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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

26
Fev19

Largo do Arrabalde e alguns lamentos


1600-(47161)

 

Pensei que com o tempo lá me iria habituando ao que fizeram a este largo, mas não, aliás quanto mais o tempo passa, menos gosto da solução aqui adotada e que, comparativamente com o Largo das Freiras, o atentado aqui cometido foi bem maior, com a agravante de que aqui, pouco ou nada se pode fazer para melhorar este espaço, enquanto que nas Freiras ainda estão em aberto melhores soluções. No entanto o que mais me entristece, ou melhor, o que mais acrescenta ao meu desagrado é que a minha geração viveu intensamente grandes momentos da cidade de Chaves e de Portugal nestes dois largos (Arrabalde e Freiras),  e foi precisamente o pessoal da minha geração que os violou, sem qualquer respeito.

 

 

15
Set10

Hoje há feijoada (só falta ser à barrosã)!


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Penso que para todos nós, a nossa terra é sempre a nossa terra, ou seja, é a nossa, e pela certa, penso que acontece com todos, a nossa é sempre a melhor do mundo, é sempre do alto que a vemos e é sempre lá no alto que a pomos… mas a realidade!?

 

Claro que como flaviense, Chaves, é também para mim a melhor terra do mundo. É aquela onde sempre regresso, é a minha casa em tamanho grande, mas, embora digam que o amor é cego, não o é. Talvez a paixão o seja, mas o amor não o é. Aliás, o amor eterno, os eternos amantes, amam eternamente porque reconhecem os defeitos naquilo que amam. Reconhecem e lá os vão aceitando, porque o amor , as coisas boas do amor, se sobrepõem aos defeitos que possam existir nessa relação amorosa. Não quer isto dizer que os defeitos do amor se aceitem, antes, suportam-se mas, se amamos verdadeiramente e aceitamos,  também tentamos por todos os meios limar os defeitos que molestam o amor.

 

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Não costumo por aqui comentar ou referir-me àquilo que os colaboradores deste blog trazem por cá nos seus textos, mas hoje quero fazê-lo em relação ao texto de ontem de António Roque.

 

Quem conhece o António Roque, independentemente da sua profissão e ideologia política, sabe que ele é um verdadeiro filho e fervoroso amante de Chaves e como tal, também como eu, e penso que todos os verdadeiros flavienses, querem uma cidade de Chaves melhor, contudo, o António Roque não é cego, eu também não e os tais verdadeiros flavienses também não o são e, sabemos comparar, elogiar mas também lamentar a cidade ou o que acontece ou não acontece nela.

 

Embora este blog seja visitado regular e diariamente por um número considerável de pessoas, poucas são as que se atrevem a vir por aqui deixar um comentário e a sua opinião. Não as critico por isso, aliás eu que acompanho diariamente alguns blogs, faço precisamente o mesmo, raramente comento, mas quando o faço, além de deixar a minha opinião, deixo o meu nome, mesmo sabendo o risco que corro em ser conotado com isto ou com aquilo, por mais isentos que sejamos.

 

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Ontem previa que aparecessem comentários (anónimos como convém) a conotar o texto do António Roque com a política partidária. E tal aconteceu, tal como acontece diariamente com todas as opiniões diferentes que se possam ter e, então trazer Montalegre e os feitos de Montalegre, ou de Boticas ou de Valpaços a este blog e comparar com aquilo que se faz em Chaves, é logo política e nunca o lamento sincero daqueles que verdadeiramente lamentam que em Chaves não aconteçam coisas.

 

Pois pessoalmente penso que o António Roque na sua crónica de ontem até foi muito brando nos seus lamentos, porque de facto em Chaves nada acontece e se às vezes até se fazem coisas, ninguém dá por elas e este verão foi um bom exemplo disso e só mesmo o conformismo dos flavienses e a falta de visão e falta de sensibilidade de quem tem os domínios de Chaves na mão (para não lhe chamar outras coisas) é que não se apercebe que para além do movimento natural das pessoas e das ruas, em Chaves nada acontece digno de realce,  ou que ponha Chaves no mapa dos acontecimentos.

 

É inevitável comparar Chaves como os nossos concelhos vizinhos e custa aceitar que uma vila como Montalegre, marque pontos nos acontecimentos que são notícia a nível nacional e com muito menos recursos (mas mesmo muito menos) que a cidade de Chaves tem. Sem recursos, mas com ideias, trabalho e persistência em construir tradições que nunca antes por lá tinha existido. A bruxaria e as sextas-feiras 13 são um bom exemplo disso, mas também a feira do fumeiro, o parapente e a promoção constante da gastronomia, onde até o presunto de Chaves conseguiram certificar com o nome de presunto do barroso.

 

Claro que por cá, falta-nos um Padre Fontes, ou talvez até nem falte e, o que falta mesmo  é apenas quem apoie boas ideias e gente capaz para as aceitar e levar por diante…

 

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E agora pergunto eu aos anónimos e a outros seguidores politiqueiros – O que aconteceu (digno de realce ou de notícia) neste verão em Chaves!? A não ser o fogo de artificio das festas da cidade (ao qual este ano não pude assistir porque não estava cidade), não me lembro de nada, talvez excepção para a Bienal, que até é um acontecimento de realce, mas que, talvez (não duvido)  nem uma centena de pessoas passaram por lá… e porquê!? - Que pense quem tem de pensar e que não me venham como de costume, dizer que foi um sucesso.

 

Reconhecer o marasmo flaviense e reconhecer que os nossos vizinhos fazem melhor que nós será não ter amor por Chaves!?

 

Fica a questão. Eu não tenho dúvidas quanto à resposta… ou como diz o ditado “dá Deus nozes a quem não tem dentes” e, creiam, que em Chaves há muitas nozes…

 

Desculpas para o António Roque por me aproveitar da sua crónica para trazer (também)  aqui os meus lamentos.

 

 

 


25
Jan08

Elogios à cidade!


 

Bem sei que hoje deveria ser dia de lamentos, mas tal como ontem disse, talvez vá mesmo para os elogios. Há dias assim…
 
Nos dias assim…gosto de me refugiar na poesia dos meus poetas e, dependendo dos dias, assim, vou puxando por um ou outro de entre os meia-dúzia que a vida me ensinou a seleccionar para ter o poeta certo no momento certo. Todos eles portugueses, e conforme o tal momento assim vou puxando por Ruy Belo, por Pessoa, por Eugénio de Andrade, por Torga ou por António Aleixo. Às vezes, há ainda momentos especiais, em que outras palavras também especiais são povoadas por outros nomes, mas são momentos raros.
 
Hoje o momento é de António Aleixo, pois este homem, em tom populacho, tem resposta para todas as questões e sentimentos…
 
Digo sempre que estou bem
- Quanto mais sofro mais canto –
P`ra quê chorar?... se ninguém
Me quer enxugar o pranto!
 
Pois também eu hoje não vou chorar nem lamentar-me. Estou com o elogio e bastou-me ver as notícias das primeiras páginas dos jornais locais de hoje para ficar assim, com o elogio.
 
