Hoje deveria vir aqui com mais Barroso da freguesia barrosã do concelho de Vieira do Minho, no entanto, outros afazeres de fim-de-semana não nos têm deixado preparar os posts barrosões, mas hoje, também não quisemos deixar de ir até o Barroso, virtualmente, como quem diz em imagem, e fomos. Fomos ao nosso arquivo de Montalegre e encontrámos lá a imagem que hoje deixamos aqui. Bem sei que esta imagem até poderia ser de um sítio qualquer, dum daqueles entardeceres que vão acontecendo vulgarmente em dias de sol, com árvores ou sem árvores, com gente ou sem ela. Eu sei disso, mas também sei que este registo foi feito em Montalegre, num fim de tarde de inverno, na envolvente do castelo da vila, assim, mesmo podendo ser de um sítio qualquer fica aqui neste dia dedicado ao Barroso porque, na verdade, verdadinha, é uma imagem do Barroso. E prontos, a justificação não é lá grande coisa, mas ó menos espero que gostem.
Aos domingos costumamos andar pelo Barroso aqui tão perto, ultimamente pelas aldeias do Barroso que vão para além de Montalegre e Boticas, mais propriamente pelas aldeias da freguesia de Ruivães e Campos, mas mais uma vez, não tivemos tempo de preparar uma dessas aldeias para trazer aqui hoje, assim, vamos aproveitar o momento para anunciar mais um livro de um autor barrosão, os “Diários 1958-61” do padre Lourenço Fontes que irá ser apresentado ao público na próxima quarta-feira (22/02/2023), na sede do Ecomuseu de Barroso, em Montalegre. Uma cerimónia que acontece no dia em que o padre Fontes celebra os seus 83 anos. A obra, com a chancela da Âncora Editora, mostra os diários assinados pelo pároco no período de 1958 a 1961.
Aos domingos vem sendo hábito neste blog dar uma volta, nem que seja virtual ou em imagens, por localidades que nos são próximas. Temos andado pelo Barroso e embora já tivéssemos trazido aqui umas dezenas de aldeias barrosãs, entre as quais todas as aldeias do concelho de Montalegre e quase a totalidade de Boticas, e ainda nos falta abordar tantinhas do concelho de Vieira do Minho e de Ribeira de Pena que também fazem parte do território barrosão, mas para hoje tínhamos prometido trazer aqui mais uma aldeia de Boticas, a Granja, que é uma das três aldeias de Boticas que nos falta abordar, mas não tivemos tempo de selecionar e preparar as imagens e reunir a documentação sobre a aldeia, acontece que também há vida para lá deste blog e às vezes termos outros afazeres urgentes e inadiáveis que ocupam o nosso tempo, no entanto arranja-se sempre algum para uma imagem deste Barroso que nos fica aqui tão perto e que bem merece um passeio, nem que seja feito num pulinho até Montalegre, por exemplo, onde não faltam motivos interessantes, como alguns que hoje ficam em imagem, com a igreja da misericórdia em primeiro plano e o castelo lá ao fundo, onde ao lado poderá apreciar outra igreja bem interessante e lançar vistas privilegiadas sobre o Larouco. Se hoje não tem nada que fazer hoje à tarde e lhe apetece dar um passeio, pode ir até lá, principalmente se ainda não conhecer. Verá que não se vai arrepender.
Resto de um bom domingo e até amanhã, de regresso à cidade.
Hoje é sexta-feira, dia 13 e como vem mandando a tradição, nas sextas-feiras 13, todos os caminhos convergem para Montalegre, exceção para os dois últimos anos de pandemia, mas a tradição está de regresso. Infelizmente não vamos poder lá ir, mas isso não impede de trazer aqui algumas imagens de anos anteriores, numa daquelas que é das maiores festas de rua da nossa região e Portugal. Aqui ficam algumas imagens de uma seleção de algumas imagens que temos em arquivo, não muitas, porque das vezes que lá fomos estivemos mais empenhados em viver a festa, em detrimento da fotografia.
Já sei que a queimada é boa e umas bejecas correm bem, mas nestas coisas convém sempre recordar que, se beber… não voe!!!, mesmo porque há sempre quem esteja à nossa espera nas estradas de regresso a casa, também parece fazer parte da tradição…
Quer vá ou não à noite das bruxas a Montalegre, ficam os desejos de bom fim de semana, e de preferência, sem ressacas.
Como já vendo sendo habitual, às sextas-feiras vamos ter por aqui num dos posts do blog, a Vila de Montalegre, com posts mais ou menos elaborados um simplesmente com um olhar, sobre uma rua, um largo, uma igreja, o castelo, etc.. Assim, hoje ficamos apenas com um olhar de um trecho da Portela, ou a Portela na intimidade das suas ruas, na margem da sua rua, historicamente, principal.
