Chaves de Ontem
Forte de São Neutel
Uma imagem do tempo em que a cidade de Chaves (ou vila) se resumia ao que estava dentro de muralhas seiscentistas em que entre a cidade e o Forte de São Neutel apenas existiam campos de cultivo, cultivados.
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Uma imagem do tempo em que a cidade de Chaves (ou vila) se resumia ao que estava dentro de muralhas seiscentistas em que entre a cidade e o Forte de São Neutel apenas existiam campos de cultivo, cultivados.
De vez em quando lá vamos lançando um olhar sobre os nossos monumentos, no caso, sobre uma das nossas fortalezas – o Forte de Sâo Neutel, com uma imagem que aparentemente pode parecer de um por-do-sol, mas não o é, antes pelo contrário, é de uma manhã, bem de manhãzinha.
“Chaves de Ontem e de Hoje” com a Nossa Senhora das Brotas à mistura, pois também há tradições de ontem e de hoje. A tradição atual fica retratada no dia de ontem, segunda feira, o dia da Nossa Senhora das Brotas (de Chaves), em seis imagens, com seis momentos do fim da tarde, em que a última imagem que fica a seguir é a da Nossa Senhora das Brotas “nativa” da capela, ou seja, poderá ser considerada a original. A que recebe o destaque, que ficou no post de ontem, é a atual, ou seja, também aqui há a Nossa Senhora das Brotas de ontem e de hoje. Ficam então celebração da Nossa Senhora das Brotas, repito, no dia de ontem, pois as celebrações já começaram no sábado passado, algumas fora do forte de S.Neutel.
As duas imagens seguintes são da Nossa Senhora das Brotas dos inícios dos anos 60 do século passado, em tudo bem diferente daquilo que é hoje, com mais edifícios dentro do forte, a capela também era diferente da versão atual e a festa era bem mais concorrida.
E quanto à Nossa Senhora das Brotas é tudo, voltamos para o próximo ano com a versão 2024, quanto ao blog, fica um até amanhã!
Neste regresso à cidade, obrigatoriamente, tinha de ser feita pela Forte de São Neutel e pela Nossa Sr.ª das Brotas, que hoje lá se celebra. É tradição.
Também é tradição uns levarem a merenda e outros o garrafão, e também há os que vão por devoção, e nós também passamos sempre por lá, não pela merenda nem pelo garrafão, nem tão pouco pela devoção, digamos que é mais pela tradição, mesmo já não sendo aquilo que era, mas é o que temos.
Para já fica o regresso à cidade com as imagens do ano passado, mas contamos passar por lá para os registos da edição da Nossa Senhora das Brotas 2023, e amanhã cá estaremos com algumas imagens do que aconteceu este ano.
Como não podia deixar de ser, fica uma imagem da Santa, de uma réplica que em nada se parece ao original, mas é a que expõem por lá. Quem sabe se amanhã não deixaremos aqui a verdadeira, que também está lá.
Até amanhã!
De regresso à cidade
Hoje fazemos o regresso à cidade com uma passagem pelo forte de S. Neutel. De tanto passarmos pelas nossas coisas, nem reparamos nelas, mas vez em quando convém passar e olhar com olhos de ver, nem que seja, e só, para ver se está tudo no sítio.
Boa semana!
Silhuetas de entardecer com imagens de marca da cidade de Chaves e da sua arquitetura militar seiscentista.
N.Srª das Brotas - Inícios dos anos 60 do Sec.XX
N.Srª das Brotas - Ontem, dia 25 de abril de 2022, a meio da tarde.
Quase parece que por um ato de magia ou de outra coisa qualquer, o pessoal que há 60 anos povoava o recinto da N.Srª das Brotas, foi transformado em casario, betão e afins, para ocupar os espaços vazios entre o Forte de S. Neutel e a Serra do Brunheiro.
Chaves 1977
Chaves 2008
Entre as duas imagens há 30 anos, precisamente nos anos do grande boom de construção em Chaves, bem visível nesta última imagem, não só na cidade em que praticamente não havia construções entre os dois fortes, mas também nos arredores, repare-se ao fundo, na faldas da serra do Brunheiro, a mancha de construções em 2008, quase inexistente em 1977.
