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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

07
Jul11

Duas ou três pedradas num charco


Tal como tinha anunciado há dois dias atrás, para ontem às 18H30 estava prevista a apresentação do livro “Zerbadas em Chaves” de Gil Santos. Claro que nestas coisas fazemos do impossível possível para estar presentes, pois além de ser um livro de estórias cá da terrinha, trata-se de um amigo e colaborador deste blogue que mensalmente nos vai brindando com os seus “Discursos sobe a Cidade”. Um pouco antes da hora marcada lá estava eu à porta da Biblioteca Municipal. Não era o primeiro a chegar e o ambiente estava um bocadinho estranho para este tipo de eventos. Muitos fatos escuros engravatados a rigor, muitas câmaras fotográficas e de filmar, jornalistas e cada vez mais gente a chegar, da mesma espécie… Estranho. Não que o Gil Santos e as “Zerbadas de Chaves”  não merecessem toda aquela gente e aparato, mas era estranho porque neste tipo de eventos costumamos ser sempre os mesmos e já nos conhecemos uns aos outros.

 

 

Mas a coisa ainda só estava no início, pois logo de seguida começaram a aparecer presidentes de Câmara (Chaves, Boticas e Montalegre), vereadores, assessores, chefes, polícia e exército em fato de gala, o Bispo de Vila Real, ex-deputados e candidatos, jornalistas conceituados, o Secretário de Estado da Cultura, o Arq. Siza Vieira e a Presidente da Fundação Nadir Afonso, Laura Afonso. De Gil Santos, nada, à espera dele talvez alguns do costume, mas poucos. Definitivamente algo de muito estranho se passava por ali ou então, despistado como sou, tinha-me enganado no dia, pois já não seria a primeira vez… ainda perguntei a um amigo que ia a passar, em jeito de quem pergunta as horas - “que dia é hoje?”. Que era dia 6, não havia engano portanto. Enfiei-me por entre os fatos pretos e consegui chegar à recepção da Biblioteca onde finalmente tudo ficou esclarecido. Que sim, que ia haver apresentação do livro, mas primeiro era a cerimónia do lançamento da primeira pedra da Fundação Nadir Afonso. Eia lá! Finalmente (pensei para com os meus botões), não se conclui em 2011 como prometido, mas pelo menos inicia-se. Claro que o momento, pela importância da obra, era grande, e já que lá estava juntei-me com agrado à cerimónia. Como um bom Lumbudu, fiz o devido registo fotográfico.

 

 

Ficam então algumas imagens do momento e o registo histórico do dia em que foi lançada a primeira pedra da Sede da Fundação Nadir Afonso, que num três em um, vai-nos garantir a perpetuidade  da obra de Nadir Afonso em Chaves, uma obra de arquitectura de Siza Vieira e o arranjo e embelezamento de parte da margem direita do Rio Tâmega onde antes eram as hortas e a canelha das Longras, agora só nos resta que ao lado da primeira pedra comecem a nascer mais pedras e a obra cresça até ao fim. Ouvi dizer que lá para 2013 já vai ser realidade.

 

Mas vamos finalmente às “Zerbadas de Chaves” e a Gil Santos, que depois de muita espera, finalmente começou a cerimónia, já sem fatos pretos, Bispos, polícia e exército, assessores e outros, e sem o Secretário de Estado (que por acaso até é da cultura), mas com uma sala composta de gente interessada, amigos e o Sr. Presidente da Câmara.

 

 

Mas desde logo não se estranhou a ausência da multidão anterior, pois boas “zerbadas” da arte de bem comunicar começaram a cair na sala cheias de rajadas de boas risadas e bom humor feito por um mestre da comunicação. Quem esteve lá e o conhece, sabe que não estou a exagerar e o Gil tem a sorte e felicidade de o ter como apresentador da sua obra. Estou a falar-vos de José Machado, também ele um homem da cultura a quem estas terras não são estranhas de todo, não fosse ele do concelho vizinho de Vila Pouca de Aguiar, mais propriamente das minas de Jales. Uma pepita de ouro, como o Gil Santos acabou por definir.

