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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

21
Out12

Afinal havia outra ...


 

No passado dia 30 de setembro eu dava aqui a notícia que a proposta de reorganização das freguesias não tinha sido aprovada na Assembleia Municipal. Dizia eu então que o novo desenho das freguesias ficaria dependente daquilo que à distância Lisboa ditasse. Mas afinal havia outra proposta, ou melhor, após o chumbo da anterior nasceu uma nova proposta que acabou por ser apresentada a uma reunião extraordinária da Assembleia Municipal que ocorreu na passada segunda-feira e aprovada com 57 votos a favor, 29 contra e 5 abstenções. Temos assim um novo desenho do mapa de freguesias.

 

Para a história e memória futura, ficam de seguida os três mapas desta história, pela seguinte ordem:


1 – O mapa atual das freguesias do concelho

2 – A proposta chumbada em 26 de setembro

3 – A proposta aprovada que dará origem ao novo mapa de freguesias


mapa atual das freguesias do concelho



proposta chumbada em 26 de setembro



nova proposta aprovada em Assembleia Municipal


 Como se pode observar a democracia ainda funciona, mal, mas funciona, principalmente quando os “interesses democráticos”  nos tocam de perto, além disso, também chegou a altura em que todos os portugueses começam a ter e/ou a exteriorizar a sua opinião e a não serem indiferentes à crise financeira e económica que Portugal atravessa ou a isso são obrigados depois de, sem dó nem piedade, os “responsáveis” políticos do poder nacional entrarem na bolsa de todos os portugueses, agora sem exceção.


Roriz

Os mais otimistas que conseguem ver para além do umbigo,  inicialmente ainda acreditavam que a crise atual e as imposições da tróika  poderiam levar a uma reforma estrutural e profunda  do estado português, que nalguns casos só seria favorável e positiva para Portugal, principalmente ao nível da estrutura política, justiça e, entre outros, na organização administrativa das freguesias e concelhos que, mesmo que não fossem a única solução, seriam uma forma de contribuir em muito, para a retoma e o crescimento económico e para o desenvolvimento de Portugal. No entanto, ao que se vê, as reformas ficaram na gaveta, Portugal continua a afundar-se financeira e economicamente e o Estado de bem-estar social conquistado no pós 25 de abril está pelas horas da amargura, também ele a um passo da falência, e não venham culpar os trabalhadores portugueses de toda esta imensa miséria, pois a culpa é só e apenas dos políticos e governantes atuais. O mais caricato que até tinha graça se não doesse, é a social-democracia ser a principal defensora dos direitos sociais e do Estado de bem-estar-social e, em Portugal, serem os partidos ditos sociais democráticos que estão a acabar com o bem-estar-social. Em suma, as ideologias apenas servem para alcançar o poder, e a dos sociais democratas dos últimos tempos conseguiram transformar o seu ideal de defesa do bem-estar-social em bem-estar-pessoal, o deles e da seita deles.


S.Julião de Montenegro

Só para esclarecer, quando me refiro aos sociais democratas portugueses atuais, estou-me a referir aos rapazes e raparigas que chegaram ao poder nas últimas legislaturas, principalmente nas duas últimas que como todos sabem foram constituídas pelos dois partidos principais da cena política portuguesa, o PSD e o PS sempre com o CDS à espreita e a cair para onde mais lhe convém para o seu bem-estar-pessoal e dos seus.

 

Mas voltemos a reorganização administrativa aprovada, a nossa que é a que nos interessa, mas sabendo que por esse Portugal fora se vai repetir.


Seara Velha

Pedia-se mais, muito mais, concelhos também, mas como sempre começa-se pela arraia-miúda (em termos de poder), por sinal aquela que ainda me merece alguma consideração – as freguesias. Não é preciso ter olhos na cara para ver que qualquer uma das propostas ( a anteriormente rejeitada e a atual - aprovada) foi feita só para cumprir o exigido por Lisboa, sem qualquer nexo ou fundamentação aceitável da se venha a ganhar o que quer que seja a nível social, económico e muito menos ao nível do desenvolvimento do concelho.  Toda esta reorganização apenas serviu para reduzir ao números de freguesias e com ela poupar uns tostões aos cofres do Estado – mais nada. Nesta reorganização tanto fazia juntar a freguesia A com B,  e C com D,  como A com D,  e B com F, H ou outra qualquer. Os que protestaram e tinham algum poder de reivindicação ainda foram mantendo a sua freguesia, os restantes perderam, mas no fundo, todos perderam e todos perdemos. Exigia-se um trabalho sério e estrutural nesta reorganização. Um trabalho que não tivesse em vista apenas abolir algumas freguesias, mas um trabalho que visasse o desenvolvimento das freguesias, e daí do concelho e daí de Portugal. Mas não, isso não interessa. A meu ver se o trabalho fosse sério, não só cá como em Lisboa,  o nosso concelho poderia ficar reduzido a 5 ou 6 freguesias rurais, pois as urbanas nem sequer tem razão de existir, mas com mais competências, mais meios,  autonomia financeira e mais poder político, em detrimento, claro, das competências das Câmaras Municipais, pois as atuais juntas de freguesia não passam de mendigas que nem sequer são ouvidas nem achadas nos desígnios do concelho e que acatam com humildade e gratidão o pouco que lhes calha por sorte ou por preferência do colorido, cujo único valor que poderão ter,  é cotado pelo número de cabeças com direito a voto. São realidades que todos conhecem.


