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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

02
Mai18

Da bengala e cartola aos casacos de Penafiel


1600-(35566)

 

Não se assustem com o frio que se “vê” na imagem, pois embora já estejamos em maio e de novo o frio invadiu a cidade, não é tanto como o da imagem, de arquivo, de um dia do mês de março de 2013.

 

Inicialmente escolhi a imagem de hoje pelo rapaz da bengala e cartola que está a atravessar a passadeira, que durante esse dia de março fartou-se de dar nas vistas, tanto que outra personagem da imagem quase passa despercebida. Contudo, uns segundos depois de escolher a imagem, a memória leva-me até à minha escola, o Liceu. Engraçado que ao longo da minha formação frequentei vários estabelecimentos de ensino, mas esta é que é a minha escola, da qual guardo a maioria de recordações e amizades do tempo de estudante. Fixei-me nas janelas, cada três uma sala. Tive aulas em todas as salas que se veem na imagem, 9 no total, mas, mas da que tenho mais recordações são das duas últimas salas da imagem, a do piso inferior, o anfiteatro, por ter sido a primeira que frequentei, ainda me lembro de todos os colegas desse ano e de todos os professores, nº 1 Adélio, nº 2 Adérito, … nº 18 eu. Mas foi na última sala do 2º piso que tive a minha grande paixão. Não pensem que é dessas que eu vou falar, pois a minha paixão foi mesmo pela geometria descritiva (então desenho), não sei se por ter queda para a coisa, o que me ajudou na minha vida profissional durante muitos anos, e ainda me ajuda em não ter dificuldade em ver para além daquilo que realmente se vê. Mas a peça fundamental dessa paixão foi mesmo o excelente professor que tive e que sabia ensinar e despertar em nós o interesse pela geometria. Um bem-haja para esse professor, o Dr. Costa ou vice-reitor, sem qualquer dúvida um dos melhores professores que tive. Mas de repente e voltando ao rapaz da bengala e cartola, a memória leva-me até outro professor. Como eu teria adorado ver este rapazito assim vestido a entrar na sala de aula desse professor, iriamos ter sessões de gozo para todo o ano e anos seguintes enquanto o rapazito andasse por lá. Um professor que me deu aulas de ciências da natureza, de física e já no 12º de geologia noutra escola. Era o terror do Liceu, tanto que após o 25 de Abril foi o primeiro professor a ser expulso em RGA. E foi de férias até ao final do ano, mas regressou no ano seguinte. Tinha uma forma peculiar de ensinar, ensinava a fazer perguntas sobre matérias que para nós eram novidade, e lá corria a sala toda com a mesma pergunta, desde o nº1 ao trinta tal, cada um com sua resposta, e no final ditava o seu veredito — Quem respondeu assim, tem um pauzinho de pé, que respondeu assado, tem três pauzinhos deitados, e só depois explicava os porquês. No final do período feitas as contas de pauzinhos de pé e deitados, dava a nota na pauta que ele entendia. Mas justiça se faça, só já mais adulto, no meu 12º ano em geologia é que entendi a sua forma de ele ensinar e penso que era bem melhor que a da maioria dos professores. Ele obrigava-nos a raciocinar e pensar bem na resposta que iriamos dar, ou seja, obrigava-nos a analisar e a aprender com os nossos próprios disparates de uma resposta a uma pergunta ainda mais disparatada — Se te caísse um meteorito na cabeça, o quê te acontecia?... mas era sobretudo na forma teatral como explicava depois e dos exemplos que dava, que ficávamos com a imagem para todo o sempre daquilo que ele queria transmitir e ensinar. Anda hoje retenho algumas imagens dos seus ensinamentos. Chamava-se Dr. Castro e pela certa que não há nenhum dos seus alunos que não se lembre dele e de meia dúzia das suas anedotas para contar. Ao rapazito da bengala e cartola, pela certa que sairia da aula com a recomendação de, quando passasse por Penafiel, não se esquecer de mandar fazer um casaco à medida…

 

 

21
Abr14

De regresso à cidade, depois de mais uma Páscoa


 

E já lá vai mais uma Páscoa, bem diferente das severas Páscoas de antigamente em que a igreja impunha um rigoroso jejum à carne e diversão, pelo menos na quinta e sexta-feira santa. Penso que ainda hoje a igreja tenta repor o rigor de antigamente, mas hoje, a Páscoa é mais a festa de umas miniférias ou a possibilidade de as famílias se juntarem em mais um dia à volta do cordeiro e do folar.

