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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

17
Jul15

Discursos Sobre a Cidade - Por Gil Santos


GIL

 

O mistério das libras esterlinas

 

A Revolução de 1789 é um marco histórico para a França e para o mundo. A monarquia absoluta teve o seu ocaso e com ele o fim dos privilégios feudais, aristocráticos e religiosos. As máximas da liberdade, da fraternidade e da igualdade, aterrorizavam as casas reais europeias que tentaram, em vão, restaurar o poder absoluto que lhes convinha.

 

A tomada da Bastilha, em julho e a Declaração dos Direito do Homem e do Cidadão em agosto, acabaram com as réstias do ideário absolutista e marcaram um período de grande agitação social e política em França. A Primeira República foi proclamada em setembro de 1792 e Luís XIV executado em 1793. As guerras revolucionárias começavam e espalhar o liberalismo como uma mancha de óleo pela europa e pelo mundo. Internamente, a França, vivia dias conturbados. Os sentimentos populares radicalizavam-se, impondo o “reino do terror” que haveria de liquidar mais de 40 000 pessoas num só ano. Em 1799 o Consulado tomou o poder sob o comando de Napoleão Bonaparte. Este acontecimento haveria de marcar o mundo com as Guerras Napoleónicas que tiveram lugar entre 1803 e 1815 e que opuseram a França ao resto do mundo. Terminaram com a derrota de Bonaparte na batalha de Waterloo (1915) que o forçou ao exílio.

 

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 Encenação da Escola Secundária Fernão de Magalhães alusiva à revolução francesa

Grande parte da Europa foi dominada e um dos únicos países a resistir à fúria napoleónica foi a Inglaterra, constituindo uma espécie de espinho cravado na pata do leão. Por isso, em 21 de novembro de 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continental que impunha, aos países marítimos europeus, o fecho dos seus portos à frota inglesa. Claro, Portugal nunca poderia aceitar este bloqueio, uma vez que pretendia continuar a respeitar o Tratado de Windsor, assinado em 1386 com Inglaterra, e que constitui, ainda hoje, a mais antiga aliança diplomática do mundo. Em consequência desta recusa, Napoleão decidiu invadir Portugal, o que fez, sem sucesso, por três vezes.

 

A 1ª invasão aconteceu em 1807 sob o comando do general Junot. As tropas francesas marcharam para Lisboa pelo vale do Tejo, com o objetivo de aprisionarem a família real e subjugarem Portugal. A marcha foi penosa e quando chegaram à capital, já o príncipe regente e a rainha tinham partido para o Brasil, deixando o governo da nação entregue a uma Junta de Regência. Os ingleses vieram em nosso auxílio e em agosto de 1808 um exército misto venceu os franceses na Roliça e no Vimeiro. Junot, derrotado, abandonou Portugal, assinando a Convenção de Sintra que forçou à retirada do seu exército.

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 Mural em Chaves alusivo às Segundas Invasões Francesas - Entrada em Chaves

Napoleão não se ficou e planeou uma segunda invasão em março de 1809, comandada por Soult. Gizou a invasão por Caminha. Porém, as copiosas chuvas da primavera engrossaram de tal forma o Minho que tornaram quase impossível a sua travessia. Junot ordenou que as suas tropas marchassem para Ourense e daí para Chaves pelo vale do Tâmega. No dia 4 de março o exército chegou a Ourense, seguindo para Allariz e daí para Monterrei. No dia 10 tomou a praça de Chaves, marchando para Braga pela Cabreira. No Porto deu-se o célebre desastre da Ponte das Barcas e Junot, derrotado, acabou por abandonar o país por Montalegre, num golpe mestral de estratégia militar que salvou o grosso do seu exército.

 

O imperador não desistiu e em junho de 1810 preparou o maior de todos os exércitos e colocou-o sob o comando do general Massena que nunca havia sofrido qualquer derrota. Os franceses entraram por Almeida e quando se dirigiam para Coimbra deu-se a célebre batalha do Buçaco que feriu, quase de morte, o exército de napoleónico. Contudo, apesar de fragilizado, ainda teve forças para marchar sobre Lisboa. Soçobrou aos luso-ingleses nas Linhas de Torres, o que pôs fim às invasões e deu início ao declínio do poder de Bonaparte.

 

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  Mural no RI19, em Chaves alusivo às Terceiras Invasões Francesas - Batalha do Buçaco

Ora, como bem se percebe, a passagem dos franceses por Portugal teve consequências graves, ainda hoje lembradas. É fácil adivinhar o pânico que as populações teriam experimentado perante a ganância dos jacobinos que roubavam, violavam e matavam quem lhes resistisse. E pese embora, naquele tempo, as notícias não circularem à velocidade da luz como acontece hoje, ainda assim, não deixavam de se espalhar. Quando as novas da primeira invasão chagaram a Chaves, cidade raiana, a população cuidou de pôr as barbas de molho! Por isso, quem tinha alguma coisa de seu, providenciou de o subtrair à ganância dos franceses. E mal soou o rumor de que os franceses vinham aí, os de Outeiro Seco, por exemplo, trataram de limpar o terreno de tudo o que lhes pudesse agradar. Uns enterraram o vinho, outros o centeio, o milho e as batatas. Os animais foram levados, em procissão, para os cornos do Larouco e das casas retirado tudo o que pudesse ser atrativo e fácil de transportar.

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Gado a pastar nos cornos do Larouco

O Ti Adérito, solteirão rico, vivia sozinho e escravo dos seus haveres. Somítico, nunca teve companheira, não sei se por não gostar de mulheres, se pelo facto de ser feio como um bode e, como já se disse, apertado dos coletes. Originário da Galiza, tinha a fama de ter herdado um pote de libras esterlinas de uma tia rica de Lobios, também ela solteirona. Por isso, mal a notícia dos franceses lhe chegou aos ouvidos, tratou de colocar as moedas sob proteção. Consultou o travesseiro que o aconselhou a metê-las num carpim de lã e a encafuá-lo debaixo da pia dos recos.

 

Assim foi!

 

Os franceses passaram por Outeiro Seco, visitaram o loje à procura de carne fresca, que não encontraram. Do ouro apenas o cheiro à merda da pocilga.

 

O carpim milionário por lá teria permanecido até que dos franceses não houvesse notícia, o que só aconteceu alguns anos depois.

 

A vida começou a encarreirar e depois de vencido o trauma, era hora de a refazer. Para isso, o Ti Adérico, comprou dois requinhos na feira de Chaves para cevar. Foram morar para a dita cuja.

 

Um belo dia, quando se ocupava a refazer-lhes o ninho, ao retirar uma garfada de esterco para a horta, reparou que entre os cagalhões brilhava uma moeda do vil metal. Primeiro ficou radiante por imaginar que teria topado o reco do cagalhão de oiro, depois, caindo na real, deu-se conta que podia ser uma das suas meninas que estavam sepultadas. Entrou em pânico, levantou a pia, com a ajuda de um pau-ferro, e das libras encontrou, apenas, o sítio! Soltou um urro de desespero e precipitou-se a peneirar quanta merda os recos tinham fabricado. Encontrou mais duas. Não contente, sacrificou os animais e esquadrinhou-lhes a tripa à procura do seu tesouro! Arrebanhou mais duas, uma no bucho de cada porco. Ficou triste, como a noite, com aquelas cinco moedas de oiro, o que indicia que pudesse haver muitas mais! Mas qu’é delas!..

