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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

17
Fev21

Crónicas de Assim Dizer...em Livro

Crónicas de Assim Dizer - Cristina Pizarro


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Ainda antes de deixarmos aqui as “Crónicas de assim dizer”  da Cristina Pizarro, anunciamos as “Crónicas de assim dizer” da Cristina Pizarro, mas em livro, acabadinho de ser lançado e já está à venda na Chiado Books (https://www.chiadobooks.com/livraria/cronicas-de-assim-dizer ).

 

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Mais um livro que sai das crónicas publicadas neste blog e que ganha luz e leitura no formato tradicional de papel, em livro.

 

Cristina Pizarro, natural de Chaves, que há muito anda nestas lides da escrita, sendo este o seu terceiro livro a ser publicado, aliás demos nota de um dos seus livros anteriores num post que lhe dedicámos, no tempo em que ainda não era colaboradora deste blog (https://chaves.blogs.sapo.pt/357186.html).

 

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E mais uma das autoras da minha geração  do Liceu de Chaves de onde saíram outros autores já com nome na praça da literatura portuguesa, como Francisco José Viegas, José Carlos Barros, Otília Monteiro Fernandes, João Madureira, Isabel Seixas, Manuel António Araújo, Gil Santos, entre outros, que agora não me lembro ou desconheço as suas publicações, mas que os há, há.

 

Já a seguir, Cristina Pizarro com “Crónicas de Assim dizer”.

 

 

 

29
Jan15

Gil Santos (pai e filho) apresentam livro em Chaves


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Já aqui foi anunciado em jeito de nota de rodapé no último “Discurso Sobre a Cidade” de Gil Santos, mas agora que se aproxima o dia fica mais uma vez o lembrete e o convite para a apresentação do livro « A Saga de um Combatente na I Guerra Mundial – De Chaves a Copenhaga» de autoria de Gil Santos (pai) e Gil Santos (filho).

 

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A apresentação do livro estará a cargo do Prof. José Machado e dos respetivos autores, alternando com a atuação do Grupo Coral Allegretus.

Allegretus4.jpgA apresentação do livro e atuação do Grupo Coral está previsto acontecer a partir das 15H00 do próximo sábado, dia 31, no Auditório Engº Luíz Coutinho (GATAT), em Chaves.

 

Neste primeiro centenário da Grande Guerra, os autores contam a história do praça-de-pré António Pereira dos Santos, o “avô António”, 1.º Cabo do Batalhão de Infantaria n.º 19 de Chaves, feito prisioneiro dos alemães na Batalha de La Lys. Este foi um dos combatentes que, há 100 anos, foram desarraigados e enviados para o terror da Flandres. A I Guerra Mundial haveria de mudar as suas vidas para sempre. A ferro e fogo, fustigados pelo frio, pela fome e pela doença, mas sobretudo pela metralha dos boches, viveram momentos únicos – terríveis − no abrigo, no hospital, no cativeiro e na trincha. Este livro constitui, assim, uma homenagem a todos os que tombaram no campo de batalha e aos que, heroicamente, conseguiram salvar-se.

 

Gil Manuel Morgado dos Santos nasceu em Santa Leocádia, Chaves, a 19 de Maio de 1957.

Frequentou o Seminário de Vila Real. Mais tarde ingressou na Escola do Magistério Primário de Chaves, tendo concluído o curso em 1980. Licenciou-se em Administração Pública na Universidade do Minho, em 1993, onde adquiriu o grau de Mestre, na mesma área, em 2003.

Actualmente é professor de Economia e Contabilidade do quadro da Escola Secundária de Caldas das Taipas, em Guimarães.

 

Gil Filipe Calvão Santos nasceu em São José de São Lázaro, Braga, a 25 de Setembro de 1982.

Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 2000, tendo concluído a licenciatura em 2006. Frequentou o “Ano Comum” no Hospital de S. João, no Porto. Especializou-se em Oftalmologia em 2012. Actualmente trabalha no Hospital de Braga.