 

 

E tanto assim é, que, comerciantes e algumas autarquias aproveitam estes dias para o negócio. A autarquia de Chaves, por exemplo, aproveita para fazer a feira do folar. É, a moda das feiras pegou neste nosso Portugal,  e agora vão-se fazendo feiras disto e daquilo (do pastel, do fumeiro, do folar, dos medievais ou romanos, etc.) o curioso é que em cada uma delas, os produtos e comerciantes que desfilam nestas feiras são quase sempre os mesmos, mas, enfim, se elas continuam a acontecer, pela certa algum proveito vão tirando delas, digo eu, bá, que dessas coisas não percebo nada.

 

 

Pois eu também lá fui, não para comprar folares, pastéis, licores ou o que quer que seja, não é por nada mas prefiro continuar a comer os folares caseiros da sogra e das tias, os pastéis do sítio do costume e continuar a beber licores das provas dos amigos, e as compotas, meu Deus, as compotas caseiras, uhhhhhh! De pêssego, cereja, cabaça, jerimum, uhhhhhhhh!, uhhhhhhhh!, pcheu! E dispenso o queijo… e uma cerejinha da aguardente!? - Bem, mas fui lá, não pelas barracas mas pelo meu velho liceu, onde, posso dizê-lo, passei os melhores anos da minha juventude e os loucos anos do pós 25 de abril, mas onde também ia estudando e formando-me, principalmente com a ajuda de alguns bons professores dos quais reterei para sempre o seu nome e ensinamentos na memória.

 

 

Pois graças à feira do folar o antigo liceu (hoje Escola Secundária Fernão de Magalhães) abre as suas portas à população e eu aproveito sempre para ir por lá, percorrer os corredores e o jardim para refrescar a memória ou repescar uma ou outra história vivida que já estava quase esquecida, relembrada por outros como eu,  antigos colegas do liceu, que suponho pelas mesmas razões, também vão à feira do folar nos claustros do velho liceu, só falta mesmo o esqueleto na esquina a rir-se…

 

 

20
Jun12

O Liceu de Chaves outra vez na baila


 

Agora que à tubagem da Escola Dr. Júlio Martins só quase falta começar a deitar fumo, regressa aquele que espero continue a ser o velho boato de que o Liceu ou Escola Fernão de Magalhães vai fechar. As mentes mais perversas até já lhe arranjam novos usos e destinos.

 

Fruto da velha rivalidade Liceu/Escola até há quem veja com bons olhos o seu encerramento, que está velho, que não tem condições, que os professores isto e aquilo, etc. coisa e tal…  

 

É certo que o espaço do Liceu sempre foi cobiçado por muita gente e se as novas regras urbanísticas ditadas com a delimitação do  Centro Histórico não tivessem entrado em vigor, o mais certo era termos por lá mais dois ou três mamarrachos de Betão em troca de uma porcaria qualquer… Felizmente resistiu ao betão mas continua a ser apetitoso para outros fins e, só uma mente perversa que não ama Chaves pode ter tal apetite ou acabar com aquele espaço como escola.

 

Não é só pela tradição e pelos bons resultados de ensino que o Liceu ano após ano tem apresentado, mas fundamentalmente pela vida que aquele espaço dá à cidade. No dia em que o encerrarem como escola, o centro histórico da cidade morre definitivamente, deixa de ter vida e interesse, ficará implantada a pasmaceira. Assim, espero bem que as bocas que andam por aí não passem do velho boato, mas o receio fica sempre, pois com tanto disparate que já se fez nesta cidade, acredito em tudo.

 


13
Jan12

Discursos Sobre a Cidade - Por José Carlos Barros


 

OS DO LICEU DE CHAVES

um texto de José Carlos Barros


No Facebook há uma página do Liceu de Chaves. Aí os antigos alunos vão deixando fotografias, apontamentos, desabafos, memórias dos lugares que um dia se revelaram em aparição para que nunca pudessem deixar de pertencer-lhes. O Liceu as une: gerações várias, pessoas tão diferentes de uma mesma época ou geração. Nenhuma ideologia, nenhum clube de futebol, nenhuma religião é mais forte que o cimento invisível que nasce de um dia alguém ter partilhado esses mesmos corredores, os mesmos campos de jogos, as mesmas salas identificadas por números seguidos, os mesmos muros, os mesmos degraus secretos que davam para uma porta fechada da parte superior do ginásio, as mesmas asnices no quadro procurando resolver derivadas a giz. O Liceu é uma espécie de irmandade, uma espécie de maçonaria sem segredos nem inconfessáveis e ínvios interesses de poder.