Começando pelo “A Vos de Chaves” que em letra garrafais nos dá conhecimento de que a “Secção Policial de Chaves pode ter os dias contados” e continua “depois do Tribunal Administrativo e de mais, recentemente, a Maternidade, a cidade de Chaves poderá estar a ponto de perder a Secção Policial de Chaves,…”. Embora pelas notícias e pelos tempos modernos se lamente que os flavienses andem distraídos no que toca a fazer filhos, já fico satisfeito que em Chaves não haja razões para se manter um Tribunal Administrativo e, muito mais satisfeito fico em saber que a polícia também não nos faz falta. Na realidade é bom saber que ainda somos uma cidade pacata, pacífica e provinciana onde sempre se soube resolver os problemas caseiros. Em Chaves raro é o dia em que há um distúrbio da ordem pública, droga não há, assaltos há poucos e geralmente é gente carenciada e, se não fosse por de vez em quando a policia andar por aí a calçar os carros de amarelo, nem dava-mos conta da sua presença. Assim aqui fica o meu elogio para quem de Lisboa tão sabiamente decide.
 
Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência!
 
Outras das notícias que além de elogiar me orgulha, é a dos comerciantes tradicionais cá da terrinha.
 
Chaves – Comerciantes descontentes
 
Centro histórico necessita “medidas urgentes”
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Até que enfim que se dão conta de que o centro histórico necessita de medidas urgentes, e não só se dão conta disso como apontam medidas e soluções para a resolução de todos os problemas (ou alguns importantes) “ Abrir a rua direita ao trânsito automóvel, Parque de estacionamento no Largo de Camões com entrada pela Ladeira da Trindade e como há muito espaço, também um quiosque no largo. Não fechar o trânsito na Ponte Romana é outra das soluções apontada pelos comerciantes e dão-nos a todos um lição de cavalheirismo e civismo de respeito até, ao não mencionarem uma única vez as grandes superfícies comerciais. Portanto também não são invejosos.
 
Para reforçar esta luta pela revitalização comercial do Centro Histórico, a ProCentro – Associação para a Promoção do Centro Histórico, tem marcada para amanhã, Sábado, uma marcha de sensibilização pelas principais artérias comerciais da cidade que terminará num Workshop de capoeira e distribuição de T-shirts.
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Nem há como ter um comerciante descontente para que as soluções apareçam para o nosso centro histórico. Até fico sem palavras e se eu fosse do Dr. Marcelo, dava-lhes nota 20 pelas soluções encontradas.
 
É menos parvo, a meu ver,
O que o é, sem que se veja,
Do que aquele que, sem ser,
Se faz parvo, sem que o seja.
 
Um elogio também para o festival dos “Sabores e Saberes de Chaves”, pois fiquei a saber pelo Notícias de Chaves que o festival foi “Um sucesso em número de visitas e produtos vendidos” pois segundo a organização “Estima-se que, durante os três dias, tenham visitado o evento mais de 25 mil pessoas e sido vendidas mais de oito toneladas de fumeiro”
 
Eu também lá fui, vi e ouvi os Gaiteiros de Verin, que diga-se, gaitaram muito bem e comprei duas garrafas de vinho da Quinta de Arcossó, que é carote, mas muito bom, mesmo bom, aliás recomendo-o a qualquer apreciador de vinhos.
 
Penso que o Toy também foi o sucesso que se esperava!
 
Entretanto um elogio também para o Casino, que tal como prometia lá abriu as suas portas e segundo testemunhas, para abarrotar. Alguns dos meus conhecidos e amigos (quase todos) lá foram e, o discurso entre eles, era quase indêntico – “eu, com 20 Euros, estive lá meia hora” pois “eu com 10, estive lá 45 minutos” dizia outro. Houve no entanto quem tivesse a coragem de ter jogado 20 euros só de uma vez. Todos perderem, mas a verdade seja dita, todos gostaram e saíram de lá satisfeitos e também mais leves.
 
Os que vivem na grandeza
Dizem, vendo alguém subir:
- Há que manter a pobreza,
P`ra gente não cair.
 
Quem parece que se associou à festa do casino, foi a BT ao marcar presença numa das rotundas de regresso à cidade. Estes rapazes, como sempre, demonstram o seu sentido de oportunidade e dever ao mostrarem-se atentos a todas as movimentações da cidade. Um elogio e um bem-haja para eles.
 
Quando a noção do dever
Nos der ampla liberdade
Acabará por esquecer
A palavra «caridade»
 
E por último, outra vez as passadeiras da cidade, mas agora para dar conta aqui do que está bem feito e, por isso, fica aqui o meu elogio para os trabalhos e abolição (espero) das passadeiras da rotunda da Praça do Brasil e para as podas feitas nos arbustos que tapavam a visibilidade nas passadeiras da Escola da Estação. É um princípio.
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O que era a noite sem o dia?
E a luz sem a escuridão?...
O contrates é a razão
Por que a gente os avalia!
 
Quando os trabalhos são bem feitos, só há que elogiá-los e quando as notícias são boas, sentimos logo o enaltecer do ser flaviense.
 
 
“E prontos!”, neste último post de lamentos, pois na próxima Sexta-Feira já vai haver discursos sobre a cidade, troquei os lamentos pelos elogios, pois se Deus, que é Grande, nos deu os olhos para ver, os ouvidos para ouvir e a boca para falar e dizer, foi para realmente vermos, ouvirmos e falarmos, e daí nos lamentamos quando há que lamentar, e elogiamos quando há que elogiar.
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Também para este pensamento encontro uma quadra de António Aleixo:
 
Antes cego, surdo e mudo
Que, entre tanta gente honrada,
Ouvirmos e vermos tudo
Sem podermos dizer nada!...
 
Até amanhã, numa aldeia de Chaves próxima de si.
18
Jan08

Chaves, cidade «porreira» e «pimbeira»!


E como hoje é Sexta-Feira de lamentos e ainda antes de entrar-mos por uma aldeia, excepcionalmente temos um post extra, um lamento também, de alguém, flaviense ausente, que é bem conhecido da blogosfera flaviense e que consideramos, quer pela amizade e fidelidade que tem mantido com os blogues, quer com os seus autores e com toda esta região flaviense.
 
 
Chaves, cidade «porreira» e «pimbeira»!
 
