Pedra de Toque - Frederico Garcia Lorca
Frederico Garcia Lorca
O genial poeta andaluz foi um autor ardente, apaixonado, de belíssimas peças teatrais.
A viagem curta, mas preenchida, que fez pelas estradas da vida, saltimbanco da poesia que transportou em teatro ambulante por todo o povo de Espanha, a sua morte metralhada, bandeira da liberdade contra a “Guerra Civil Caminera que o llevo codo com codo”, a sua personalidade eivada de profunda sensibilidade sempre transparente à flor dos sonhos, criaram em mim desde os últimos anos do liceu, até aos dias de hoje, uma admiração, um fascínio pelo grande Frederico Garcia Lorca.
Em Coimbra, o CENTRO DE INICIAÇÃO TEATRAL DA ACADEMIA, possibilitou-me participar como intérprete numa das suas mais significativas peças, a tragédia poética “AS BODAS DE SANGUE”.
Foi um prazer imenso, colaborar num espectáculo conseguido, com um elenco brilhante, onde a beleza do texto contribuiu para o alicerçar de amizades que perduram.
Levamos a palavra forte do poeta por várias cidades do país, representando em palcos importantes, como o do desaparecido Teatro Monumental em Lisboa, o do São João no Porto, o de Luísa Todi em Setúbal …
Maravilhados pela peça, devoramos com emoção a obra de Lorca.
Deixo-vos aqui um extracto de um artigo que ele escreveu onde se pronunciou com a lucidez de homem de vasta cultura e total empenho social sobre a importância do teatro.
São dele estas palavras.
“… O teatro é um dos elementos mais expressivos e úteis para a edificação de um país, é o barómetro que marca a sua grandeza e a sua decadência. Um teatro sensível e bem orientado em todos os seus ramos, da tragédia ao “Vaudeville”, pode alterar em poucos anos a sensibilidade de um público, enquanto que um teatro mal-baratado, em que as unhas tomam o lugar das asas, pode achincalhar e adormecer uma nação inteira.
O teatro é uma escola de lágrimas e risos, uma tribuna livre onde os homens podem denunciar as morais antiquadas ou equivocas e explicar com exemplos vivos, as normas eternas do coração e do sentimento do homem”.
Depois das palavras dele, permitam-me que termine sensibilizado com as minhas:
HAJA TEATRO!
VIVA O TEATRO!
António Roque