O Pedro Freire e o Mário Sousa, a Lindinha e a Ni Madureira, não aparecem numa fotografia do Sarau de 1966. Porque são eles e elas, já, num certo sentido, que apareciam numa outra fotografia de 1962 em que o Luciano Vilhena e o Jesualdo Ferreira, o Tozé Bastos ou o Carlos Rebelo se preparam para impressionar uma assistência entusiasta, essencialmente feminina, que se vê ao fundo para gritar as emoções de um jogo em que ganham sempre todos os que jogam. E esses rostos haverão de ser os mesmos que, alguns anos depois, juntam, equipados a rigor (e tudo a preto e branco nos retratos para que a melancolia e o futuro não deslacem os seus fios), o Pluto e o Abelha, o Guedes e o Jorge Bilhas. E em 1978, quando a Rosa Costa Gomes fixa os sorrisos da Cristina Pizarro e da Kikita, encostadas em pose a uma olaia junto à entrada principal do Liceu, com o velho edifício (nessa altura ainda) dos Bombeiros em linha de fundo -- somos nós todos que lá estamos: os dos saraus, os dos jogos de basquetebol, os dos bailes de finalistas, os das peças de teatro, os das pautas exemplares, os das cábulas, os dos livros de poemas fotocopiados, os do salto em altura discutindo-se as técnicas da tesoura, do flop ou do rolamento ventral.

E no entanto não é propriamente do Liceu que gostamos: gostamos do que lá fomos e, sobretudo, imaginámos ser. Gostamos do Liceu por duas interpostas razões essenciais: porque éramos jovens e porque nos preparávamos para mudar o mundo.

O tempo passou. Envelhecemos. E não mudámos o mundo.

O Liceu, portanto, é hoje o lugar (concreto e abstracto) onde nos refugiamos para não morrer de frio. Porque regressar às memórias do Liceu significa regressar a um tempo em que, por um instante breve, tudo nos pertencia e tudo era possível para sempre.

A vida, entretanto, trocou-nos as voltas: as da glória e as da justiça, as do amor e as de um sentimento de dádiva de que julgávamos podermos sempre socorrer-nos para que o mundo fosse melhor.

É verdade que falhámos. O mundo que fizemos é a merda que sabemos. Mas também é verdade que somos antigos alunos do Liceu. E isso, num certo sentido, nos salva. E nos une e nos redime de quase tudo.


08
Out09

Coleccionismo de Temática Flaviense * Pins


 

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Pin comemorativo dos 100 anos do Liceu de Chaves.

1903 - 2003

Dimensões: 1,8 x 2,3 cm

 

 

O Liceu de Chaves é já uma velha casa, cheia de tradições, que não deixa indiferente quem por lá passou.

 

A sua história começa em 3 de Setembro de 1903 quando por Decreto é criado o Liceu Nacional de Chaves, então, em tudo dependente da Câmara Municipal de Chaves.

 

Conheceu as suas primeiras instalações na Rua do Poço em duas casas localizadas em cada um dos lados da rua com ligação feita por um passadiço superior.

 

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O primeiro Reitor do Liceu Nacional de Chaves foi o Dr. Barros Nobre.

 

Em 1906 a Câmara Municipal mostra-se impossibilitada de custear todos os encargos do Liceu e este vê-se obrigado a fechar as suas portas, mas apenas nesse ano, pois reabre no ano seguinte com um subsídio concedido pelo Rei para ajuda das despesas.

 

Em 1908 as instalações do Liceu são transferidas para o Largo do Anjo, contando aí com melhores condições onde até foi instalado um laboratório e um museu, embora rudimentares.

 

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Também no ano de 1908 o Liceu Nacional de Chaves adopta o nome de Liceu Fernão de Magalhães. Alteração de nome que não foi pacífica, instalando mesmo a polémica no seio da população flaviense que não concordava com o novo nome. Já então, ao que parece, o povo flaviense não era ouvido nem tido em consideração… pois o nome de Fernão de Magalhães foi mesmo o que deu nome ao Liceu.

 

Em 1943 o Liceu inaugura as suas novas instalações junto ao Jardim das Freiras/Rua de Stº António, as actuais, após obras de restauro e adaptação do edifício aí existente, aí com condições óptimas para a época, com ginásio e balneários masculino e feminino, sendo o primeiro dotado de palco e varandim que lhe dava a polivalência para a realização de espectáculos e também os famosos e tradicionais bailes de finalistas. Foi dotado ainda de dois laboratórios devidamente equipados. Possuía ainda campos exteriores desportivos e biblioteca e aquecimento central. Uma autêntica escola para a época.