“De vez em quando é conveniente verificar se os marcos de Portugal estão no sítio.” Estas palavras são de Miguel Torga, a respeito do Castelo de Monforte (Diário XIV), e estes “marcos” estão bem presentes naquela que foi uma importante praça militar, de Chaves, tendo igual importância na defesa do território nacional em face das vulnerabilidades defensivas do vale de Chaves, uma grande porta de entrada de acesso fácil. Daí os estrategas militares do antigo Reino de Portugal terem dotado o concelho de Chaves com 3 castelos (Monforte de Rio Livre, Santo Estêvão e Chaves) e dois fortes (S. Neutel e S. Francisco), fazendo com que a cidade de Chaves (então vila) fosse uma autêntica vila militar e uma das praças mais importantes de Portugal, mas nem mesmo assim foi suficiente para conter as invasões de Castela e Napoleónicas, deixando de parte as mais antigas (invasões bárbaras).
Pois tal como Torga, também eu de vez em quando vou passando pelos nossos marcos para ver se estão no sítio e está tudo bem com eles, hoje já sem a preocupação militar, mas ainda com a preocupação de preservação do nosso património, que infelizmente, não fica de fora da ação das maleitas da modernidade, sobretudo a do despovoamento, envelhecimento e abandono e tal como as nossas aldeias e periferias, quanto mais distantes estão do centro da cidade, mais sofrem dessas maleitas, basta dar uma olhadela ao que acontece no Castelo de Monforte. Mesmo nos mais próximos, o estar mais perto do centro da cidade faz toda a diferença, senão comparemos os nossos dois fortes, o de S. Neutel, mais afastado e o de São Francisco, em pleno centro da cidade. O primeiro está fechado e sem vida, o segundo está aberto e com muita vida dentro. O primeiro tem uma capela no seu interior o segundo tem uma igreja. O primeiro tem um importante auditório ao ar livre onde nada acontece, o segundo tem um auditório coberto, que embora pequeno, vão acontecendo coisas. O primeiro tem pavimentos de terra, com muita erva e algum fiolho (funcho), o segundo tem jardins, relvados bem tratados, largos e passeios devidamente pavimentados e muitas árvores ornamentais, inclusivé até palmeiras tem. O primeiro para além da capela tem mais uma pequena construção, o segundo tem várias e importantes construções onde está instalado um Hotel de luxo, com piscina e campos de ténis, restaurantes, bares, etc. e por aí fora... As únicas mais valias que o primeiro forte (de São Neutel) tem em relação ao segundo (de São Francisco) são a do primeiro ter um fosso que o segundo não tem e realizar-se lá a festa anual da Senhora das Brotas, mas também aqui…coitada da festa, nem as calcanhares chega de uma festa de aldeia, por mais pequena que a aldeia seja.
É do conhecimento de todos, e está à vista, que ao longo dos tempos e ainda hoje, em termos urbanísticos, o bom senso de preservar aquilo que é o nosso património vai cedendo a outros interesses, tendo-se cometido ou cometendo-se verdadeiros atentados, destruindo parte da nossa História. Chaves hoje poderia ser invejável se tivesse mantido as suas muralhas, aí sim, o Centro Histórico de Chaves poderia aspirar a ser Património Mundial da Humanidade e ainda ser Capital da Província de Trás-os-Montes. Felizmente que não houve coragem para destruir a Torre de Menagem e os dois fortes (Forte de S. Francisco e Forte de S. Neutel) ainda hoje existentes. Ao menos isso!
Passe pelo nosso menu “Chaves Doc’s” (em mapas e cartas) localizado por baixo do cabeçalho do blog e veja como era Chaves com as suas muralhas completas e daí em nada se estranhar que nas cartas que lá deixámos, estar nelas impresso “Praça de Chaves – Capital da Província de Trás-os-Montes”.
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Que saudades!!!
Obrigado Herculano pelo comentário e reparo. De fa...
Amigo e vizinho Fernando, permite-me este reparo -...
Mais uma crónica que nos transporta para o interio...
Adorei ver a minha aldeia 👍Solveira