 

A carne dos animais teve de ser comida fresca, sob a desculpa, para o povo, de que teriam perecido de acidente. Os vizinhos não se fintaram e não lha quiseram, apesar de oferecida. Andou, por isso, a comer leitão-reco mais de um mês, por não ser ainda tempo de matança!

 

Onde estarão, afinal, as outras libras do pote? Teria mais do que as cinco que resgatou? Ninguém tem a certeza!..

 

Eu, por mim, estou que sim!

 

Porra, um pote, por muito pequeno que seja, leva sempre mais do que cinco libras em oiro! Portanto, elas ainda terão que estar por lá!

 

Sim, oiro que é oiro perdura e não há merda nenhuma que o corroa!

 

A verdade é que o Ti Adérito morreu sem deixar descendência e o segredo das libras está enterrado, com ele, no campo santo do lugar.

 

Catano, quanto às libras é só precurá-las, como dizia a Tia Carmindinha da Rua!

 

Gil Santos

30
Mar09

Arte Tamagani à margem do 25 de Março


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Deixando de parte algumas questões a respeito das comemorações dos 200 anos das Invasões Francesas, vamos ainda ao rescaldo do seu dia grande, o dia 25 de Março e daquilo que parece que aconteceu à margem das comemorações oficiais, ou seja, quase parece que havia dois programas de festividades e comemorações, um, anunciado e aberto ao grande público, com cobertura dos jornais e televisões, e outro em privado como de um segredo se tratasse ou não merecesse ser do conhecimento do público em geral, dos jornais e televisões.

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Não sei quem foi o responsável pelo programa do dia 25 de Março, se a Câmara Municipal, o Regimento de Infantaria ou a Presidência da República ou talvez até todos juntos, mas houve alguns momentos que por terem sido tratados à margem do grande público quase que parece que são clandestinos e que embora com fotografia de família, não passaram de um acontecimento aparte das comemorações.

 

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Claro que me refiro aos dois painéis que foram pintados pelos 16 artistas TAMAGANI, que embora tivessem tido a presença do Sr. Presidente da República, do Ministro da Defesa, do Presidente da Câmara e das entidades militares, com direito até à respectiva fotografia de família, não passou de uma cerimónia à margem das comemorações, fora do programa oficial do dia e sem a presença da imprensa e já se sabe, que nestas coisas da arte e de artistas, se existem, é para serem partilhadas com todos e com o público em geral, senão, não tinham razão de existir.

 

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Claro que também eles, artistas TAMAGANI mereciam o seu momento de glória e de visibilidade, e pela certa que a sua arte fazia melhor figura que outra arte que foi inaugurada com pompa e circunstância e imposta à população, às custas de todos e com sacrifícios de algumas das nossas maravilhas…mas enfim, já estamos habituados, esses eram artistas de fora que foram bem pagos para fazer o “bonito” e o povo ajoelhar. Os santos da terra, já se sabe, além de terem de actuar de borla, não fazem milagres…

 

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Da minha partem, com a cumplicidade de alguém que tirou as fotos de família e a cumplicidade de alguém que as fez chegar até ao blog, deixo por aqui aquilo que não passou para a imprensa, que não fazia parte do programa e que doeu aos artistas Tamaganis que com todo o carinho e arte trabalharam para estas comemorações, mas que lhes foi negado um pequeno momento de glória, que também mereciam…

26
Mar09

Coleccionismo de Temática Flaviense - Postal Alusivo à Reconquista de Chaves pelo General Silveira


 

Inteiro postal emitido pelos CTT em 25 de Março de 2009, para celebrar os 200 anos da reconquista de Chaves às tropas francesas, pelo general Silveira (Francisco da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira, 1763-1821).

 

Desconhece-se a tiragem, mas conhece-se um número, também indeterminado, de exemplares autografados pelo presidente da República e pelo presidente da Câmara Municipal de Chaves.

 

Este é o exemplo infeliz de um postal com iconografia e obliteração completamente desajustadas, traduzindo  ausência de pesquisa séria e consentânea com o acontecimento evocado.

 

Com efeito, a praça forte de Chaves foi cercada a 10 de Março de 1809 e conquistada a 12 do mesmo mês pelas forças do general Soult (Nicolas Jean de Dieu Soult, 1769-1851), na sequência da retirada, estratégica ou não, de Silveira.

 

Silveira regressou a 21 de Março, reocupando a vila de Chaves e reconquistando o forte de S. Francisco a 25 do mesmo mês.

 

Silveira, no entanto, celebrizou-se pela defesa da ponte de Amarante, entre 18 de Abril e 2 de Maio desse ano, contra as forças do general Loison (Louis Henri Loison, 1771-1816), o famoso general "maneta" que deu origem à conhecida expressão em Português.

 

Ora, 200 anos depois, com esta opção iconográfica, é que "foi tudo para o maneta!..." – a ilustração do inteiro postal reproduz uma imagem de Silveira, do acervo do Museu Militar do Porto, sobreposta à ponte de Amarante e a obliteração reproduz uma secção de três arcos que poderia pertencer a qualquer ponte, mas recorda particularmente a ponte de Amarante...

 

É pena, para não dizer mais, pois este é o primeiro inteiro postal dedicado a Chaves em muitas décadas, e o segundo em toda a história dos CTT.

 

26
Mar09

Os 200 anos do Cerco e Tomada de Chaves - Portugal


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O PR falou e falou bem, devagar, toda a gente o entendeu, mas para quem o ouviu com atenção, e/ou para quem era dirigido o recado, que não siga textualmente a sua recomendação,  aquela de “termos de estar à  altura dos nossos antepassados e de hoje como há 200 anos, ter a capacidade para vencer as lutas que Portugal tem pela frente” pelo menos, não devemos seguir o exemplo do General Silveira, ou seja, fugir às lutas como aconteceu em Chaves, porque, a seguir o seu exemplo, bem tramados estamos, pois não é fugindo da crise, que uma crise se resolve… e não me venham com estratégias!

 

Mas enfim, festa é festa e o Silveira continua a ser o maior… razão tinha Torga quando dizia que por Chaves não há raças, há castas … começo agora a entender o que ele queria dizer com estas palavras e, acrescentaria eu agora: há castas sim senhor, e algumas são dominantes…

 

Mas vamos lá à festa.

