De regresso à cidade...
Cá estamos de novo de regresso à cidade, hoje com uma passagem pelo Forte de São Francisco. Desta vez fazemos o regresso ainda de noite… e podia continuar com esta escrita páginas e páginas, seguidas, a mentir-vos com verdades. É assim um pouco parecido com o que se faz na política, na história e até na poesia e literatura em geral. Para ser sincero, estou irritado. Esta imagem que vos deixo irritou-me, aliás a irritação já aconteceu no momento em que a tomei, tudo porque não era este o seu melhor enquadramento, mas fui obrigado a desviar um bocadinho a objetiva para não apanhar um coisa que não queria apanhar…vai daí, no momento de escrever estas linhas, pus-me a meditar sobre coisas que me irritam, o porquê de esta imagem me irritar se até gosto dela? ou, por exemplo o Camões, ou melhor, o Camões em nada me irrita, embora não seja um autor que eu leve de férias para ler ou que aprecie a sua obra, contudo há até alguns momentos dos quais gosto. O que me irrita em Camões não é o Camões, mas o culto que se faz à sua volta. Tal como acontece, por exemplo, com o 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O que faz o Camões no meio de Portugal e das Comunidades Portuguesas!? Porquê raio temos de estar sempre a evocar e a regressar a época dos descobrimentos!? Porquê raio se está sempre a falar de “Os Lusíadas” e ninguém refere e poucos são os que conhecem a “Peregrinação” e Fernão Mendes Pinto!?. É, desde que descobri que a primeira História que aprendi estava manipulada e que havia outra História para além dela, nunca mais fui o mesmo e de vez em quando, quando penso nisso, irrito-me, tal como me irrita esta adoração de mitos e as mentiras da nossa história feitas apenas com as verdades que convêm, deixando de fora as verdades que a questionam ou desacreditam.
O que vale é que embora estas coisas me irritem, em nada perturbam o meu sono! Cada um acredita naquilo que quer!