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Quando decidimos que esta rubrica de “O Barroso aqui tão perto” iria ter uma regularidade semanal aqui no blog, começámos a trazer aqui as aldeias que ficam na ligação entre Chaves e Montalegre, via Soutelinho da Raia, isto porque como essas aldeias nos calhavam num trajeto que fazíamos com frequência, já tínhamos muitas fotografias dessas aldeias e no entretanto das suas publicações, íamos fazendo a recolha das restantes aldeias do concelho de Montalegre.
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Contudo no trajeto de Chaves a Montalegre houve uma aldeia que foi sempre ficando para trás, e embora já tivéssemos publicado algumas imagens , nunca chegou a ter aqui o seu devido post, tudo pela sua proximidade de Chaves e de Soutelinho da Raia onde também vamos com frequência, ou seja, como ficava à mão e poderíamos fazer a recolha de imagens em qualquer momento, foi ficando para trás. Já compreenderam que se trata de Meixide.
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Pois hoje temos o post de Meixide, que embora a sua ausência por aqui, diversas vezes já falámos da aldeia, tudo porque é nela que ao entrámos no Barroso de Montalegre temos de tomar a primeira grande decisão de continuar caminho via Vilar de Perdizes ou Via Pedrário, isto se o nosso destino for Montalegre, além Montalegre ou o Larouco. Pela minha parte, para que os dois itinerários não ficarem chateados comigo, umas vezes vou por um, outras vezes vou por outro e no regresso, geralmente, venho pelo outro, ou seja, se for por Vilar de Perdizes, venho por Pedrário, ou então o contrário, pois ambos os trajetos são interessantes e até muito diferentes.
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Já lá vai o tempo em que neste percurso até Montalegre se tinha de fazer passagem obrigatória pelo centro das aldeias. Com a construção das variantes às aldeias começámos a passar-lhes ao lado, ficando com uma ideia de como elas serão, mas sem nunca lhe conhecemos a sua intimidade. Vemos-lhes a aparência e quanto a isto há que ouvir o povo – As aparências enganam! E Meixide não é exceção.
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Pois a verdade é que Meixide é muito mais interessante do que aquilo que dela se vê ao longe ou na passagem. Realmente aqui a aparência engana e há mesmo que entrar na aldeia para realmente ficar a conhece-la e poder apreciá-la. Foi o que fizemos no passado dia 9 de dezembro quando propositadamente entrámos nela para fazer a devida recolha de imagens, que já sabíamos que nos iria surpreender, pois nas nossas deslocações ao Barroso, às vezes, fazíamos batota e abandonávamos a estrada para passar pelo centro da aldeia, mas sem parar e muito menos recolher imagens.
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Mas passemos à sua localização que para nós flavienses não é estranha, para outros poderá ser. Tal como já atrás dissemos é uma aldeia que fica no limite do concelho de Montalegre na fronteira com o concelho de Chaves, mais propriamente a 1 quilómetro do concelho de Chaves e a 2,5 quilómetros da aldeia flaviense de Soutelinho da Raia, ambas já no planalto do Alto Barroso quase todo numa cota superior aos 900m de altitude. Quanto às coordenadas de Meixide são as seguintes: 41º 48’ 51,43” N e 7º 35’ 47,78” O. Para ajudar fica o habitual mapa com a sua localização.
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Para se apreciar a aldeia e quase todo o planalto do Alto Barroso a terminar na imponência da Serra do Larouco há que fazer uma paragem obrigatória mesmo na fronteira dos dois concelhos, ou um pouco antes, pois daí além de termos excelentes vistas dobre Soutelinho da Raia e sobre Meixide, também se obtém uma das vistas mais interessantes sobre a Serra do Larouco, mais ou menos como a que serve de cabeçalho a esta rubrica de “O Barroso aqui tão perto”.