Hoje, amanhã e depois aí se realiza a Convenção de Ranchos, Grupos e “Pimbeiros”!
E «habilidosamente» se aproveita para montar um envergonhado número de barracas com amostras dos excelentes produtos da Nossa Terra!
A Feira dos Sabores e dos Saberes, mais do que propaganda dos produtos da Região, é uma boa oportunidade para os pantomineiros «Pimba», do costume, acrescentarem «feitos» aos seus «anos de carreira».
Se os promotores do evento acreditassem mesmo na Qualidade dos Produtos Regionais   -   o que até nem era difícil, nem favor algum, pela evidência da excelência dos mesmos   - organizariam um certame com o devido realce dos próprios produtos e produtores.
E, até, no lugar ou na hora de tanta palhaçada em palco, realizariam palestras, colóquios, conferências sob temas Regionais!
Mas, na verdade, não é a promoção dos «Sabores e Saberes» dos Flavienses que lhes interessa.
Eles, esses edis narcisistas e demagógicos   - e até ingratos   - aproveitam uma imitação grosseira do que, Muito Bem, fazem os seus vizinhos do Alto-Tâmega, e misturam o prestígio dos produtos da Região com produtos «pimba».
Montalegre realizou a sua Feira Regional.
Constituiu um verdadeiro sucesso para o conhecimento, divulgação e prestígio de Barroso.
Estivemos lá.
E não precisou de pantominas, nem de «play-back»!
O certame estava muito bem organizado.
Os visitantes foram lá para VER e COMPRAR os produtos Barrosões e não tiveram a distraí-los enxurradas de «verdadeiros artistas».
Qualquer barrosão e agente de autoridade mostrava agrado e atenção em orientar as visitas.
As bancas estavam bem adornadas com os produtos e os expositores irradiavam simpatia.
O ambiente era festivo e afectivo. E os tocadores de Concertina e/ou Acordeão apareciam bem acompanhados de cantadores, alegrando e divertindo a multidão.
Foi uma Feira que mais pareceu uma Convenção de Família!
 
Aí por Chaves, essa «chachada» de Feira dos Sabores e Saberes não passa de uma mal-disfarçada habilidade para aumentar «os índices de popularidade» de gente que confunde o grau de «peneiras» com o grau de competência ou de aplicação ao Serviço!
A maioria dos que aí forem será composta pelos papalvos e mirones costumeiros, mais para verem os «brinquedos» com pés de barro do que para apreciar e comprar as preciosidades expostas por meia dúzia de tristonhos representantes das coisas boas da Nossa Terra.
O panfleto publicitário diz mesmo do engodo que se trata!
 
E Chaves continua a ser uma cidade «porreira», porra!
 
O Jornal “Público”, de ontem, faz-se acompanhar de um suplemento dedicado a CHAVES.
Pelas contas do distribuidor, 70.000 leitores ficarão a saber onde fica e como chegar à ««Eurocidade que novos caminhos abre à cidadania de base dos europeus»»!
Saxões, bretões, «franciús», malteses, e outros ões, acos, eses e anos, tomai lá, que é para ficardes «gregos»!
 
Chaves é mesmo uma cidade fantástica!
 
A auto-estrada que lhe passa ao lado liga-se-lhe em Curalha, tão envergonhada que nem uma placazita a indicar saída para as “Caldas” lá existe. Para Boticas e Carvalhelhos é que é o caminho!
Lá mais à frente, apertada por Valdanta, Bustelo e Outeiro Seco, lá aparece uma quelhazita, à tropeçar em casitas e casas atrapalhadas com a passagem aflita e o cruzamento assustado de viaturas que vão ou que vêm.
Os «bons acessos» prometidos no título da página 8 e figurados na 9, são um rico engodo para as entradas na cidade.
 
“É uma revolução silenciosa a que se está a viver em Chaves”, diz o Destaque 1.
É verdade, sim senhor.
Aos Flavienses, paulatinamente vai-se-lhes tirando o pio!...Aí parirão as Galegas e as ricaças de fora! As grávidas, os doentes da cidade e do Concelho que vão para os «rais que os parta»…ou para Vila Real!
É evidente que para esses edis (partidocraticamente eleitos), os Flavienses estão em primeiro lugar ….nos «apartados de balanço»…ou «nas sobras das suas iluminadas técnico-tácticas de estratégias de inovação e progresso»!
 
Querem lá saber que o rio meta nojo, e os ribeiros cheios de lixo; que na Veiga se construa ao calhas; que os 1.ooo metros vendidos se escriturem 10.000, ou 100.000; que o saneamento de uma Freguesia fique a meio; que Serviços Públicos fundamentais para a qualidade de vida, saúde e segurança sejam eliminados; que os monumentos históricos caiam aos pedaços, ou se atulhem de desprezos; que os muros das moradias dos «novos-ricaços» açambarquem os espaços públicos; que os Cafés não ganhem para o papel higiénico e a limpeza das retretes - porque os convidados visitantes não querem pagar multa por mijarem e fazerem cocó à esquina ..da Câmara …ou do polícia; que os doentes passem horas a gemer nos corredores do Hospital de Vila Real… ou a 100 metros da porta de entrada, na bicha das ambulâncias; que homens e mulheres «na força da idade» continuem a «pirar-se» para a estranja (de dentro ou de fora) à procura de trabalho e de sustento; que por aí se criem 1oo postos de trabalho à custa de 3oo despedimentos por fecho dos negócios tradicionais; querem lá saber!...Querem lá saber!...
 
QUEREM LÁ SABER!
 
Querem, querem!
 
Ora vejam que «««assumindo uma estratégia de desenvolvimento confiante e ambiciosa, a CMC – seguida de perto por dezenas de investidores – está a posicionar a cidade não como uma terra de fronteira, periférica, mas como o centro nevrálgico para uma vasta Região que engloba o Norte de Portugal e a Galiza, desde o Porto a Vigo»»».
 
Lá se vai BRAGA – Porto e Guimarães- por um Canudo!!!
 
“”Nenhuma cidade está em melhores condições de ser este pólo unificador”””, começa o 2º§ da página 6!!!!
Que grande descoberta!
Que divina revelação!
 
Os vocábulos «projecto», «estratégia», «estratégico», «vantagens», «benefícios», «investimento», e mais uma caterva deles, são usados (e abusados) exaustivamente pelo arrazoado habitual das comunicações (seja por que meio for) dos «órgãos competentes» e dos relatores encomendados para o suplemento do”Público”.
 
O «líder» da autarquia diz, a torto e a direito, que “”há, da parte de Chaves, uma natural liderança estratégica (esta não podia faltar) dos concelhos à volta””.
Bem arranjados estavam Boticas, Montalegre, Vila Pouca e Valpaços (e Vinhais) se estivessem à espera das iniciativas, das «lideranças» de (desta) Chaves!
O que lhes vale é que, enquanto os autarcas de Chaves se entretêm com «estratégicas geometrias variáveis sustentadas e sustentáveis», os daqueles Concelhos «metem mãos à obra» e estão a pôr as suas Vilas lindas, bem afamadas, muito visitadas; aumentam «EFECTIVAMENTE» a criação de emprego, cuidam a sério dos seus cidadãos, enfim, mostram-se seriamente empenhados no desempenho da sua missão.
Ora, por Chaves, os autarcas fazem qualquer “coiseca” em função da sua «Função», mas, quanto a «Missão»….«’stá kéto»!    - querem lá saber o que isso é!
 
Mas lá que «parlapiê» têm eles, ai lá isso têm!
 
E ficam bem na fotografia, ficam!
Mesmo de verdade!
 
Tupamaro
18
Jan08

Sexta de Lamentos, Chaves é uma cidade porreira...


 

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E enquanto não chegam os “discursos sobre a cidade” vamos a mais um lamento.
 
 
Pois o lamento de hoje vai para os negócios e os políticos, ou melhor, só para os negócios, pois os políticos já fazem parte desse lamento.
 
