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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

25
Fev21

Reino Maravilhoso - Castelo de Monterrei - Galiza

Douro e Entre os Montes


1600-xvii-encntro (305)

1600-reino maravilhoso

 

Em duas pequenas colinas que nascem no mesmo vale ergueram-se dois castelos, o de Chaves no então Reino de Portugal e o de Monterrei, mesmo ao lado de Verin, no Reino de Espanha, ambos com vistas privilegiadas para o mesmo ponto do vale onde ele estreita, precisamente onde se encontra a raia entre Portugal e a Galiza.

 

1600-xvii-encntro (698)

 

Do nosso castelo flaviense apenas resta a Torre de Menagem e parte das muralhas que o protegiam, por seu lado, o de Monterrei mantém-se na íntegra com a sua Torre de Menagem, o Paço dos Condes (hoje convertido em museu), a Torre das Damas e a Igreja de Santa Maria Gracia.

 

1600-xvii-encntro (357)

 

Destacado deste conjunto temos ainda o Hospital do Peregrinos e a Atalaia, no estremo oeste, esta em ruinas e tinha como objetivo defender a acrópole das investidas vindas de oeste.

 

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Pois a nossa proposta desta semana é uma visita a todo este conjunto, mas para ver exterior e interior, sem perder a belíssima igreja de Santa Maria Gracia, erguida na primeira metade do século XIV, e toda a arte sacra nela existente, também digna de ser apreciada.

 

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E desta vez não deixamos o roteiro para lá chegar, pois basta atravessar a raia de VilaVerde da Raia/Feces de Abajo para o Castelo de Monterrei se mostrar, depois basta segui-lo com o olhar até lá chegar, ou seja, terá de ir até Verin e na avenida principal que atravessa Verin, vira à esquerda em direção a Orense e no sentido contrário a Madrid e logo a seguir a Verin tem o desvio para o Castelo. Também pode ir a pé a partir de Verin. Se gosta de caminhadas, deixe o popó em Verin, atravesse o Tâmega e junto à Casa do Escudo há um caminho pedonal que nos leva direitinhos ao Castelo, que fica a apenas 600m de distância (mas sempre a subir).   

 

1600-xvii-encntro (366)

 

Para ficar a saber mais sobre este castelo e conjunto, dê uma vista de olhos ao que está na wikipédia, pois lá conta-se quase toda a história deste conjunto. Ah!, falta referir apenas, que a partir da cidade de Chaves, basta uma manhã ou tarde para conhecer todo o conjunto, ainda fica com o resto do dia para as tapas e copas…

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Monterrei

 

 

09
Set15

Chá de Urze com Flores de Torga - 95


1600-torga

 

Verin, 2 de Abril de 1968

 

No alto da torre do castelo de Monterrey, a pairar sobre a veiga do Tâmega, iço ao sol primaveril de Espanha a bandeira do patriotismo instintivo, e arreio-a logo a seguir, racionalmente. O guarda confiou-me a chaves do baluarte — quem o diria noutros tempos! —, e não pude evitar o impulso irreflectido. Teve o bom senso de me chamar à ordem. Lá em baixo, na cidade, milhares de patrícios, que vieram a um desafio de futebol, abarrotam os carros de contrabando. Bacalhau, bananas, farinha triga, pão, conhaque, queijo, compotas, rebuçados. Um saque inconsciente, pago com pesetas do mercado negro. «A fome…», penso com os meus botões. A fome que todo o português teve, tem, ou teme vir a ter. A fome que nos levou à Índia, ao Brasil, e nos faz chafurdar agora nos esgotos de Paris. Fome que não é desonra, quando confessada, mas que nenhum de nós confessa, como não confessamos outras misérias. Fomos civilizar, emigramos por amor à aventura, sabe-nos bem iludir o fisco. Mais nada. E é essa nossa falta de humildade que agora me pesa arrobas na consciência, a contemplar o desdém da grandeza castelhana e a ouvir o rumor da pilhagem. Ora assim peado da alma, que posso fazer mais do que enrolar no coração o altivo estandarte da independência pátria, e resignar-me a pertencer a uma comunidade de lazarados, convencidos de que têm o rei na barriga?

Miguel Torga, In Diário X

 

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Chaves, 8 de Abril de 1968

 

Quanto mais apertado me sinto na prensa da vida, a estalar de desespero por todos os lados, mais necessidade tenho de escrever. Os desafios de viva voz — que a raridade de ouvidos atentos e compreensivos vão, de resto, tornando impossíveis — nada resolvem, e sã até contraproducentes. Saem da boca às golfadas, intempestivamente, e deixam na alma uma penosa sensação de esvaziamento sem alívio. De tão informe, a lava apenas testemunha a ígnea actividade do vulcão. Mas, na escrita, os sentimentos ordenam-se na ordem das palavras. O que se diz, adquire, na disciplina da frase, a claridade e a economia que faltavam ao impulso comunicativo. EW a consciência encontra repouso nesse rigor e nitidez, que dão transparência e inteligibilidade ao próprio rosto absurdo da vida.

Miguel Torga, In Diário X

 

Chaves, 9 de Abril de 1968

 

Deixo cair a tarde

Nos olhos fatigados.

O dia foi de luz intensa e demorada,

Nevada nas alturas,

Guardei o que podia.

Agora quero a noite

E a brancura das horas

Sem lembrança.

Trevas de claridade

Inconsciente.

Longe daqui, e sempre aqui

Presente,

Quero sonhar apenas o que vi.

Quero ver o que vi mais transparente.

                                    

                                              Miguel Torga, In Diário X

 

 

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