Não podia deixar passar a esta data sem vir aqui com o SEMPRE do 25 de abril, em celebração do seu 44º aniversário, que tal como diz o poeta, deste “Abril já feito. E ainda por fazer”. Por mim, continuemos a sua construção… 25 de Abril - Sempre!
Se não fosse por estar em Casas dos Montes e ver um pedaço da cidade de Chaves ao fundo, diria que estava em frente de uma qualquer pastagem, de uma das aldeias do Barroso aqui tão perto que aos domingos vão passando aqui pelo blog. Mas não haja ilusões, pois não é aqui que começa o campo desta cidade de campo, esta pastagem é apenas uma parcela de terreno resistente à modernidade, que teima em ser verde para deleite de algumas vacas pachorrentas, o betão, com mais ou menos altura, continua aquém e além da pastagem, e para os lados também.
Imagens que nos levam às palavras. Palavras e imagens que nos levam até outras palavras, até às palavras dos poetas, à poesia que nos leva até à música de António Portugal para acompanhar o canto de Adriano Correia de Oliveira com as palavras de Manuel Alegre, na “Trova do vento que passa” — “Mesmo na noite mais triste/em tempo de servidão/há sempre alguém que resiste/há sempre alguém que diz não” — Tudo isto por causa de duas vacas a pastar numa verdejante pastagem entalada na modernidade, ou talvez não, talvez sejam os aromas de abril a anunciar-se.