Desde já aviso também que hoje não sei muito bem o que vou dizer, pois começo por não perceber nada do que se passa à minha volta, ou não quero perceber.
 
Antigamente, cá pela terrinha, negociava-se principalmente nos dias de feira. Negociava-se o presunto, as batatas, as cebolas, o vinho, as couves, a madeira, os pipos, os bois, as vacas, ovelhas, cavalos e burros, chinelos espanhóis, bacalhau, bananas e todo o tipo de contrabando, terrenos de cultivo, moeda estrangeira, leite de Outeiro Seco, roupa lavada de S.Lourenço, carqueja dos montes, carvão, petróleo ao litro, vinho ao quartilho e tudo era vendido a granel nuns sacos de cartão tosco. A roupa era feita de encomenda, sapatos e botas passavam muitas vezes pelos sapateiros, sapatilhas eram só para a ginástica, e havia na cidade três grandes centros comerciais: A rua de Stº António, a Rua Direita e a Madalena. Havia ferreiros, alfaiates, sapateiros, tanoeiros, ferradores, albardeiros … e toda uma gama de profissões espalhada pela cidade e bairros da cidade, onde havia também sempre um local de convívio e mercearia, que geralmente era a Taberna num dois em um. Havia emprego para toda a gente e só não trabalhava quem não queria.
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Sou da geração de 60, portanto não foi há muito tempo que estas coisas eram assim. Aparentemente tínhamos de tudo, mas todos sabemos que a vida não era fácil, e havia muitos pobres que mal ganhavam para comer e viver, alguns remediados, os ricos alinhados do costume e a política resumia-se ao que Lisboa ditava, e, ou se estava alinhado com o regime e tiravam-se alguns dividendos ou então era-se comunista, e a estes só restava irem dentro, ou para fora, mas deviam ser muito poucos, pois as Aldeias estavam cheias de gente, as ruas da cidade habitadas e aos Domingos as igrejas abarrotavam de fieis.
 
Claro que não tenho saudades desse tempo, pois com o 25 de Abril ganhou-se a Liberdade, o direito ao voto e o poder de decidir e não há nada como sermos livres, podermos decidir que manda em nós em Lisboa, na cidade e na freguesia, dizer o que pensamos, escolher uma profissão ou estudar até a exaustão. Pode não haver empregos, porque há falta deles, mas podemos decidir livremente e aprendermos uma profissão, e quando há um emprego à vista, não é como antigamente em que a cunha estava institucionalizada. Agora há estágios e depois os concursos e entrevistas para os gajos (ou gajas) mais porreiros pá, que é como quem diz, os mais competentes.
 
Antigamente havia os que davam para os estudos e estudavam e, conforme as possibilidades, assim tiravam o seu curso comercial, industrial, do Liceu e uns tantinhos iam a Doutores, Advogados ou Engenheiros e cada um lá se ia arrumando conforme as habilitações. Os que não estudavam, cedo começavam a perceber que o corpo servia para outras funções, como carregar baldes de massa, empunhar uma enxada ou com sorte entrar como aprendiz de barbeiro, alfaiate ou ficar atrás de um balcão.
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Hoje toda a gente estuda e toda a gente tira o seu curso superior e, se não o conseguir em tempo útil, terá sempre (em qualquer altura) uma nova oportunidade. E diga-se que é também um dos dons da democracia e dos novos tempos, pois a ignorância é sem dúvida alguma um dos males que mais nos aflige e Portugal já não é país de analfabetos, o único senão, são as expectativas que se criam a quem estuda a sério. Mas pelo menos somos cultos e até dá gosto chegar ao café e dizer: Então como vai Sr. Doutor, tudo bem!? Olhe quando puder tire-me um cafezinho!
 
Mas o meu lamento de hoje vai mesmo para os negócios.
 
Os Jornais da terrinha, hoje realçam na primeira página:
“Chaves vai ter hospital privado a partir de 2009” ou “ Hospital privado em Chaves estará pronto em 2009” e realçam que terá maternidade e serviço de urgência 24 hora por dia. A Voz de Chaves acrescenta uma entrevista sobre o nosso Hospital e estado da nossa saúde, com a nossa deputada que zela pelos nossos direitos em Lisboa e que à pergunta:
 
O Facto de acompanhar ( a Chaves, claro) o Ministro da Saúde, Correia de Campos, foi um indicador claro da sua visão sobre este assunto?
 
À qual respondeu:
 
- Fui acusada pelo Dr. Manuel Cunha de que “andei de braço dado com o Ministro a encerrar o Bloco de Partos”. Eu acompanhei de facto, o Ministro, por um dever institucional e, também, por convicção de que a reorganização de serviços que está a ser feita ser no sentido de melhorar o nível da oferta e da qualidade dos serviços de saúde… e blá, blá, blá… ou seja, posso concluir que concorda com a abertura do hospital privado (a conclusão é minha).
 
Pois em 2009, pela certa,  que no Hospital privado teremos sem dúvida um melhor atendimento, partos acompanhados de música clássica, simpatia e gente competente. O problema e ter dinheiro para pagar esses serviços, e essa “saúde” que segundo a nossa constituição, deveria ser garantida a todos e por igual. Faço daqui uma humilde proposta de cidadão comum – Mudem de constituição. E atenção que estes negócios de saúde são de um Governo Socialista, ou seja, não são negócios de interesses nem de cunhas, são apenas negócios porreiros, para gente porreira.
 
Em Chaves também tem florescido muito essa política dos negócios porreiros para gente porreira. Amanhã mesmo abre o Casino de Chaves, um negócio porreiro de gente porreira, com dinheiro porreiro, mas esse, curiosamente até poderá ser uma mais valia para a cidade e para o turismo da região. Claro que para isso há que ter, por parte dos reponsáveis (de um e outro lado),  uma abertura para a cidade, pois corre-se o risco de todo esse potencial sair da A24 para o casino e do casino para a A24, não tivesse o casino direito a um acesso à auto-estrada quase privativo.
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Mas os negócios porreiros, com a desculpa de arranjar alguns empregos (embora tivessem mandado muitos mais para o desemprego) já há muito que povoam Chaves e parece que vai haver ainda mais. Falo-vos das médias e grandes superfícies da malta porreira dos grandes grupos e dos grandes negócios de Portugal. Contando por alto, Chaves tem pelo menos 10 desses negócios todos virados para o consumo, que faz com que todos os dias ainda fechem lojas, mercearias, mini-mercados e outras casas de comércio tradicional e dos pequenos negócios tradicionais, quer na cidade quer nas aldeias. Já não é só o betão que rende por aqui, os negócios porreiros dos grandes grupos já descobriram que em Chaves ainda há algum ouro para explorar, e quando a mina esgotar, não há problemas – Fecha-se o negócio, e ala para outras paragens mais rentáveis, porque viver em Chaves, cada vez é mais caro, e cada dia que passa, há novos “tesos”, por isso não admira que Chaves cada vez seja mais uma terra de partida sem regresso, principalmente para os mais jovens e recém formados que em Chaves terminam a servir a uma mesa de café, ou com sorte, numa caixa de um negócio porreiro.
 
