ou pelas Casas Nobres e Senhorios Eclesiásticos.

 

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São conhecidos alguns contratos de aforamento para as terras de Barroso, o que nos permite pensar que a grande maioria das suas aldeias e povoados tiveram origem neste modo de povoamento.

 

Os casais eram bens aforados, com maior au menor dimensão, a uma ou várias famílias dando lugar a formação de aldeias. Os foreiros tinham como obrigação trabalhar a terra e pô-la a produzir, ficando senhores dela e pagando um foro que estava consignado no contrato, mui­ tas vezes traduzido em bens de consumo produzidos no próprio casal, como centeio e/ou partes de criação.

 

Fiães do Tâmega e certamente uma das aldeias que se integra neste movimento povoador.

Desde sempre fez parte do território da paróquia de Curros. Em 1527, no Numeramento de D. João III, aparece identificada e povoada já com 11 moradores e Veral apenas com seis. Por morador entende-se fogo, correspondendo assim a uma população calculada de 70 a 80 in­ divíduos.

 

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Em 1758 vem referida num documento produzido pelo pároco da paróquia de Curros como sendo uma aldeia dessa freguesia juntamente, com Curros, Antigo e Mosteirão.

 

Em 1834 foi autonomizada juntamente com Veral, formando uma paróquia sobre si e uma freguesia, vindo a fazer parte desde 1836 do território do concelho de Boticas, entretanto criado. Em 1895, consequência de um nova desenho administrativo, Fiães do Tâmega passou para o concelho de Ribeira de Pena onde se manteve apenas ate Janeiro de 1898. A partir dessa data passou definitivamente para o concelho de Boticas até aos dias de hoje.”

 

Só um aparte para esclarecer que, tal como se disse no início desta transcrição, este documento é de maio de 2006, entretanto também a freguesia de Fiães do Tâmega deixou de existir, pois com a reorganização administrativa do território das freguesias (Lei n.11-Al2013) passou a fazer parte da união de freguesias de Codeçoso, Curros e Fiães do Tâmega.

 

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Para finalizar a transcrição da “Preservação dos Hábitos Comunitários nas Aldeias do Concelho de Boticas” que consta no caderno da antiga freguesia de Fiães do Tâmega.

 

TRADIÇÕES E FESTIVIDADES

Ao longo dos tempos algumas das festividades que outrora animavam estas comunidades foram-se perdendo. Todavia, durante o ano outras ainda se realizam, embora não com o fulgor dos velhos tempos.

 

Ainda cantam os Reis e o que recolhem reverte para a igreja. As pessoas costumam dar dinheiro e outras coisas, como fumeiro, que depois são colocadas a leilão à saída da missa, revertendo o dinheiro para a igreja. Costumam cantar:

 

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I

Abram-me lá essas portas

Que ainda não estão bem abertas

Aí vem as do presépio

P'ra lhe dar as Boas Festas.

 

II

Boas Festas, Boas Festas

Trazemos nós p'ra lhe dar

Que nasceu o Deus Menino

Numa noite de Natal.

 

III

Numa noite de Natal

Noite de tanta alegria

Que nasceu o Deus Menino

Filho da Virgem Maria.

 

IV

Vamos todos, vamos todos

Bamos todos a Belém

Visitar o Deus Menino

Que Nossa Senhora tem.

 

V

Aqui vimos, aqui vimos

Aqui vimos bem sabeis

Vimos dar as Boas Festas

E também cantar as Reis.

 

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Em Veral acendem o canhoto que vem do Natal e Ano Novo ate ao dia 6, a que nesta altura chamam de Canhoto do Entrudo.

 

O Entrudo trazia muita alegria e folia. Hoje ainda se mascaram, especialmente as crianças, andam pelas casas da aldeia e atiram farinha uns aos outros.

 

Na Páscoa faz-se a visita pascal.

