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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

09
Jul24

Chaves de ontem - Igreja da Misericórdia e Castelo


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Penso ser a fotografia mais antiga que conheço da Igreja da Misericórdia, ainda com o adro fechado com grades e a muralha da torre de menagem à vista, ainda sem o atual edifócio que hoje existe. Antiga, sem dúvida, mas talvez nem tanto como possa parecer e embora não seja complicado chegar mais ou menos até à data da fotografia, e sem mais dados do que aqueles que a foto nos oferece, não me vou aventurar  a por-me práqui a mandar palpites...

 

Até amanhã!

 

02
Out22

O Barroso aqui tão perto - Montalegre

Um trecho da vila


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Aos domingos vem sendo hábito neste blog dar uma volta, nem que seja virtual ou em imagens, por localidades que nos são próximas. Temos andado pelo Barroso e embora já tivéssemos trazido aqui umas dezenas de aldeias barrosãs, entre as quais todas as aldeias do concelho de Montalegre e quase a totalidade de Boticas, e ainda nos falta abordar tantinhas do concelho de Vieira do Minho e de Ribeira de Pena que também fazem parte do território barrosão, mas para hoje tínhamos prometido trazer aqui mais uma aldeia de Boticas, a Granja, que é uma das três aldeias de Boticas que nos falta abordar, mas não tivemos tempo de selecionar e preparar as imagens e reunir a documentação sobre a aldeia, acontece que também há vida para lá deste blog e às vezes termos outros afazeres urgentes e inadiáveis que ocupam o nosso tempo, no entanto arranja-se sempre algum para uma imagem deste Barroso que nos fica aqui tão perto e que bem merece um passeio, nem que seja feito num pulinho até Montalegre, por exemplo, onde não faltam motivos interessantes, como alguns que hoje ficam em imagem, com a igreja da misericórdia em primeiro plano e o castelo lá ao fundo, onde ao lado poderá apreciar outra igreja bem interessante e lançar vistas privilegiadas sobre o Larouco. Se hoje não tem nada que fazer hoje à tarde e lhe apetece dar um passeio, pode ir até lá, principalmente se ainda não conhecer. Verá que não se vai arrepender.

 

Resto de um bom domingo e até amanhã, de regresso à cidade.

29
Jun22

Igreja da Misericórdia de Chaves

pormenores


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Hoje ficamos com um pormenor de arquitetura religiosa, barroca, da Igreja da Misericórdia de Chaves cujo início da sua construção remonta ao ano de 1532, onde fica exemplarmente exposta a arte da cantaria. Vale a pena olharmos para todos os pormenores desta igreja, mas hoje realçamos um, o da imagem esculpida no nicho central do frontão da igreja, que segundo a descrição da Direção-Geral do Património Cultural se trata da Mater Omnium (mãe de todos) e que na iconografia também aparece como  Nossa Senhora das Merces, Virgem da Misericórdia, com o seu manto aberto protegendo desventurados.

 

 

16
Out19

Cidade de Chaves

A semana do turista - 3


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A semana do turista – 3

 

Vamos continuar na Praça do Duque de Bragança, hoje com a Igreja da Misericórdia, a Igreja Matriz, o antigo Hospital da Misericórdia (atual centro de dia e lar da 3ª idade)  e o Museu de Arte Sacra. Iniciemos pela Igreja da Misericórdia e o Antigo Hospital pois historicamente falando sempre estiveram juntos.

 

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Mas como tempo e o espaço não dão para tudo, vamos debruçarmo-nos essencialmente sobre a Igreja da Misericórdia e a Igreja Matriz, e depois, não podemos dizer tudo, alguma coisa há de descobrir quem anda à descoberta. Como o nosso turista vai a descer a praça, a que calha primeiro é a Igreja da Misericórdia. Vamos então entrar dentro dela.