 

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Em 1978 o Liceu adopta o nome de Escola Secundária Fernão de Magalhães, desta vez sem polémica, aliás foi uma alteração de nome da qual quase ninguém se apercebeu e à qual popularmente falando também ninguém ligou, pois na sua fachada principal, por cima da entrada também principal (ou dos professores) continuou-se a ostentar o nome de Liceu Fernão de Magalhães e ainda hoje se continua a denominar popularmente por Liceu.

 

31
Jul09

Discursos Sobre a Cidade, por José Carlos Barros.


 

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Um Exame no Liceu de Chaves

 

conto de José Carlos Barros

 

http://casa-de-cacela.blogspot.com

 

 

Imagino, agora à distância, poucas conjugações mais adversas: eu tinha acabado de fazer dezassete anos, de saber a data do exame de matemática e de me apaixonar por uma rapariga belíssima do décimo primeiro ano de letras.

 

Lembro-me: o Notícias de Chaves aberto no suplemento do Florêncio. Ansioso, nervoso, à espera que ela saísse da aula de Filosofia. E, enfim, a mostrar-lhe o poema acabado de publicar. Era o começo da minha glória literária. Matilde (nome de código) leu vagarosamente. Depois olhou-me. «Que achas?», perguntei. Impaciente. Já a medo. E ela a ler de novo. Vagarosamente. E só então, num tom de opereta, num tom de falsete: «As obras de arte são de uma solidão infinita: para as abordar, nada pior que a crítica.» Eu fiquei a olhá-la, ela riu-se. «Anda», disse. Subimos à Rua Direita, descemos, entrámos na Ana Maria. «Acho que isto te vai fazer bem.» E ofereceu-me as Cartas a um Jovem Poeta, do Rilke.

 

Não me era estranha a aura intelectual que Matilde (nome de código) ganhara dia após dia nos corredores do Liceu. Os seus interesses, os seus conhecimentos, pareciam não ter fronteiras, limites. O Sebou, em compreendendo que havia ali uma chispa, avisou-me logo: «Ui, onde te vais meter.»

 

A matemática, portanto. Essa parecia a maior preocupação de Matilde. O meu exame. Como se os meus desassossegos lhe pertencessem. Uma preocupação a crescer à medida que o meu desinteresse se tornava mais óbvio.

 

Tínhamos combinado passar a tarde a estudar. Em casa dela. E ali estávamos nós, sozinhos, pela primeira vez. Sozinhos. Sentei-me, puxei do caderno de exercícios, do livro de matéria. Ela demorou-se na cozinha. Trouxe, enfim, chá e bolachas champagne, poisou o tabuleiro num canto da mesa redonda. Eu a olhá-la. Interdito. Deslumbrado. A morrer de desejo. Sentou-se. Eu continuava a olhá-la. A imaginar a curva finíssima dos seus ombros sob a blusa leve. «Quero tanto beijar-te, Matilde.» E ela a sorrir como se eu fosse parvo. E eu a respirar com dificuldade. A sentir-me parvo.

 

Matilde quebrou o gelo súbito, encheu duas chávenas com o chá ainda quente. «Bom. Vamos lá então a ver os teus grandes desafios, os teus grandes dramas.» Disse. Decidida, quase a impor uma ordem, a estender a mão esquerda ao livro de matemática. Não disfarcei um sorriso, a ironia, uma certa sobranceria. «Isto é complicado, Matilde. Isto não é filosofiazinha, os pré-socráticos a zimbrar conceitos, o Heraclito, o Zenão. Isto é senos e cossenos, tangentes. As chamadas funções complexas, Matilde.» E ela a corrigir-me: «Funções complexas elementares.» Não queria crer. Mau. Tu não queres ver que à gaja não lhe era estranha a trigonometria? Puxei dos galões. Fiz um ar sério. Abri o livro quase ao acaso. E disparei, pomposo, a arredondar as sílabas: «Pois muito bem: qual o valor máximo da função ípsilon igual a dez mais cinco cosseno vinte xis?» E ela a olhar-me como se me desarmasse. Como se me apanhasse em falso. Eu sem rectaguardas, sem defesas. «Quinze, claro. Dez mais cinco vezes um. É só fazer as contas. Quando é que o factor cosseno vinte xis é máximo? Quando, claro, é igual a um.»