 

São Bernardino, 20 de Maio, padroeiro de Fiães do Tâmega e da freguesia. Celebram este dia com missa, sermão e uma procissão com a imagem do Santo a volta da igreja.

 

No S. João (24 de Junho) e no S. Pedro (29 de Junho) outrora faziam as tranquilhas das ruas com carros de bois e paus. Todavia, esta tradição quase caiu em desuso.

 

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Santa Susana, 11 de Agosto, em Fiães do Tâmega. Neste dia fazem uma festa com missa e procissão com andores, acompanhada com uma banda musical, pelas principais ruas da al­ deia.  A noite realiza-se um  animado arraial popular com um conjunto musical e um espectáculo de fogo de artífico.

 

  1. Martinho, 11 de Novembro, padroeiro de Veral. Fazem uma festa com missa e procissão com andores pelas principais ruas da aldeia. A noite a festa prossegue com um animado arraial popular.

 

Em cada uma das  aldeias  por  ocasião do Natal e Ano Novo fazem aquilo a que chamam o "Canhoto de Natal" e "Canhoto de Ano Novo", ou seja, uma grande fogueira com cepos e trances de arvores. Em Fiães, no largo da igreja, e em Veral, num largo a que chamam Portela da Fecha. As pessoas têm por hábito juntarem-se  a volta destas fogueiras  e num espirito de partilha e comunidade despedem-se do ano que termina, enquanto celebram e dão as boas vindas ao novo ano que começa.

 

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E agora sim, o vídeo com todas as imagens da aldeia de FIÃES DO TÂMEGA que foram publicadas neste post. Espero que gostem.

 

Aqui fica:

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

E quanto a aldeias de Boticas, despedimo-nos até ao próximo domingo em que teremos aqui a aldeia de Mosteirão.

 

 

29
Mai20

O Barroso aqui tão perto - Fiães do Rio

Aldeias de Barroso - Com Vídeo


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Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos aqui hoje esse resumo, para a aldeia de Fiães do Rio

 

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Às vezes, ainda bem que cometemos falhas para podermos corrigir outras, quero com isto dizer, que revendo o post dedicado a Fiães do Rio, ficaram de fora algumas imagens que mereciam ter sido selecionadas. Pois aqui estão, hoje, algumas delas.

 

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Fica assim mais completo o post anterior, pelo menos quanto a imagens, pois quanto ao que tínhamos a dizer sobre a aldeia, já foi dito nesse mesmo post, com link no final.

 

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Hoje deixamos assim mais estas imagens e o vídeo que Fiães do Rio não teve, mas a sorte fez com que recentemente tivéssemos de passar pela aldeia e aproveitámos também para uma entrada rápida e recolha de imagens em vídeo, já a pensar no vídeo de hoje, imagens que também vão ficar misturadas com as fotografias (do vídeo final).

 

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Vídeo final que fica já de seguida, espero que gostem.

 

 

 

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de Fiães do Rio:

 

https://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fiaes-do-1432619

 

 

