Largo da Lapa - Chaves - 1959
A velha Lapa, ainda um terreiro onde se jogava à bola e acampavam circos.
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A velha Lapa, ainda um terreiro onde se jogava à bola e acampavam circos.
O largo da Lapa em 1959.
Neste Chaves de ontem e de hoje, vamos até à Lapa, do ontem de 1959, onde o chão de terra e as fragas eram campo de brincadeiras das crianças, às dezenas a correr atrás de uma bola, a jogar ao pião, ao já-estás, aos polícias e ladrões, à pedrada ou à bulha, brincadeiras apenas interrompidas pelas noites e pelos acampamentos dos circos. A capela existia desemparada e adossado à muralha do Forte de São Francisco existia todo um bairro com habitações e edifícios militares.
A contrastar com o ano de 1959 uma imagem atual, do dia de ontem, mesmo de ontem, dia 18 de abril de 2022, sessenta e três anos depois, onde as casas adossadas à muralha deram lugar a um espaço ajardinado., o campo de brincadeiras das crianças deu lugar a um parque de estacionamento e a capela que, na ausência de uma casa mortuária na cidade, assume a função de receber os mortos para o seu velório, o possível… apenas a alta noite das noites se poderá assemelhar as noites de sempre da lapa.
Há 61 anos a Lapa era assim (1ª foto), com casas adossadas ao forte de S. Francisco, sem jardins e em vez de popós estacionados havia putos na coboiada ou a jogar à bola. Putos da imagem, que hoje terão, mais ou menos, setenta anos, putos do tempo em que se brincava nas ruas e largos da cidade, de manhã até à noite, sem brinquedos, ou poucos, e os que havia não eram de, ou para comprar, por exemplo para jogar à bola, havia sempre um mais abonado que tinha bola e emprestava a troco de poder jogar, quanto aos outros brinquedos, cada um fazia o seu, na época do espeto arranjava-se sempre um ferro, para a malha, uma pedra azada também se arranjava sempre, para jogar a pedrada, qualquer pedra servia, aí o mais importante era a força, o jeito e a pontaria… certo que de vez em quando, rachavam-se umas as cabeças, esfolavam-se os joelhos, ou quando se jogava ao soco, partiam-se umas canas do nariz ou inchavam os olhos, coisas assim banais, sem necessidade de hospitais ou curativos, bastava uma limpeza ligeira no chafariz da esquina do grémio, estancar o sangue e ala, prontos para outra, ao chegar a casa escondia-se o ferimento e se não fosse de esconder… havia sempre um calhau onde se tinha tropeçado para e arcar com as culpas de ter batido com as bentas no chão, enfim, tempos e brincadeiras saudáveis, de convívio, camaradagem e cumplicidades que faziam amigos para toda a vida. Ah!, quase esquecia dizer que era também neste largo que acampavam os grandes circos que com frequência passavam por Chaves, com noites grátis às damas…
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Foto interessante e a preservar! Parabéns.
Muito obrigado pela gentileza.Forte abraço.João Ma...
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Um excelente texto, amigo João Madureira. Os meus ...