 

Igreja da Misericórdia, alguns dados

 

De arquitectura religiosa, barroca, aponta-se o início da sua construção para 1532 e ainda neste século, a pintura da tela a óleo representando a visitação. Mais datas importantes na história desta igreja:

 

1601 - data inscrita em coluna do átrio da Provedoria assinalando a sua provável conclusão;

Séc. 18, fim do 1º quartel - provável execução dos painéis de azulejos, atribuídos a Oliveira Bernardes;

Séc 18 - execução do retábulo-mor;

1743 - execução da pintura do tecto da igreja pelo pintor Jerónimo da Rocha Braga;

1739 - execução dos nichos laterais do retábulo-mor;

1921 - arranjo do largo frontal e da escadaria actual, perdendo-se o anterior átrio que serviu de cemitério.

 

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Quanto aos painéis de azulejos, são no total 22 painéis, separados entre si por cercaduras de temática arquitetónica, consolas volutadas, acantos, cartelas e querubins, dispõem-se em dois registos sobre um lambrim de querubins segurando grinaldas.

 

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Os temas estão representados em paisagens profundas dominadas pela monumentalidade de elementos arquitetónicos de inspiração clássica. Na parede do Evangelho estão representadas: A cura do paralítico; Bodas de Canã; Ressurreição de Lázaro; Incêndio de Sodoma; Jesus profetiza a destruição de Jerusalém; Jesus e a Samaritana; A prisão de Jesus; Jesus cura a sogra de Pedro; Maria, refúgio dos pecadores; Oração por intermédio de Maria. Na parede da Epístola figuram-se: O calvário; Maria, Mãe de Misericórdia; Jesus aplaca a tempestade; Multiplicação dos pães; Maria, saúde dos enfermos; Jesus cura um hidrópico; A morte do Justo; A adúltera; A visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel. Sob a balaustrada do coro-alto: A ceia do Senhor; Glorificação da Virgem; O lava-pés.

 

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Digno ainda de registo e realce toda a fachada da igreja, mas em especial o pormenor do coroamento por frontão com nicho, albergando escultura da Mater Omnium, com manto aberto protegendo desventurados.

 

 

Igreja Matriz / Igreja de Santa Maria Maior / Igraja Grande

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Tanto quanto se sabe, não se sabe com exatidão qual o início da construção desta igreja, no entanto é de raiz medieval, mas com vestígios que marcam fases importantes na sua estrutura cronológica. Da construção medieval conservou a imponente torre, rasgada por duas sineiras por face, com molduras e frisos de interligação decorados com boleados, motivos vegetalista e em ziguezague, apresentando frontalmente portal românico, precedido por nártex, com arquivoltas e molduras decoradas, assentes em colunelos com capitéis esculpidos, e nas paredes frestas, siglas, mísulas antropomórficos, bem como fragmento de friso com enxaquetado integrado na parede sobre a porta travessa.

 

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Ao longo dos tempos (séculos) a igreja foi-se transformando, sendo principalmente visíveis as transformações ocorridas no séc. 16, sendo particularmente visíveis nos portais, o da fachada lateral esquerda mais rico do que o principal, e na abóbada estrelada da capela-mor. Mas demos uma vista de olhos à cronologia da paróquia de Chaves e desta igreja para melhor ser entendida:

 

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Séc. 05 - É bispo em Chaves, Idácio de Limia;

742 - a cidade de Chaves é reconquistada aos Árabes por D. Afonso I;

872 - D. Adoário, capitão de D. Afonso III, reconstrói a cidade;

séc. 12 - primeira referência à paróquia de Chaves;

1258 / 1259 - restauro da Igreja ao mesmo tempo que o castelo;

1259 - nas Inquirições de D. Afonso III, refere-se o rendimento de um casal pertencente à Igreja;

1259 / 1262 - instituição da Colegiada de Santa Maria de Chaves; devido ao grande número de habitantes e à crescente importância do novo centro populacional, um páraco tornara-se insuficiente para atender às necessidades espirituais dos moradores da vila;

 

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1307 - composição entre D. Dinis e a vila de Chaves em que se determina que pertencem à coroa as rendas que até aí pertenciam ao concelho entre as quais "a terça da igreja de Santa Maria";

1386 - D. João I e D. Nuno Álvares Pereira, ouviram missa na Igreja depois da rendição da praça;

1415 - por intercessão de D. João I, foi criada a Colegiada de Santa Maria de Chaves, sendo Arcebispo em Braga D. Fernando da Guerra; tinha prior, prioste, quatro beneficiados, dois curas, dois sacristães e um obrigado;