 

 

12
Dez14

Discursos Sobre a Cidade - Por Gil Santos


GIL

 

A SAGA DE UM COMBATENTE NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

DE CHAVES A COPENHAGA

introdução

 

O avô António, paizinho como gostava de ser chamado, era um homem simples. Apenas um António como tantos, sem fama, sem proveito e sem glória! Esteve em dezassete na guerra de catorze e, ao jeito do João Ninguém, Soldado da Grande Guerra, repousa no eterno silêncio dos desprezados. Para além de herói, que outro nome lhe poderemos dar, questiona Menezes:

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“Que nome poderei eu dar aos simpáticos soldadinhos, aqueles trigueiraços que das oito províncias acorreram de mochila às costas, sem faltar ao embarque para honra dos seus batalhões? Nem «serrano», nem «lanzudo», nem «gambúzio», nem «folgadinho». Baptizá-lo-ei, muito simplesmente, com o nome de João Ninguém, incarnando assim, nesta modesta alcunha, aquele português que nas horas difíceis tudo faz para Maior glória da pátria e a quem muitos esqueceram, chegada a hora dos benefícios e compensações”[1]

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 Não adornavam os seus ombros de miliciano os galões da oficialidade, mas somente as divisas de um 1º Cabo de Infantaria. Não lhe coube a sorte do cachapim, para fazer a guerra na recoca a colher os louros do front. Era apenas um dos muitos milhares que não mandava, obedecia! Foi um reles praça-de-pré da malta da trincha no Corpo Expedicionário Português.

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 Teve a desdita de nascer em tempo de guerra. Sem padrinho que o livrasse, sofreu no corpo e na alma as agruras de um destino cruel que não mereceu. E, como se não bastasse o pavor quotidiano da morte, ainda viveu as maiores privações nas trincheiras. Experienciou, inclusivamente, o miserável estatuto de prisioneiro de guerra. Do Reno à Silésia, passando pela Prússia Oriental, vivenciou o ódio do boche sob a forma da desonra, da doença, da fome e do abandono. Da rija têmpera do granito do Brunheiro, venceu as maiores adversidades e, como o carvalho das touças do Planalto, sobreviveu a uma beligerância que nunca lhe explicaram e que ele pas compris. A guerra escacholou-lhe a alma, como o morteiro a Terra de Ninguém. Marcou-lhe o ritmo para o resto da sua vida. E de tal forma que não recordamos sesta, serão ou passeio d’acavalo, sem a eterna presença das suas memórias. A sua narrativa precipitava-se como os morteiros à pilha cão: orgulhosa, fria e medonha, porém, sempre admirável e bela. A resenha era tão real que trazia consigo o cheiro à pólvora, ao gás mostarda e à maçã assada. As suas palavras remedavam o matraquear da costureira e, por vezes, até passavam a sensação da coceira provocada pelas migalhas de pão com pernas, que chegavam a ser do tamanho de chícharos.

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 Aqui daremos conta das suas memórias de gambúzio. Fá-lo-emos com a mesma emoção e o mesmo realismo com que foram escritas na trincha pelo próprio punho. As vivências, relatadas em primeira mão, genuínas, hão de arreganhar como ouriços maduros. Delas verterão as palavras como as castanhas: luzidias, escorreitas e cristalinas. A ingenuidade das suas expressões, lavradas como quem as diz, transporta-nos a uma realidade pura, ausente dos subterfúgios da escrita elaborada que desconhecia. Não se especte, por isso, literatura arrevesada. Seria até injusta tal exigência. De um homem simples, nascido nos corgos do Brunheiro, que poderíamos esperar? Muito se lhe deve por saber ler e escrever. Raríssimo privilégio para o seu tempo. Muito fez ele, movido, certamente, por uma vontade incomensurável de trazer à saciedade a sua vivência de serrano. Fê-lo com a mesma coragem com que foi aos arames ou cortou prego, a mesma abnegação com que lidou com os arraites do boche e a mesma fé com que sobreviveu à metralha e ao cativeiro. Quem sabe até se com a mesma ironia com que teria troçado dos kilt das mademoiselles de tranchée!

 

E versejou:

          Para quem nunca tinha visto                                 Perguntei se naquele campo

         Fogo de tantas maneiras                                        tinham arrancado castinheiros

         Foi uma entrada bonita                                          e responderam-me que eram covas

         Que eu tive nas trincheiras.                                   de granadas e morteiros.