Eu avisei no início deste post que hoje não sabia muito bem o que ia dizer, pois começo por não perceber nada do que se passa à minha volta, na cidade ou, nem quero perceber, uma coisa já fui aprendendo e, pelo sim pelo não, vou ensinando aos meus filhos como se é um gajo porreiro, para um dia mais tarde terem um emprego porreiro, para na minha velhice poder ter direito a um lar porreiro. São estes os valores que agora além de se ensinarem às crianças, se exigem das crianças: O porreirismo! …pá!
 
Até amanhã, pá! Um dia porreiro, pois vamos até mais uma aldeia de Chaves.
11
Jan08

Lamento das Sextas - O Nosso Turismo.


 

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No final do ano anunciei aqui que as Sextas-Feiras dos lamentos iriam terminar e seriam substituídas por “discursos sobre a cidade” de vários autores. O prometido é devido, mas desde a ideia à prática, é necessário um certo tempo. Já há alguns autores, mas possivelmente só em Fevereiro é que os “discursos sobre a cidade” começarão a passar por aqui. Até lá, vou ter tempo ainda para alguns lamentos.
 
Às vezes, enquanto procuro posição na almofada para dormir, vou pensando na nossa cidade. Com uma história invejável e com referências físicas de pelo menos 2000 anos, como é a nossa Top Model Ponte Romana, com uma importância estratégica e militar que sempre teve (castelos e muralhas demonstram-no bem), geográfica e fisicamente situada quase num oásis entalado por montanhas, com um vale rico, água a correr nas fontes e um rio a beijar o vale, agua quente termal que sempre despertou e prendeu povos ao longo da história (prova disso as recentes termas romanas descobertas nos trabalhos de arqueologia do arrabalde) e como se isto nas bastasse ainda temos um rico património religioso espalhado por várias igrejas românicas, capelas e capelinhas de todos os tempos, um rico património em arquitectura solarenga e senhorial além das construções mais humildes e rurais de granito espalhado por todo o nosso concelho rural, muitas tradições ligadas ao campo, ao artesanato e à religião, uma gastronomia farta e rica com base em muitos pratos populares e enchidos, além da fama do presunto (lamento da última sexta-feira), ricas e variadas paisagens naturais compostas por todo o amontoado de serras e montanhas, pequenos vales e planaltos, pesca e caça e, para finalizar, estrategicamente localizados como uma zona comercial regional de excelência.
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Ou seja, temos de tudo que há para ter para sermos um rico concelho turístico, ligado também a uma rica região turística por excelência, onde os concelhos do alto Tâmega, dada a sua proximidade, além de concorrentes poderiam ser um complemento também rico ao nosso turismo. Uma região para competir com qualquer das nossas regiões de turismo mais ricas que atraem pessoas, como o Algarve (por exemplo), mas para outra gama de turistas e outro tipo de turismo que também tem muitos adeptos, além de nós termos o extra que poucos têm do termalismo e das riquezas naturais.
 
E estou chegado ao lamento de hoje que vai precisamente para as entidades responsáveis pelo nosso turismo.
 
Há dias armei-me e disfarcei-me de turista e fui ao posto de turismo perguntar o que havia de interesse na cidade e na região. Como resposta deram-me um mapa da cidade, uma pequena revista, e um panfleto fotocopiado com um circuito (em palavras) pelos nossos 10 pontos mais importantes e interessantes da cidade. O mapa vai servindo de alguma orientação e dá uma ideia da cidade no seu todo, mas peca por não ter um destaque devido para o centro histórico e para os tais 10 pontos mais importantes destacado no panfleto que distribuem com anexo, além de não fazer qualquer referência complementar àquilo que vamos tendo de melhor. Quanto à revista com o turismo da região é simpática, com fotografias apelativas e interessantes, uma publicação com alguma qualidade, mas que lhe falta a definição de alguns circuitos e roteiros turísticos, mas serve como um resumo da região. Quanto ao panfleto fotocopiado, embora tenha alguma informação resumida sobre os tais 10 pontos de interesse de Chaves, peca em tudo o resto, pois é graficamente pobre, não atractivo nem apelativo, muito texto e letra miudinha só legível por um bom par de olhos.
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Se fosse um turista a sério, talvez visse um pouco do centro histórico, uma visita ao castelo, com sorte talvez descobrisse o museu, e com muita sorte descobria a ponte romana e talvez desse por aí como concluída a visita. Para comer, aventurava-me ao caminho à procura de um restaurante de estrada.
 
Pouco mais é do que isto o nosso turismo e, sem querer apontar o dedo e as culpas a alguém, pois não sei se o culpado é o governo de Lisboa, que tão ocupado anda com números e em querer fazer figura na Europa dando nome aos tratados, ou à procura de um lugar para o aeroporto, se esquece destes pequenos tesouros turísticos. Não sei se a culpa é da Comissão Regional de Turismo, que por falta de meios, dinheiro ou iniciativas e visão, nem se percebe que exista, ou se de outras entidades, incluindo a Câmara e até os privados da terra, que os de fora, já algum tempo que descobriram por aqui o interesse comercial, pelo menos a julgar pelas grandes e médias superfícies.
 
Tenho esperança que ao menos o casino, que ao que parece tem inauguração marcada para o próximo dia 19, com a dinâmica que lhes é associada, traga algum proveito turístico para a cidade. Até lá, vamos vendo alguns (poucos) turistas à descoberta de Chaves cidade e por conta própria, sem se aventurarem na descoberta do nosso concelho rural e , ainda pode ser que partam com uma boa impressão de Chaves se tiverem a sorte de descobrirem um dos nossos bons restaurantes, pelo menos partem de barriguinha regalada
 
Até amanhã, numa das nossas aldeias.
 
 
28
Dez07

O último lamento das Sextas!


 

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Uma vez que este blog retomou a normalidade dos seus dias e hoje é sexta-feira, vamos a mais um dia de lamentos, embora os últimos dias sejam disso mesmo.
 
Pois o primeiro lamento tem que ir precisamente para o facto de, a partir de hoje, com o fecho da maternidade, deixarmos de ter flavienses nascidos em Chaves. Tinha que o lamentar outra vez.
 
O segundo lamento vai para a cidade velha, cada vez mais velha, de velhas casas centenárias a cair, abandonadas, sem gente e sem vida. Metem dó. Enquanto as velhas casas vão ficando assim moribundas e morrendo sem qualquer dignidade, a cidade nova vai crescendo, como sempre, atabalhoadamente, sem planeamento, ou melhor, dentro do planeamento possível resultante de falta de planeamento no passado, porque hoje, qualquer planeamento que se faça, já é tardio e só remedeia e mal.
 
Claro que qualquer flaviense que vá ao miradouro de S.Lourenço e deite um olhar sobre a cidade e a nossa veiga, fica encantado com a vista e até suspira fundo. Afinal somos flavienses e gostamos do nosso cantinho. Chama-se a isso ser flaviense ou bairrista, ter amor pela nossa terra, estar apaixonado por ela. Mas se olharmos para a cidade com um olhar frio e crítico, despido de politiquices, de amores e paixões, o que se vê lá do alto são amontoados de betão, atabalhoados até, muitos mamarrachos e uma veiga com algum verde e muito sarapintado de branco, que está quase ou completamente destruída, como veiga agrícola, claro.
 