1434 - a partir desta data, a Colegiada passa a ser constituída por um prior e quatro cónegos, contando-se entre as colegiadas mais importantes do arcebispado de Braga;

1462 - falecimento de D. Afonso, Duque de Bragança, que foi enterrado numa campa rasa na Igreja;

1506 - celebra-se a procissão do Anjo Custódio no terceiro domingo de Agosto, instituída por D. Manuel;

 

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1561 - o licenciado Domingos Gonçalves, prior da Igreja mandou ampliar e beneficiar o edifício e procedeu à construção da capela-mor à sua custa;

séc. 16 - construção da fachada renascença com uma larga porta sob rosácea que iluminava a nave central; reconstrução da fachada lateral N. com um portal maneirista encimado por dois medalhões com as efígies de São Pedro e São Paulo; desenho do castelo de Duarte d'Armas, em que se vê o edifício e a torre do relógio;

séc. 17 - D. Filipe III, criou um imposto sobre o azeite e o peixe vendidos no concelho, para cobrir as despesas com a pintura de um retábulo da igreja; colocação do órgão;

 

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1614, 19 outubro - tendo ganho uma empreitada de obra, o mestre escultor Afonso Martinez, encomenda um retábulo colateral da igreja ao entalhador e escultor Cornélio Guilhermo, por setenta ducados;

1640 - depois desta data foi substituído o retábulo intervencionado durante o reinado de D. Filipe III pelo de Nossa Senhora da Conceição, ladeada por São Sebastião e Santa Luzia;

1688 - era organista da igreja, Pedro Magalhães;

1755, 14 fevereiro - emissão da licença episcopal para a obra da reconstrução da Capela do Santíssimo, incluindo o retábulo;

1756 - reconstrução "a fundamentis" da capela do Santíssimo, sendo a obra de pedraria atribuída ao mestre pedreiro Silvestre Garcia, morador no arrabalde do Anjo, que arrematou a obra por 540 mil reis; cobrou mais 4$800 reis por fazer um arco no fundo da capela destinado a colocar um armário; arrematação da obra de talha pelo mestre entalhador João Correia Ferreira por 144$000; colocação de dois anjos grandes;

 

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1757, 30 maio - o Arcebispo através do seu governador Frei Aleixo de Miranda Henriques, expediu autorização para se colocar o Santíssimo e celebrar os ofícios divinos;

1758 - a Igreja era colegiada e tinha três naves, separadas por cinco arcos; tinha 7 altares: o altar-mor, o do Santíssimo Sacramento, o das Almas, o de Santa Justa e Rufina, o de São Sebastião, o do Santo Cristo e o de São Pedro; o primeiro altar tinha uma cruz de prata, a relíquia do Santo Lenho que se que manifestava ao povo, no dia da Exaltação; os santos dos altares tinham confraria ou Irmandades, exceto o de São Sebastião; o pároco é prior encomendado apresentado pelo Arcebispo de Braga e tinha 8$000 de rendimento por mês;

1780 - abertura das janelas e arcos dos três altares laterais da parede da nave direita, obras arrematadas pelos mestres de pedraria Manuel da Silva e Diogo da Silva, então assistentes na vila, por 331$000; execução das mesmas obras na parede da outra nave, por iniciativa da Ordem Terceira; séc. 19, 1º quartel - reposição da cobertura do coro após ter ruído;

1819 / 1824 - a Confraria do Senhor mandou reconstruir a cobertura sobre o primeiro arco, a Confraria das Almas mandou reconstruir a cobertura do segundo arco e a população de Chaves manda reconstruir o terceiro e quarto arcos;

 

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1824 - a Santa Igreja Patriarcal mandou decorar a capela-mor e as Confrarias do Senhor e das Almas mandaram o mestre carpinteiro de Loivos, Manuel Luís, concluir o forro do tecto da nave; faltavam ainda dois arcos, devendo ficar uma claraboia no último arco para dar luz à capela-mor; o teto dos últimos dois arcos orçou em 400$000; 1830, 29 Setembro - celebrou-se pela última vez com grande solenidade na Igreja de Santa Maria Maior a procissão do Anjo, facto que foi comunicado por escrito ao rei;