 

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Quisemos, por isso, convocar na integra o seu Diário de Guerra e publicá-lo em fac-simile, para que não se perca cibo. Desta feita, cremos oferecer o encanto no seu estado mais puro. Os nossos escritos, em segunda mão, jamais conseguiriam proporcioná-lo.

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 Para que melhor se entenda o propósito, estruturámos a obra na correspondência cronológica do manuscrito do combatente. Assim, no início de cada capítulo, identificamos a paginação que no Diário lhe corresponde.

 

O objetivo da primeira parte deste livro, é o de contextualizar/esclarecer a leitura principal do Diário, a mais significativa.

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 Não se pense que foi tarefa fácil reconstituir, com o rigor que se exigia, a saga do nosso toupeira! As lacunas naturais do relato e o difícil acesso à raríssima informação do Arquivo Histórico Militar e do Geral do Exército, foram obstáculos sérios, exatamente por se tratar de um António Ninguém, com um nome igual a tantos outros!

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 Contudo, a nossa persistência, o crédito das suas vivências, mas sobretudo a nossa curiosidade pela descoberta, conseguiram afastar todos os escolhos. Desta forma, que cremos digna, contamos, com ele, a epopeia na Grande Guerra. Apesar de tudo, o que indagámos e aqui vertemos é, do nosso ponto de vista, bastante para engrandecer os feitos de quem emprestou à pátria, ingrata, tanta dor!

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 Queremos, no entanto, que esta saga vá mais longe. Que reze, também, por todos os que, ignorados, douraram a glória de quem os mandou para a trincheira.

 

Neste primeiro centenário da Grande Guerra, acreditamos que esta obra dignificará a memória de quantos empenharam a pele pela pátria imerecida!

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 À sua tenacidade e inteligência devemos o orgulho da portugalidade, ao avô António a existência. Só isso basta para esta justa homenagem.

 

Reconheçamo-la como um humilde tributo à sua coragem, um hino imperfeito à sua sobrevivência e um preito inopioso à sua memória.

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[1] Cf. Menezes Ferreira, João Ninguém Soldado da Grande Guerra, Impressões Humorísticas do cep, 1917-1919, Lisboa, Serviços Gráficos do Exército, 1921, p. 14

 

16
Dez13

Chaves - Olhares Sobre a Cidade


No dia 19 de outubro deste ano o Blog Chaves comemorava os dois milhões de visitas levando a efeito uma exposição de fotografia e o lançamento do livro “ Chaves – Olhares Sobre a Cidade”. Quem passou pela exposição pôde ver a exposição ao vivo e adquirir o livro com 25 fotografias e 25 textos de autoria dos colaboradores do blog. A exposição vai ser impossível reproduzi-la aqui mas o livro pode ficar online:

 

Se estiver interessado em adquirir o livro em papel, também o pode fazer em algumas livrarias flavienses (Ana Maria – Rua Direita; Flávia D’Ouro – Rua do Olival; Galeria Antigona – Rua de Stª Maria e Tabacaria a Mina na Rua Direita).  Entretanto e até ao final do ano, vou deixando por aqui.

Para hoje fica o prefácio do livro, de autoria de José Carlos Barros:

 

"Há um território de partida e há a intervenção culta do Homem sobre o território ao longo do tempo: a Paisagem é o resultado dessa interacção. Quando essas ligações se quebram ou diluem – as dessa íntima associação entre a mão e a terra, entre o pensamento e a mão, entre o rural e o urbano – é uma cultura que começa a perder-se até ficarmos à mercê do que nos é exterior. De nada nos vale, então, socorrermo-nos da tradição – se a tradição, mais do que a procura de um regresso a nós mesmos, é já a busca festiva e folclórica das imagens do que seríamos se não tivéssemos desejado ser outra coisa.

 

De pouco, neste passo, nos valerá o lamento de estarmos à mercê dos mercados e de procurarmos nos outros a culpa de nos termos perdido: porque o contrário de construir uma Paisagem, de fazermos parte dela, é ficarmos dependentes da abstracção e da volatilidade. É sermos frágeis. E isso

 

(prosseguir um caminho ou outro)

 

é sempre o resultado de uma escolha – ainda que por alheamento ou falta de comparência.

