Flavienses por outras terras - Mário Esteves
cidade de chaves
Mário Esteves
Nesta crónica do espaço “Flavienses por outras terras” vamos até à “Antiga, mui Nobre, sempre Leal e Invicta cidade do Porto”, tal qual a inscrição que consta no brasão da cidade.
Fotografia de Mário Esteves
É, pois, no Porto que vamos encontrar o Mário Esteves.
Onde nasceu, concretamente?
Sou do tempo em que ainda havia um Hospital com Maternidade em Chaves. Foi lá que nasci.
Nos tempos de estudante, em Chaves, que escolas frequentou?
Andei na Escola da Estação, na Escola Nadir Afonso, passei pela Secundária Dr. Júlio Martins e fiz o secundário na Fernão de Magalhães (Liceu).
Em que ano e por que motivo saiu de Chaves?
Em 2013, quando comecei a Faculdade.
Em que locais já viveu ou trabalhou?
Tenho vivido no Porto. Fiz ainda um semestre de Erasmus em Dresden, na Alemanha, no ano passado.
Fotografia de Mário Esteves
Diga-nos duas recordações dos tempos passados em Chaves:
O meu avô é sócio do Desportivo de Chaves há já muitos anos. Quando eu era criança, ia muitas vezes com ele ao estádio porque não precisava de pagar bilhete. Claro que estava mais atento à senhora das pipocas do que ao jogo em si, mas sempre gostei do ambiente.
Lembro-me também da alegria que era quando os carroceis começavam a chegar à cidade, na altura dos Santos.
Proponha duas sugestões para um turista de visita a Chaves:
Não deixem de visitar o MACNA – Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso. Para além de ser um edifício da autoria de Álvaro Siza Vieira, elogiado internacionalmente, tem tido exposições de grande valor.
Sugiro também a quem visitar a cidade que vá fazendo refeições leves nos dias antes da visita, para que possa aproveitar a gastronomia da região à vontade.
Estando longe de Chaves, do que é que sente mais saudades?
Sinto sobretudo alguma nostalgia da cidade que tínhamos há 10 ou15 anos, quando se via gente nas ruas.
Com que frequência regressa a Chaves?
Costumo ir, no mínimo, uma vez por mês.
O que gostaria de encontrar de diferente na cidade?
Gostava de ver um Hospital com as valências necessárias para servir as pessoas. Gostava de ter um centro histórico requalificado de forma a que os habitantes pudessem usufruir do centro da sua própria cidade. Enquanto as “ruelas" estiverem abandonadas serão sempre um lugar privilegiado para a prostituição e para o consumo de drogas.
A questão central aqui é a vontade de ver Chaves com vida, com coisas a acontecer, a apontar para o futuro. É preciso uma política cultural a sério que faça as pessoas sair de casa, que chame a juventude, que dê aos Flavienses a oportunidade de viver a cidade.
Gostaria de voltar para Chaves para viver?
Naturalmente que seria do meu agrado viver um dia em Chaves, mas tenho a noção que será muito difícil fazê-lo num futuro próximo, mesmo após concluir o Curso. Veja-se a quantidade de pessoas que saíram de Chaves para estudar e que não voltaram porque se tornaram mão-de-obra qualificada, com perspetivas de vida em relação às quais nesta cidade não há forma de dar resposta.
Chaves, assim como quase todo o interior do País, ainda não é para jovens. Temos que encontrar alguma forma de inverter o rumo.
O espaço “Flavienses por outras terras” é feito por todos aqueles que um dia deixaram a sua cidade para prosseguir vida noutras terras, mas que não esqueceram as suas raízes.
Se está interessado em apresentar o seu testemunho ou contar a sua história envie um e-mail para flavienses@outlook.pt e será contactado.