 

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O dia começou com o nascer do sol que também se quis juntar à festa mostrando-se em pleno céu azul, como que recordando as cores da época em celebração. Dia até,  quente demais para a época, mas, para mais um dia muito nebuloso para o esclarecer da história flaviense, principalmente dos feitos dos homenageados, mas ao que parece também pouca gente se preocupou ou preocupa com as verdades dos acontecimentos, o que interessa mesmo é festejar e celebrar, mesmo que não ou nem se saiba o quê! Mas já vamos estando habituados a desprezar os nossos para enaltecer os de fora e basta dar uma olhadela a quem dá nome a algumas das nossas ruas para ficarem a saber do que estou a falar… mas enfim, isso até são contas de outro rosário.

 

A festa, como festa, valeu pela diferença dos restantes dias, pois não é todos os dias que temos por cá o Presidente da República, ministros, entidades civis, engravatados e todas as altas patentes militares, que aliás, foram eles que fizeram a festa (os militares, não as patentes), que além dos desfiles, da música, do aparato com “tanques”, “canhões” e desportos radicais, deram movimento salutar à cidade e à monotonia da eira das Freiras.

 

Engraçado como sem querer se vai fazendo justiça, pois por mais que oficialmente insistam em chamar de Silveira ao agora largo do Liceu, é como Freiras que toda a gente o conhece, tal como num ou noutro escrito se vai dizendo que são as celebrações dos 200 anos do cerco e tomada de Chaves… é preciso coragem, virem os franceses, cercarem e tomarem a cidade, e EIA!... celebramos o acontecimento. Enfim!

 

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Bom gosto também se precisa por cá, não só para os acontecimentos a celebrar, como para os motivos com que se celebram e também os locais que se escolhem para os celebrar, além dos efeitos secundários que os mesmos provocam. Claro que estou a falar do muro, do pónei e do Silveira de crista levantada, ou seja uma infeliz reprodução tridimensional de uma gravura da época em que, SEM NINGUÉM DAR CONTA, ou assim parece, se reproduzem os feitos junto à ponte de Amarante como sendo os feitos de Chaves em que se toma um forte cheio de doentes e feridos de guerra… e viva a glória, glórias destas são fáceis de amar, aliás no local de todos os acontecimentos, foi este o escrito que mais deu nas vistas… o amor pela glória! Seja ela que for, também teve o seu momento de glória e, por um momento, todos te amamos, Glória.

 

 

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Festa é festa, mas não é para toda a gente, e se até a Glória teve quem lhe escrevesse e demonstrasse amor no muro do liceu (sortuda), nem todos tiveram direito à glória que mereciam neste dia, que o digam os TAMAGNI, artistas flavienses que pintaram um painel alusivo à data, 16 artistas ao todo pintaram para o evento, e não tiveram a glória de ser mencionados em programa ou sequer falados e, indignados, contentaram-se com a presença do PR numa olhadela, como se duma actividade à margem se tratasse…indignados e com razão, que lá vem dar razão ao baixarmos as calcinhas prós de fora e desprezar os da terra, excepção para o Mestre Nadir Afonso, que também com mestria, partiu mundo fora, onde depois de reconhecida a sua arte, Chaves lha reconhecesse também, mesmo assim, parece custar em aceitar os brindes que o mestre nos quer dar…claro que falo da sua Fundação. Enfim, nem todos têm estatura para ver além de simples barreiras…curiosamente para ultrapassar o muro e ver aquilo que todos ouvem e tudo cai na emoção da geometria do mestre Nadir, nos seus sentidos e na quadratura do circulo que os quer juntos, como no ver e ouvir onde não basta dizê-lo  para o ser, mas há também que o ver…. Coitados dos que não têm estatura para ver além de….

 

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E resta irmos de encontro do, finalmente,  ponto alto, em que (infelizmente) se supõe que lá terá que ficar para sempre, mesmo que alguns (coitados) até mostrem a sua cara resignada  e despromovida à triste condição de parecerem aquilo que não são, em que para levantarem a crista a uns, amocham a condição a outros. Coitado do cavalo que passou a um gordo pónei desajeitado para outros mais facilmente o montem… ó prá cara dele de um simpático infeliz:

 

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E voltando à emoção das geometrias do Mestre,  que a bem de Chaves,  talvez devesse ser consultado quando de geometrias, alinhamentos e enquadramentos se trata, pelo menos quando parece ninguém entender patavina da matéria, pelo menos a julgar pelas posições dos planos e dos layers, bem como do backgroud…pois é, a globalização dá-lhe para pôr as coisas em língua estrangeira e depois ninguém percebe nada…mas há que admiti-lo e não presumir que se percebe de tudo… enfim, há vezes em que o ditado tem mesmo razão de ser e em que a imagem vale mesmo mais que mil palavras!

 

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Mas estamos contentes e felizes, foi festa em dia de feira e embora se possam apontar falhas e algum amadorismo nas poses e esquecimentos de organização, só faltou mesmo o arraial e o foguete no ar e quanto ao PR, agradecemos-lhe o cumprimento e as festas às criancinhas e o repórter de serviço, agradece-lhe em especial aquele gesto de mão, que diz tudo… Obrigado PR pela visita a Chaves.

 

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Entretanto vamos aguardar que os franceses agradeçam esta homenagem e que daqui a 100 anos, alguém se lembre de falar de um Ilustre Flaviense que dá pelo nome de Francisco Pizarro e do heróico povo flaviense de então e já estejam de parte velhas quezílias de famílias e castas e politiquices, liberais, absolutistas, monárquicas ou republicanas, para não falar das cores da democracia. Não estarei cá para ver, mas a bem da verdade, espero que seja a verdade a vir ao de cima, que a não ser assim, o homenageado futuro ainda calha ao Marques de La Romana…

 

Já a seguir vem aí o coleccionismo, desta vez a condizer com as celebrações!

 

Inté!

25
Mar09

Vem aí o chefe...


 

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Não quero ser o mau da fita e deixar passar sem uma referência o dia de hoje em Chaves, porque hoje, dia 25 de Março de 2009, por cá, acontecem coisas para além do comum dia semanal de feira em que, nos restaurantes, há feijoada.

 

Pois para quem ainda não deu conta, cá pela terrinha, tem-se andado a comemorar o 2º centenário das Segundas Invasões Francesas. Comemorações que até ao dia de hoje têm passado despercebidas para a maioria da população, mas que hoje, prometem sair à rua e dar um pouco do ar da sua graça, nem que seja pelo aparato que sempre é montado em torno de uma visita oficial presidencial, porque hoje vem aí o chefe, o patrão, o nosso Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.

 

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Independentemente da razão de ser destas comemorações e de quem se homenageia, pois já vamos estando habituados ao deturpar oficial das coisas, o que interessa mesmo é a festa e o foguete no ar, é disso que o povo gosta, a verdade dos acontecimentos, são coisas da e para a história, daquela em que nós, à nossa boa maneira, damos a volta e ficamos sempre por cima para parecermos os maiores, sendo estas comemorações um bom exemplo disso mesmo, pois se formos a ver bem, Chaves foi o ponto fraco que os Franceses encontraram para invadir Portugal pela segunda vez e o Silveira, que hoje se homenageia, foi o que deixou as portas abertas para que os franceses entrassem por  Portugal adentro. Dos flavienses e do nosso ilustre Francisco Pizarro, os únicos que tiveram coragem para se oporem aos franceses (pelo menos tentaram), não reza a história…  quanto mais homenagens!... mas está bem, este nosso povo também vai tendo o que merece, e tal como dizia Torga “Que povo este! Fazem-lhe tudo, tiram-lhe tudo, negam-lhe tudo, e continua a ajoelhar-se quando passa a procissão.”