Pela nova cidade já vamos tarde para se poder fazer alguma coisa de jeito, mas pelo Centro Histórico ainda há muita coisa que se pode fazer, mas tem de ser com a vontade de todos, flavienses, políticos, entidades responsáveis, imprensa, associações da cidade, comerciantes. Quanto à forma, toda a gente sabe quem terá de dar o primeiro passo, e alguma coisa até se tem feito, sobretudo que passam por medidas proibitivas, que, diga-se a verdade, já vimos que não dão resultado, e depois a Lei, de tão complexa que é, arranja sempre uma forma de se impor ou então (des)impor e malabaristas não faltam para a contornar. Mas continuo a dizer que a culpa principal recai sobre nós flavienses em geral, ao aceitarmos e nos conformarmos com a cidade que temos, nos roubam ou nos dão.
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E para não ser tudo lamentos, fica uma boa nova. Começaram as obras, integradas no POLIS, da nova ponte pedonal que irá ligar as duas margens do Tâmega. A ponte é ousada, interessante e moderna, o autor é flaviense. Com certeza que vai ser uma ponte que vai dar nas vistas e que concordando ou não com ela, com a sua oportunidade na construção, a sua utilidade, e o dinheirinho que vai custar,  vamos gostar de a atravessar. Claro que vamos e eu até vou aproveitar para tirar mais umas fotos à ponte rainha de todas as pontes, a nossa Top Model, que seria bom que ganhasse também o estatuto de pedonal, nem que seja e só pelo respeito aos seus 2000 anos e já agora, convém também não esquecer o arranjo da margem esquerda onde a nova ponte vai “desaguar”, senão corremos o risco da nova ponte só servir para ir às couves do Caneiro, o que já não é mau, pois as couves são boas.  
 
E para terminar, fica só o anúncio, que por motivos vários, entre os quais uma pequena reformulação do blog para o ano 2008, as sextas-feiras deixarão de ser de lamentos e passarão a ser de fórum, que à semelhança das terças-feiras em que temos por aqui um olhar diferente do meu sobre a cidade, também as sextas terão uma opinião diferente ou até poderá ser igual, mas que não será de minha autoria. Será mais uma oportunidade para discutir a cidade e as nossas aldeias. Mas atenção que ainda só estou em fase de projecto, por isso não é garantido que na próxima sexta já seja assim.
 
E só falta localizar as fotos de hoje, que são da Madalena, Chaves, Portugal.
07
Dez07

O Lamento das Sextas


 

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Então vamos lá a mais um lamento, ou melhor, alguns lamentos.
 
O primeiro lamento é por a publicação deste post ser feita com 12 hora de atraso em relação ao que é habitual, mas a culpa é do SAPO, que à hora habitual estava em obras de manutenção. Vai assim o primeiro lamento de hoje para o SAPO, por às vezes nos pregar destas partidas.
 
E os lamentos de hoje são mesmo sobre obras:
 
O meu lamento principal de hoje cai sobre a obra de Beneficiação que está a ser levada a efeito na EN213, entre Chaves e Valpaços.
 
O valor da obra é de 8.155.338,22 Euros, que em moeda antiga e para melhor se conhecer a grandeza dos números é, nada mais nada menos que 1.634.998.517$02
 
Mas deixando para já os números de parte, o facto é que todos aplaudimos quando ouvimos falar na beneficiação desta estrada. Sem dúvida alguma que a actual estrada não é digna de ligar duas cidades (Chaves e Valpaços), ainda por cima quando são tão próximas, pois distam apenas em 26 quilómetros. Pela cartografia da região, facilmente se pode observar que a ligação Chaves-Valpaços é uma ligação de extrema importância, não só para a ligação entre as duas cidades, mas também pelo benefício que Valpaços e o seu concelho podem tirar desta ligação, que por sua vez é ligação à Auto Estrada A24 e ligação a Espanha. No sentido contrário é,  para o pessoal de Chaves, ligação privilegiada a Valpaços e por sua vez a Mirandela e Bragança, ou seja ao IP4, que futuramente se prevê auto-estrada.
 
Portanto todos aplaudimos a tal iniciativa da beneficiação, pensando eu que essa beneficiação passaria pelo alargamento da estrada, sonhando até com uma 3ª via para lentos nas subidas ou pelo menos corte e correcção de algumas curvas, principalmente nos troços mais complicados e que vão precisamente de Nantes até ao limite do nosso concelho, ali por alturas de S.Julião. Isto era o que eu pensava e pelos vistos, não passou de um sonho meu.
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A realidade é que após 1 mês e 6 dias de execução de obra, já com pavimentação feita até ao Miradouro de S.Lourenço, temos assistido a autênticos disparates, a um vergonhoso gastar de dinheiro público e a um atentado às regras e arte de bem construir, sem daí tirarmos qualquer proveito prático da tal beneficiação, se é que ela existe.
 
Estupidamente a obra teve início, com os inevitáveis cortes de trânsito num sentido, precisamente no dia 31 de Outubro, dia de Feira de Santos em que é sabido por toda a gente que esse dia atrai milhares de automobilistas à cidade o que, já por si, é um caos. Mesmo assim a obra teve de começar mesmo nesse dia preciso, o que quase me leva a pensar que foi propositado para complicar o trânsito da feira, e se não o foi, pareceu, pois logo a seguir estiveram parados durante 4 ou 5 dias. Mas em nome do benefício da estrada, esta até tem atenuantes de desculpa. Mas não é este o meu lamento.
 
Para melhor entenderem o que vem a seguir, diga-se desde já que a nível de pavimento existente, esta estrada sempre teve um pavimento (tapete) mais ou menos em bom estado, tal como as pinturas, bem como tem tido uma manutenção também razoável. Aliás ainda há pouco mais de um ano a estrada levou um revestimento superficial de colagem e desgaste e há pouco mais de meio ano que foi pintada com sinalização horizontal, pelo que, se a estrada não estava com um óptimo pavimento e pinturas, estava pelo menos em bom estado
 
Então vamos aos factos no troço já executado ou quase, entre Chaves e Miradouro de S.Lourenço e à tal beneficiação, que é por aí que passa o meu lamento.
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Pois no que foi até agora executado, não houve qualquer alargamento da estrada, nem correcção ou corte de qualquer curva, os únicos trabalhos que têm sido feitos resumen-se à escarificação do pavimento, (ou seja o levantamento quase na totalidade do pavimento de tapete existente) e à reposição de betuminoso com uma camada base (já executada) e  adivinha-se uma posterior camada de desgaste. Uma vez que a camada base ficou na cota do anterior pavimento e que a camada de desgaste terá de 5 a 6 centímetros, é de prever que serão obrigados a levantar todas as caixas de saneamento e sarjetas para repor à cota correcta, mas mais grave é que possivelmente a grande maioria dos passeios existentes entre Chaves e Nantes,  também terão que ser levantados para tornar a repor, pois caso contrário irão ficar ao nível do pavimento da estrada, e com isto, irão também ter que mexer em algumas entradas.  Ou seja e resumindo, a obra (pelo que está à vista), vai consistir em desfazer tudo que está feito e até em bom estado de conservação, para fazer tudo de novo, mais ou menos como estava, sem daí tirarmos benefícios visíveis. Até parece que se inventa obra para executar e para pagar. Ou seja, é assim como se eu demolisse a minha casa, ainda nova, para de seguida a construir de novo, no mesmo local e tal-qual é hoje. Das duas uma, ou querem fazer de nós burros, ou o burro sou eu, pois não entendo que beneficiação é esta.
 