Roriz


Claro que os falsos democratas, a maioria políticos em defesa do seu bem-estar, virão com a cantiga de bem falantes da  “defesa do poder autárquico”, “representatividade e defesa das minorias”, com a “constituição não permite” e até com romantismos de defesa do mundo rural e dos seus sabores e saberes, às vezes até valores, proteção  dos envelhecidos, do combate ao despovoamento, de projetos, de coisas que vendem bem, mas que não passam de romantismos que nem sequer são sentidos e que acabam sempre como as promessas eleitorais que já toda a gente sabe que não são para cumprir.


S.Julião de Montenegro


E é tudo por hoje. As fotos são de algumas das freguesias que vão deixar de existir. A titulo de curiosidade, das novas freguesias uma vai chamar-se Freguesia do Planalto de Monforte, quanto às  outras  ainda não percebi se adotam o nome da freguesia que fica com a sede ou se levam também com os topónimos da ex-freguesias, do tipo: Freguesia de Eiras, Cela e São Julião de Montenegro, - esta, também curiosamente, com sede no Alto da Micha, que, confesso, não sei onde  se localiza, mas deve ser num alto.


30
Set12

proposta da reorganização das freguesias levou chumbo...


Para memória futura fica aqui a atual divisão do concelho em freguesias e a reorganização administrativa territorial autárquica proposta do PSD local, com agregação de algumas freguesias. A proposta foi rejeitada pela Assembleia Municipal.


Mapa atual do concelho - Freguesias



Como não estive presente na Assembleia Municipal nem conheço a fundamentação que levou à proposta apresentada, deixo a leitura da proposta por vossa conta para a qual acrescento a notícia publicada no Diário Atual (e semanário Voz de Chaves), à qual acrescento o mapa do concelho com a divisão atual em freguesias e o mapa do concelho com a proposta rejeitada. O mapa da nova divisão fica assim para ser traçado pelos senhores de Lisboa, sendo para já uma incógnita, no entanto, podemos ter já a certeza que o novo mapa também não vai agradar nem a “gregos nem a troianos”  e que, por muito justo que pretenda vir a ser, nunca o será, pois se nem os cá conhecem a realidade das aldeias, a sua história,  os seus sentimentos, amores e quezílias com vizinhos, os de Lisboa, nem com um canudo conseguirão enxergar seja o que seja, e nem sequer vão estar ralados com isso.


Mapa com a Proposta do PSD (chumbada em Assembleia Municipal)

(a cores a proposta das novas fregesias após agregação)



Ficam também algumas imagens de duas freguesias que iam à vida (Tronco e Seara Velha) e que agora ficam a aguardar o que se ditar em Lisboa.

 

Fica então a notícia publicada no Diário Atual/Voz de Chaves:

 

Pela diferença de um voto, Assembleia Municipal chumba proposta da reorganização das freguesias


Assembleia Municipal de Chaves não aprovou a proposta de Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, apresentada pelo grupo Municipal do PSD, realizada na quarta-feira, dia 26 de Setembro.


Com 34 votos contra, 33 a favor, e 17 abstenções foi o resultado da votação da Moção apresentada pelo PSD local sobre a reorganização das freguesias, que propunha a extinção de 13 das actuais 51 freguesias do concelho.


Gorada a criação de uma comissão, no âmbito da Assembleia Municipal, com o objectivo de elaborar uma proposta para a reorganização das freguesias, o PSD de Chaves, Comissão Política e Grupo Municipal, avançou com uma proposta de trabalho na Assembleia Municipal, a qual foi aprovada, as assembleias de freguesia foram chamadas a pronunciarem-se. Resultado deste processo foi levada à Assembleia Municipal de 26 de Setembro uma proposta final.


Com a intenção de dar cumprimento à Lei, que impõe a reorganização das freguesias, e beneficiando com isso das prerrogativas mais favoráveis, em caso de a Assembleia Municipal aprovasse uma proposta, foram os argumentos mais fortes que o PSD apresentou para que a proposta fosse aprovada, cujo critério se baseou na agregação das freguesias com menor número de habitantes.




Dentre as vantagens, salienta-se a prerrogativa de, no caso do concelho de Chaves, beneficiar da redução de menos três freguesias; de um aumento das transferências financeiras para as freguesias a agregar; e evitar que, sendo esta Lei implementada, que a agregação se faça por uma Comissão da Assembleia da República “a régua e esquadro”, argumento frequentemente utilizado. Também, em benefício da aprovação desta proposta, mesmo que, no futuro, esta Reorganização não seja levada a cabo e a Lei não se efetive, ao existir, com esta proposta garante-se que a reorganização seja feita pelas pessoas do concelho, com os benefícios que a própria Lei concede.




Os argumentos contra esta proposta, nomeadamente da CDU e do PS, assim como de alguns deputados do PSD, passam pela não concordância com esta Lei, por “ser injusta e inadequada” e não servir as populações, manifestações que já haviam sido referidas em assembleias anteriores.


Durante a discussão, também foram aduzidos argumentos no sentido de não se concordar com esta proposta em concreto, no entanto, não foram apresentadas alternativas.