 

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Pois hoje por cá também há procissão, que embora não seja religiosa, lá terá as suas cerimónias, quase todas concentradas no Largo da Lapa, onde estará o Presidente da República e toda aquela cambada de engravatados a que chamam entidades civis, militares e religiosas. Festinha para o povo ver e ajoelhar de novo ao passar da procissão, com batimento de palmas quando for inaugurado aquele que para mim não passa do nosso muro da vergonha.

 

Mas tá bem, pode ser, e já estou por tudo porque a mim tanto me faz, pois se os que podem fazer nada fazem, quem sou eu, simples cidadão comum vir para aqui armar-me aos cucos!?

Gostamos de ilusões, pois gostamos, então deixemos que nos iludam!

 

Bem, mas no meio disto tudo, alguma coisa de positivo ainda vai ficando e se vai fazendo de onde realço alguns pontos altos do dia:

 

- As tropas vão sair à rua, com desfile ao som da fanfarra e, embora bem longe de anteriores desfiles militares a que esta cidade já assistiu, são sempre interessantes de ver, principalmente para quem gosta de fardas a marchar!

 

- A exposição “ A Emoção da Geometria” do Mestre Nadir Afonso, na Biblioteca Municipal.

 

 

E por hoje vai sendo tudo. Talvez um dos nossos repórteres de serviço ainda traga hoje por aqui alguma imagem, mas não é garantido, pois embora hoje seja dia de festa para alguns, para o comum flaviense é um dia de trabalho como outro qualquer.

 

Fica para os devidos efeitos o programa para a manhã de hoje:

 

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Inté!

 

 

 

24
Mar09

Ilustres Flavienses - Marechal de Campo Francisco Pizarro


Há dias, mais propriamente no post da última quarta-feira, dia 18 de Março no meu post com o título  ”O muro da vergonha do General Silveira” eu insurgia-me contra a homenagem que vai ser feita ao General Silveira no âmbito das comemorações do 2º Centenário das Invasões Francesas, quando a mesma deveria ser feita a Francisco Pizarro e ao povo de Chaves, que estes sim, demonstraram valentia quando quase sem armas se propuseram  defender a vila de Chaves dos Franceses, ao contrário de Silveira que fugiu com as suas tropas para a Serra de Stª Bárbara.

 

Nos dias seguintes à publicação do mencionado post, algumas pessoas questionaram-me sobre o que tinha acontecido a Francisco Pizarro após as Segundas Invasões Francesas. Pois, logo após que o (então) Brigadeiro Silveira restabeleceu o domínio de Chaves, mandou prender o Ten. Coronel Pizarro, que ficou-se a aguardar o resultado do Conselho de Guerra por  desobediência, que lembre-se, em tempo de guerra, pagava-se com a pena de morte. É este o Silveira que Chaves está agora a homenagear e é também este o Pizarro que Chaves teima em esquecer… mas infelizmente, para Chaves, a atitude até nem é estranha, pois sempre assim foi, enaltecemos os de fora e esquecemos os nossos.

 

Mas vamos a esse ilustre flaviense, à sua vida para além do então Ten.Coronel Pizarro das 2ªs invasões Francesas, vamos até ao Marechal de Campo Francisco Homem de Magalhães Quevedo Pizarro, ou Maranhão, do Conselho de Sua Magestade, Comendador de Santa Marinha de Lisboa., da Ordem de Cristo, Honorário da Torre e Espada, Marechal de Campo dos Reaes Exércitos, Governador e Capitão General do Maranhão – Brasil, pois foi assim que em 1819, com apenas 43 anos, morria na sua casa em Bóbeda, neste concelho de Chaves.   

 

Tardio, mas aqui está o prometido post sobre mais um ilustre flaviense.

 

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MARECHAL DE CAMPO

FRANCISCO HOMEM  DE MAGALHÃES QUEVEDO PIZARRO,

OU «MARANHÃO,)

(1776-1819)

 

 

 

Foi um dos varões que mais honrou a família Pizarro em Portugal.

 

Nasceu em 27 de Setembro de 1776, em Bóbeda, aldeia do concelho de Chaves, onde então já residiam seus pais. Foi o 12º génito de 14 irmãos, e ficou órfão de pai em 1780, tendo apenas 4 anos de idade. Filho legítimo de José de Souza Cardozo Pizarro, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real e Capitão de Cavalaria e de D.Henriqueta Júlia Gabriela de Quevedo, Dona da Câmara da Rainha a Srª D. Maria I

 

Neste dar a conhecer o nosso ilustre Flaviense, vamos deixar por aqui aquilo que já foi dito a seu respeito em muita da literatura por aí existente, mas principalmente aquilo que foi dito nas “Noticias Biographicas” editadas pelos seus ajudantes D’Ordens em 1819 no Rio de Janeiro em Impressão Regia e posteriormente pelo Dr. José Timóteo Montalvão Machado no livro “ Dos Pizarros de Espanha aos Pizarros de Portugal e do Brasil”.

 

 

Sendo muitos os filhos do Capitão José de Sousa Cardoso Pizarro e não deixando este uma fortuna muito avultada, cedo começaram os seus filhos a alistar-se no Exército e a procurar posições.

 

 

Juventude militar - Em 1790, com 14 anos de idade, Francisco Pizarro sentou praça num Regimento de Cavalaria, e, em 2 de Agosto de 1793, foi mandado admitir na Armada Real, como Aspirante a Guarda Marinha. Ainda no mesmo ano, a 14 de Dezembro, recebe de D. Maria I carta de Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Em 27 de Novembro do ano seguinte, 1794-, é promovido a Guarda Marinha, e em 10 de Novembro de 1796 ascende a 2º Tenente.

 

Promovido a 1º Tenente em 1799, tomou parte numa expedição naval, em 1801, a Malta e a Trípoli, quando a Espanha nos invadiu o Alentejo, e quando a França, sua aliada, quis apoderar-se da ilha inglesa de Malta.

 

Em 1804, ou porque Francisco Pizarro suspeitasse de que muito viria a lutar-se no solo pátrio contra as ambições de Napoleão, ou porque ele tinha interesses pessoais a defender em Trás-os-Montes, como veremos, resolveu requerer a sua transferência da Armada para o Exército. Efectivamente, uma carta régia assinada pelo Príncipe Regente D. João e com a data de 18 de Junho do dito ano, reconhece-lhe os bons serviços e remete-o, como Tenente-Coronel de Infantaria, ao Tenente General Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda, Governador das Armas de Trás-os-Montes.