Mas a procissão ainda vai no adro, pois ouvi dizer que no concelho de Valpaços, onde a estrada tem menos curvas, se vão rectificar algumas. Espero para ver.
 
 Entretanto o meu lamento tem duas partes ou até três.
 
Ensinaram-me e, mandam os cadernos de encargos e as regras da arte de bem construir, que este tipo de pavimento seja aplicado a uma temperatura ambiente superior a pelo menos 10ºC ou 15ºC. É por essa razão que geralmente as pavimentações são feitas em pleno verão. Acontece que todos sabemos que durante todo o mês de Novembro raro foi o dia em que as temperaturas em Chaves ultrapassaram os 10ºC, aliás na grande maioria dos dias as temperaturas rondaram os 0ºC (zero) e tivemos até dias de temperatura negativa, com noites que atingiram (segundo fontes oficiais e até noticias dos jornais locais) os -12ºC (12 negativos), o que implica que mesmo que a temperatura ambiente ultrapasse os 0ºC, a temperatura do solo e pavimento seria sempre negativa, ainda para mais nos troços pavimentados durante esses dias, que são troços de sombra que não apanham uma nesga de sol. Mesmo assim a pavimentação foi feita. O futuro próximo dir-nos-á como este pavimento se irá comportar.
 
Ou seja e resumindo. Gastam-se 8.155.338,22 Euros para nada ou quase nada e ainda por cima com trabalho mal feito, o que, claro, deixa sempre que se fiquem certas suspeitas no ar, ainda para mais, quando se atravessa uma crise bem sentida por todos nós.
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Enquanto se levanta para repor uma estrada que está em bom estado, mesmo ali ao lado, entre o Raio X e o Lameirão, de há dois anos para cá que é obra em cima de obra, buraco a seguir a buraco, reposições de pavimentos que são de bradar aos céus, ou seja, mais parece uma sementeira de lombas e buracos, tantas, que às vezes lá se consegue ver um bocadinho de estrada. No entanto para aqui, por parte da EN – Estradas de Portugal, não há um tostão para fazer uma repavimentação digna.
 
Das duas uma, ou eu não percebo nada do assunto, ou então alguma coisa corre mal. Seja como for, lamento-o, no primeiro caso pela minha ignorância e se for caso disso, peço desculpas, mas estou mais tentado a lamentar pela segunda opção, e aí ainda o lamento mais, pois mais uma vez demonstra como o nosso dinheiro é governado e depois, acarretamos com as culpas. Definitivamente acredito que a geração rasca tomou o poder. Uma geração sem a honra da palavra e que, cada vez mais aprofunda as diferenças entre os grandes interesses e os pobres. Lamento também ser obrigado a contribuir para um Portugal assim!
 
E amanhã vou até mais uma aldeia, desertificada pela certa, fruto também das boas políticas que se praticam por Lisboa, preocupada em altas tecnologias, OTAS e TGV’s e que para bem dos números e das estatísticas, oferece computadores portáteis e décimos segundos anos a quem os quiser, basta uma inscrição e pouco mais…
 
Até amanhã.
30
Nov07

O lamento das Sextas - A las malas lengoas estas figas


 

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          LEGENDA
 
          1 – A LAS MALAS LENGOAS ESTAS FIGAS
          2 – Caretas
          3 – Imagem de Santa Maria Maior a padroeira de Chaves
          4 – Um pouco de luz
          5 – Pedra da região
 
O lamento de hoje era para ser outro, mas calhou este, e também calha bem.
 
Então o lamento de hoje vai para as más-línguas de Chaves.
 
Chaves, por muito que se esforce, é provinciana e não passa de uma aldeia cheia de aldeãos. Uma aldeia grande, é certo, mas que comunga todo o ser das aldeias mais profundas da montanha. Toda a gente conhece toda a gente, é uma terra de comadres e compadres, vizinhos do lado, de cima ou de baixo, de primos carnais ou afastados e, também tem os seus senhores, os seus doutores, o padre, o presidente, os pobres e netos dos nobres…
 
Claro que como aldeia que é (grande é certo) tem as suas virtudes, muitas até. Tem ainda uma boa qualidade de vida em termos de pacatez, ou stress, vive-se a calma dos dias, tanto que uma bicha de três carros, já é uma grande bicha…mas não é de bichas que quero hoje falar. Hoje quero mesmo é falar da nossa aldeia mental e também da nossa aldeia física, provinciana, entalada entre o mais profundo de Trás-os-Montes e o mais profundo a Galiza, que é a mesma coisa.
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Só um meio lamento antes ainda de chegar ao segundo lamento - Porque é que com tanta festa que se inventa por aí não se inventa  e dedica uma em homenagem à Padroeira de Chaves, a nossa Santa Maria Maior!?
Pois o lamento de hoje é feito de dois lamentos, o primeiro, o lamento das más línguas e o segundo, o lamento de como a nossa qualidade de vida nos sai tão cara.
 
Quanto à má língua, já todos sabemos que se por desgraça caímos nas bocas do povo, estamos desgraçados, podemos ir directamente prá cama, sem passar mesmo pela fama. A cidade é feita de um certo landainismo (com todo o respeito a quem dá o nome ao termo), mas se o landainismo puro, era mesmo puro, o que hoje se pratica já não é assim. É landainismo, de mal dizer, este sim puro, mas que disfarça interesses, ou pior que isso, invejas, ou seja, reflecte a pobreza da nossa aldeia, quer a pobreza intelectual,  quer a pobreza, ela mesma pobreza. Não admira que tantos filhos desta terra partam por esse Portugal fora, e por esse mundo adentro, à procura de alguma civilização. Claro que como em tudo há algumas excepções, que como sempre (infelizmente) são poucas.
 
Quem por cá vive, já sabe daquilo que esta aldeia gasta, e embora a esquina do Lopes já tivesse sido desactivada, ainda são conhecidos os locais de “tertúlias” de mal dizer. Esquinas de quiosques, frentes de cafés ou santas casas da praça maior, de tudo serve para quem gosta e vive do diz-que-diz. Lamentamos, é certo, mas só caí no “landainismo” quem quer, pois sempre há o opção de partir ou, se ficar, de virar a esquisito, indisposto, antipático ou então, a responder indiferente (com um sorriso nos lábios) aos cumprimentos e vénia, ignorando o adivinhado que fica entre linhas, que é como quem diz, entre dentes.
 
