Flavienses por outras terras
Nota de abertura
No último mês o Luís dos Anjos, autor e responsável por esta rubrica de os “Flavienses por outras terras”, anunciava que a última entrevista seria publicada neste mês de agosto, pondo-se assim termo a esta rubrica. Pois o feitiço virou-se contra o feiticeiro e nesta última entrevista, o habitual entrevistador, passa a entrevistado.
Luís dos Anjos
Onde nasceu, concretamente?
Nasci em Casas dos Montes, numa casa junto ao largo da capela, e que tinha um chafariz na fachada virada para o largo.
Nos tempos de estudante, em Chaves, que escolas frequentou?
Fui para França com um ano de idade e voltei aos 11. Quando cheguei, já com a escola primária feita, entrei para o “Ciclo” e depois frequentei a “Técnica”. Hoje, as designações são outras, mas naquele tempo era assim que estas escolas eram conhecidas.
Em que ano e por que motivo saiu de Chaves?
Saí em 1991 para prosseguir os estudos no Ensino Superior. Voltei em 1996 para lecionar um ano na Escola E.B. 2,3 Prof. José Ribeirinha Machado, em Vilarandelo, e depois segui para outras paragens e outros desafios profissionais.
Em que locais já viveu ou trabalhou?
Vivi 10 anos em França, na região da Alsácia, junto à fronteira com a Alemanha. Em Portugal, vivi na Guarda, no Porto, em Rio Maior, em Lisboa, em Viseu, novamente em Lisboa, e finalmente em Leiria, desde 2004.
Fotografia de Luís dos Anjos
Diga-nos duas recordações dos tempos passados em Chaves:
Vou-me permitir enumerar três, mas poderiam, obviamente, ser muitas mais.
Os passeios de bicicleta, quase sempre com amigos, um pouco para todo o lado, muitas vezes mesmo até para Espanha.
Os tempos de estudante, principalmente os anos do Curso Técnico Profissional de Secretariado.
As vivências no Grupo de Jovens “Força Construtora”.
Proponha duas sugestões para um turista de visita a Chaves:
Proponho um início de visita no Miradouro de São Lourenço, na encosta da Serra do Brunheiro, para apreciar toda a cidade e a imensa veiga em que ela se insere. Depois, uma visita pelo centro histórico, passando pela Ponte Romana, Rua Direita, Jardim do Castelo e acabando nas Termas.
Estando longe de Chaves, do que é que sente mais saudades?
As saudades são, antes de mais, daqueles que continuam no nosso pensamento, mesmo quando estamos longe: a família e os amigos.
Depois, saudades também de algumas coisas que raramente voltei a vivenciar desde que saí de Chaves e que para alguns podem parecer estranhas: uma manhã de nevoeiro, uma geada (daquelas boas, branquinhas), uma noite quente de agosto, daquelas de ficar na rua, com as janelas abertas, à espera que a casa fique mais fresca…
Com que frequência regressa a Chaves?
Normalmente, duas vezes por ano. Uma semana no verão e uns dias pelo Natal.
O que gostaria de encontrar de diferente na cidade?
A cidade precisa de criar condições atrativas para fixar os seus jovens e, se possível, atrair outros. A partir daí, tudo o resto vem de forma mais ou menos natural…
Gostaria de voltar para Chaves para viver?
Nunca alimentei a expectativa de voltar para Chaves. A vida foi seguindo o seu rumo, as opções foram sendo tomadas e hoje é por Leiria que me vejo com a minha família.
Vivemos numa cidade agradável e quis o destino que aqui reencontrasse três Flavienses amigos de longa data.