Sem tempo para discutir a cidade, vamo-nos ficando pelos monólogos do pensamento e da observação, da recolha de imagens e da comparação com outras imagens de outros tempos que vamos conservando na memória, com a natural deturpação que o tempo passado, mais ou menos, lhes confere e nos tolhe uma apreciação lúcida. Sem qualquer dúvida que a cidade há muito rebentou com as costuras do seu centro histórico. Hoje, nós os mais velhos, vivemos uma, e numa, outra cidade, grande na sua dimensão de província, à qual nos fomos habituando e conformando, voluntariamente, ou não, sem tempo para a discutir, em que este “sem tempo” de discussão, não passa de uma blague, ou uma mentira na qual acabamos por acreditar, e depois, os mais novos, os que já nasceram nesta cidade de hoje, nem sequer sabem do que estamos a falar, e os mais velhos, não se querem ralar com a impotência (da discussão) . Por isso, deixa andar, e hoje, agora, até é tempo de irmos para fim-de-semana, para o nosso tempo…