Feita a votação, a Assembleia Municipal não aprovou a proposta com 34 votos contra. A favor foram 33 votos e 17 abstenções.


Paulo Chaves




Proposta Final


Freguesia da Castanheira (União das Freguesias de Cimo de Vila da Castanheira e de Sanfins) com sede em Cimo de Vila da Castanheira


Freguesia de Vidago (União das freguesias de Arcossó, Selhariz, Vidago e Vilarinho das Paranheiras) com sede em Vidago


União das Freguesias de Calvão e Soutelinho da Raia, com sede em Calvão


União das Freguesias de Loivos e Póvoa de Agreções, com sede em Loivos


União das Freguesias de São Julião de Montenegro e cela, com sede em São Julião de Montenegro




União das Freguesias de Soutelo e Seara Velha, com sede em Soutelo


União das Freguesias de Travancas, São Vicente e Roriz, com sede em Travancas


União das Freguesias de Tronco, Oucidres e Bobadela, com sede em Bobadela


União das Freguesias de Vilela do Tâmega e Vilas Boas, com sede em Vilela do Tâmega


(Antes do início da discussão deste ponto na ordem de trabalhos da Assembleia Municipal, houve uma proposta de alteração a Moção inicialmente apresentada, nomeadamente a agregação de Vilas Boas, que inicialmente se agregaria com Vidago, passou a agregar-se com Vilela do Tâmega. Esta proposta foi aprovada pela Assembleia Municipal.




Número de freguesias a agregar


O regime jurídico da reorganização administrativa territorial autárquica, segundo as características do concelho de Chaves, com 51 freguesias, impõe a redução global do número de freguesias do lugar urbano de Chaves em 50%, ou seja 6 freguesias (11 freguesias x 0,50 = 5,5 = 6 freguesias) e a redução do número de freguesias fora do lugar urbano de Chaves em 25%, ou seja, 10 freguesias (40 freguesias x 0,25 = 10 freguesias), resultando, assim, um total de 16 freguesias a agregar.


Com a pronúncia da Assembleia Municipal, há uma flexibilidade de 20%, relativo ao número global de freguesias a reduzir (16 x 0,20 = 3,2 = 3), o que passará de 16 para 13.



25
Mar12

Mosaico da Freguesia de Calvão - Atualização


 

Vamos então à atualização do mosaico da freguesia de Castelões.


A caracterização completa da freguesia foi feita no seu mosaico publicado neste blog em 3 de Abril de 2010 (link no final do post para esse mosaico). Conhecidos que são os números do CENSOS 2011 é tempo de ver como se comportou a população residente da freguesia.


Calvão - N.Sª da Aparecida


Quem costuma andar por Calvão e Castelões, ou seja pelas duas aldeias da freguesia, sabe que em ambas as aldeias há sempre vida nas ruas. Claro que a vida atual já está longe da vida de há 30 anos atrás, mas mesmo assim há sempre gente nas ruas e também algumas crianças, o que poderia ser um indicativo de que a sua população se manteria estável, sem grandes variações no número de habitantes residentes. Mas tal não aconteceu e a freguesia é mais uma que pertence à grande maioria da população do concelho que mais uma vez perdeu população e digo mais uma vez porque desde há 50 anos atrás que a freguesia regista perda de população em todos os CENSOS.

 

 Uma rua de Castelões

 

Mas vamos aos números que até nem são nada animadores pois se no período de 1991 (465 hab.) a 2001 (450 hab.) perdeu apenas 15 habitantes, de 2001 (450 hab.) a 2011 (350 hab.),  perdeu 100.  Os números falam por si e falam da triste realidade das nossas aldeias e do mais triste ainda abandono e esquecimento a que tem sido sujeitas por parte dos poderes políticos e quando falo em poderes políticos, excluo apenas o da Junta de Freguesia, que esses, em regra, ainda vão sendo os poucos que se vão, mesmo sem meios, preocupando com as suas populações. Claro que também há exceções.

 

Calvão

 

Mas passemos à atualização dos números e do gráfico da freguesia.

 

 

População Residente:

 

 

Em 1864 – 923 hab.

Em 1890 – 1284 hab.

Em 1920 – 856 hab.

Em 1940 – 983 hab.

Em 1960 – 1240 hab.

Em 1981 – 624 hab.

Em 2001 – 450 hab.

Em 2011 – 350 hab.

 

 

 

Mas vamos ver os números respeitantes a famílias, edifícios e alojamentos.

 


Nº de famílias por local de residência

 

 

Em 2001 – 195 famílias

Em 2011 – 160 famílias

 

Menos 35 famílias

 

Nº de alojamentos

 

 

Em 2001 – 402 alojamentos

Em 2011 – 428 alojamentos

 

Aumentaram 26 alojamentos

 

 

Calvão

 

Nº de edifícios

 

 

Em 2001 – 396 edifícios

Em 2011 – 427 edifícios

 

Aumentaram 31 edifícios

 

 Castelões

 

Números são números e eles falam por si, mesmo assim merecem uma interpretação e a minha é de que estes números ajudam a compreender a realidade de crise atual e já sabemos que são os culpados.