 

 

Quanto às estórias do Gil Santos apadrinhadas com prefácio de Bento da Cruz, o ilustre contador de estórias do Barroso, são as estória a que o Gil tão bem nos tem habituado aqui no blog Chaves. Estórias simples do povo, vividas ou testemunhadas na primeira pessoa, contadas na proximidade do planalto do Brunheiro com descidas ao vale de Chaves e às ruas e vielas da cidade. São estórias de encantar que fazem também a história da nossa cidade e do mundo real. É, como já antes referi, um livro de leitura obrigatória para flaviense que se preze, porque todo ele é feito de estórias flavienses, escrito com muitos saberes e sabores da nossa cidade e do nosso concelho rural mas também com a universalidade de um livro de estórias interessadas e sempre bem humoradas.

 

 

E de Gil Santos é tudo, ou quase, pois no próximo Sábado vai estar novamente entre nós no XV Encontro de Blogues e Fotógrafos e aguardamos que novo livro já esteja a sair do seu punho.

 

Mais logo, ao meio dia teremos por aqui mais um episódio do “Homem Sem Memória” de João Madureira.  

01
Mai09

Fundação Nadir Afonso em 2011


 

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Quando há uns tempos atrás, na apresentação do projecto da Fundação Nadir Afonso, o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Chaves anunciava a conclusão da construção da mesma em 2011, eu, embora não o dissesse abertamente, pus em causa essa data e, no mais íntimo, sinceramente que até pensei ser um anúncio eleitoralista. Em causas tão nobres como o é a construção desta fundação, é sempre bom mudar de opinião e, até com gosto, se dá o braço a torcer. É o caso.

 

Pois parece que há muito boas notícias, apesar de ainda não confirmadas, sobre o apoio financeiro a conceder ao mesmo. Apoio cuja taxa de co-financiamento poderá ultrapassar os 70% numa obra cujo orçamento será superior a  8 000 000 de Euros

 

Felicito assim a Câmara Municipal pelo desenvolvimento e a apresentação do projecto para financiamento, que, a confirmarem-se as boas notícias, também eu passo a acreditar plenamente que teremos Fundação Nadir Afonso em 2011.

13
Abr09

Flavienses Ilustres - Artur Maria Afonso - Poeta mimoso -1


1ª Parte

 

Chaves - Canto do Rio - 1936 - Nadir Afonso

 

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CHAVES

 

Certamente foi assim

Que Deus bom e poderoso

Fez este rincão formoso,

Fez este invulgar jardim:

 

O Sábio da Criação,

Nun dia d’ispiração

E graça omnipotente

Entendeu em seu juízo

Pôr na terra um paraíso

Ideal, surpreendente!

 

Seria ao formar os montes,

Que fitando os Horizontes

Disse consigo: - É ali…

É ali que vou fazer

Um paraíso a valer!

E com mão maravilhosa

Como igual outra não vi.

Traçou a Veiga formosa,

Desenhou CHAVES aqui!

 

Teve a ideia, o cuidado

De fazer brotar ao lado

Umas águas muito raras,

Muito quentes, alcalinas,

De qualidades divinas!

Deu-lhe mimosas searas

E mais fontes cristalinas.

 

Deu-lhe o Tâmega saudoso

Partindo Chaves ao meio

Para no Verão calmoso

Lhe beijar risonho o seio.

E para a resguardar bem

Lançou-lhe serra em roda

Que nenhuma terra tem.

 

Deu-lhe pombais, deu-lhe rosas,

Deu-lhe frutas saborosas

E o relevante condão

De ter fortes e muralhas

Para nas rudes batalhas

Conter alheia traição.

 

Deu-lhe capelas piedosas

Ungidas de devoção…

Deu-lhe moitas odorosas

De rosmaninho e serpão.

Deu-lhe fartos arredores,

Alegres, ao sol abertos

De mil tentações cobertos

Que fazem sonhar amores.

 

E dentre os prémios mais finos

Fez-lhe uma mercê louçã

Para adoçar seus destinos:

Deu-lhe rostos femininos

Rivais do sol da manhã!

 

Criou-lhe o matriz dos vales,

Deu-lhe paz e deu-lhe ainda

O doce canto das aves

P’rá fazer mais bela e linda!

 

Para fazer-te princesa

Deu-lhe brilhos…tantos…tantos,

Que não pôde concerteza

Legar-te maior beleza

Ó Éden dos meus encantos!

 

Depois da obra ridente

O construtor excelente

Regressou à concha astral,

Deixando entre estas serras

A mais formosa das terras

De quantas tem Portugal!