Desde já fica o aviso de que a nevada que se vê na foto não é de hoje, bem poderia ser, mas esta já se foi, há muito que caiu e derreteu, pois a foto é de fevereiro de 2014, mas como é um cenário que pode acontecer a qualquer momento e que eu saiba o largo é assim que existe, continua a ser uma imagem atual.
Um largo que é também uma imagem de marca de Montalegre e que bem poderia chamar-se o largo dos poderes, pois nele moram o poder político no edifício da Câmara Municipal de Montalegre, o poder judicial com o seu Palácio da Justiça e um outro poder, que embora não oficial é dos que mais manda, o poder económico, representado na praça pelo edifício da Caixa Geral de Depósitos, do qual se vê apenas uma nesga do seu edifício, à esquerda da imagem.
Imagem também de marca é o centenário carvalho, designado por Carvalho da Forca e que está considerada uma árvore de interesse público (D.L. 14/2006) que segundo consta na placa que repousa a seu pé, nele foi publicamente executado, em 18 de setembro de 1844, o último enforcado de Montalegre.
Iniciámos na semana passada estas visitas breves à Vila de Montalegre, que tal como então dissemos, iriamos trazer aqui em três momentos com: O Castelo, a Vila e a Portela. Sem que seja obrigatoriamente por esta ordem, embora hoje até fique aqui uma imagem do Castelo, mas vista desde o adro da Igreja Paroquial de Montalegre/Igreja do Castelo de Montalegre, que é essa a que hoje queremos realçar.
E o realce fica, nem que seja e só, pela beleza desta igreja, não apenas pelo edifício em si, mas pelo conjunto do edifício e o seu enquadramento, com vistas privilegiadas para o castelo, para a Portela, para o rio Cávado e para a Serra do Larouco.
É um dos locais que quase sempre visito quando vou por Montalegre, sendo também de visita obrigatória para quem descobre Montalegre, pois sem uma visita a esta igreja, a descoberta ficará incompleta, não só pela igreja, como atrás já realcei, mas também pelas vistas que desde o seu adro se alcançam.
Para ficar a saber mais sobre esta igreja, fica um pequeno apontamento que retirámos da página Património Cultural da Direção-Geral do Património Cultural:
Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Igreja paroquial de planta longitudinal composta por nave e capela-mor, mais estreita, interiormente com tectos de madeira e iluminada axial e lateralmente. Fachadas em cantaria aparente, com cunhais apilastrados coroados por pináculos piramidais, e terminadas em cornija. A fachada principal termina em empena e é rasgada por portal de verga recta, moldurado, e óculo, e as laterais são rasgadas por vão no topo da nave, abrindo-se ainda na lateral direita porta travessa de verga recta e vão na capela-mor. Fachada posterior terminada em empena. No interior possui coro-alto de madeira, púlpito de bacia circular e guarda plena em madeira, pintada, retábulo lateral e dois colaterais maneiristas, em talha dourada de planta recta e um eixo ou três respectivamente. Arco triunfal de volta perfeita e na capela-mor retábulo-mor em barroco nacional, de talha policroma e dourada, de planta recta e três eixos. Possui separado, disposto lateralmente, campanário terminado em dupla sineira, seguindo o esquema comum das igrejas da região Barrosã.
(…)
séc. 16 / 17 - provável construção da igreja e do campanário;
Concluída que está a abordagem a todas as aldeias do Barroso do concelho de Montalegre, com o seu post completo e respetivo vídeo, é tempo de irmos até à sede de Concelho — a Vila de Montalegre.
A Vila
Mais em imagem do que em palavras, mas também, sempre que possível, um bocadinho da sua História e estórias.
Abordagens que andarão à volta dos três momentos que hoje vos deixo e que, para mim, são a essência de Montalegre. Para já numa visão geral, mas que, nas próximas abordagens passaremos para à sua intimidade — O castelo, a Vila e a Portela.
No último post vídeo dedicado às aldeias do Barroso de Montalegre dizia que, dado que todas as aldeias de Montalegre já tinham o seu vídeo, estava na altura de passar a outra fase, mas fui adiantando que pelo meio poderia haver uma falha, um lapso, e aconteceu mesmo, pois pela ordem alfabética a seguir ao X de Xertelo (a última aldeia que aqui trouxemos) ainda existe o Z de Zebral, que eu pensava já ter vídeo, mas não tinha, por isso aqui fica hoje.
Zebral que recordo ter sido uma agradável descoberta, com gente na rua e simpática, onde deu para fotografar algumas relíquias, conversar um pouco e até recordar algumas estórias vividas na primeira pessoa por um dos nossos companheiros destas andanças pelo Barroso, que por sinal tinha sido professor em Zebral.