 

 

Para ver o mosaico completo da freguesia (sem os dados de 2011) siga o link:

http://chaves.blogs.sapo.pt/485377.html - de 3.Abril.2010

 

 

18
Mar12

Mosaico da Freguesia de Bustelo - Atualização


 

Hoje é a vez de fazermos a atualização do mosaico da freguesia de Bustelo.


No anterior mosaico desta freguesia (28.Fev.2009), a respeito da população residente, eu dizia: “ Embora os últimos Censos estejam abaixo dos valores de 1960, a tendência desta freguesia é registar uma subida da sua população residente, tal como acontece com as freguesias de periferia da cidade de Chaves.” Dizia então isto pela sua situação geográfica, a proximidade de Chaves, os razoáveis acessos até à cidade mas também porque a freguesia é dotada de terras férteis em campos planos e com água abundante. Tinha todas as condições para registar algum crescimento. Mas tal não aconteceu.



Não cresceu mas também não perdeu população, o que olhando à realidade da maioria das freguesias, já não é mau.

 

 

 

 

Previsões para o futuro são uma incógnita e tudo depende do desenrolar da situação de crise económica, financeira e política atual, mas penso que a freguesia irá manter a sua população na ordem dos 500 habitantes, pois crescimento nos próximos anos vai ser complicado, já o contrário poderá acontecer, mas suponho que mesmo que aconteça, não será com números significativos. Mas vamos aguardar para ver no que isto dá.

 

 

 

 

Passemos então aos números com inclusão dos números do Censos 2011.

 

 

População Residente:

 

 

Em 1900 – 530 hab.

Em 1920 – 490 hab.

Em 1940 – 643 hab.

 

Em 1960 – 773 hab.

Em 1981 – 532 hab.

Em 2001 – 517 hab.

Em 2011 – 513 hab.

 

 

 

Verifica-se que atualmente há menos 4 habitantes residentes em relação há 10 anos atrás, ou seja, é uma perda insignificante pelo que se poderá considerar que a população se manteve.

 

 

Já no que toca a número de famílias, edifícios e alojamentos, houve um aumento com algum significado em relação ao ano de 2001, vejamos os números:

 

 


Nº de famílias por local de residência

 

 

Em 2001 – 180 famílias

Em 2011 – 206 famílias

 

Cresceram 26 famílias

 

Nº de alojamentos

 

 

Em 2001 – 318 alojamentos

Em 2011 – 399 alojamentos

 

Aumentaram 81 alojamentos

 

Nº de edifícios

 

 

Em 2001 – 315 alojamentos

Em 2011 – 392 alojamentos

 

Aumentaram 77 edifícios

 

 

São números suficientes para que a freguesia não faça parte das freguesias a abolir na reforma administrativa anunciada, isto se for levada a efeito tal como foi anunciada, ou se for levada a efeito, pois já sabemos como são os políticos e já lhes conhecemos a facilidade com que mudam de ideias ou criam regimes de exceções. Mas uma coisa é garantida – seja qual for a decisão o mundo rural interior nada irá ganhar com ela.

 

 

Para ver o mosaico completo da freguesia (sem os dados de 2011) siga o link:

http://chaves.blogs.sapo.pt/365205.html - 28.Fev.2009

 

 

11
Mar12

Estou solidário com as freguesias


Seguindo a tradição do blog, os domingos são para as aldeias.

 

Hoje trazemos por cá Adães e Alanhosa.

 

 

Esta primeira fotografia é de Adães de uma casa que já tivemos oportunidade de visitar e à qual prometemos um post alargado e por duas razões. A primeira porque então estava a ser alvo de uma recuperação daquelas a que eu chamo exemplar, onde o gosto e o respeito pelo passado predominavam e onde tudo estava a ser feito com mestria. A segunda razão prende-se com os antepassados desta casa. A promessa foi feita e será cumprida, para quando é que ainda não sei.

 

 

Uma das notícias nacionais de ontem tinha a ver com as freguesias e com elas não concordarem com a reforma administrativa que Lisboa quer levar avante. Não concordam e com toda a razão, pois o mal de Portugal não está nas freguesias onde aliás, salvo raras exceções, os eleitos são os verdadeiros representantes do povo e onde a democracia se cumpre e tudo, porque nas freguesias vota-se nas pessoas em quem os cidadãos acreditam pela sua honestidade, idoneidade e porque os conhecem, independentemente dos partidos políticos que os propõem.  Será um rude golpe para a democracia mas também para o mundo rural a abolição das freguesias que se propõem abolir, só olhando a números sem conhecer as realidades no terreno.

 

 

Ainda digo mais, em vez de se acabar com muitas das freguesias, dever-se-ia reforçar os seus poderes e competências, dando-lhes mais autonomia financeira, em vez de estarem tão dependentes como estão das vontades dos respetivos municípios (Câmaras), que na maior parte das vezes fazem dos Presidentes das Juntas e respetivas freguesias, autênticos mendigos, principalmente se não forem da cor política das Câmaras.

 

O mal de Portugal, todos nós sabemos, não está no número de freguesias existentes.

 

 

04
Mar12

Mosaico da Freguesia de Arcossó - Atualização


 

Continuando então a análise dos resultados do novo CENSOS passamos à freguesia de Arcossó.