Mais uma vez recorro aos nossos antepassados flavienses e que deixaram para todo o sempre o registos de: “AS LAS MALAS LENGOAS ESTAS FIGAS”, já então, ao que parece, Chaves sofria dos males da má-língua. Pois, com ou sem figas, estou em acreditar que as nossas novas gerações, os nossos filhos, são temperados com outra tempera, desde que a vida os deixe viver as suas vidas!
 
Para as más línguas também eu deixo as minhas figas, mesmo que não acredite no gesto.
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Imagem de Stª Maria Maior, Padroeira de Chaves
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Então estou chegado ao segundo lamento e este, é um lamento de interioridade e de provincianismo político, económico e real.
 
Já entrei noite dentro, madrugada, o termómetro exterior já entrou nos graus negativos. Vivemos em Trás-os-Montes, temos frio e um pouco de calor, sai caro, Vivemos distantes do mar, do cinema, do teatro, da cultura. Não temos universidades para formar os nossos filhos, nem hospital para tratar as nossas maleitas mais graves e os horizontes deste vale, mesmo para sonhadores, limitam-se a ficar entalados entre as montanhas e até o sonho, só é possível sonhando-o….mas somos iguais ao resto deste nosso Portugal. Pagamos os mesmos impostos, recebemos os mesmos (ou até menores) vencimentos, temos menos oferta e mais despesas. Despesas para aquecer o frio, despesas para formar os nossos filhos, despesas para termos saúde e até despesas para, com sanidade física e mental, sobrevivermos no vale. Com tanta despesa, somos pobres. Temos deveres iguais ao Portugal dos grandes centros e do litoral, mas não os mesmos direitos, deste Portugal que se quer  e diz democrático, mas que é diferente.
 
Eis o meu segundo lamento, que vai direitinho para a nossa diferença, que não nos é reconhecida e também para os que daqui partiram e têm responsabilidades na vida deste país, que é desigual.
 
E para terminar ainda há um terceiro lamento, o lamento de uma opção pessoal mas que é colectiva: Hoje estou em greve e lamento-o, não só por estar em greve, mas lamento mais ainda pelos colegas que estão solidários, mas que os custos da interioridade não lhes permite os luxos da despesa de uma greve. Estou em greve pelo simples facto de não ser desculpa para as más governações da nossa geração rasca de políticos e tal como o Queirós, também eu não nasci rico nem tenho cunhas e por isso, sou trabalhador, que admite ter grandes políticos que não são grande coisa… mas aqui (valendo-me mais uma vez das bocas futebolísticas) nós somos burros e, a culpa também é nossa.  
 
E hoje não me lamento mais, embora amanhã vá até uma aldeia, que sofre dos mesmos males em relação à cidade, que nós vivemos em relação a Portugal, ou seja, duplamente “culpados”. Afinal havia outro lamento.
 
Até amanhã, por aí, numa das nossas aldeias.
 
 
23
Nov07

O lamento das Sextas


 

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E como hoje é Sexta-Feira, é dia de lamentos.
 
Ontem tive que me deslocar com um familiar ao Hospital de Vila Real. Consulta marcada para as 9 horas mas o papel dizia para se estar lá uma hora antes, 8 horas portanto. Claro que nas nossas vidas actuais cada vez nos deitamos mais tarde, e acordar cedo, é uma autêntica tortura, mas o que tem de ser, tem de ser, e lá vamos acordando, mas indispostos, é claro! Como não gosto de falar quando estou indisposto, pelo caminho, fui pensando na vida e no Hospital. Afinal tanto lutamos pelo nosso Hospital para nada ou quase nada. É claro que lá vamos mantendo as urgências (desde que não sejam para casos graves) e mais umas valências (desde que não sejam para casos graves – está repetido, eu sei) e ficamos com o edifício (um belo edifício por sinal) e a Custódia para as limpezas. Para uma consulta de especialidade (mais complicada) ou os tais casos mais graves, lá temos que ir até Vila Real! …enfim, a bem ou a mal as politicas de concentração lá se vão aplicando, e fico por aqui, que isto é caso para outro lamento, pois só lamento mesmo é ter de ir até Vila Real, não pela vila em si, que até está crescida e tem muitos mamarrachos, agora até tem mais mamarrachos que Chaves. Para quem gosta de mamarrachos e atabalhoamento, Vila Real é uma boa vila para se viver. Não tiveram um desportivo na 1ª divisão, mas têm uma universidade que serviu de pretexto para a mesma estupidez, construir mamarrachos e crescer sem qualquer planeamento. Mas também não é disto que quero falar, pois em nome do progresso já estou habituado a estas asneiras e de Vila Real a única coisa que me incomoda mesmo é trocarem os oitentas e noventas, por oitântas e novântas, mas até tem a sua graça e dá-lhes um certo ar provinciano e parolo que lhes fica bem. Estou a reinar, é claro!
 
Mas nem há como regressar à terrinha, olhar para as placas da estrada e ver Chaves estampado nelas. Até se respira fundo.
 
Mas vamos ao lamento de hoje.
 
A auto-estrada baralhou por completo as entradas da cidade. Se antigamente as entradas principais e mais nobres da cidade eram feitas (a coincidir) conforme a categoria das estradas,  Estrada Nacional 2 para receber Portugal e que nos anos 60 pasmavam ao entrarem num túnel de 2 quilómetros de amoreiras e outras árvores (quem se lembra, sabe que era uma entrada nobre), logo seguida da estrada nacional 103 para receber gentes vindas de Braga , Bragança e Espanha, a seguir a Nacional 212 para receber gentes de Valpaços, depois a E.N 314 para receber gentes de Carrazedo de Montenegro e finalmente uma estrada municipal, estreita e acidentada para receber os barrosões de Montalegre (não admira que eles sempre estivessem mais voltados para Braga, pois Chaves neste aspecto de comunicações sempre olhou para eles como o parente ou vizinho mais pobre).
 
Pois hoje com auto-estrada tudo continua na mesma, ou seja, a nobreza das entradas mantém-se como sempre e até se beneficiou a entrada da E.N. 2, que polémicas à parte, foi beneficiada e,  estou finalmente chegado ao lamento de hoje. Com tantas entradas mais ou menos nobres na cidade, o nó da auto-estrada logo havia de nos cair na entrada mais foleira que temos. É uma realidade e como flaviense sinto-me envergonhado com a actual entrada principal da cidade. Não haverá por aí alguém bom em cunhas para pedirem a mudança da placa de entrada de Chaves para Vidago ou pelo menos para Curalha, e assim sempre se ia apreciando a paisagem.
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Mas diz o ditado que mais vale uma imagem do que mil palavras e nem há como dar largas à nossa imaginação e assim sempre que saio da auto-estrada pela entrada de Chaves, tento imaginar nos pequenos pormenores obras de arte e miniaturas do Mário Valpaços, transformando charcos (por exemplo) na barragem de Curalha. Fica a explicação das fotos.
 
O que vale é que amanhã este blog descansa as urbanidade numa das nossas aldeias, esquecidas em nome das políticas das concentrações e do progresso, mas que ainda vão sendo algo de bom e genuíno, com gente também boa e genuína que o concelho tem para oferecer.
 
É nisto que dá o ter de acordar cedo para ir a Vila Real.
 
Até amanhã!
 
 

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