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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

21
Dez15

Quem conta um ponto...


 

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270 - Pérolas e diamantes: MRS, caso ou acaso?

 

 

Aí está Marcelo Rebelo de Sousa, o comentarista, no seu máximo esplendor.

 

Ao contrário de Cavaco, que o catapultou para o Conselho de Estado, ele raramente tem certezas e frequentemente se engana.

 

Melhor para ele. Enganar-se é a fórmula perfeita para voltar a tentar.

 

Para além de comentador político, MRS é uma personagem bem ficcionada e promovida pela TVI.

 

Ideologicamente é um vazio, mas possui um trunfo: a sua ambiguidade.

 

É homem para defender uma coisa e o seu contrário. E sempre com ar de quem é entendido em tudo. O homem não consegue definir quem é nem aquilo que é. É sempre aquilo que for preciso que seja.

 

É tão eloquente como um catálogo de vendas de taparueres ou então como a revista promocional da Bertrand. A sua ideologia é silenciosa como convém.

 

O seu máximo valor idiossincrático é uma espécie de mínimo múltiplo comum entre a esquerda, que tolera, e a direita, que lhe serve de pretexto para se candidatar. São estes os seus autocolantes de campanha.

 

Depois de assistir à primeira entrevista de MRS à SIC, e pegando na ideia de uma crónica de Vasco Pulido Valente sobre Cavaco, podemos dizer que o Doutor Sousa falou à populaça na TV. De início, como convém, e pedagogicamente, como é seu timbre e feitio, o Doutor Marcelo não disse nada. Logo de seguida, e de perna cruzada, sentado no sofá, investido de vacuidade, o Doutor Rebelo nada disse. Depois, circunspectamente, o Doutor Sousa não disse nada. E, por fim, afagando o nó da gravata e alisando a sua voz “sinusitoide”, o Doutor Marcelo nada disse.

 

A notória displicência argumentativa do Doutor Rebelo, não lhe permite dizer nada, nem quando faz um esforço enorme para dizer alguma coisa. Mesmo que essa coisa seja, afinal, não dizer nada.

 

Uma coisa deixa claro a quem o ouve: o homem acredita em tudo aquilo que diz.

 

Utiliza as palavras para nos enrolar. Torrentes delas. Mas palavras leva-as o vento. Há um provérbio judeu que diz: Quanto mais forte é o vento mais lixo levanta.

 

Marcelo Rebelo de Sousa esforça-se quase até à exaustão para dar a ideia de um perseguidor da qualidade.

 

Esforça-se para avivar a memória dos mais antigos militantes do PPD. Enumera sempre as virtudes de Sá Carneiro.

 

Claro que até pode afagar o busto do líder carismático do PPD, mas falta-lhe o golpe de asa de Sá Carneiro. E também uma Snu que lhe dê consistência e transmita paixão.

 

Sá Carneiro era um ser invulgar, um homem carismático, uma personalidade superior. Não um catavento mediático, como é conhecido MRS no partido de que diz ser insigne militante.

 

MRS é apenas uma ideia de senso comum, um moralista mediano e um comentador de ténis circunstancial. Fugiu sempre da adversidade para procurar, e refugiar-se, na popularidade.

 

O Doutor Rebelo é um talento eminentemente conjuntural. Tão conjuntural como os livros de campanha.

 

O Doutor Sousa pensa já ter os nossos votos na algibeira. Mas talvez se engane.

 

O Doutor Marcelo nunca poderá ser um presidente essencial (e bem necessitados estamos de um), apenas poderá representar o papel de um presidente acidental.

 

Longe vá o agouro.

 

O Doutor MRS trabalhou afanosamente para ser um caso, pesando permanentemente os argumentos, os livros e os mergulhos.

 

O seu maior defeito, que muitos julgam virtude, inclusive o próprio, é que nunca conseguirá afastar de si a ideia de que sempre viveu mediaticamente da promiscuidade entre política e jornalismo.

 

Com certeza que o seu amigo Ricardo Salgado lhe ensinou que os pobres comem com fome as febras que lhe põem na frente e que os ricos manjam com apetite as lagostas que lhes servem. E que o champanhe se bebe sempre sem sede.

 

O homem tudo fez para ser um caso, mas, por mais que lhe custe, não passa de um acaso.

 

João Madureira

 

 

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