 

100 anos na história da humanidade pouco ou nada significam mas na história dos lugares, já tem outro significado e, terras há que há 100 anos atrás não eram nada e hoje afirmam-se no terreno mas o contrário também é verdade.

 

Arcossó, há 100 anos atrás , era uma das freguesias mais habitadas do concelho, e na prática era apenas uma aldeia. Na altura, Vidago estava a dar os primeiros passos, mas quis o destino das riquezas locais ligadas às águas minerais, uma estação de comboios e a moda do termalismo transformar Vidago primeiro numa aldeia com importância e mais tarde numa Vila, chamando a si a sua importância deixando para trás a sua freguesia inicial – Arcossó.

 

 

Em 1920, ainda não existia a freguesia de Vidago, Arcossó tinha 1.572 habitantes residentes. Em 1930 Arcossó só já tinha 688 habitantes residentes, mas a nova freguesia de Vidago, estreava-se nos primeiros CENSOS com 1.256 habitantes.

 

Deixemos os tempos de há 100 anos e vamos para os tempos atuais e para os resultados dos CENSOS de 2011 onde Arcossó não foge à regra da perda de população. Menos 40 habitantes residentes, menos 3 famílias, menos 7 alojamentos e mais 5 edifícios, tendo como relação o ano de 2001.

 

 

Ainda antes de passarmos ao gráfico e aos números comparativos, quero ainda realçar que agricolamente falando, Arcossó ainda é uma terra rica onde graças a um micro clima, tem além de outros produtos, excelentes vinhos. Que fique registado para memória futura que, a levarem a efeito as barragens do Tâmega, grande parte do território de Arcossó ficará submerso além de os estudiosos preverem que a subida das águas irá afetar as  terras de cultivo sobrantes ou não submersas. Será pela certa mais um convite ao abandono ou apenas se limitará a ser uma aldeia dormitório. Vamos esperar para ver as consequências mais ou menos desastrosas de uma barragem que está mais que provado que nenhuns benefícios trará para a região, antes pelo contrário.

 

Vamos então ao gráfico atualizado:

 

 

População Residente:

 

 

Em 1900 – 1 223 hab.

Em 1920 – 1 572 hab.

Em 1940 – 674 hab.

Em 1960 – 771 hab.

Em 1981 – 572 hab.

Em 2001 – 365 hab.

Em 2011 – 325 hab.

 

Nº de famílias por local de residência


Em 2001 – 138 famílias

Em 2011 – 135 famílias

 

Nº de alojamentos


Em 2001 – 277 alojamentos

Em 2011 – 270 alojamentos

 

Nº de edifícios


Em 2001 – 264 alojamentos

Em 2011 – 269 alojamentos

 

 

Link para os posts neste blog dedicados à freguesia:

 

- Arcossó (3.Maio.2008)

 

- Mosaico de Arcossó (14.fev.2009)

 

           

 

03
Mar12

Mosaico da Freguesia de Anelhe - Atualização



 

 

Iniciada que foi no último fim de semana mais uma ronda pelas nossas freguesias, hoje, e seguindo a ordem alfabética, vamos até a atualização dos números da freguesia de Anelhe.

 

Em 20 de Fevereiro de 2010 a freguesia tinha aqui neste blog a publicação do seu mosaico, ou seja, todos os dados que eu consegui reunir sobre a freguesia. De então até agora há os novos dados que o CENSOS 2011 nos trouxe. Dados ainda provisórios mas que tudo leva a crer que venham a ser definitivos.

 

No último fim de semana na abordagem geral (do concelho) que fiz em relação a estes novos dados, salientava-se que quase todas as freguesias tinham perdido população, salvo raras exceções. Pois Anelhe é uma dessas exceções ao ganhar população. Pouca, mas ganhou.

 

 

Num concelho em que quase todas as freguesias perderam população, seria interessante saber o porque desta freguesia não a ter perdido. Eu, infelizmente não tenho acesso a dados nem meios para me poder debruçar sobre o assunto, e como também não sei o que os responsáveis por este concelho pretendem fazer com os novos dados, vou dar o benefício da dúvida e ter fé ou acreditar que alguém fará esse trabalho. Quem sabe se não está em Anelhe a solução para travar o despovoamento do nosso concelho.

 

Claro que os dados a que tive acesso do CENSOS 2011 são muito poucos e nem sequer sei qual foi o comportamento dos números em cada aldeia da freguesia, pois recordemos que a freguesia de Anelhe, para além da aldeia que lhe dá o nome, ainda tem as aldeias de Souto Velho e Rebordondo, mas este ganho de população da freguesia, e embora pequeno, é importante, pois não perdeu.  

 

 

Mas vamos aos números, acrescentando o ano de 2011 aos dados que anteriormente já aqui tinha disponibilizado.

 

População Residente:

 

 

Em 1864 – 617 hab.

Em 1900 – 695 hab.

Em 1920 – 585 hab.

Em 1940 – 816 hab.

Em 1950 – 954 hab.

Em 1970 – 657 hab.

Em 1981 – 531 hab.

Em 2001 – 538 hab.

Em 2011 – 548 hab.

 

Como podemos verificar o ganho, em relação ao último CENSOS foi de 10 habitantes.