17
Fev19

O Barroso aqui tão perto - Fiães do Rio


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Com o domingo quase a terminar mas ainda a tempo de cumprir a promessa de trazer aqui mais uma aldeia do Barroso, hoje fica Fiães do Rio, com apenas uma imagem, pois Fiães já aqui teve o seu post completo. E o porquê de a trazer aqui hoje Fiães?  A resposta é simples, mas tem estória. Acontece que esta imagem foi tomada há cinco anos, mais precisamente no dia 7 de junho de 2014, às 14H48, e sei isto pelo EXIF[i] da foto e porque a imagem foi tomada num passeio que a Associação de Fotografia Lumbudus fez ao Barroso, e também sei que a imagem foi tomada em andamento,  desde o autocarro que nos transportava e pela hora a que foi tomada iriamos a caminho de Pitões das Júnias. Sabia isto tudo, mas como a minha máquina não tem GPS, não consegui identificar qual a aldeia que tinha fotografado.  Mas não desisti de descobrir e durante estes cinco anos, de vez em quando, lá ia planando com o Google Earth por cima das aldeias que tínhamos passado. A imagem estava entre duas outras imagens, uma da Barragem dos Pisões e outra já de Pitões das Júnias. Daí tinha no trajeto (visível à fotografia)  as aldeias de Brandim, Contim, São Pedro, Sezelhe, Travassos do Rio e Covelães, no entanto nenhuma delas se enquadrava na imagem, principalmente porque na triangulação que fazia da imagem, faltavam-me sempre duas aldeias que aparecem em segundo plano na fotografia. Hoje teimei mais que nas últimas tentativas de descoberta e lembrei-me que o condutor do autocarro poderia não ter feito o trajeto que eu faria se fosse a conduzir, tanto mais que nessa altura não conhecia tão bem o Barroso como hoje conheço e na viagem do autocarro, nesse troço da viagem, fui distraído com a animação do interior do autocarro. Dai estudei um itinerário alternativo que o condutor pudesse ter tomado, e de facto em São Pedro poderia ter optado por ir para Pitões das Júnias via Barragem de Paradela, o que me alargava o leque de aldeias. Assim, a seguir a São Pedro, teria as aldeias de Vilaça, Fiães do Rio, Loivos, Paradela,  Outeiro, Parada de Outeiro, Paredes do Rio, Covelães e Travassos do Rio. E lá fui de novo planando com o Google Earth. Vilaça não era, Fiães do Rio, ora bem se a imagem tivesse sido tirada desde … as aldeias ao fundo poderiam ser… o recorte das montanhas também, e comparando em pormenor a fotografia e o Google Earth tudo encaixava. Não havia dúvidas, a imagem era de Fiães do Rio.  Feliz pela vitória alcançada e porque esta semana passada não tive tempo de preparar o post completo para mais uma aldeia, fica então esta imagem de Fiães do Rio que, por sinal, sempre gostei, desde que a vi.

 

E é tudo, mas se é amante de fotografia e ainda está na fase de aprender umas coisas, não deixe de ler a nota de rodapé, pois ficam lá umas dicas para poder aprender umas coisas.

 

Fica também o link para a abordagem completa anteriormente feita à aldeia de Fiães do Rio:

( https://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fiaes-do-1432619)

 

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[i] Para quem não sabe, o EXIF (iniciais de Exchangeable Image File Format) de uma fotografia digital, comummente falando, poderemos dizer que são uma série de informações que ficam registadas no ficheiro da fotografia e que poderão ser vistas através de vários programas, como por exemplo no photoshop ou mesmo em locais onde aloja a fotografia, como no nosso caso acontece no FLICKR. Pois essas informações vão desde a marca da máquina fotográfica e lente que utilizou para a tirar, bem como a velocidade, abertura, iso, etc , data e hora em que foi tirada, software com que foi tratada e data de tratamento, ect.etc.etc, mais uma série de outras informações, ao todo são mais de 100 as informações que ficam registadas, incluindo o local onde foi tomada e o autor da fotografia, mas aqui, apenas se a máquina tiver GPS incorporado e se o autor registou o seu nome na máquina. O EXIF é muito útil para quem gosta de fotografia e quer aprender ou aprofundar conhecimentos sobre fotografia, pois nele estão todas as informações sobre como o fotógrafo regulou a máquina para tomar determinada imagem. Claro que há fotógrafos que não gostam de partilhar essa informação e escondem-na, não permitindo que se veja, mas há sempre formas de lá chegar.  Só para terem uma ideia da informação do EXIF, deixo aqui o EXIF da imagem deste post:

 