 

Chaves, 9.Set.1938

In o livro de poesias “Auras Perfumadas”

 

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Artur Maria Afonso, Poeta

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Sem dúvida alguma que nunca Chaves foi tão bem cantada como o é neste poema que,  bem poderia ser a letra de um hino a Chaves.

 

É este poeta que tão bem cantou a cidade de Chaves neste e muitos mais poemas, o nosso convidado de hoje, poeta e ilustre flaviense que dá pelo nome de Artur Maria Afonso.

 

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Palmira Rodrigues e Artur Maria Afonso

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Artur Maria Afonso nasceu em Montalegre em 17 de Março de 1882, na casa da Crujeira. Era o filho mais velho de João Maria Afonso e de Orísia Ferreira da Silva. Quando era criança os pais mudaram-se para Lisboa (e em Lisboa faleceram) tendo ficado o pequeno Artur a viver em Montalegre com os tios António de Carvalho e Maria Ferreira da Silva, ambos professores de instrução primária e que se encarregaram de lhe ministrar uma educação condigna. Faleceu em Chaves na sua residência,  em 2 de Julho de 1961. Casou em 1918 com Palmira Rodrigues, filha do Major Augusto Rodrigues e de Felisbina Rua, de Sapelos, Boticas.

 

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Foto de casamento de Palmira Rodrigues com Artur Maria Afonso, tomada em casa de António Vilhena, Casas Novas, onde foi realizado o casamento. Na foto, além dos noivos e familiares estão na segunda fila o Dr. António Granjo, Nicolau mesquita e António Vilhena.

 

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Artur Maria Afonso trabalhou como aspirante de Finanças na vila de Montalegre e mestre-escola em Cambezes do Rio.  Desde muito novo que se dedicou às letras, tendo fundado e dirigido, com apenas 18 anos e ainda em Montalegre, o jornal “ O Barrosão”.  

 

 Antes de se fixar definitivamente em Chaves trabalhou na Repartição de finanças em Odmira e Murça e regressou a Chaves.

 

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Veiga de Chaves - 1946 - Nadir Afonso

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Ao longo da sua vida desenvolveu uma vasta actividade literária, tendo já em Chaves, colaborado com todos os jornais que por cá se publicaram, como o “Intansigente”, o “Aquae Flaviae”, “O comércio de Chaves”, o “Ecos de Chaves” e a “A Voz de Trás-os-Montes” de Vila Real.

 

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Foto tomada nas escadas do então Hotel Flávia (Junto ao Jardim Publico e actualmente propriedade do Dr.Pinheiro). Em primeiro plano estão Artur Maria Afonso e os seus filhos Lereno e Nadir Afonso e ainda o filho do Dr. José Lino. Ao centro da foto, o proprietário do Hotel, o Sr. Pão Alvo.

 

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Em 1909 publicou o seu primeiro livro de poesias “Alvoradas”; em 1942 “Boninas de Chaves”. Poesia que Artur Maria Afonso reuniu e publicou em livro ainda em vida, para além de toda a poesia que deixou publicada nos jornais atrás mencionados e de muita mais poesia inédita que nunca chegaria a publicar em vida, mas que viria a acontecer postumamente.

 

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Artur Maria Afonso à varanda da sua casa na Rua de Stº António (ainda existente) cuja entrada principal era feita pela então Rua da Cadeia, hoje Bispo Idácio.

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Assim, em 1982 por altura do primeiro centenário do nascimento do poeta, os seus filhos Lereno, Nadir e Fátima publicavam o seu terceiro livro de poesias intitulado “Orações ao Vento”, onde reuniam um centena de poemas inéditos.

 

Ainda no ano de 1982 a Câmara Municipal de Chaves prestava-lhe uma homenagem póstuma dando o seu nome a uma das principais ruas da cidade e anuncia-se o seu 4º livro de poesias “Auras Perfumadas”.

 

Em 1993 uma nova homenagem ao poeta por parte da Câmara Municpal de Chaves, com a publicação do seu 5º livro de poesias “ A Terra dos Meus Amores”, com a compilação de muitos dos seus poemas já publicados em edições anteriores mas agora com ilustrações do Mestre Nadir Afonso, seu filho. Livro onde se enaltece toda a obra poética de Artur Maria Afonso, sempre actual e que reflecte os seus estados de alma, o seu carácter e personalidade numa obra multifacetada com poemas todos esculpidos com arte, simplicidade e harmonia.