 

Foi colocado no Regimento de Milícias de Chaves e deve ter sido então, naqueles anos de paz, entre 1804 e 1807, que Francisco Pizarro deve ter começado a contactar com a sua grande casa agrícola, herdade de seu tio, Conselheiro Inácio Xavier.

 

Eis que iniciam as Invasões Francesas, e Francisco Pizarro, patriota ardente e militar pundonoroso, vai mostrar as suas brilhantes qualidades através de todo o extenso período da Guerra Peninsular.

 

Na  Primeira Invasão Francesa - Todo o País assistiu, mudo e atónito, à entrada das tropas napoleónicas, em Novembro de 1807, porque EI-Rei D. João VI e o seu Governo assim o haviam resolvido, atenta a falta de preparação militar.

 

Todavia, desde logo, Francisco Pizarro, patriota honesto, liberal e inteligente, marca a sua posição: aguardar os acontecimentos até ao momento propício à explosão da revolta; não prestar nenhum apoio às tropas napoleónicas; ser refractário a todos os convites dos franceses.

 

Enquanto muitos, por interesse ou falta de entendimento, misturavam ideologia política com traição à Pátria, o Tenente-Coronel Francisco Quevedo Pizarro disse que aceitava as ideias políticas que alastravam por toda a Europa, mas não ingressaria na Legião Portuguesa, nem interviria em qualquer acção favorável a Bonaparte, nem deixaria de combater os intrusos soldados de França.

 

Que lhe importava a ele que os mais altos representantes do Clero e da Nobreza fossem a Baiona saudar o poderoso Napoleão? que lhe importava a ele que militares valorosos, mas desnorteados, fossem pela Europa fora, servir as ambições da França? ele e muitos mais saberiam cumprir o seu dever. E souberam!

 

Logo que começou a patentear-se o descontentamento do povo, o Tenente-Coronel Francisco Quevedo Pizarro abandonou a sua casa de Bóbeda e foi para Chaves, onde se entregou aos trabalhos da conspiração, até à eclosão da revolta. Há mesmo dois documentos, um assinado por João de Sousa Ribeiro da Silveira Malheiro, Coronel de Cavalaria e Governador da Praça de Chaves, e outro assinado pelos Vereadores e Procurador da mesma vila, dizendo que o  «Tenente-Coronel de Milícias do Regimento de Chaves muitto cooperou para a mesma Revollução apresentando-se immediatamente ao Illustrissimo Governador desta Praça cumprindo com exação as ordens que odito lhe dava àquelle fim, animando o Povo e a Tropa; e foy elle que arvorou huma Bandeira de Guerra no Alto do Castello da mesma villa, organizou o Seu Regimento e fez outras acçoins mais, todas tendentes à Revolução ... ».

 

Coube aos Milicianos de Chaves assegurar o cerco de Almeida pelo sector do Cabeço Negro, ou Rio Côa, a Ocidente e Sul da vila. Este cerco de Almeida, durante os meses de Julho, Agosto e Setembro de 1808, embora tivesse sido importante militarmente não merece grandes referências aos historiadores, porque ficou ofuscado pela importância militar das vitórias da Roliça e Vimeiro.

 

Sobre o que se passou na Segunda Invasão Francesa  já o deixei escrito no post de 18 de Março passado a minha versão dos acontecimentos, em que o nosso ilustre então Ten Coronel chefia uma força avançada de 2000 homens em Vilarelho e entrou por Espanha adentro até às portas de Verin onde em confrontos com as tropas avançadas dos franceses faz mais de 80 mortos. Aqui, deveria vir em seu auxilio e juntar-se no combate dos franceses o Marquês Espanhol de La Romana, que tal como o Silveira também fugiu, este para as Astúrias. O Ten. Coronel Pizarro não podendo aguentar a sua posição avançada,  regressando depois a Chaves, que entretanto já tinha sido abandonada pelo Gen. Silveira com as suas tropas, ficando o Ten. Coronel Pizarro conjuntamente com a população na defesa da Vila de Chaves, quase sem armas e numa proporção de 1 para 10 a 20 militares  franceses.

 

Já sabemos como terminaram os acontecimentos e estas invasões, com Silveira a receber louros de herói e o Ten. Coronel Pizarro a desonra da prisão e um concelho de guerra para o qual foi levado pelo Gen. Silveira e o qual a não ser inocentado, poderia ser condenado com a pena de morte. Tudo por ficar ao lado da população flaviense na defesa da Vila de Chaves e que ainda hoje passados 200 anos (vá lá saber-se porquê) esquecem o seu contributo e valentia, erguendo muros e estátuas àquele que abandonou a população e a vila de Chaves e que para o cenário agora proposto estar completo, no tal muro (dos lamentos) só falta mesmo o Marquês de La Romana.

 

 Mas, enfim, ficam as honras e o reconhecimento sincero, por humilde que seja, deste blog a este nosso ilustre flaviense em particular e outros ilustres que a terra faz por esquecer, porque há mais.

 

 

E seria injusto se não referisse também um outro oficial militar que ficou conjuntamente com o Ten.Coronel Pizarro na defesa de Chaves, o Capitão de Engenheiros José Maria, que também viria a ser preso e presente a Conselho de Guerra que também viria a ser inocentado.

 

 

Na Terceira Invasão Francesa , tal como na primeira, Francisco Pizarro estaria em Chaves no seu Regimento de Infantaria n.º12.. e por cá continuou,  pois o RI12 foi um dos 6 Regimentos que ficou encarregado de guardar as fronteiras, correspondendo ao RI 12 a fronteira Norte. Assim  quando o Marechal Massena, em 24 de Julho de 1810, entrou pela fronteira de Almeida, a comandar a Terceira Invasão, o nosso ilustre flaviense estaria em Chaves com as suas tropas na guarda da fronteira Norte, não podendo assim partilhar das glórias da célebre Batalha do Buçaco.

 

Sabe-se no entanto que no combate de Fuentes de Oñoro, já em território espanhol, travado de 3 a 5 de Maio de 1811, o nosso Regimento de Infantaria 12 comandado pelo Francisco Pizarro, também teria participado.

 

Em Novembro de 1812,  em tempo de campanha, o nosso ilustre foi promovido a Coronel e encarregado de comandar o Regimento de Infantaria 16, porque é nesta situação que o vamos encontrar em futuras acções militares através da Espanha e da França.

 

Batalhas de Salamanca e Vitória, cerco de S. Sebastian, campanha dos Pirenéus foram feitos militares em que tanto se distinguiu Infantaria 16 e consequentemente o seu comandante, Coronel Francisco Pizarro.

 

Também. sabemos que os exércitos aliados, depois de penetrarem em França, feriram, entre outras, a Batalha de Nive (do rio Nivelle), de 9 a 13 de Dezembro de 1813, batalha em que se lutou com o maior ardor para conseguir desalojar o inimigo. Nesta luta do Nive, mostrou a mais decidida valentia o Regimento de Infantaria 16, com um efectivo total de 956 homens, comandados pelo Coronel Francisco Pizarro.