Nikon D2X

Nikon AF-S DX Nikkor 18.0-200.0 mm  f/3.5-5.6

  • Abertura ƒ/7.6
  • 18.0 mm
  • Velocidade 1/250
  • ISO 250
  • Flash (desligado, não disparado)
  • Make - NIKON CORPORATION
  • Orientation - Horizontal (normal)
  • X-Resolution - 300 dpi
  • Y-Resolution - 300 dpi
  • Software - Adobe Photoshop CC 2015 (Windows)
  • Date and Time (Modified) - 2019:02:18 00:31:33
  • Artist – Fernando DC Ribeiro
  • Copyright – Fernando DC Ribeiro
  • ISO Speed - 250
  • Exif Version - 0221
  • Date and Time (Original) - 2014:06:07 14:48:10
  • Date and Time (Digitized) - 2014:06:07 14:48:10
  • Exposure Bias - 0 EV
  • Max Aperture Value - 3.5
  • Metering Mode - Spot
  • Light Source - Unknown
  • Sub Sec Time - 37
  • Sub Sec Time Original - 37
  • Sub Sec Time Digitized - 37
  • Color Space - Uncalibrated
  • Sensing Method - One-chip color area
  • File Source - Digital Camera
  • Scene Type - Directly photographed
  • CFAPattern - [Red,Green][Green,Blue]
  • Custom Rendered - Normal
  • Exposure Mode - Auto
  • White Balance - Auto
  • Digital Zoom Ratio - 1
  • Focal Length (35mm format) - 27 mm
  • Scene Capture Type - Standard
  • Gain Control - None
  • Contrast - Normal
  • Saturation - Normal
  • Sharpness - Normal
  • Subject Distance Range - Unknown
  • Lens Info - 18-200mm f/3.5-5.6
  • Lens Model - 18.0-200.0 mm f/3.5-5.6
  • Compression - JPEG (old-style)
  • Thumbnail Offset - 978
  • Thumbnail Length - 5036
  • Coded Character Set - UTF8
  • Application Record Version - 65242
  • Date Created - 2014:06:07
  • Time Created - 14:48:10+00:00
  • IPTCDigest - 0f21698ef38e431377808326400d168f
  • Displayed Units X - inches
  • Displayed Units Y - inches
  • Global Angle - 30
  • Global Altitude - 30
  • Photoshop Thumbnail - (Binary data 5036 bytes, use -b option to extract)
  • Photoshop Quality - 8
  • Photoshop Format - Progressive
  • Progressive Scans - 5 Scans
  • XMPToolkit - Adobe XMP Core 5.6-c067 79.157747, 2015/03/30-23:40:42
  • Creator Tool - Ver.2.00
  • Rating - 0
  • Metadata Date - 2019:02:18 00:31:33Z
  • Lens ID - 139
  • Image Number - 154212
  • Approximate Focus Distance - 7.94
  • Distortion Correction Already Applied - True
  • Lateral Chromatic Aberration Correction Already Applied - True
  • Vignette Correction Already Applied - True
  • Color Mode - RGB
  • ICCProfile Name - Adobe RGB (1998)
  • Document ID - adobe:docid:photoshop:807f9259-3314-11e9-ae4e-b1f09143f087
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  • Instance ID - xmp.iid:528f0a1a-3447-724e-83fe-550e4b3660f2
  • History Action - derived
  • History Parameters - converted from image/x-nikon-nef to image/tiff
  • History Instance ID - xmp.iid:e072b6dc-d020-dd41-a7b8-3fcbaaea65f9
  • History When - 2019:02:18 00:11:49Z
  • History Software Agent - Adobe Photoshop Camera Raw 11.0 (Windows)
  • History Changed - /
  • Derived From Instance ID - xmp.iid:213c266e-df5b-c94e-b8fa-dfa0307c01de
  • Derived From Document ID - xmp.did:64cbe2d0-c5fe-9542-ac15-5c917ec2be6e
  • Derived From Original Document ID - C579EEB82AF310B3EF6076CC1A9C21D6
  • Format - image/jpeg
  • DCTEncode Version - 100
  • APP14 Flags0 - (none)
  • APP14 Flags1 - (none)
  • Color Transform - YCbCr
  • Camera ID - 82
  • Camera Type - Digital SLR  

 

04
Set16

O Barroso aqui tão perto... Fiães do Rio


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O Barroso aqui tão perto e tão desconhecido da maioria dos seus vizinhos. Por um lado, ainda bem que assim é, por outro, lamentamos que que assim seja. Por nós, embora há muito que não seja uma novidade, partimos à descoberta da sua intimidade e quanto mais aprofundamos o Barroso, mais apaixonados ficamos.