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Quanto à aldeia e ao tipo de povoamento, tomando os dois tipos de povoamento básicos, podemos considerar Meixide como um povoamento nucleado, em que o povoamento assume mais ou menos uma forma circular, com várias ruas que partem de largos e cruzamentos principais, sendo este os seus núcleos. No caso desta aldeia existem pelo menos dois largos principais onde se concentram os equipamentos comuns a toda a aldeia. Um onde de encontra a Igreja e penso que a sede da Junta de Freguesia. O outro, mais amplo tem um cruzeiro, tanque e fonte comunitária e o forno do povo, e sem muito esforço, julgo ser este o largo principal da aldeia onde pela certa de comemoram as festas da aldeia.
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Fruto de serem construções mais recentes, a escola e o lavadouro público encontram-se na periferia da aldeia, por sinal ambos os equipamentos estão sem utilização, pelo menos os lavadouros, estes com localização infeliz e que contrariavam em tudo o seu lado social dos tanque de lavar mais antigos, todos nos centros (núcleos) das aldeias.
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E das nossas habituais pesquisas sobre a aldeia, desta vez encontrámos alguma coisa, tanto no livro de Montalegre de como no Jornal Notícias do Barroso, onde temos a referência da dois ilustres de Meixide. No Notícias de Barroso, infelizmente, é a notícia da morte de um deles, ainda jovem para morrer, que se fosse vivo, teria hoje 57 anos.
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Nos dados que a seguir ficam, retirados do livro Montalegre, há a referência à freguesia de Meixide, no entanto hoje Meixide já não é freguesia autónoma, pois com a infeliz reforma administrativa das freguesias de há anos, passou a fazer parte da União de freguesia de Vilar de Perdizes e Meixide.
Do livro Montalegre
Área: 11.4 Km²
Densidade populacional: 11.1 hab/Km²
População Presente: 122
Orago: Santa Maria
Pontos turísticos: Capela de N. Sra. da Azinheira
Lugares da freguesia: (1) Meixide
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Pequena freguesia a nascente do concelho, na cota dos novecentos metros de altitude, domina os outeiros da raia seca com a Galiza na encosta sul do Larouco. Em inexorável agonia mas preserva ainda uma velha jóia: a capelinha da Nossa Senhora da Azinheira que já foi uma das sete senhoras do planalto Barrosão. Até que um dia se possa esclarecer todo o passo histórico, Meixide vai gozando a fama de ter sido berço do herói Diogo Peres, (da “Escaramuça dos Nus”)...o tal que derretendo aos calores do deserto marroquino, foi refrescar-se na ribeira com alguns mais cavaleiros. Surpreendidos por um troço do exército mouro, tomam as espadas e adargas, montam completamente nus os seus cavalos, mas bem vestidos de indomável valentia desbaratam e põem em fuga a cavalaria moura. Uma façanha limpinha protagonizada à moda barrosã.
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Do Notícias de Barroso de 18-05-2015 deixamos também aqui uma notícia de um ilustre da aldeia de Meixide, que tivemos o prazer de conhecer pessoalmente e também ele um habitué da cidade de Chaves.
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Faleceu o Dr João Sanches, de Meixide
De tão triste notícia somente tive conhecimento através do escrito do meu ilustre amigo, Dr. Manuel Verdelho, de Chaves, que os leitores deste jornal devem ler (Página 5) para ficar a conhecer um grande barrosão que tão cedo (aos 55 anos) nos deixou.
Teria eu muito que dizer sobre este amigo que se notabilizou nos domínios da cultura e deixou rastos indeléveis nas Academias por donde passou. Contudo, a síntese do Dr Verdelho, muito bem elaborada, não me deixa grande espaço para tal.
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Sucintamente direi que o Sanches, como nós o tratávamos, era um indivíduo de uma inteligência fora do normal, de trato um tanto difícil, muitíssimo culto e politicamente um anarca ou tendencialmente um democrata cristão europeu. Tive com ele alguns desaguizados, mas, tempo passado, o mesmo Sanches não guardava rancores e sabia dar valor às pessoas e às coisas. Direi também que o concelho perdeu um grande SENHOR que muito tinha ainda para dar a Montalegre e à região transmontana.