E se demorou o termos ido por lá a primeira vez, a partir de aí as nossas passagens por Zebral começaram a ser frequentes, pois a aldeia tornou-se num ponto de passagem, ou atalho, para outros itinerários, e em boa hora o descobrimos, pois esse troço/atalho, é um dos mais interessantes do Barroso e simultaneamente pode poupar-nos uns bons quilómetros de trajeto.
Como chegar a Zebral a partir, como sempre, da cidade de Chaves? Ora é muito fácil, mesmo porque Zebral fica a cerca de 27km, meia hora de viagem, isto se formos pelo itinerário que recomendamos, ou seja via estrada de São Caetano, Soutelinho da Raia e logo a seguir, em Meixide, após a aldeia, na bifurcação da estrada, tomarmos a opção da esquerda, para Pedrário e Sarraquinhos. Em Sarraquinhos, devemos entrar e atravessar a aldeia´, sempre pela rua principal até terminarem as casas e termos de novo estrada aberta, a partir de aí é seguir sempre por essa estrada até encontrarmos a primeira aldeia que já será Zebral. Mas para melhor entender a localização de Zebral, fica em mapa o itinerário por nós recomendado e fotografias aéreas do google Earth com algumas anotações.
Em Zebral demore-se o tempo que for necessário, sem pressas, mesmo porque a aldeia não é assim tão grande para nela se poder demorar uma eternidade, mas com o tempo necessário para apreciar os pormenores, o casario, a vida no campo, conversar com as pessoas, beber a água das fontes, tendo sempre em conta aquilo que nos dizia Torga a respeito destes reinos maravilhoso “ O que é preciso para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade e o coração”.
Mas como hoje estamos aqui pelo vídeo que ZEBRAL não teve aquando do seu post completo, para o qual fica link no final deste, vamos passar de imediato para esse vídeo, com todas as fotos da aldeia publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.
Aqui fica:
Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607
Como todas as aldeias de Montalegre já têm o seu vídeo é tempo de passarmos a uma segunda fase de abordagem ao Barroso de Montalegre. Para já, nas próximas semanas iremos andar pela vila, sede de concelho, com imagens e algumas estórias e sempre que possível também com a sua História, depois, com o tempo, logo se verá. Certeza, sem ser necessário prometer, é que o Barroso vai continuar a ter lugar neste blog, sempre.
Pensávamos que todas as aldeias do concelho de Montalegre já tinham passado aqui pelo Blog, com o seu post completo, e mais tarde, numa nova ronda, com o seu vídeo resumo, mas afinal faltava uma, que, diga-se a verdade, de início até constava na nossa lista de aldeias a visitar e descobrir, mas que a determinada altura, erradamente, jugámos não ser uma aldeia, mas talvez um bairro de Salto, e daí, não passámos por lá na nossa primeira ronda pelas aldeias do concelho de Montalegre. Refiro-me a Golas, que hoje vai ter aqui o seu post e o seu vídeo com é devido, para agora sim, darmos como concluída a ronda por todas as aldeias de Montalegre..
A sabedoria do nosso povo, costuma dizer que “Mais vale tarde do que nunca” e se concordamos com este saber, nem por isso deixamos de lamentar por só agora trazer aqui a aldeia de Golas, mas, e sem intensão de servir de desculpa, a culpa não é só nossa, ou melhor, é só nossa, mas existiram factos que nos induziram em erro, e lá está o povo a dizer mais uma vez “Contra factos não há argumentos”, o que me poderia consolar ao haver factos que me dão razão, mas não consola, porque também os á que não ma dão.
Vamos então tentar esclarecer e compreender as razões das nossas omissões. Ora já o disse aqui vezes sem conta que andei enganado, quase toda uma vida, ao pensar conhecer o Barroso, isto porque conhecia desde a minha infância a Vila de Montalegre e algumas aldeias que calhavam nos itinerários entre Chaves e Montalegre, e digo itinerários porque durante esse período de visitas a Montalegre, houve dois itinerários, o primeiro que se fazia sempre pela N103 até ao Barracão, e mais tarde até S. Vicente, na carreira de Chaves-Braga, e depois destas localidades até Montalegre.