 

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Vamos então até mais um dos seus cantinhos. Comecemos pela localização do cantinho de hoje. Já sabemos que quando uma localidade tem “apelido”, esse “apelido” indica-nos quase sempre onde ela se insere. Por exemplo cá no nosso concelho de Chaves, quando uma localidade é qualquer coisa da Raia já sabemos que é terra próxima ou mesmo a queimar a raia galega.

 

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No concelho de Montalegre há dois “apelidos” que nos servem de orientação – “qualquer coisa” da Chã e “qualquer coisa” do Rio. Dois “apelidos que têm todo o sentido de existirem, pois as terras da Chã, conforme o próprio termo indica são mais ou menos terras planas no meio de um mar de montanhas e as terras do Rio são terras da proximidade do principal Rio do concelho e até dos rios nascidos em Portugal.

 

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Hoje vamos até Fiães do Rio pelo que logo à partida já sabemos ser uma aldeia próxima do Rio Cávado, e de facto assim é, pois em linha reta o Cávado fica apenas a 300 metros da aldeia, não se querendo com isto dizer que se note a presença do mesmo, pois da aldeia o rio nem sequer se vê, mas que está próximo, lá isso está. Quanto ao significado e origem do topónimo Fiães, nada temos a dizer pois nas nossas pesquisas encontrámos outras localidades com o mesmo topónimo e embora até haja algumas teorias sobre a origem do topónimo, são feitas à medida de cada localidade, por isso, preferimos nada arriscar.

 

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Quanto à sua história também não queremos inventar, assim, recorremos àquilo que os escritos nos dizem, mais propriamente os do Arquivo Distrital de Vila Real: “Fiães do Rio esteve anexa à paróquia de Santa Maria de Viade, sendo da apresentação do reitor desta. Passou mais tarde a freguesia independente, com o título de vigararia.


Foi comenda da Ordem de Cristo.


Administrativamente, esteve sempre no termo e concelho de Montalegre.


Em 1839 dependia da comarca de Chaves, em 1852 da de Montalegre e, em 1878, do julgado de Covelo do Gerês.


A freguesia é composta pelos lugares de Fiães do Rio e Loivos.


A paróquia de Fiães pertence ao arciprestado de Montalegre e à diocese de Vila Real, desde 22 de Abril de 1922. O seu orago é Santo André.”

 

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Mas nem há como visitar as localidades para ficarmos a saber mais um pouco da sua História e estórias, isto se tivermos a sorte de termos por lá quem nos as conte (as estórias) e haver qualquer “documento” que nos indique a História. Pois em Fiães do Rio logo à entrada da aldeia, numa rocha levantada ao alto, está uma placa onde diz” Bento Gonçalves – 1º Sec. Geral do PCP”. Já na aldeia uma outra placa colocada numa casa diz “ Aqui nasceu/ Bento Gonçalves/ 1º Secretário Geral/do PCP”. Confesso que não sabia que tinha nascido lá nem tão pouco quem tinha sido Bento Gonçalves, mas ainda bem que hoje em dia, à mão de um clique, vamos tendo toda a informação. Então ao respeito de Bento Gonçalves encontrei:

 

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O que há a dizer sobre Bento Gonçalves está quase tudo aqui:

 

Bento_gonçalves.jpg

 

http://www.pcp.pt/publica/militant/257/p53.html - Que vale a pena visitar se quiser aprofundar o conhecimento sobre o mesmo, contudo, deixo aqui um resumo:

 

Bento António Gonçalves nasceu em Fiães do Rio em 2 de março de 1902 e faleceu no Tarrafal em 11 de setembro de 1942.