 

As fotografias de Fernando Ribeiro devolvem-nos um território que deixámos de saber merecer. Por isso, antes de nos maravilharem, nos envergonham. Mais do que a celebração do que éramos ou da ilusão do que poderíamos ter sido – estas fotografias mostram-nos o que acabámos por ser: imagens feitas de abandono e silêncio, partidas, ausências, nuvens escuras sobre os telhados das casas vazias, portas e janelas fechadas, alpendres de madeira suspensos dos seus próprios alicerces de ruína. Fernando Ribeiro, nestas fotografias de velhos sentados à espera de lugar nenhum, ou de neblina poisada nos montes ou nas águas do rio, nas poldras, nos bancos vazios das margens, ou de caminhos onde alguém se afasta por entre as árvores altas da impossibilidade dos regressos – mostra-nos o que se esconde se soubermos ver; mostra-nos o que poderia estar por detrás: a Paisagem, ainda

 

(rural e urbana),

 

no que isso significa

 

(no que poderia significar)

 

de aproveitamento económico de recursos endógenos e enquanto exemplo maior de uma civilização e da intervenção culta de uma sociedade – assim traduzida em identidade cultural e resiliência.

 

A insistência no contraste – que a opção pelo preto-e-branco das fotografias acaba por potenciar – permite-nos ver além do olhar: a parede branca, iluminada, que se ergue contra as três figuras humanas, escuras e sem rosto, definidas apenas pelos contornos, com a copa também escura das árvores e a sombra que sai dos pés dessas imagens enigmáticas para se estender até ao primeiro plano da fotografia – define um rectângulo pela horizontal, a meio, que é simultaneamente uma linha de abertura para o que lá não está, e que uma outra figura humana, cortada pela metade, deixa em aberto. Este é apenas um exemplo de como, a partir, umas vezes, dos planos de contraste

 

(o vestido negro da mulher encostada a um muro, e a luz, por detrás, a iluminar o empedrado da rua; os cipreste negros e o cruzeiro branco contra o fundo branco da igreja e os tons escuros, subindo até ao negro, do horizonte)

 

e outras vezes a partir da ambiguidade e da expectativa

 

(um homem de costas a entrar no que pode ser um pátio mas que é também o lugar difuso, de fronteira, entre espaço público e espaço privado; o portão fechado na rua que a mulher sobe com um molho de guiços de lenha; as casas da cidade com todas as portas fechadas numa rua onde os homens se cruzam, indiferentes, de mãos nos bolsos; o homem de sachola ao ombro, chapéu na mão e roupa quase cerimonial)

 

– estas fotografias

 

(o conjunto delas e cada uma delas individualmente considerada)

 

instituem uma narrativa, insinuam histórias, deixam planos em aberto para a descoberta, a imaginação, a inquietude e o sobressalto. Para, portanto, permitirem a cada um de nós desenhar a história do que poderíamos ter sido, do que poderíamos ser.

 

Mas há sempre quem não desista. Este livro, estas imagens e os textos que as acompanham, juntando antigos e actuais colaboradores do blog "Chaves", fazem parte de um projecto celebrativo: o blog onde originalmente foram publicadas as fotografias deste livro, e outras que serão expostas no âmbito desta mesma celebração, atinge por estes dias o número impressionante de dois milhões de visitas. Repita-se: dois milhões de visitas...

 

O número é invulgar, claro – e leva-nos a perguntar por que razão tanta gente visita diariamente um blog cuja preocupação essencial são as Aldeias, a Paisagem, a História, o Património, a procura de equilíbrios entre o mundo rural e o mundo urbano. A este serviço público do Fernando Ribeiro – as pessoas, como se vê, respondem com a presença e a manifestação do seu interesse.

 

E isso é também motivo de comemoração: sabermos que, apesar de tudo – e o blog "Chaves" será apenas um exemplo e um pretexto para o afirmarmos –, um grupo numeroso e cada vez maior de pessoas assume o seu compromisso de defesa dos elementos mais centrais da nossa História e da nossa identidade cultural."

 

José Carlos Barros


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