 

Quanto aos outros números a que tive acesso, ou seja o número de famílias e de alojamentos, aqui os dados parecem contraditórios, pois embora a população tivesse aumentado, bem como o número de alojamentos, o número de famílias diminuiu:

 

 

Nº de famílias por local de residência

 

 

Em 2001 – 177 famílias

Em 2011 – 172 famílias

 

Ou sejam, menos 5 famílias

 

Nº de alojamentos

 

 

Em 2001 – 317 alojamentos

Em 2011 – 332 alojamentos

 

Ou seja, aumentaram 15 alojamentos

 

Nº de edifícios

 

 

Em 2001 – 315 alojamentos

Em 2011 – 330 alojamentos

 

Ou seja, também aqui aumentaram 15 edifícios.

 

 

Os mais atentos já deram conta que o número de famílias é quase metade do número de alojamentos/edifícios e é natural que assim seja, pois não podemos esquecer que nos estamos a referir a população residente onde os nossos emigrantes e outros deslocados não são contabilizados.

 

Fica o gráfico atualizado:

 

Para rever o que aqui foi dito a respeito de cada aldeia da freguesia e também no anterior mosaico, ficam os Links  para os respetivos posts:

 

            - Anelhe

 

            - Souto Velho

 

            - Rebordondo

 

 

- Mosaico da freguesia – (de 20.fev.2010)

           

 

Para ilustrar o presente post, além do mosaico já conhecido, ficam algumas fotos da freguesia que não couberam nos respetivos posts.

           

 

26
Fev12

As Freguesias e os CENSOS 2011 - Águas Frias


Na anterior ronda que fiz por todas as freguesias de Chaves, no resumo final de cada, deixei aqui o gráfico da evolução da população residente desde 1864 a 2001. Fui prometendo ao longo desses resumos, ou mosaicos das freguesias, que traria aqui os resultados dos CENSOS 2011 logo que os mesmos fossem conhecidos. Pois os resultados provisórios já são públicos.

 

 

 

Adivinhava-se que a população rural viesse a diminuir e de facto assim aconteceu. Numas freguesias mais que noutras e salvo raras exceções, a tendência do despovoamento das nossas aldeias é uma realidade que temo se alastre para a cidade, pois todas as medidas centralistas ditadas por Lisboa e a apatia de reação as essas medidas por parte do poder local mas também da população, para lá nos encaminham, pois os números dizem tudo. Vamos a alguns:

 

1960 – 57.243 Habitantes residentes no concelho

2001 – 43.667 Habitantes residentes no concelho

2011 – 41.444 Habitantes residentes no concelho

 

Ou seja, desde 1960, em que o concelho de Chaves atingiu o pico máximo de população, até ao presente ano, o concelho perdeu 15.799, número que até pode parecer pequeno mas que se dissermos que é o número da atual população dos concelhos de Montalegre e Boticas juntos, aí o número já tem outra grandeza.

 

Há ainda outro dado curioso a registar entre os resultados dos CENSOS de 1991/2001 em que a população residente cresceu em 2727 pessoas e os dados dos CENSOS de 2001/2011 em que a população decresceu em 2223 pessoas. Números são números mas o problema está, tal como disse no início, nas políticas centralistas de lisboa e na ausência de políticas de fixação (já nem quero falar de repovoamento) por parte do poder local, mesmo que por aí se apregoe e publicite o contrário, a realidade é outra e bem mais triste – não há projetos para um futuro sustentado de Chaves.

 

Vamos iniciar hoje uma nova volta por todas as  freguesias do concelho com os números do CENSOS 2011,  para cada uma e todos nós,  ficarmos a conhecer a realidade atual. Iniciamos, por ordem alfabética, pela freguesia de Águas Frias, que desde CENSOS de 2001, perdeu 154 das 897 pessoas que tinha nesse ano, ou seja, a sua população residente atual é de 743 pessoas distribuídas pelas 301 famílias, ou seja 2,46 pessoas por família. Dos números tirem as vossas conclusões. Fica o gráfico da freguesia atualizado:

 

 

Para ver o mosaico completo da freguesia, publicado em  1 de Agosto de 2010, siga este link: http://chaves.blogs.sapo.pt/525215.html

 

Ainda hoje, ao meio dia, teremos por aqui o último capítulo do léxico-glossário Transmontano de autoria de Herculano Pombo, com as quatro últimas letras do abecedário.

 

 

07
Out11

Fim da Novela PT Comunicações e as Freguesia que vão à vida


 

Logo agora que já me estava a habituar à novela com a PT Comunicações, S.A., ela acaba no 21º episódio, ou seja, após 21 dias sem telefone e internet, o telefone já toca e já chama, a Internet, idem, já comunica. Engraçado que após restabelecimento dos serviços, fui contactado por vários serviços da PT ou a eles associados (pelo menos 5, sendo dois de Lisboa, um da provedoria das comunicações, 1 do Porto e até de um técnico com telemóvel identificado a dizer que se estava a deslocar para o local para resolver a avaria, que na altura já estava resolvida). Para uma empresa que se dedica às comunicações, penso que falham muito as comunicações no seu interior. Bom, o que é um facto, é que após tanto silêncio durante a avaria, todos os serviços (e parecem ser muitos) se revelaram. Se calha o problema está nos serviços em demasia… No entanto, houve alguém (também devidamente identificado e da PT) que após conhecimento (pelo blog) da minha avaria, desde logo se prontificou a tentar resolver o problema à margem do sistema. Já lhe agradeci. Se estivesse pendente do 16208, estou certo que chegava ao Natal sem telefone. FIM DA NOVELA PT COMUNICAÇÕES.