 

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“A força das ideias soltas, organizadas na emoção da escrita, distingue os poetas. A forma sentida de dizer de Artur Maria Afonso elevou-o ao Olimpo, razão de sobra para a sua Autarquia o divulgar” – referia-se-lhe assim o então presidente da Câmara de Chaves, Dr. Alexandre Chaves, na introdução da “A Terra dos Meus Amores” onde o seu filho Lereno Afonso Rodrigues, também em jeito de introdução deixava no mesmo livro: “ Através dos tempos muitos foram aqueles que, com a vernaculidade da sua prosa, intransigentemente defenderam e enalteceram as belexas naturais destas paragens e suas gentes.

Em verso porém, talvez ninguém o teria feito tão digna e ardorosamente como Artur Maria Afonso.

 

As estrofes aqui condensadas que são uma parte da sua obra e que consubstanciam cânticos e uma mensagem ao porvir, assim inegavelmente o testemunham.

 

Este poeta, que muito amou este rincão flaviense do qual ele se considerava um filho adoptivo, aqui viveu durante cerca de sessenta anos e onde viria a falecer em 2 de Julho de 1961”

 

Um poeta que tão bem cantou Chaves em poesia como nunca ninguém o fez, concerteza que não é apenas um filho adoptivo de Chaves, mas um legítimo filho desta cidade.

 

 

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AQUAE FLAVIAE

 

AQUAE FLAVIAE és no Mundo

Uma estrela rutilante!

Teu ar alegre e jocundo

Cantasse-o Camões sou Dante

 

De graça e sonho me inundo

Ao contemplar teu semblante.

Teu valor não tem segundo

Por toda a terra adiante

 

Eu ando Enamorado

Há Muito, desde o passado,

Por ti, Princesa d’Honor!

 

Faz espelho do teu rio,

Penteia as tranças com brio,

E dá-me um beijo d’amor.

 

Maio de 1957 in o livro de poesias “Orações ao Vento”

 

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Chaves - Rua da Cadeia - 1936 - Nadir Afonso

Foi ao fundo desta rua, hoje denominada de Dispo Idácio, no nº12, que Artur Maria Afonso  viveu e morreu.

 

 

Cidade de Chaves que Artur Maria Afonso cantou em poesia mas que também viveu durante os sessenta anos em que a povoou, tendo privado de perto com outros ilustres flavienses como o Dr.José Timóteo Montalvão Machado, que é autor do prefácio do seu livro “Boninas de Chaves”, ou com o Dr. António Granjo, chegando a ter com este negócios na exploração de umas minas de volfrâmio nas proximidades do S.Caetano. Privou também com Nicolau Mesquita, outro ilustre flaviense e conjuntamente com mais dois sócios fundou a primeira fabriqueta de tijolos em Chaves, no Campo da Roda.

 

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Embora esta singela homenagem do blog Chaves  a Artur Maria Afonso já há muito estivesse pensada, hoje sai reforçada com mais uma homenagem recente, agora por mãos da Fundação Nadir Afonso, com a coordenação de Laura Afonso na recente publicação de luxo do livro “Artur Maria Afonso – Poesia”, com Ilustrações e pinturas de Nadir Afonso e poesia de Artur Afonso, o primeiro 3 em 1, onde se juntam três gerações de Afonsos, o poeta Artur Maria Afonso, o Pintor e Arquitecto Mestre Nadir Afonso e o Arquitecto Artur Afonso (filho de Laura Afonso e Nadir Afonso).

 

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Capa do último livro publicado com poemas de Artur Maria Afonso, com ilustrações de seu filho, Mestre Nadir Afonso e um poema de seu neto Artur Afonso. A imagem da capa, também de autoria de Nadir Afonso, intitula-se Apolo e é datada com o ano de 2007.

