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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

25
Fev25

UM OLHAR SOBRE A PAISAGEM – DIA DE INVERNO


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UM OLHAR SOBRE A PAISAGEM – DIA DE INVERNO


O Sol começou agora mesmo a levantar-se. Primeiro, a bocejar por entre os lençóis de neblina com que se tapa. No Inverno, levanta-se mais tarde. Ou recusa-se, mesmo, a levantar-se. A debruçar-se, por pouco tempo que seja, lá em cima, à janela da sua casa. E a terra fica mais fria sem o calor dos seus raios. E menos alegre sem a claridade do seu esplendor. Mas o Sol, talvez para se fazer mais desejado, esconde-se atrás do reposteiro cor de cinza que veste a abóbada do céu. E não se mostra, o maroto. Não dá sinal de si. Não se vê rasto dele. Às vezes, entretém-se a pregar destas partidas dias e dias a fio. Ainda que saiba muito bem a falta que faz.


As aves queixam-se:


— Sem o Sol tiritamos de frio.


Os homens dizem:


— Quem dera que o Sol desponte.


A terra pede:


— Anda, meu amigo. Vem até mim que morro de saudades. Bem sabes que sem ti não sou ninguém…


É nesta altura que o Sol não resiste mais e aparece. Feliz por se saber amado mostra-se lá em cima. E retribui à Terra a sua prova de amor com o beijo mais dourado dos seus raios.


Já desperto, eis o Sol, nesta manhã de Inverno, curioso como só ele, a espreitar por tudo quanto é canto. Dá os bons-dias e lá começa, num afã, a tornar mais luminosos e menos frios os campos onde a geada de manso se instalou.


Entorna-se pelo povoado. Cobre os caminhos e as telhas das casas enfeitadas de musgo. Espreguiça-se nos muros onde trepam como estrelas verdes as folhas da hera. Desce ao rés do mar e cumprimenta as ondas, meninas buliçosas em correrias loucas. Sobe ao monte e deixa-se rolar por ele abaixo a brincar às escondidas pelos moitões de tojo e urze roxa, pelos tufos de rosmaninho e alecrim, pelos maciços de giesta, de cardos e silvados.


A manhã alonga agora o passo pelos campos fora. E não se detém. Na pressa de chegar ao fim do dia nem sequer repara no tapete de azedinha e de trevilho, lado a lado, como dois bons amigos que muito se prezam. Onde está um, está o outro: o trevo-dos-prados no anseio de nascer com quatro folhas, para dar sorte à mão que o descobrir. As azedas, a enfeitá-lo de amarelo, nas pétalas que fecham ao entardecer. Mas o azevinho também marca encontro nesta altura do ano. Num emaranhado de picos e segredos, contente por se saber esperado, desponta pelas toiças a mostrar as bagas vermelhas na folha envernizada.


Sem quase se fazer notada, a tarde toma agora o lugar da manhã que parte. Instala-se, sacode o algodão das nuvens e põe-se toda de um azul-celeste. Tão azul se põe, que o céu se confunde com o mar, a mostrar-se lá ao longe, aos olhos do povoado. Parecem um só de braço dado: o mar e o céu. Porém, verde e não azul, fica o mar quando está zangado e cinzento o céu, quando, sem revelar porquê, a tristeza o invade.


Aos poucos, a cor azul-celeste deu lugar ao tom azul-escuro. Sinal de que a noite vai chegar. As nuvens, vindas de um sítio que só elas sabem, correm, correm pelo céu fora como se tentassem agarrar o vento. Agarrar o vento? Oh, não! O vento é que as empurra! E elas não protestam. Obedecem. Umas atrás das outras, num galope sem freio à sua frente.


Com o vento, veio a noite, agasalhada na sua capa de breu. É nela que a noite oculta a escuridão que lança sobre a Terra para que esta adormeça. E também as sombras que num bailar constante têm por missão velar-lhe o sono, até que a Terra desperte e o dia amanheça.

 

Soledade Martinho Costa
Do livro «Histórias que o Inverno me Contou»
Publicações Europa-América
Foto: Fernando DC Ribeiro (Barroso, Castanheira)

 

 

18
Dez24

Cidade de Chaves - Um olhar...

