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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

02
Abr19

Estórias de telemóvel


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De vez em quando lá temos que esvaziar as fotografias que vamos acumulando nos nossos telemóveis, fotografias que, como sempre, têm o dom de congelar momentos, mas também, às vezes, estórias associadas a esses momentos. Pois hoje em dia o telemóvel para além de poder fazer e receber chamadas, enviar e receber mensagens ou ainda, como é o meu caso e noia minha, fazer coleção de mensagens recebidas não lidas. Pode ainda servir para nos ligáramos à internet, entre outras coisas, mas é sobretudo um instrumento multiusos muito útil, nem que seja para fazer uma conta mais complicada e ter sempre à mão uma “máquina fotográfica” para registar momento singulares. Nem sei como é que antigamente se conseguia viver sem telemóveis…

 

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Geralmente vamos juntando no telemóvel molhos de fotografias que nos fazer recordar momentos, permitindo-nos saber, pelo menos, em que dia, local (se tiver GPS) e hora foi tomada. Por exemplo na primeira foto, num singular momento de rara beleza em que o nevoeiro começa a ceder à força do Sol, foi tomada este ano, no dia 17 de janeiro, junto ao Rio Tâmega. Já nesta última imagem do Estádio Municipal de Chaves foi tomada no dia 20 de novembro de 2018 às 16h:57m:31s, imediatamente antes de se iniciar o jogo de Portugal-Polónia em Sub 21 no play-off para o Europeu em que Portugal perdeu por 1-3. Como veem também servem para registar grandes momentos com memórias tristes, pois Portugal foi eliminado nesse jogo.

 

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Mas regista também momentos felizes de superior qualidade como o deste prato que comi no jantar de 6 de março, confecionado por mim, com uns rojões do talho, uma batatinhas do planalto do Brunheiro, alhos da Amélia, salsa da minha horta e os pickles dum frasco que estava no frigorífico e agora que reparo bem nele, faltam-lhe as azeitonas de Mirandela, mas pelo menos foi confecionado com o azeite de Valpaços. Não me peçam a receita porque a minha mestria culinária só me permite fazer um prato uma única vez, mesmo que os ingredientes sejam os mesmos… ou seja, é sempre como sai, mas este saiu bem, estava uma delícia…

 

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E de pratos passemos para uma imagem estranha das Freiras que no mínimo dará para pensar um pouco, isto para quem conhece o local, pois para quem não conhece, é apenas uma foto banal de um local banal, de um dia de sol banal, com outras coisas banais… a única coisa que não é banal, é mesmo ou não é mesmo, o ser um dia de Inverno que parece Verão, não é banal mas é anormal.

 

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E das Freiras passemos para os ténis psicadélicos da menina Dorinha. Atenção que os nomes destas estórias poderão ser ou não fictícios. Ténis bonitos pá! Não são como os do meu tempo, brancos, aliás no meu tempo nem havia ténis, havia sapatilhas, mas eram Sanjo, em bota,  um luxo utilizado religiosamente só nas aulas de ginástica, nos treinos e jogos de basquetebol. Ólarilas que assim era, isto se quisesse avezar outras quando as velhas estivessem a rebentar pelas costuras ou deixassem de servir nos pés.

 

1600-xperia (189)

 

E por último a flor do marmeleiro. Geralmente não reparamos muito nas flores das árvores de fruto, no entanto têm pormenores lindíssimos, sobretudo na composição e tons e combinações de cores, fazendo arranjos únicos. Umas das que mais aprecio são mesmo a composição folhas/flores e tonalidades macias do marmeleiro florido, só igualada pela exaltação das cores da romãzeira, ou pelo perfume da flor de limoeiro. Mas esta foto tem estória, pois estava eu a tomar esta foto quando atrás de mim oiço dizer “tenho lá em casa um com este, olhe que no outro ano deu-me 60 baldes de marmelos, dei muitos mas com alguns ainda fiz marmelada. Aprendi a fazê-la com a minha falecida, aprendi enquanto a ajudava, agora como morreu, olhe, faço eu a marmelada. É para dar aos meus filhos e eu também gosto dela”. Religiosamente o Sr. Zé vem à minha procura todos os anos por esta altura, falamos sempre um pouco, um bocadinho de tudo, mas sempre, também da sua falecida, pois por ironia do destino temos um momento/episódio que nos une à sua falecida, que ele recorda bem e eu também…”lembra-se, você ainda trabalhava lá em cima e estava à sua espera quando recebi uma chamada no meu telemóvel a dizerem-me que a minha mulher tinha morrido. Já não pude espera por si. Lembra-se!?. — Claro que me lembro, Sr. Zé!.  

 

 

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