1839 - provável reparação, conforme data pintada nas traseiras do retábulo da capela-mor;

1865 - na sequência da demolição da torre dos Paços do Concelho, colocou-se o relógio e outros elementos na torre da igreja;

1874 - retificação das paredes laterais da nave para execução de um telhado de duas águas;

1880 - obras de nivelamento do largo fronteiro à fachada principal da igreja;

 

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1893, janeiro - provável reparação, de acordo com inscrição pintada nas traseiras do retábulo da capela-mor; mudança do arco triunfal de quebrado para volta perfeita;

1906 - provável intervenção conforme data pintada nas traseiras do retábulo da capela-mor;

1950 - artigo no jornal "Ecos de Chaves", da autoria de Francisco Gonçalves Carneiro, chama a atenção para o estado lastimável da frontaria da Igreja Matriz; duas semanas mais tarde, publica-se um segundo artigo do mesmo autor;

1965, 17 março - visita de técnicos da DREMN a Chaves para apreciação do projeto de recuperação da Igreja Matriz;

1966 / 1968 - realização de grandes obras na Igreja Matriz, onde participou o mestre carpinteiro Albano dos Santos;

1989, agosto - Despacho do Secretário de Estado da Cultura determinando a sua classificação como Imóvel de Interesse Público.

 

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Particularmente falando, eu próprio sou turista nas visitas que vou fazendo a esta igreja e sempre que lá entro não deixo de entrar numa de admiração e espanto. O silêncio ajuda a perdermo-nos em contemplações das enormes colunas estruturais, os arcos, a capela mor, os altares, o colorido e luminosidade dos vitrais e o órgão tardo-barroco, de influência alemã, de disposição simétrica, com castelos intercalados por nichos, e assente em duas mísulas. Em criança tremia de medo com a carantonha central e as duas figuras laterais por baixo do órgão, “anjos carecas de testa enrugada” a fixar o seu olhar no meu… ainda hoje, quando fixamos os olhares, os acho esquisitos… mas isso são coisas minhas.

 

E por fim, toda esta longa prosa só deixa aqui um pouco da realidade destes espaços, que sem dúvida merecem a nossa visita repetida.

 

Quanto ao antigo Hospital, dele, só já resta a fachada principal, e quanto ao Museu de Arte Sacra, depois de visitar a Igreja da Misericórdia e a Igreja Matriz, o melhor mesmo, e não perdermos tempo com ele e passearmos diretamente à Praça da República e ao restante da visita à cidade de Chaves, mas só amanhã continuaremos, pois por hoje já chega.

 

Consultas:

http://www.monumentos.gov.pt

 

 

 

14
Nov18

Cidade de Chaves, uma praça e uma árvore


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Cá fica mais uma imagem com as cores de outono, esta bem no coração da cidade, na nossa praça monumental onde os estilos se misturam mas convivem amenamente e onde basta uma árvore (tília) apenas uma para fazer a diferença, pois na praça não há mais, e nem que fosse e só para sentir as estações do ano, esta árvore já cumpria a sua missão, mas tem também a nobre missão de dar sombra nos dias quentes de Verão a quem dela precisa e já andou muito ao sol, pena que as nossas praças em vez de se arborizarem se desarborizem, tal como aconteceu nesta, onde existiam árvores e até um enorme olmo, tão monumental como os edifício da praça.  

 

 

06
Fev15

Maravilhas de Chaves - Igreja da Misericórdia


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Para já fica uma das maravilhas de Chaves, a Igreja da Misericórdia, ela mesma integrada noutra maravilha — a nossa praça monumental, a Praça do Duque — onde sem qualquer dúvidas estão os edifícios mais bonitos e significativos da cidade de Chaves, como a Igreja Matriz, o edifício do antigo hospital (também na foto), o edifício dos Paços do Duque de Bragança, o edifícios da Câmara Municipal e o edifício da Sociedade e ainda a Torre de menagem e o pelourinho a espreitar.

 

Já de seguida vem aí mais um discurso sobre a cidade, hoje de autoria de José Carlos Barros.

 

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