Madalena


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A caminho da noite mais longa do ano, que ocorrerá na noite da próxima sexta-feira, com o inverno a chegar já de dia, às 9H21 de sábado, vamos ficando com os dias frios, as neblinas e nevoeiros matinais, dias húmidos a fazer com que os agasalhos sejam bem-vindos e bem recebidos, com os nossos corpos a agradecer. Venha lá o inverno que nós cá estaremos para o receber.

 

Boas-festas!

 

 

 

23
Fev24

Ruas floridas para dias frios de inverno

Cidade de Chaves - Rua 25 de Abril


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Segundo as previsões meteorológicas do meu telelé, que não são lá muito certas mas, mais vento menos vento, mais chuva ou menos chuva, mais quente ou mais frio, de vez em quando lá vai acertando, para hoje em Chaves iremos ter uma temperatura mínima de 3º e máxima de 8º, com um aviso de neve ou gelo intenso… mais logo, para o fim do dia, lá se verá como correram as coisas, seja como for, a natureza continua a comportar-se como sempre, imprevisível numas coisas, mas previsível noutras, e em algumas, tanto lhe faz que esteja frio, calor, chuva, vento, neve, nevoeiro ou o que vier, que venha, pois chegada a horinha delas, tanto lhes faz, estão-se a borrifar para o tempo e lá se manifestam como podem e sabem, e as malucas das magnólias são seres dessa espécie, chega o seu tempo e botam as flores cá para fora, a folha lá virá depois e até está bem assim, eu gosto, primeiro dá-nos todo o seu esplendor sem folhas a atrapalhar ou ofuscar o seu brilho, e quando o sol já teimar em andar por cá todos os dias, aí sim, teremos as folhas refrescar os nossos passos ou o nosso estar, e de borla…

 

Faça o favor de ter um bom fim de semana e se vir a neve, que venha, nós cá estaremos à espera dela, para já ficamos com o frio, mas com uma imagem das nossas ruas floridas.

 

 

27
Dez23

O Brunheiro e os dias frios de Inverno


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Tenho a Serra do Brunheiro por companhia, é para onde todas as manhãs lanço o primeiro olhar para sentir o pulsar dos dias.

 

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Nestes dias de Inverno, por vezes as nuvens baixas fazem a névoa no grande planalto do Brunheiro, transformando-se em gelo a quem se quer impor à sua passagem. Gelo no planalto que ditam os dias frios no vale, daquele que dói quando através das roupas se entranha até nos chegar ao corpo.

 

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São dias cinzentões que têm todos os ingredientes para serem odiados… mas quer o destino, ou sei lá o quê, que eu goste deles assim, tal como a flor que lá no alto da serra enfrenta o frio que a atravessa e não verga, mesmo que doa …

 

Um bom dia…frio.

 

 

06
Jan23

Chegou o frio e o nevoeiro

Cidade de Chaves


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Agora sim, estamos no inverno, naquele inverno que é tão típico em Chaves, com frio e nevoeiro, daquele que já cá está quando  o dia nasce e fica até à noite e que faz saber bem estar em casa, de preferência com lareira. Pessoalmente até gosto dos dias assim, mesmo com o frio que às vezes chega a doer, e os ossos se queixem, mas é bem melhor que os verões de inferno, agora é só acrescentar mais uma ou duas peças de roupa, gorros, luvas e cachecóis, ao invés do verão, que se alivia a roupa até à última peça, o problema está, quando chegados aí, já não há mais nada para tirar…

 

 

30
Dez22

Mais um dos nossos dias

Cidade de Chaves


1600-(42188)

 

Mais uma imagem dos nossos dias cinzentões e bem regados para terminarmos este ano, ou quase, pois o dia de hoje, parte dele, já se foi e só falta o dia de amanhã para acabar o 2022 e entrar o 2023. Será mais um ano que a gente com fé espera que seja melhor que o anterior. Para o ano, por esta altura, logo veremos como foi.

 

Até amanhã!

 

 

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