 

 

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Um belíssimo livro em edição de luxo onde em simultâneo se mostra a poesia de Artur Maria Afonso ao longo da sua vida poética ilustrados por seu filho  Mestre Nadir Afonso com pinturas que ilustram também a sua vida artística ao longo dos tempos e que no final das 120 páginas do livro remata com um poema de Artur Afonso (filho de Laura e Nadir), poema sentido dedicado a seu pai e com o qual também terminamos este post. Mas antes, tempo ainda para aqui deixar a importância de outro nome flaviense na divulgação também destas gerações de Afonsos, na importância também da Fundação Nadir Afonso, na importância desta publicação dedicada a Artur M. Afonso e na importância de partilhar com Chaves e fazer de Chaves a sede onde se quer centrar a arte de Nadir Afonso. Um nome que muitas vezes não é visível mas que tem acompanhado todos os passos do mestre Nadir Afonso nas últimas dezenas de anos – Laura Afonso para quem deixo também o meu bem haja por elogiar a cidade de Chaves e tê-la no coração como só os verdadeiros flavienses o sabem fazer.

 

(por problemas alheios à minha vontade e que se prendem com o tamanho do post, o mesmo é publicado em duas partes, ficando na 2ª parte apenas uma imagem e o mencionado poema de Artur Afonso)

 

 

16
Mar09

E nestas segundas-feiras dos nossos ilustres, mestres,  artistas, escritores e poetas, trago mais uma vez o Mestre Nadir Afonso e mais um pouco do seu ser, em imagem, numa entrevista dada recentemente à SIC, a respeito da sua exposição "As cidades no Homem" que ainda está patente ao público na Assembleia da República em Lisboa.

 

Assim, para além da entrevista e mais um pouco do Mestre Nadir, fica também o lembrete da exposição para os flavienses que habitam a capital, pois dia 20 de Março a exposição encerra.

 

É pela certa, sem dúvida alguma,  uma exposição a não perder e, que nós por cá lamentamos não a poder visitar. Resta-nos esperar pelo ano 2011, para cá na terrinha,  termos  a sua fundação e a sua obra. Afinal dois anos passam depressa...convém não esquecer, mas também lembrar.

 

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13
Fev09

Tomei conhecimento há minutos atrás de dois vídeos/reportagem sobre o Mestre Nadir Afonso.  O primeiro da inauguração da exposição do Mestre Nadir que está patente ao público na Assembleia da República em Lisboa. O segundo, a cópia do programa da RTP “Arquitectarte” , uma entrevista com os Mestres Siza Vieira e Nadir Afonso onde se dá a  conhecer as futuras instalações da Fundação Nadir Afonso e mais um bocadinho da vida e pensar do nosso Mestre Pintor.

 

Claro que é informação preciosa demais para ficar por aí dispersa na Internet e por isso a quero partilhar aqui com todos os seguidores do blog.

Dois vídeos que poderá ver agora seguindo o link das imagens:

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Neste segundo vídeo, além das entrevistas com os Mestres, poderá ainda ficar a conhecer virtualmente a futura Fundação Nadir Afonso e dar desde já um passeio guiado pelo seu interior.

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19
Jan09

 

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Há uns dias atrás anunciei por aqui  a Apresentação do projecto de arquitectura da Fundação Nadir Afonso, com a presença de Nadir Afonso e Siza Vieira, moderados pelo jornalista Carlos Magno. Claro que não poderia faltar a este encontro de Mestres e a mais um momento que prometia ser grande, pois a presença de Nadir é sempre um momento único.

 

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Se levava expectativas para esta noite de mestres, que acabou por ser também de mestres e notáveis, elas foram superadas e temo que estas minhas palavras não estejam à altura do momento mágico que se viveu naquela sala da Biblioteca Municipal durante mais de uma hora em que a apresentação do projecto serviu também de pretexto para mais alguns momentos altos do Mestre Nadir Afonso.

 

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Aparentemente e a julgar pelo tema e pela presença de tantos notáveis, seria um ambiente de assustar pela sua seriedade e solenidade, mas só aparentemente, pois com Nadir Afonso, a seriedade e solenidade serve-se em doses divertidas, com algumas estórias e lições de arte e de vida numa procura e descoberta constante do sentido das coisas e da arte em si, da estética talvez. Por isso Nadir é Mestre, Arquitecto, Pintor, Pensador, Filósofo, Poeta da vida e, fiquei a saber neste encontro, quem em tempos, também foi Músico e Pianista em Paris. Foram os tais grandes momentos que se viveram naquela sala e que eu não consigo trazer aqui em palavras, porque de tão únicos que são, têm de ser vividos “in loco” e não há palavras para os descrever. Obrigado Mestre por mais uma lição e por nos lembrar também as razões de sermos orgulhosos flavienses.