 

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Em 30 de Maio de 1814 era assinado o tratado de paz e em 1 de Junho punham-se as tropas aliadas a caminho dos seus países. Terminara a Guerra Peninsular, que tantos sacrifícios nos custara, mas servira para mostrar aos povos da Europa o valor das nossas tropas, que só em fins de Julho pisaram o solo português. Com elas, deve ter regressado o Coronel Francisco Pizarro, que fora ligeiramente ferido no dia em que foi feito prisioneiro.

 

De regresso da Guerra Peninsular, o Coronel Francisco Pizarro, Comandante de Infantaria 16, deve ter aproveitado a sua permanência em Lisboa, para, em horas de paz, dedicar a sua atenção a dois problemas: a constituição do Morgadio de Bóbeda, que tanto lhe recomendara seu tio, Conselheiro Inácio Xavier, e a aquisição da Comenda de Santa Marinha, de Lisboa, com a respectiva administração.

 

Em 21 de Janeiro de 1815, o mesmo Príncipe Regente, por especial decreto, houve por bem «fazer mercê ao mencionado Francisco Homem de Magalhães Pizarro, em quem também. concorrem. serviços próprios, da Comenda de Santa Marinha de Lisboa da Ordem de Cristo, em sua vida ... ».

 

Em 6 de Julho de 1815, isto é, dez meses após o seu regresso de França, foi o Coronel Francisco Pizarro desviado do Comando de Infantaria 16, para ingressar no Corpo dos Voluntários Reais do Príncipe.

 

Pouco depois foi o mesmo Coronel promovido a Brigadeiro e mandado para o Brasil, onde com a data de 28 de Novembro de 1817, uma carta régia, firmada por D. João VI, no Rio de Janeiro, na qual se menciona que apreciam os serviços prestados por Francisco Pizarro na «pacificação da margem esquerda do Rio da Prata» . No mesmo diploma se diz que a intrepidez, a lealdade e o decidido valor, revelados pelos mesmo Pizarro no Chafalote e noutras operações militares e testemunhados pelo General-em­chefe Carlos Frederico Lecor, constituíram motivo para promover o mesmo oficial Brigadeiro ao posto de Marechal de Campo.

 

Nesta altura, Francisco Pizarro, com 41 anos de idade, começou a sentir-se minado por doença grave. E então correm paralelas e à desfilada uma série ininterrupta de triunfos e honrarias e uma sucessão de sintomas de progressiva decadência física.

 

Alguns meses depois, em 29 de Abril de 1818, o Tenente-General Carlos Frederico Lecor, comandante dos reais exércitos no sul do Brasil, que nutria a maior estima por Francisco Pizarro, manda conduzir este oficial, a bordo da corveta Voador, para a Corte do Rio de Janeiro, acompanhado dos seus ajudantes: Tenente Manuel de Sousa Pinto de Magalhães, ajudante de ordens; Alferes João de Sousa Quevedo Pizarro, ajudante de campo; Capitão graduado dos Esquadrões de S. Paulo Rodrigo Pinto Pizarro; Capitão de Fragata graduado Joaquim de Sousa Quevedo Pizarro (este último foi sempre o irmão querido de Francisco Pizarro e será o futuro Marechal de Campo Pizarro, Visconde de Bóbeda) .

 

Em 25 do mês seguinte, D. João VI lavra uma carta, na qual, «atendendo às qualidades, merecimentos e serviços de Francisco Homem de Magalhães Pizarro», o nomeia Governador e Capitão General da Capitania do Maranhão. E no mesmo dia, 25 de Maio de 1818, é lavrada outra carta régia, que concede ao Governador do Maranhão o título de Conselheiro de Estado.

 

No mês seguinte, a 15 de Junho, nova carta régia manda lançar sobre Francisco Pizarro o hábito de Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo.

 

Em 27 de Agosto, o ministro, Tomás António Vila Nova Portugal, dirige, do Paço do Rio de Janeiro, uma carta a Francisco Pizarro, autorizando-o, em nome de El-Rei, «a demorar-se em Portugal por tempo de um mez e até mez e meio, antes de partir para a Capitania do Maranhão ... » .

 

Em  9 de Setembro de 1818, era nomeado comendador da Ordem da Torre e Espada.

 

Seria o último título de glória concedido ao bravo cabo de guerra!

 

No Outono de aquele mesmo ano de 1818, o  Marechal de Campo Francisco Pizarro regressa a Portugal, à sua aldeia natal de Bóbeda,  já muito doente, vindo a falecer no dia de Reis de 1819. Tinha então 42 anos de idade.

 

O Marechal de Campo Francisco Homem de Magalhães Quevedo Pizarro, ou Maranhão, foi sepultado na igreja do Forte de São Francisco, onde já tinham sido sepultados os seus antepassados Pizarros (Bisavô, avô e pai), onde também esteve sepultado D.Afonso, 1º Duque de Brangança.

 

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Francisco Pizarro era casado com D. Antónia Adelaide de Morais Sarmento Vaz Pereira Pinto Guedes, de Vila Real, de cujo casamento nasceram 4 filhos, 3 do sexo feminino e um do sexo masculino, este de nome Inácio Pizarro de Morais Sarmento também um ilustre flaviense que já foi nosso convidado e que se evidenciou no campo das letras com um notável escritor e poeta. Sobre Inácio Pizarro ver post’s (4) de dia 8.Dez.2008 com início em :  http://chaves.blogs.sapo.pt/338064.html

 

.Inácio Pizarro, Escritor e Poeta

filho de Fransciso Pizarro

E para finalizar este longo post que por sinal até é muito abreviado para deixar aqui toda a vida deste ilustre flaviense Marechal de Campo Francisco Pizarro, que ficou também conhecido entre os seus homens como “O Maranhão”, penso que pelo seu historial e importância era digno de uma justa homenagem da cidade de Chaves. Homenagem que insisto cabia e ficava bem nestas comemorações do Segundo Centenário das Invasões Francesas, tanto mais que o o Marechal de Campo Francisco Pizarro esteve directa ou indirectamente envolvido nas três invasões dos franceses, mas principalmente na segunda, aquela que a Chaves diz respeito e que ao contrário do General Silveira, Francisco Pizarro não abandonou o povo de Chaves.

 

Mas infelizmente a história do reconhecimento dos filhos da terra vai-se repetindo e como sempre os nosso heróis são esquecidos, entretanto, aos de fora, erguem-se-lhes estátuas.

 

Também aos organizadores destas comemorações fica mal não haver um registo que seja do Marechal de Campo Francisco Pizarro, que a uns talvez se desculpe por desconhecerem a história, mas a outros, nem por isso, porque têm obrigação de a conhecer.

 

Quanto à homenagem ao General Silveira, além de a não considerar merecida, pelo menos em Chaves (talvez em Amarante) e sem me pronunciar sobre o conjunto escultórico, pronuncio-me quanto ao lugar que foi escolhido para a sua localização, onde se sacrificou parte de um belíssimo jardim e árvores centenárias para que o mesmo tenha visibilidade.

