Reino Maravilhoso - Lindoso
Douro e entre os Montes
LINDOSO - PONTE DA BARCA
A Serra do Gerês tem estado presente em muitos dos nossos posts do “Barroso aqui tão perto”, aliás, embora nunca tivesse contado quantas, são umas dezenas de aldeias barrosãs que escolheram a sua proximidade, faldas ou mesmo plena serra para se implantarem, só até uma certa altitude, pois no Gerês mais alto, é o reino do pedregulho, quase inacessível, pois só alguns ousam aventurarem-se nesse reino e quase parece que para lá no alto, onde a croa da serra toca no céu, tudo se acaba e não há mais vida, do lado de cá até parece que o Gerês não tem o lado de lá, mas ele existe.
Embora grande parte do outro lado da Serra do Gerês já pertença à Galiza, ainda há muita serra portuguesa e povoações/populações igualmente interessantes e não muito diferentes das barrosãs, aliás se a serra não existisse, essas povoações estariam a 10 ou 15 km das aldeias barrosãs, mas como o reino do pedregulho não se deixa atravessar, para conhecermos essas povoações, temos de contornar a serra. Pois a nossa proposta de hoje é mesmo para a contornar-mos, ali mesmo no Barroso onde a serra termina para começar outra, ou seja, a partir de Tourém, Montalegre o que nos obriga também a passar pelo antigo Couto Misto (Mixto) e algumas povoações Galegas, isto para chegarmos ao nosso destino que é o Lindoso, a terras dos canastros, mas não só. Será um passeio que fica a 2 horas de nós (112Km) que vale a pena percorrer para conhecer.
Lindoso, também ela localizada em pleno Parque Nacional da Peneda do Gerês, no concelho de Ponte da Barca.
À entrada, a barragem e o outro lado do Gerês chamam a nossa atenção, mas daí, estamos longe de imaginar aquilo que a aldeia oferece, na sua grande sala de visitas composta por mais de meia centena de canastros, ou se preferirem – espigueiros, e as velhas muralhas do castelo, prendem toda a nossa atenção. Não que fosse só pela sua sala de visitas que ao chegarmos lá se transforma também em sala de estar, já valia a pena lá ir. Tanto canastro junto, impressiona mesmo mas a sua beleza/arquitetura também, principalmente os canastros construídos na totalidade em granito, que sai um pouco fora daqueles que são mais comuns entre nós, embora aqui e ali, também no Barroso, existam alguns (poucos) idênticos.
Contudo, não depois de se deliciar com os canastros e o castelo, não deixe de deitar um olho à aldeia, onde a sua Igreja Matriz e os antigos lavadouros, também merecem a nossa atenção e apreciação.
E assim fica mais uma localidade para um dia de passeio, e já que estamos do outro lado da serra, não deixe de apreciar a gastronomia local, que embora a seja de terras próximas da nossa, já não estamos em Trás-os-Montes e os seus pratos mais tradicionais são a prova disso, entre os quais estão o Sarrabulho, as Papas de Sarrabulho, o Cabrito à Serra Amarela, isto no que toca a carnes, no peixe, o Rio Lima proporciona a Lampreia, o Sável e a Truta. Na doçaria, os de lá dizem que sofreu influência do célebre mosteiro de Vila Nova de Muía, por onde passaram os Cónegos Regrantes de St. Agostinho e onde esteve recolhido D. Afonso Henriques, durante duas semanas, para preparar o Recontro de Valdevez. Doces à base de pão de ló e ovos, como é o caso do bolo branco, o leite creme (queimado) e as rabanadas de mel são algumas das iguarias doces que pode encontrar nos seus restaurantes.