 

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Mas vamos a um pouco da notícia desta apresentação do projecto.

 

Tratava-se da apresentação do projecto de arquitectura da Fundação Nadir Afonso. Fundação que desde há 7 anos a esta parte tem feito noticia várias vezes, não só pela importância da Fundação Nadir Afonso em si, mas também por essa fundação vir a ter sede em Chaves. Mas não só, pois é a fundação de um Mestre, cujo nome já é universal – Nadir Afonso. Claro que como autor do projecto de tão nobre casa exigia-se também um nome grande da arquitectura e, penso que também aqui foi acertada a escolha de outro Mestre, o Arquitecto Siza Vieira. Justificava-se assim que esta apresentação fosse moderada por alguém que além de saber do assunto, conhece bem os mestres e a cidade de Chaves, o jornalista Carlos Magno, que embora não seja flaviense, estudou no Liceu de Chaves e foi picado pelo pico encantado da cidade, que prende a ela todos quantos por ela passam. Esteve bem o jornalista e aponto-lhe até dois momentos altos, o primeiro quando simpaticamente resumiu a mesa aos mestres e à fundação e o segundo momento, quando graças à sua questão posta ao Presidente da Câmara, todos ficamos a saber que finalmente vamos ter Fundação Nadir Afonso em 2011, ou seja (palavras do Presidente da Câmara) 2009 é para apresentação de projectos de especialidades e concurso, 2010 para a construção e 2011 para a fundação abrir as suas portas. Para uma Fundação cujo projecto de arquitectura demorou 7 anos a vir a público, 3 anos podem parecer pouco para apresentar os restantes projectos, expropriar terrenos, abrir concurso e construir, mas é possível e, embora a história nos diga que a palavra dos políticos não é para cumprir, acredito na palavra do Dr. João Batista, homem e barrosão, pois sempre tive os barrosões como homens de palavra.

 

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E por falar em políticos, o Ministro da Administração Interna, Dr. Rui Pereira e também o Director do SIS,  quiseram marcar presença neste encontro de Mestres, pois são mais dois que foram picados pelo tal pico encantado da cidade de Chaves, pois também ambos estudaram no Liceu de Chaves e por aqui passaram aqueles anos que para sempre nos marcam, os da juventude, desde a qual (ao que apurei) já vem esta amizade com Nadir Afonso.

 

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Também o Arquitecto Siza Vieira apresentou com mestria o projecto da Fundação Nadir. O essencial e a imagem de marca ficou registada, falta tornar-se a realidade que todos os flavienses anseiam, ver as telas do Mestre Nadir expostas no seu espaço e num espaço que muito irá dignificar a cidade e o que falta da margem direita do rio Tâmega, que curiosamente ninguém referiu, mas a fundação fica com olhares lançados para os Codeçais e Madalena,  onde o Mestre Nadir deu os seus primeiros passos de vida.

 

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Quanto à sala escolhida para o evento, foi pequena, não chegou para os alunos da lição do mestre nem para os fotógrafos amadores como eu, agravado com apenas uns minutos de atraso, que não me permitiram sequer entrar na sala do acontecimento e contentei-me em ouvir e espreitar momentos desde a sala ao lado. Adivinhava-se que o mestre tem muitos “alunos” que não perdem uma aula sua e mesmo com uma divulgação deficiente deste evento encheu, merecia outro espaço e com melhores condições. Perdoa-se pelo encanto do local, que poderia ser bem maior e mais nobre se ainda existisse o Jardim das Freiras e a sua vida do tempo em que era sala de estar e de visitas de Chaves. Belos tempos que passados tantos anos ainda fazem regressar a Chaves alguns dos notáveis da actual vida pública e política portuguesa que por lá debitaram os seus passos de jovens estudantes.

 

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Vamos esperar por 2011 para a Fundação Nadir Afonso ser uma realidade, pese embora a pouca cotação que a palavra dos políticos tem na bolsa de valores, ainda para mais palavras ditas em anos de eleições, mas tal como disse atrás, acredito na palavra do homem que veste o fato de político. Nadir Afonso merece ver este espaço erguido em vida e os flavienses também.

 

As fotos de hoje, à excepção de uma que por entre empurrões e carecas lá fui conseguindo, são todas de autoria de Dinis Ponteira que gentilmente cedeu para ilustrar este post.

 

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