 

19
Mar09

Foto de hoje, com azulejos e sem árvores...

 

 

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Tamanha é a agitação dos dias em Chaves, que o repórter de serviço não pára.

 

Há precisamente 100 anos,  nas comemorações do Centenário das invasões francesas, em que toda a população participou, um dos dias foi destinado a actividades das escolas, que de entre muitas, uma delas constou na plantação de árvores na Alameda da Lapa. Quis a ironia do destino que passados 100 anos, por força das comemorações do 2º Centenário das mesmas invasões, algumas dessas árvores centenárias fossem agora cortadas, precisamente aquelas que incomodavam as vistas para o muro do Silveira.  Não chegou ofuscarem as vistas do Forte, e destruir o jardim, agora tinham de ser as árvores e já de seguida, lá vão mais umas dezenas de estacionamentos à vida.

 

Eu que não percebo nada destas coisas, que já se vê que isto é coisa de iluminados, e  já que o tal Silveira (o mesmo que viu as invasões lá do cimo do monte) tem uma praça com o seu nome, que por sinal depois de deixar de ser jardim se tornou bem árida, porque não colocaram o raio do muro no meio dessa praça!? – Já que está estraga e está, mais um muro, menos um muro, pouca diferença fazia.

 

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foto do muro, sem azulejos, mas com árvores...

 

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Uma nota para os azulejos do muro e a higienização do local, pois desta vez (suponho) as crianças das escolas em vez de plantarem arvores, pintaram azulejos. Pois  não é que os estão a colocar na face errada do muro, pois qualquer um vê que a face dos xixis vai ser a que está menos exposta…

 

E o repórter de serviço fica a aguardar o Silveira e o Cavalo a darem de frosques para a Serra de Stª Bárbara.

 

18
Mar09

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Os flavienses presentes, tal como os ausentes, já se devem ter apercebido pela agitação da cidade de chaves nos últimos dias, que estamos em pelas comemorações do 2º Centenário das invasões Francesas…, no entanto não é da riqueza do programa das comemorações que quero falar hoje, mas antes um bocadinho do acontecimento histórico que se comemora e do tal General Silveira a quem Chaves dá o nome de uma das praças principais e agora lhe levanta um muro em pleno jardim do Forte de S.Francisco, com cavalo e cavaleiro que se supõe ser o tal Silveira.

 

Pois esperava eu que nestas comemorações se fizesse um bocadinho de luz em prol da história de Chaves e das Segundas Invasões Francesas, mas olhando ao programa e deixando de fora o desfile de carnaval das criancinhas (o ponto mais alto das comemorações, até hoje, com alusão ao acontecimento) e o muro em construção nos jardins do Forte, nada mais há.

 

Entretanto vi por aí anunciado um colóquio “História de Chaves”, pela Academia Portuguesa de História integrado nas comemorações das Invasões Francesas, anunciado para dia 24 de Março. Disse para com os meus botões: Mais vale tarde que nunca… e ainda bem que só o disse para com os meus botões, pois do tal colóquio cheio de sessões com Professores Doutores, conhecidos e desconhecidos, de cá e de fora, vai-se falar de D.João I em 1940, da ocupação de Chaves de 1762, do “Corpus Epegraphicum”, de Chaves Medieval e da Idade do Bronze… ou seja, fala-se de tudo,  menos de Invasões Francesas e de General Silveira… boa! Ou seja, continuo sem poder dizer à minha criancinha que foi esse tal Silveira e o que foi isso da Invasão Francesa… mas esta ausência de história sobre as Invasões e sobre o Silveira, talvez não seja tão inocente assim…  ou seja comemoram-se as invasões mas não se fala delas e ao tal Silveira, levanta-se-lhe um muro, põe-se lá um “boneco” a cavalo, e prontos, “Vivam as Invasões Francesas”… ou será “Abaixo as Invasões”, é que com tanto esclarecimento estamos na mesma e talvez não convenha mexer muito na porcaria…

 

Pois se alguma coisa aprendi em história na ilustre casa do Liceu de Chaves, foi que a história tem sempre várias versões e nesta em particular da bla, bla,bla invasões francesas, fala-se das invasões francesas e do grande homem General Silveira, que estudando bem os acontecimentos e as tais versões, o tal Silveira de grande (para Chaves) até nem teve nada, antes pelo contrário, ficou muito mal na fotografia da época para o povo de Chaves, mas vamos a alguma história , resumida e relatada em acontecimentos, daquela história que também está escrita em livros, em outras versões e que vá lá saber-se porquê, ou pelas velhas questões de influências convém remeter para o esquecimento enquanto se enaltece que se devia esquecer.

 

Como esta comissão das comemorações do 2º Centenário resolveu, com manobras de diversão,  silenciar a história das invasões, fui a procura dela, e ó pró que encontrei desse herói que dá pelo nome de Silveira:

 

Vamos lá então fazer também um bocadinho de história.

 

No dia 6 de Março de 1809 as tropas francesas de Soult estava já às portas de Chaves, com o grosso das tropas em Monterrey e Verin e uma brigada de cavalaria já em Tamaguelos, ou seja a uma escassa centena de metros da nossa fronteira e de Vilarelho da Raia.

 

O General Silveira tinha sido nomeado comandante das tropas da província de Trás-os-Montes, com aquartelamento e sede em Chaves e dada a aproximação dos Franceses, destacou uma pequena força das suas tropas para um posto de observação em Outeiro Seco e outro para Vilarelho da Raia. Esta guarda avançada em Vilarelho, era composta por 2250 homens de infantaria e 4 peças de artilharia, sob o comando do Tenente Coronel de infantaria 12, Francisco Homem de Magalhães Pizarro (registem este nome).  O Tem.Coronel Pizarro não se ficaria por Vilarilho e entrou em território espanhol até 15 quilómetros além da fronteira, tanto que no dia 7 de Março estava em cima do inimigo francês, combatendo contra um regimento de infantaria e um esquadrão de dragões, causando-lhes numerosas baixas e 80 mortos, retirando de novo para Vilarelho da Raia, apenas quando Soult manda duas brigadas de infantaria para os repelir.

 

No dia 8 de Março o General Silveira foi pessoalmente espreitar o inimigo que se encontrava acampado em Oimbra e Tamaguelos. Ao ver as tropas francesas reconheceu a impossibilidade de se opor às sua marcha sobre Chaves ou seja, na gíria diz-se “tremeram-lhe os tin-tins” e de rabo entre as pernas manda retirar as nossas tropas do posto de observação de Outeiro Seco. Entretanto o Tem. Coronel Pizarro (e já disse para fixarem este nome) continuava por Vilarelho da Raia firme e hirto.