O segundo itinerário frequente para Montalegre, só a partir de finais dos anos 70 do século passado é que passou a ser conhecido e preferido ao anterior (da E103), aqui já sem recorrer à carreira de Chaves-Braga, que com o tempo até deixo de existir. Pois conhecendo eu muito bem estes dois itinerários, julgava-me conhecedor de todo o Barroso, tanto mais, e ainda, que por algumas vezes calhou ir até Tourém Pitões da Júnias, isto ainda e muito antes de existirem computadores e internet, ou seja, antes de termos toda a informação disponível para fazer descobertas, não só em documentos escritos mas também em cartas geográficas, mapas, fotografia aérea, etc, e foi por aí que recentemente, embora há já mais de um ano ou até dois, pois a pandemia serve de referência, que cheguei à conclusão que Golas era uma aldeia, mas que quis confirmar, in loco, recentemente, em outubro passado (Out.2021), onde inclusive tive acesso a dois dados preciosos que, se dúvidas houvesse, faziam toda a luz sobre a verdade de Golas, ao conhecer a data de fundação da aldeia (1908) e os seus fundadores, o casal Acácio Fernandes e Teresa Fernandes.
Para não perder o fio à meada, regressemos atrás na escrita, aquando referia os factos que me levaram ao engano, ou seja, para documentar estes meus posts sobre as aldeias do Barroso, vou recorrendo áquilo que existe escrito em documentos e publicações, de preferência as oficiais, pois parte-se do princípio que essas são fidedignas. Assim, para Montalegre tinha como consultas preferidas e obrigatórias a monografia “Montalegre” e a “Toponímia de Barroso”, isto porque abordavam todas as freguesias e aldeias. Pois, mas foram estas publicações fidedignas que contribuíram para o meu engano, pois em nenhuma delas se refere a aldeia de Golas, é como se não existisse. Mas existe.
Por outro lado, na página oficial da Câmara de Montalegre, no espaço dedicado à Freguesia de Salto, houve o cuidado de introduzir Golas nos lugares da freguesia, embora fora da ordem alfabética, mas consta lá. O curioso é que o texto que consta nos dados da freguesia de Salto é o mesmo da monografia “Montalegre”, tipo copy-paste, onde em ambos consta “Lugares da Freguesia (20)”, vinte lugares, mas na monografia só são descritos 19 lugares. Estes dois pormenores, um, o de Golas estar fora de ordem na página da CMM e o outro, o de na monografia em vez de 20 lugares só constarem 19 na descrição, faz-me pensar que em ambos houve uma decisão de última hora de ser incluído e excluído na descrição.
Para rematar este assunto do ser ou não ser aldeia, fiquemos com a definição mais comum de aldeia:
“Pequena localidade, geralmente com poucos habitantes e de organização mais simples que a de uma vila ou cidade, sem autonomia administrativa; povoação.”
Claro que talvez fuja um bocadinho ao conceito que esteve na origem da maioria das aldeias e que, Afonso Ribeiro, no seu romance “Aldeia” de 1943, tão bem descreve ao colocar a aldeia num espaço físico e social onde a um lado estavam os trabalhadores rurais e rendeiros, e dou outro, os senhores da terra.
E agora sim, vamos até a aldeia de Golas, fundada em 1908 por Acácio Fernandes e Teresa Fernandes, claro que não seria logo como aldeia, mas aí teria o seu início, há pouco mais de 100 anos, sendo assim uma aldeia relativamente recente, o que está espelhado na arquitetura do casario, com um tipo de construção que sai fora daquilo que é o tradicionalmente barrosão. Ao todo são vinte e tal construções, entre as quais alguns armazéns. A julgar pela origem da aldeia e pelas expressões de agradecimento aos fundadores de Golas, a maioria dos seus habitantes serão descendentes dos fundadores, mas isto sou eu a supor.
Quanto à localização da aldeia, está bem próxima da vila de Salto, da zona mais recente de Salto, e num raio de cerca de 2 km tem as aldeias da Venda Nova, Amiar, Pomar da Rainha e Borralha.
Quanto ao nosso trajeto para partir à descoberta de Golas, como sempre a partir da cidade de Chaves, optamos por iniciar pela N103 até Sapiãos, depois Boticas onde apanhamos a R311 em direção a Salto até chegarmos mesmo à entrada de Salto, no cruzamento, onde em vez de irmos em direção ao centro de Salto devemos tomar a direção contrária no sentido de da Venda Nova, onde a umas centenas de metros aparecerá a placa a indicar Golas. Mas ficam os nossos mapas e os da google para melhor localização.
E vai sendo tudo, pois sobre Golas pouco mais há a acrescentar e as imagens que vos deixam documentam bem a sua realidade. Como habitualmente fica o vídeo com todas as imagens do post, que espero que gostem.
Aqui fica:
Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607
Hoje não anunciamos qual a próxima aldeia, porque na realidade já não temos mais aldeias do concelho de Montalegre para trazer aqui, mas mesmo assim, com tempo, ainda vamos ver se nos falhou alguma coisa. Entretanto Montalegre continuará por aqui às sextas-feiras, mas com imagens e posts dedicados à Vila de Montalegre, ou então de temática geral, sem se referir propriamente a uma aldeia.