A matança do reco na Abobeleira
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Já começa a ser tradição cumprir a tradição da matança do reco na Abobeleira, mas não é uma tradição qualquer, mas esta em especial, a de fazer uma matança aberta a toda a população da aldeia e da freguesia. Tem sido assim desde há seis anos para cá e tudo isto graças a um filho da aldeia que por sua conta tem promovido este evento – O Jorge Carvalho.
Pois ontem cumpriu-se mais uma matança no lugar do costume e com a aldeia a aderir também como de costume e à hora do costume, ou seja, logo pela manhã.
Quanto à matança em si e para não repetir o que já foi dito nos anos anteriores, deixo apenas aqui os links para dois posts onde se fala das coisas desta tradição:
http://chaves.blogs.sapo.pt/431958.html - Por Gil Santos
http://chaves.blogs.sapo.pt/339613.html - A matança de 2008 na Abobeleira
Hoje ficam apenas os registos fotográficos dos momentos do dia que, como convém, começam logo pela manhã bem cedo com o acender o colocar os potes do lume.
Claro, pois como mandam as regras a água já deve estar a ferver quando recebe o sangue que ira fazer as primeiras delícias da mesa.
E questões de direitos e sexos à parte, na matança do reco há trabalho para todos e se os homens se encarregam de agarrar e matar o reco, queimar-lhe o pelo, lavá-lo, pendurá-lo e desmanchá-lo às mulheres não têm menos afazeres na cozinha, com o fritar das miudezas e o preparar do sarrabulho.
À mesa, não faltarão os elogios a tão apreciadas iguarias, que podem ser servidas e confeccionadas em toda e qualquer parte do mundo, mas que junto ao reco pendurado e depois de toda a azáfama da manhã, é um manjar sem igual, sobretudo se o vinho também for bom, e era!
Depois, durante a tarde, já se sabe que algum descanso cai sempre bem para recompor forças e nem há como uma boa suecada.
Claro que todo este movimento também tem outros adeptos que tem curiosidade em saber como estas coisas se fazem e para isso voltam de novo ao recreio da escola, agora já sem escola.
Nos entretantos os rapazes dos clicks aproveitam para mais umas imagens e visitas culturais. Este ano com uma deslocação à barragem romana, também na Abobeleira, ao moinho e à ribeira de águas cristalinas.
Mas não só, pois o tempo recomenda que se aproveitem estes fins-de-semana para fazer a matança antes do Natal e a matança à qual assistimos repete-se um pouco por todas as aldeias e freguesias, assim, nem foi necessário ir muito longe para se assistir a mais tarefas da matança. Fomos à casa do Nel em Valdanta onde dois gigantes já estavam pendurados na trave.
A noite depressa chegou e de novo a mesa. Uma boa feijoada à transmontana, febras, vinho de várias colheitas.
E o momento alto é sempre à noite, já longe da matança, mas o momento em que toda a gente se senta à mesa para um início de noite de festa de um dia que já vai longo.
Com convidados que aproveitam para pôr a conversas em dia ou definir estratégias…
E claro, as concertinas e a festa tinham de começar, e nestas coisas de música e músicos, com tanta festa, bom manjar e bons vinhos, não seria de estranhar se um músico estivesse menos afinado, mas nem se notava…
E na rua o fogo estava no seu melhor, não era de artifício, pois não, mas parecia… e sempre foi melhor que o das festas da cidade e até teve direito a muitos clicks.
Enfim, por este ano foi tudo. Para o próximo ano, se a tradição se continuar a cumprir, também nós temos uma promessa para cumprir.
Até amanhã!