 

 

Vamos a outros assuntos e a notícias fresquinhas sobre os resultados das exigências da Troika na divisão administrativa das freguesias. Pois, primeiro com o pretexto dos subsídios a não sei quantos por cento,  foi gastar à grande e à francesa com obras mais bonitas pra ver e povo apaludir que utilitárias ou necessárias. Descuidaram a agricultura, as quotas disto e daquilo e do mar. As pequenas e médias indústrias foram fechando e em vez de se cuidar, manter ou dinamizar a economia produtiva (dos pequenos e médios), criaram-se subsídios para tudo e mais alguma coisa e abriram as pernas aos dos capital, aos que verdadeiramente mandam e, deu no que deu para agora todos pagamos, e afinal, a função pública que é feita à imagem dos políticos com a descargas de boys abanadores de bandeiras a porta de empregos após os actos eleitorais, hoje, já não são os únicos culpados da crise, pois, tal como uma doença contagiosa que bate à porta de um, depressa se alastra à porta dos vizinhos, e depois de todos.

 

 

 

Ora, com a devida ressalva da Associação Nacional das Freguesias de que o documento não é definitivo (até o ser), aqui fica a lista das FREGUESIAS QUE NÃO REUNEM OS CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL, que para o presente caso do nosso concelho de Chaves, e seguindo o esquema nacional de reduzir em 50% o número de freguesias, são as seguintes freguesias que vão deixar de existir:

 

- Arcossó

- Bobadela

- Calvão

- Cela

- Curalha

- Eiras

- Faiões

- Lamadarcos

- Mairos

- Moreiras

- Oucidres

- Paradela

- Samaiões

- Sanjurge

- Santa Leocádia

- Santo António de Monforte

- São Julião de Montenegro

- Seara Velha

- Selhariz

- Soutelinho da Raia

- Soutelo

- Vilar de Nantes

- Vilarinho das Paranheiras

- Vilas Boas

- Vilela Seca

- Vilela do Tâmega

 

Além destas, algo se vai passar (não sei o que) nas freguesias de:

 

 

- Santa Maria Maior

- Madalena

-Santa Cruz Trindade

-Valdanta

 

Mesmo não conhecendo muito bem os critérios mas sendo notório que é uma proposta tomada à distância que não conhece as realidades e particularidades das freguesias, não comento. Fica só a lista para conhecimento.

 

Até já, com mais um discurso sobre a cidade, hoje de autoria de Tupamaro.

 

 

14
Nov10

Mosaico da Freguesia de Vilar de Nantes


 

 

 

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Localização:


A Sul da cidade de Chaves, com o seu território a começar na veiga de Chaves e a acabar em plena Serra do Brunheiro,  é uma das freguesias de periferia da cidade e embora Vilar de Nantes, Nantes e Vale de Zirma, as aldeias oficiais da freguesia, se localizem entre 4 a 5 quilómetros da cidade, o a facto é que o seu território começa onde na pratica a cidade acaba, ou não, pois hoje em dia, Vilar de Nantes é mais uma freguesia urbana da cidade, e entre esta e as suas aldeias, já não há separação física, pois o casario encarrega-se de unir a cidade a Vilar de Nantes.

 

 

Confrontações:


Confronta com as freguesias da Madalena, Cela, Nogueira da Montanha e Samaiões.

 

Coordenadas: (Largo do Patronato de S.José)


41º 42’ 29.80”N

7º 27’ 03.09”W

 

Altitude:


Variável – acima dos 350m e abaixo dos 700m, embora a maior parte do seu território se encontre em plena veiga de Chaves, ou seja, abaixo dos 450 m.

 

Orago da freguesia:


S. Salvador

 

Área:


7.33 km2. Está entre as 10 freguesias mais pequenas em território.

 

Acessos (a partir de Chaves):


– Estrada Nacional 213 e 314.

 

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Aldeias da freguesia:


- Nantes

- Vale de Zirma

- Vilar de Nantes

 

Estas três aldeias são os núcleos tradicionais antigos, no entanto hoje existem outros aglomerados importantes em termos de concentração de casario e população, como a Cooperativa de Habitação TRASLAR, o Bairro de S.José e o Bairro do Lombo, qualquer um deles maior, em termos de casario e população, do que as aldeias tradicionais.


 

População Residente:


Em 1864 – 619 hab.

Em 1890 – 822 hab.

Em 1920 – 732 hab.

Em 1940 – 1058 hab.

Em 1960 – 1423 hab.

Em 1981 – 1117 hab.

Em 2001 – 2117 hab.

 

 

A evolução e crescimento da população vão de encontro às palavras que fui deixando no post dedicado a Vilar de Nantes e à freguesia, como sendo mais uma das freguesias urbanas da cidade onde o crescimento populacional se adivinha continue a crescer e pela certa que os valores do próximo censos serão bem superiores a estes agora apresentados.