 

Em 1915, após concluir a instrução primária, começa a trabalhar, em Lisboa, como torneiro de madeira. Dois anos depois, em 1917, é aprendiz de torneiro mecânico, sendo, em 1919, admitido como torneiro mecânico no Arsenal da Marinha.

 

Depois de desenvolver intensa atividade como sindicalista, Bento Gonçalves ingressa, em 1928, no Partido Comunista Português, participa ativamente na reorganização de 1929, e é, nesse mesmo ano, eleito secretário-geral, cargo que ocupará até à sua morte.

 

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Bento Gonçalves foi preso em 1930, foi deportado para os Açores e posteriormente para Cabo Verde.

 

Em 1933, de novo em liberdade, passou à clandestinidade e reassumiu as suas funções de secretário-geral. Em 1935, chefiou a delegação portuguesa ao VII Congresso da Internacional Comunista em Moscovo. Pouco depois do seu regresso, foi preso juntamente com os dois outros membros do Secretariado do PCP, José de Sousa e Júlio Fogaça.

 

Em 1936 é enviado para o campo de concentração do Tarrafal, onde morre (em 1942) vítima de uma biliose.  

 

A 30 de Junho de 1980 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Liberdade a título póstumo.

 

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Foi Secretário-Geral do Partido Comunista Português desde 1929 até à sua morte em 1942, ficando o partido sem Secretário- Geral até 1961, ano em que Álvaro Cunhal ocupa o cargo. Quanto ao ter sido o primeiro Secretário-Geral parece que não foi bem assim, pois desde a data da fundação do partido em 1921 até 1929 o cargo foi ocupado por José Carlos Rates.

 

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Continuando nas nossas pesquisas, no livro “Montalegre” de autoria de José Dias Baptista, sobre Fiães do Rio encontrámos o seguinte: “ Ocupa o penúltimo lugar em termos de pequenez do respectivo território. Foi aí que nasceu Bento António Gonçalves, em 1902, que bem cedo migrou para Lisboa. Muito jovem encabeçou as lutas laborais/sindicais como operário (torneiro mecânico) no Arsenal da Marinha o que o levaria a ser detido pela Pide e condenado a degredo no Tarrafal (Cabo Verde) onde viria a morrer com quarenta anos. Foi o primeiro Secretário Geral do Partido Comunista Português (PCP). A sua ponte de madeira, tal como a de Covelães, sobre o rio Cávado, é muito antiga. Referidas a ela contam-se muitas peripécias de imensa graça e alguma história. Por lá passavam grupos de pessoas da margem norte, em romagem a São Bartolomeu, o menos conhecido dos doze apóstolos, para que da sua capelinha acorrentasse o demónio e os livrasse das malignas possessões.”

 

1600-fiaes (5)

 

E por hoje é tudo, ficam as referências às consultas para a feitura deste post.

 

Bibliografia consultada:

 

“Montalegre” de José Dias Baptista, edição do Município de Montalegre, 2006

 

WEB:

 

Arquivo Distrital de Vila Real - http://digitarq.advrl.arquivos.pt/details?id=1064764

http://www.pcp.pt/publica/militant/257/p53.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bento_Ant%C3%B3nio_Gon%C3%A7alves

 

E ficam também os links para as anterior abordagens deste blog ao Barroso e suas aldeias:

 

A Água - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-a-agua-1371257

Amiar - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-amiar-1395724

Cepeda - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cepeda-1406958

Fervidelas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fervidelas-1429294

Gralhas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-gralhas-1374100

Meixedo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixedo-1377262

O colorido selvagem da primavera http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-o-colorido-1390557

Olhando para e desde o Larouco - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-olhando-1426886

Padornelos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padornelos-1381152

Padroso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padroso-1384428

Pedrário - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pedrario-1398344

Pomar da Rainha - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pomar-da-1415405

Sendim -  http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sendim-1387765

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