 

E nestes entretantos o grande Silveira vai a caminho da Vila de Chaves onde quando chega, reza a história que: “ seria loucura tentar a defesa de Chaves que de antemão se via não poder ser profícua” e diz mais “ ponderando as circunstâncias e não querendo sujeitar a população da vila ao furor dos vencedores, deliberou sair da praça de Chaves com as suas tropas” o que popularmente dizendo se diz: “borrou-se todinho e fugiu”. Entretanto o Pizarro ainda está em Vilarelho e o povo de Chaves ao ver o Silveira a dar de “frosques”, acusa-o de jacobino e traidor e entre muito barulho e protestos o povo de Chaves dizia as tropas de Silveira que era possível defender Chaves, tentando assim convencer as tropas a ficar e a virá-las contra Silveira… mas com o povo de Chaves apenas ficou o regimento de milícias de Chaves, as ordenanças e alguns poucos militares de Silveira que aderiram à causa do povo flaviense.

 

No dia 9 de Março, o Ten. Coronel Pizarro não podendo suster mais a sua posição em Vilarelho, regressa a Chaves, onde adere à causa do seu povo flaviense ficando a comandar as poucas tropas que restavam para a defesa de Chaves.

 

Ao que consta, Silveira não gostou da decisão do Ten. Coronel Pizarro e dia 10 de Março, acompanhado por alguns oficiais superiores veio de novo a Chaves e reuniu um conselho militar que deveria decidir se sim ou não a praça de Chaves poderia resistir à invasão do inimigo.  A maioria do Silveira resolveu que não, ao qual o Silveira exigiu que cada vogal do conselho apresentasse por escrito o seu parecer. Reza a história, que estavam eles a escrever o seu parecer quando na praça houve rebate de que o inimigo estava a entrar em Chaves e de novo, o Silveira e os seus oficiais fugiram para a Serra de Stª Bárbara. Nesse mesmo dia o Marechal Soult enviou uma intimação ao General Silveira para que entregasse a praça de Chaves.

 

Entretanto já as tropas de Soult estavam próximas de Bustelo e no dia seguinte, 11 de Março, Chaves recebeu a intimação de Sult para que as tropas ainda em Chaves e fiéis aos flavienses (comandadas pelo Ten.Coronel Pizarro) se rendessem, a fim de evitar a efusão de sangue.

 

O Tem. Coronel Pizarro ao receber a intimação manda um cadete ao encontro do Gen.Silveira para lhe participar a intimação e saber dele a sua determinação ao respeito. O Gen. Silveira reúne de novo os seus oficiais num novo conselho militar  e delibera assim: “ que quem da defesa de Chaves se encarregara contra as sua ordens, continuasse a mesma defesa ou entregasse a praça, procedendo a seu arbítrio” - Grande Silveira.

 

Claro que o povo de Chaves continuou por sua conta a defesa de Chaves e claro está também que os franceses entraram por Chaves adentro tal como o trigo limpo faz farinha amparo. A guarnição da praça de Chaves ainda argumentou com alguns tiros contra o inimigo e o Tem Coronel Pizarro ainda ia mantendo as esperanças de que o General Silveira viria em socorro de Chaves, mas tal nunca aconteceu. Na noite de 11 de Março, sem qualquer auxilio de Silveira, e contra os argumentos de uma força desigual, o Ten.Coronel Pizarro para evitar um banho de sangue dos flavienses, resolveu capitular, dado conhecimento disso ao inimigo.  Os franceses entraram em força e triunfalmente em Chaves às 8 horas da manhã de 12 de Março e prenderam toda a guarnição, no entanto e num gesto de boa vontade, viria a libertá-los pouco mais tarde, mandando-os recolher às suas casas, com o juramento de não pegarem mais em armas contra os franceses.

 

Entretanto Soult programava nesse mesmo dia o avanço em Portugal fazendo crer ao General Silveira que avançaria por Vila Real e pelo Marão, Amarante até ao Porto, mandando avançar algumas tropas de encontro à Serra de Stª Bárbara às quais o General Silveira respondeu fugindo nesse dia para Oura e no dia seguinte para Vila Pouca de Aguiar. Enganado o lorpa, Soult seguiu tranquilamente o seu destino ao Porto, mas em direcção a Braga.

E hoje ficamos por aqui, com outra versão da história que também está em livros e documentos, e agora pergunto eu – O General Silveira merece em Chaves um praça com o seu nome!?

- Pelos vistos merece, pois já a tem. E pergunto novamente – Merece o muro que estão a erguer em sua honra, onde dizem vão colocar uma estátua com ele montado a cavalo!?

 

- Pelos vistos também merece, pois já está em execução e até fere as vistas e um monumento nacional (o IGEPAR parece que disse que sim à coisa – a desculpa, embora não inocentes, cai sempre em cima deles).  Curiosamente, até na estátua, quer o fatal destino que a imagem do homem seja a fugir em direcção à serra de Santa Bárbara.

 

E para finalizar a última pergunta – Que é feito da justa homenagem aos flavienses e ao Tenente Coronel de infantaria 12, Francisco Homem de Magalhães Pizarro, que sozinhos e quase sem armas fizeram apenas com a sua valentia frente aos franceses!?

 

Começam a compreender agora porquê se comemora o Bicentenário da Segunda Invasão Francesa, mas não se fala dela!?

 

Mais adiante talvez vos conte o acto heróico do General Silveira, ou aliás, conto já, para o assunto ficar de vez arrumado.

 

Então tínhamos deixado o Gen. Silveira em Vila Pouca e, enquanto o grosso das tropas francesas se dirigiam ao Porto via Braga, um pequeno destacamento de franceses foi indo atrás do Silveira e este ia fugindo. Pelos vistos em Vila Pouca os franceses abandonam a perseguição ao Silveira. Entretanto os dias vão passando e no dia 18, o Silveira, não tendo novidades do inimigo francês, mandou fazer um reconhecimento em direcção a Chaves e como este se foi fazendo sem qualquer obstáculo, ele próprio (valentemente) com as suas tropas vai regressando a Chaves, chegando à Serra de Stª Bárbara no dia 19. No dia 20, aproxima-se de Chaves, sem qualquer oposição ou resistência da guarnição francesa e apenas na entrada da Vila encontrou alguma resistência por parte dos franceses que ficaram de guarda à Vila de Chaves. Os franceses, agora inferiores em número e uma vez que o grosso das tropas já combatia na proximidades do Porto, fugiram e fecharam-se no Forte de S.Francisco. Reza a história que o Silveira  “em rijos combates que decorreram durante os dias 21, 22, 23 e 24 de Março”  foi aguardando pela rendição dos franceses, como eles não se renderam, no dia 25 mandou ir lá buscá-los, e prontos! Assim se faz um herói.

 

É pois de todo merecido este muro da vergonha do General Silveira mostrando o momento em que ele cavalga na sua fuga de Chaves para a montanha, deixando para trás indefesa a população da Vila de Chaves, que pela certa será inaugurado com pompa e circunstância pelo Sr. Presidente da República, na presença das autoridades civis, militares e religiosas e com o povo papalvo de Chaves a assistir e a aplaudir! E bota foguete para o ar! Pum!

 

Eu não vou!

 

Visto.

publique-se!

 

Até amanhã!

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