 

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Principal actividade:


- Já foi explicado no post dedicado a Vilar de Nantes, que as actividades da freguesia se dispersavam desde o sector primário ao terciário, tendo em todos eles a sua importância. Historicamente a freguesia era afamada pela olaria e a cestaria, mas também a agricultura e a floresta faziam parte do seu dia-a-dia. Mais tarde apareceram as indústrias ligadas ao fabrico de tijolos e telhas cerâmicas “as telheiras”. Hoje, há um bocadinho de tudo, mas, a “nova freguesia” vai funcionando essencialmente como dormitório da cidade

 

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Particularidades e Pontos de Interesse:

No post anterior, dedicado a Vilar de Nantes, já foram dados a conhecer os seus pontos de interesse e particularidades, mas quero aqui realçar um ou dois que já ontem foram abordados. Um deles é a Serra do Brunheiro a sua beleza natural e uma potencialidade a explorar em termos turísticos e desportivos, com uma série de desportos ligados à montanha, nos quais alguns já se praticaram e vão praticando como hobby de alguns adeptos, como o downhill, que tem no Brunheiro uma pista por excelência. Não sei qual foi a razão pela qual se perdeu a prova que lá se realizou durante dois ou três anos, mas fosse qual fosse, foi uma perda, mas também toda uma série de outras actividades ligadas à montanha que se deveriam fomentar e sobretudo apoiar, pois embora pareçam desportos e actividades menores, trazem alguma gente atrás delas.

 

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A cestaria e a olaria são outros dos valores desta freguesia, sobretudo a olaria que tão ligada esteve a esta freguesia e que hoje em dia, caiu praticamente no esquecimento e já nem há oleiros. Certo que perdeu a sua importância que teve como olaria de fabrico de peças utilitárias e utilizadas no dia-a-dia das actividades dos lares, mas poderia evoluir para outro tipo de peças, como alguém mais jovem se propôs fazer e ainda vão fazendo, mas falta toda uma máquina de promoção e divulgação deste tipo de artesanato. Em tempos, o turismo, ainda lhe deu alguma importância, tendo um oleiro (funcionário da Câmara) a fabricar peças quer para a Câmara quer para o Turismo, mas em vez de serem utilizadas para promover o artesanato eram oferecidas como brindes em eventos e outros… sem nunca haver uma verdadeira estratégia de promoção e divulgação e preservação desta arte e o resultado está à vista. Embora hoje ainda se vá referenciando o artesanato de barro preto de Vilar de Nantes, o facto é que ele, nem sequer aparece nos principais certames de divulgação da região, onde o artesanato sempre teve importância e nem sequer na tal feira anual dos Sabores e Saberes de Chaves aparecem peças de barro preto, perdendo para outro tipo de artesanato que nem sequer é da região. É assim um bocado como o Presunto de Chaves, mas não o há. Mas este assunto fica para o tal post sobre a olaria que deveria estar aqui hoje, mas que não foi possível.

 

 

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Linck para os posts neste blog dedicados às aldeias da freguesia:

 

- Nantes - http://chaves.blogs.sapo.pt/224909.html

 

- Vale de Zirma - http://chaves.blogs.sapo.pt/251295.html

 

- Vilar de Nantes - http://chaves.blogs.sapo.pt/558148.html

 

 

Quanto ao post que tinha prometido para hoje sobre a olaria e cestaria de Vilar de Nantes,  fica adiado para o próximo fim-de-semana (também se possível), pois entre encontros de blogues e outros compromissos, não vai restar muito tempo para os trazer aqui. Mas ficam prometidos e aqui, as promessas são para cumprir.

 

E com este post termina a longa caminhada pelas aldeias e freguesias do concelho de Chaves. Seis anos a percorrer as aldeias do concelho, mais de 30.000 registos fotográficos dos quais cerca de 3.000 estão distribuídos pelas diversas páginas deste blog. Um trabalho que fim-de-semana após fim-de-semana fui fazendo quer com trabalho de campo, quer aqui, do outro lado do seu ecrã, mas foi feito com gosto e prazer, sobretudo por saber que levei a terrinha de muita gente por esse mundo fora onde há sempre um natural das aldeias aqui retratadas, para quem uma imagem que seja da sua terra natal tem um valor sempre especial.

 

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Bem ou mal, o trabalho está concluído. Sei que a uns agradou mais que a outros, mas também os dias não são todos iguais e fiz o melhor que sei e pude. Talvez pudesse ter aprofundado mais um ou outro pormenor, talvez me tivessem escapado alguns pormenores e assuntos de interesse, talvez pudesse ter feito melhor. Pela certa que podia, mas tudo que aqui foi feito, foi feito com amor e carinho na tentativa de levar até vós todas as aldeias de Chaves que tão esquecidas e desprezadas têm sido e onde se encontra o verdadeiro ser flaviense e todos os saberes, sabores e valores do nosso ser e onde ser resistente, é quase uma forma de vida.

 

Termina aqui a caminhada pelas aldeias e freguesias com os seus posts de fim de semana, mas não vão terminar as aldeias, pois é um ponto de honra deste blog trazer aqui as nossas aldeias todos os fins de semana, mas a partir de hoje, de uma forma diferente, mais em imagem e pormenores ou outra forma que entretanto possa surgir, mas fica prometido que enquanto este blog existir, os sábados e domingos são dedicados às aldeias.

 

 

E por hoje é tudo.

 

 

 

 

 

 

 

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