 

A camioneta da carreira de Boticas saía do Jardim do Bacalhau às sete menos vinte. Sentei-me, sozinho, num dos bancos da frente. Sentia-me a pessoa mais infeliz à face da terra. Colei a cabeça ao vidro grande da janela, deixei que passassem por mim os telhados do Santo Amaro, a linha dos amieiros da margem do Tâmega, as valetas da subida de Curalha, os pinheiros da Pastoria, o castanheiro imenso no fim da recta de seiscentos metros que levava de Curalha às curvas fechadas de Casas Novas. E puxei do livro que Matilde (nome de código) me tinha oferecido em resposta a uma solicitação de crítica literária.

 

Foi então que o Sebou se aproximou e se sentou a meu lado. «Então aquilo lá deu em águas de bacalhau.» Continuei em silêncio. Sentia-me triste. «Mau. Já vi que te fodeu a molécula. E que livro é esse?» Abri as Cartas a um Jovem Poeta. De Rainer Maria Rilke. Ao calhas. E comecei a ler:

 

«Ninguém o pode aconselhar ou ajudar: ninguém. Não há senão um caminho. Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende as suas raízes pelos recantos mais profundos da sua alma; confesse a si mesmo: morreria se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranquila da sua noite: ‘Sou forçado a escrever?’ Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar aquela pergunta severa por um forte e simples ‘sou’, então construa a sua vida de acordo com esta necessidade.»

 

A camioneta da carreira descia agora da Curva do Leite à Ponte Pedrinha. «Estás bonito, estás», disse o Sebou. E levantou-se.

 

Saí na paragem da Granja. Sentia-me triste, confuso. Nesse tempo eu vivia na Granja. Ia pela estrada, a caminho de casa, quando o Jeremias me acenou lá do fundo, das quatro mesas de plástico da esplanada do café das Sobreiras: «Tudo bem, campeão?» E eu que sim, a inventar um sorriso, a erguer a mão com o polegar esticado.

 

18
Mai09

Mais flavienses premiados e laureados


Claro que não ficamos indiferentes às vitórias dos nossos flavienses e também eles contribuem para o orgulho flaviense.

 

Nos últimos anos os nossos alunos têm ido por esse Portugal fora vencendo prova atrás prova, alguns deles chegam mesmo ao patamar internacional. Pois mais uma vez 4 alunos do Liceu são premiados em provas regionais , com a medalha de Ouro nas Olimpíadas de Física e o Prémio Jovens Escritores .

 

Andreia Chapouto, aluna do 9º Ano do Liceu (Esc. Sec. Fernão de Magalhães) venceu o concurso Jovens Escritores com o conto “Depois de tu partires”. O prémio prevê a publicação do conto.

 

Por sua vez os Alunos Alexandre Chaves, Carlos Gouveia e Sara Martins, do 9º ano, também do Liceu, obtiveram a Medalha de Ouro nas Olípiadas de Física, fase regional, que decorreu na Faculdade de Ciências da universidade do Porto, organizadas pela Sociedade Portuguesa de Física.

 

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Mas não é só nos estudos que os flavienses marcam ponto e são premiados, pois também no coleccionismo e na numismática os flavienses vão dando as suas cartas, como aconteceu no passado dia 9 em que o flaviense Cap. Fernando Pizarro Bravo recebeu o prémio do “Forista do Ano 2008-2009”, um prémio instituído pelo Fórum de Numismática a cuja Comissão de Honra pertecem entre outros o Major António Valente,  o Coronel Amaro Rodrigues Garcia, Presidente da Direcção da Associação de Numismática de Portugal e o Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão, Professor Catedrático e Historiador.

 

Este prémio consagra também a sua dedicação à numismática que, para além das suas participações no Forum dos Numismáticos já enalteceu com  a publicação em 2006 de um livro Intitulado “Moedas Romanas – Achados no Alto Tâmega e Barroso” .

 

O Capitão Fernando Cantista Pizarro Bravo, nasceu em Chaves a 17 de Dezembro de 1933, frequentou o curso de Engenheiro Agrónomo mas acabaria por ingressar Guarda Fiscal, tendo pedido a sua passagem à reserva em 1982, com o posto de Capitão. Tem-se dedicado ao coleccionismo de moedas romanas.  É Sócio da Sociedade Portuguesa de Numismática de Portugal e da Associacion Numismática Española.

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