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Choro a sua morte que me deixou ainda mais triste porque eu nem sequer sabia que ele estava enfermo. Pelas razões expostas, não o acompanhei à última morada, do que me penitencio. Mas, deixo aqui o meu testemunho sincero a expressar o meu profundo pesar, aproveitando para enviar à mãe e irmãos e demais familiares as minhas mais sentidas condolências.
Que o SANCHES descanse em paz!
Carvalho de Moura
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João Domingos Gomes Sanches
Nasceu em Meixide, em 17 de Outubro de 1959. Licenciou-se em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. Em 1990 obteve o diploma de Estudos Aprofundados (D.E.A.) na Escola dos Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris.
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Em 1994 foi doutor pela Escola dos Altos Estudos em Ciências Sociais e em 1995 em Psicologia Social na Universidade do Minho, por equivalência do diploma francês.
Em 1983/87 foi Conselheiro de Orientação Escolar na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Até 1994 exerceu psicologia no âmbito privado. Entre 1988 e 1994 foi assistente de gestão e formação da empresa “Comunication Langues Recherche”. Entre 1992/93 coordenou o Projecto “Presenças Portuguesas em França”, organizado pelo Ministério da Cultura, Ministério da Pesquisa e do Espaço e pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, para além da embaixada de Portugal em Paris, a Universidade do Porto e a Universidade Aberta de Lisboa. Foi autor de vários estudos científicos, desde o relatório de estágio, a trabalhos diversos sobre a Comunidade Portuguesa. Publicou, em co-autoria com Lourenço Fontes, o Ensaio de Antropologia Médica: A medicina popular barrosã (Editorial Presença, Lisboa) e, em co-autoria com José Manuel Gonçalves dos Santos, a Memória de Meixide: estudo psico-antropológico da população de Meixide, desde 1783.
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Foi docente da Escola de Enfermagem Dr. Timóteo Montalvão Machado em Chaves no Núcleo de Estudos de População e Sociedade - NEPS (Psicologia e Antropologia) e da Universidade Lusófona (Psicologia, Área de Psicologia Social).
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João Sanches escreveu uma interessante obra sobre a «Serra dos Passos» com o apoio do seu grande amigo Prof. Luciano Prada, já falecido, e de Agripino Franqueiro, uma amante da serra e dos Passos."
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E para terminar ficam as referências às nossas consultas bem como os links para as anteriores abordagens ao Barroso.
Bibliografia
“Montalegre” de José Dias Baptista, edição do Município de Montalegre, 2006
Sítios da WEB
http://www.aoutravoz.info/home/images/2014/Jornais/Noticias_Barroso/nb471.pdf
Anteriores abordagens ao Barroso:
A Água - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-a-agua-1371257
Amial - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ameal-1484516
Amiar - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-amiar-1395724
Bagulhão - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-bagulhao-1469670
Cepeda - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cepeda-1406958
Cervos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-cervos-1473196
Cortiço - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-1490249
Donões - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-donoes-1446125
Fervidelas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fervidelas-1429294
Fiães do Rio - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-fiaes-do-1432619
Fírvidas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-firvidas-1466833
Frades do Rio - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-frades-do-1440288
Gralhas - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-gralhas-1374100
Lapela - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-lapela-1435209
Meixedo - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-meixedo-1377262
O colorido selvagem da primavera http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-o-colorido-1390557
Olhando para e desde o Larouco - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-olhando-1426886
Padornelos - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padornelos-1381152
Padroso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-padroso-1384428
Paio Afonso - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-paio-afonso-1451464
Parafita: http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-parafita-1443308
Paredes - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-paredes-1448799
Pedrário - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pedrario-1398344
Pomar da Rainha - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-pomar-da-1415405
Ponteira - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-ponteira-1481696
Roteiro para um dia de visita – 1ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1104214
Roteiro para um dia de visita – 2ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1104590
Roteiro para um dia de visita – 3ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105061
Roteiro para um dia de visita – 4ª paragem - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105355
Roteiro para um dia de visita – 5ª paragem, ou não! - http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-roteiro-1105510
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